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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) substituiu a denominação "Aglomerados Subnormais", usada desde 1991, por "Favelas e Comunidades Urbanas" em seus censos e pesquisas. O termo já será utilizado a partir da divulgação do resultado do Censo 2022, prevista para o segundo semestre deste ano. Com isso, o IBGE retoma o termo "Favela", utilizado historicamente pelo órgão desde 1950, junto ao termo "Comunidades Urbanas", de acordo com identificações mais recentes, informou o IBGE.

"Não houve alteração no conteúdo dos critérios que estruturam a identificação e o mapeamento dessas áreas e que orientaram a coleta do Censo Demográfico 2022. Trata-se da adoção de um novo nome e da reescrita dos critérios, refletindo uma nova abordagem do instituto sobre o tema", explicou o órgão.

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A mudança visa trocar o conceito de "ocupação irregular" para "territórios com direitos não atendidos" e destacar a ausência de oferta de serviços públicos essenciais.

Entre os fundamentos legais para a mudança está o direito à moradia, considerado um direito humano fundamental desde a Declaração Universal de 1948 e previsto no Art. 6º da Constituição Federal de 1988. Consequentemente, as pessoas podem mobilizar os meios disponíveis para viabilizá-lo, inclusive a autoconstrução e a ocupação dos espaços da cidade a fim de concretizar sua função social. O direito à moradia adequada também é descrito no Comentário nº. 4 do relatório do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, publicado em 1991.

Da mesma forma, os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988 falam sobre a função social da propriedade e da cidade e sobre o instrumento de usucapião. Destacam-se ainda o Estatuto da Cidade (Lei nº 10 257/2001) e o conjunto de leis que versam sobre a regularização fundiária urbana.

A partir de 2003, o IBGE já vinha realizando uma série de atividades de consulta para revisão da nomenclatura. Em 2021, houve a formação do GT de Favelas e Comunidades Urbanas para subsidiar o aprimoramento do Censo 2022 em todas as etapas da pesquisa e estruturar um novo processo de consulta para retomar a agenda de reformulação do conceito "Aglomerado Subnormal".

Segundo projeções da ONU-Habitat 2022, cerca de um bilhão de pessoas vivem atualmente em favelas e assentamentos informais em todo o mundo. De acordo com o IBGE, esse número pode estar subestimado, frente às dificuldades de captação dos dados em diversos países e à dinâmica de formação e dispersão desses territórios. De acordo com a ONU-Habitat, em 2021, cerca de 56% da população do planeta vivia em áreas urbanas, e essa taxa deve subir para 68% em 2050.

Predominantes no País pela primeira vez, de acordo com o Censo de 2022, os pardos são maioria da população nas regiões Norte (67,2%), Nordeste (59,6%) e Centro-Oeste (52,4%). Já a população autodeclarada branca ainda predomina no Sudeste e Sul, informou nesta sexta-feira (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Sudeste, região com a maior densidade demográfica do País, os brancos são 49,9%, ante 38,7% de pardos, 10,6% de pretos, 0,7% de amarelos e 0,1% de indígenas, aponta o Censo de 2022.

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Especificamente em São Paulo, o Estado mais populoso do País, 57,8% dos habitantes se disseram brancos, 33% pardos, 8% negros, 1,2% amarelos e 0,1% indígenas.

Esse padrão se intensifica na região Sul, onde os brancos têm parcela ainda maior da população, 72,6%, ante 21,7% de pardos, 5% de negros, 0,4% de amarelos e 0,3% de indígenas. Entre os Estados, o maior porcentual de autodeclarados brancos do País está no Rio Grande do Sul, 78,4% da população, seguido de Santa Catarina (76,3%) e Paraná (64,6%).

Norte, Nordeste e Centro-Oeste

As outras três grandes regiões do País têm perfil de cor e raça bem diferente, mostrou o IBGE.

Espécie de espelho invertido do Sul, o Norte acusou 67,2% de pardos e a menor proporção de população branca entre as cinco regiões, 20,7%. Com relação a outras cores ou raças, 8,8% se disseram pretos e 3,1% indígenas, na maior proporção do País para esse último grupo. Amarelos fecham a lista com 0,2% da população da região Norte.

Quanto aos indígenas, o Norte tem três Estados com os porcentuais mais expressivos do País para essa cor ou raça: Roraima, com 14,1% de indígenas, Amazonas, com 7,7% e Acre, com 3,5%. O Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, repete a proporção de 3,5% de indígenas.

No Nordeste, o grupo mais populoso são os pardos (59,6%), seguido de brancos (26,7%), e pretos, cujos 13% são o maior porcentual entre regiões para essa cor ou raça. Indígenas no Nordeste somam 0,6% da população e, amarelos, 0,1%. A Bahia é, isolado, o Estado com o maior porcentual de autodeclarados pretos, 22,4%, seguido por unidades de outras regiões, como Rio de Janeiro (16,2%) e Tocantins (13,2%).

No Centro-Oeste, para além da maioria de pardos (52,4%), 37% são brancos, 9,1% são negros, 1% se disse indígena e 0,4% amarelo.

Escala municipal

O gerente de Territórios Tradicionais do Censo 2022, Fernando Damasco, assinala como um diferencial da pesquisa o detalhamento a nível municipal, o qual levantamentos recorrentes sobre população não conseguem reproduzir. Isso permite, por exemplo, localizar no território as maiores concentrações dos grupos menos numerosos, caso dos amarelos e indígenas, mas, também, das pessoas pretas.

Enquanto os pardos predominam em 3,24 mil municípios e os brancos em outros 2,28 mil, os indígenas têm a maior parcela da população em 33 municípios e, as pessoas pretas, em nove.

Segundo Damasco, os indígenas estão mais concentrados nas faixas de fronteira da região Norte, ao norte de Roraima, nas áreas do alto rio Negro e do alto rio Solimões. Mas, também, no sudoeste do Pará e áreas do Maranhão e Tocantins, Mato Grosso, e cone sul do Mato Grosso do Sul. O município de Uiramutã, em Roraima, é o que tem a maior proporção de indígenas, 96,6%, seguido de Santa Isabel do Rio Negro (96,2%) e São Gabriel da Cachoeira (93,2%), ambos no Amazonas.

Pessoas pretas, por sua vez, predominam em nove municípios do País, todos no Nordeste, sendo a maior parte na região do Recôncavo Baiano, além de pontos do Maranhão. Serrano do Maranhão é o município com a maior proporção de pretos do País, 58,5% da população, seguido de Antônio Cardoso (55,1%) e Ouriçangas (52,8%), ambos na Bahia.

Amarelos não predominam em nenhum município brasileiro, mas têm alta concentração em São Paulo, Curitiba e Londrina, sendo a maior proporção em Assaí (11,5%), no Paraná, com o município de Bastos (10,3%) na cola.

Mais de um ano após a eleição mais acirrada da história do País, a polarização política segue forte entre o eleitorado brasileiro. Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, 19, aponta que nove em cada dez entrevistados mantém convicção no voto que fizeram nas eleições de 2022, e apenas 8% afirmam não terem feito a melhor escolha. Os índices estão estáveis, dentro da margem de erro, em relação ao último levantamento do instituto sobre o tema, feito em setembro deste ano.

A pesquisa foi feita no dia 5 de dezembro com 2.004 pessoas em 135 cidades de todo o País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. Quanto aos candidatos, 9% disseram ter se arrependido do voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enquanto 7% dizem o mesmo com relação a Jair Bolsonaro (PL).

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O governo Lula tem mostrado sinais de querer diminuir a polarização, tentando atrair o eleitorado de Bolsonaro. Acenos à oposição aparecem em vídeos da campanha publicitária "O Brasil é um só povo", como a propaganda da Farmácia Popular em que uma atriz veste a camisa verde e amarela, símbolo associado a apoiadores de Bolsonaro, e tem acesso aos medicamentos.

O presidente também prepara um discurso sobre união para ser transmitido próximo ao Natal, seguindo a mesma linha das peças publicitárias.

No entanto, ainda há estímulos à polarização da parte do presidente. Em reunião do diretório nacional do PT no último dia 8, Lula destacou a disputa entre ele e contra Bolsonaro e afirmou que na eleição, se os adversários latirem, os petistas devem latir de volta.

Eleitores seguem convictos

A confiabilidade dos eleitores para com as respectivas preferências eleitorais segue a mesma, com tendência de alta: 43% dos entrevistados dizem confiar hoje em seu candidato tanto quanto no dia da eleição; 38% afirmam que confiam ainda mais hoje em dia; 18%, por fim, dizem confiar menos no candidato do que em 2022.

Um ano depois da eleição, a convicção do eleitorado em relação aos seus candidatos segue praticamente intacta: 30% dos pesquisados se declaram petistas; 25%, bolsonaristas. Os índices são idênticos aos auferidos pelo instituto em dezembro do ano passado, logo após as eleições.

Eleição mais acirrada da história

Lula derrotou Bolsonaro, então candidato à reeleição, com margem de 2,1 milhões de votos, ou 1,8%. O placar final foi de 50,9% a 49,1% dos votos válidos. Foi a vitória eleitoral mais acirrada desde a redemocratização do País. Até então, o recorde havia sido na eleição de 2014, em que Dilma Rousseff (PT) derrotou Aécio Neves (PSDB) com uma margem de 3,28%.

Em 2022, o Brasil tinha 67,758 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha de pobreza, o equivalente a uma fatia de 31,6% da população sobrevivendo com menos de R$ 21,23 por dia, segundo os dados da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 6.

O contingente de miseráveis correspondia a 5,9% da população do País, estimada em 214.106 milhões de pessoas: 12,653 milhões de brasileiros estavam em situação de pobreza extrema, sobrevivendo com menos de R$ 6,67 por dia.

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Embora o número de pessoas em situação de vulnerabilidade seja elevado, houve redução relevante em relação a 2021, graças à retomada, em ano eleitoral, da distribuição de recursos pelo então governo via programas de transferências de renda e também à melhora do mercado de trabalho, passado o choque inicial provocado pela pandemia de covid-19.

Na passagem de 2021 para 2022, 10,3 milhões de pessoas deixaram de viver em situação de pobreza. No mesmo período, o contingente sobrevivendo em situação de extrema pobreza diminuiu em cerca de 6,5 milhões de pessoas. Ou seja, entre 2021 e 2022, a fatia da população brasileira sobrevivendo na extrema pobreza caiu de 9,0% para 5,9%, enquanto a parcela vivendo em situação de pobreza diminuiu de 36,7%para 31,6%.

Sem os pagamentos de benefícios de programas sociais, a proporção de pobres subiria 12%, alcançando uma fatia de 35,4% da população brasileira em 2022, enquanto a parcela de miseráveis seria 80% maior, abrangendo 10,6% dos habitantes do Brasil.

Os programas sociais respondiam por 67,0% do rendimento domiciliar das pessoas em situação de extrema pobreza em 2022, enquanto a renda obtida do trabalho correspondia a apenas 27,4% do rendimento deste grupo. Nos domicílios considerados pobres, os benefícios de programas sociais representavam 20,5% dos rendimentos, e a renda do trabalho, 63,1%.

Pelos critérios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e recomendações do Banco Mundial, a pobreza extrema é caracterizada por uma renda familiar per capita disponível inferior a US$ 2,15 por dia, o equivalente a um rendimento médio mensal de R$ 200 por pessoa em 2022, na conversão pelo método de Paridade de Poder de Compra (PPC) - que não leva em conta a cotação da taxa de câmbio de mercado, mas o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado nos Estados Unidos.

Já a população que vive abaixo da linha de pobreza é aquela com renda disponível de US$ 6,85 por dia, o equivalente a R$ 637 mensais por pessoa em 2022. A série histórica da pesquisa do IBGE, que usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), teve início em 2012.

Crianças

Em 2022, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza foi de 49,1%. A proporção de crianças brasileiras vivendo em situação de pobreza extrema foi de 10,0% em 2022.

No grupo etário de 15 a 29 anos, 34,9% viviam na pobreza, e 6,3% estavam em situação de miséria. Por outro lado, na população idosa, com 60 anos ou mais, 14,8% viviam em situação de pobreza, e 2,3% sobreviviam na extrema pobreza.

"As aposentadorias e pensões têm um peso extremamente significativo na redução da pobreza e da extrema pobreza", justificou o pesquisador do IBGE André Simões.

Raça

Além da faixa etária, a questão racial também indica vulnerabilidade. Entre os brasileiros pretos e pardos, 40,0% viviam em situação de pobreza em 2022, praticamente o dobro da proporção de brancos (21,0%) nessa situação.

No grupo de negros, 7,7% estavam sobrevivendo em condição de pobreza extrema, enquanto que entre os brancos essa incidência era reduzida a menos da metade, havia 3,5% de miseráveis no grupo de brancos.

"O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas, sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 72,2% dos moradores desses arranjos eram pobres e 22,6% eram extremamente pobres", frisou o IBGE.

Regiões

Mais da metade dos miseráveis do País moravam na região Nordeste, 54,6%. Outros 23,8% moravam no Sudeste; 11,9% eram da região Norte; 6,0% do Sul; e 3,7% do Centro-Oeste.

Quanto à população vivendo em situação de pobreza, 43,5% estavam no Nordeste; 30,7%, no Sudeste; 12,8%, no Norte; 7,7%, no Sul; e 5,3%, no Centro-Oeste.

Na passagem de 2021 para 2022, todas as regiões registraram reduções na proporção de habitantes vivendo tanto na pobreza quanto na miséria. O recuo na pobreza foi maior no Centro-Oeste, queda de 7,3 pontos porcentuais, para um total de 21,3% da população local vivendo nessa situação.

"O Centro-Oeste registrou a maior queda na pobreza em 2022, porque o mercado de trabalho da região Centro-Oeste foi bem dinâmico em 2022. A massa de rendimento cresceu bastante. Provavelmente isso está relacionado às atividades da agroindústria, e provavelmente teve efeito na redução da pobreza", disse Simões.

A região Nordeste ainda tinha mais da metade de seus habitantes (51,0%) em situação de pobreza em 2022. No Norte, 46,2% dos moradores eram pobres.

"Norte e Nordeste registraram as maiores quedas na extrema pobreza em 2022", lembrou Simões.

O contingente de miseráveis no Nordeste diminuiu 5,8 pontos porcentuais em 2022, para um total de 11,8% da população local sobrevivendo na extrema pobreza. No Norte, a fatia de miseráveis caiu 5,9 pontos porcentuais, para 8,0% dos moradores locais vivendo em situação de extrema pobreza.

"Os domicílios mais vulneráveis, eles têm peso maior dos benefícios sociais", explicou o técnico do IBGE.

Renda

O IBGE lembrou que o rendimento médio domiciliar per capita no País subiu 6,9% em 2022, para R$ 1.586. Apesar da melhora, o avanço não recuperou as perdas ocorridas nos anos de 2020 e de 2021, permanecendo 4,9% abaixo do patamar pré-pandemia, de 2019.

Na passagem de 2021 para 2022, o rendimento médio domiciliar per capita das pessoas pretas ou pardas aumentou 11,8%, para R$ 1.163, enquanto o das pessoas brancas avançou 3,5%, para R$ 2.118. Porém, os negros ganharam cerca de metade da renda dos brancos ao longo de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012, o que evidencia a manutenção de uma desigualdade estrutural.

Em 2022, com a expansão do emprego e a expansão nos programas de transferências de renda, houve aumento no rendimento domiciliar per capita em todas as faixas de renda, especialmente entre os mais pobres: entre os 10% com menores rendimentos, a renda média per capita cresceu 59,2%, embora ainda somasse apenas R$ 163 mensais por pessoa, cerca de R$ 5,43 diários. Na faixa seguinte, que engloba os de 10% a 20% mais pobres, a renda avançou 22,9% em 2022, para R$ 379 mensais, cerca de R$ 12,63 por dia por pessoa. Já entre os 10% mais ricos, a renda per capita aumentou 1,9%, para R$ 6.448 mensais.

Depois de quatro adiamentos, e 11 meses após a divulgação de um dos maiores escândalos contábeis do Brasil, a Americanas divulgou na manhã desta quinta-feira (16) seu balanço de 2022. A rede de varejo teve prejuízo de R$ 12,912 bilhões em 2022, ante perda de R$ 6,237 bilhões em 2021, segundo o resultado revisado. A dívida líquida do grupo estava em R$ 26,287 bilhões, salto de 85% em um ano.

O último balanço divulgado pela Americanas antes da descoberta do rombo foi o do terceiro trimestre de 2022, revelado em novembro do ano passado. No acumulado do ano até setembro, a perda foi de R$ 447 milhões, crescimento de seis vezes na comparação com o mesmo período de 2021.

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Já o endividamento reportado ao final de setembro do ano passado era de R$ 5,3 bilhões, número cinco vezes menor do que o revelado agora para todo o ano de 2022. A rede informou nesta quinta que tinha um endividamento de curto prazo de R$ 37 bilhões e despesa financeira de R$ 5,2 bilhões.

O Ebitda recorrente foi negativo em R$ 2,927 bilhões em 2022, enquanto o caixa da companhia terminou o ano em R$ 6 bilhões e o capital de giro em R$ 2,5 bilhões, com uma piora de R$ 1,2 bilhão. Já a receita líquida ficou em R$ 25,809 bilhões, aumento de 14,6% em um ano.

Com os números divulgados, a prioridade agora é tentar chegar a um acordo com credores para salvar a rede de varejo. As demonstrações contábeis são peça essencial para os credores entenderem a viabilidade operacional da Americanas, comenta um banqueiro que ainda vai avaliar os números, segundo ele, "com lupa". Um dos pontos de mais interesse é ver as aplicações do endividamento e dos níveis de alavancagem.

Após o rombo, revelado em 11 de janeiro, a publicação do balanço de 2022 foi anunciada para março. Depois, postergada para agosto, em seguida para outubro e depois para 13 de novembro. Na madrugada do dia 13, foi novamente adiada para esta quinta-feira (16).

Em seis anos, mais de 45 milhões de brasileiros passaram a usar a internet no País. O Brasil alcançou a marca de 161,6 milhões de habitantes conectados em 2022, o equivalente a 87,2% da população de 10 anos ou mais de idade, estimada em 185,4 milhões de pessoas. Entre os internautas, 93,4% declararam que usavam a internet todos os dias.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O acesso à internet avançou mais entre os idosos do que entre as crianças nos últimos seis anos.

O número de pessoas com 60 anos ou mais que usavam a internet mais que triplicou no período, subindo de 6,5 milhões em 2016 para 20,4 milhões em 2022.

Entre as crianças de 10 a 13 anos, esse contingente de conectados avançou de 8,1 milhões para 9,8 milhões no período.

Inclusão digital

Desde 2016, quando começou a série histórica da pesquisa do IBGE, o contingente de excluídos digitais foi reduzido em mais de 60%: havia 59,7 milhões de brasileiros sem acesso à internet naquele ano, 35,9 milhões a menos que os atuais 23,8 milhões de desconectados registrados atualmente.

O número de domicílios conectados à internet ficou 21,1 milhões maior em seis anos: em 2016, havia 47,8 milhões de lares com utilização da internet, subindo a 68,9 milhões em 2022.

A proporção de usuários conectados alcançou 89,4% entre os habitantes de áreas urbanas no ano passado, e 72,7% entre os moradores da área rural.

Na população que usava a internet, o meio de acesso mais adotado foi o telefone móvel celular, mencionado por 98,9% dos conectados, seguido pela televisão (47,5%), pelo microcomputador (35,5%) e pelo tablet (7,6%).

O IBGE lembra que já vinha de anos anteriores a tendência de queda no uso de microcomputador e de tablete, acompanhada de aumento da utilização da televisão para acessar a internet.

Em 2022, a maioria dos usuários usou a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo (94,4%). A segunda finalidade mais relatada de uso foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%), seguida por assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%), usar redes sociais (83,6%), ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%), ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (72,3%), acessar banco(s) ou outras instituições financeiras (60,1%), enviar ou receber e-mails (59,4%), comprar ou encomendar bens ou serviços (42,0%), usar algum serviço público (33,4%), jogar (32,4%), e vender ou anunciar bens ou serviços (12,0%).

Uso ampliado da internet

O IBGE investigou ainda o uso ampliado da internet, ou seja, aquela utilização por indivíduos que efetivaram tarefas sem o conhecimento que as mesmas demandavam conexão à internet.

"Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma pessoa acessa redes sociais, troca mensagens por meio de determinados aplicativos ou instala aplicativos no telefone celular, especialmente no caso de serviços da internet ofertados gratuitamente. Tais pessoas são usuárias da internet, mesmo sem ter ciência deste fato", explicou o IBGE.

Considerando o indicador ampliado de uso da Internet, 88,7% das pessoas de 10 anos ou mais de idade usaram a internet no período de referência da pesquisa, fatia que subia a 90,8% entre moradores de área urbana e ficava em 74,9% entre os residentes em área rural.

"Constata-se, portanto, uma diferença de 1,5 p.p. entre o indicador ampliado de uso da internet (88,7%) e o indicador padrão (87,2%). Entre as pessoas que moravam em área rural, essa diferença foi maior (2,2 p.p.) ao passo que em área urbana foi de 1,4 p.p., concluindo-se que entre a população rural havia maior proporção de usuários da Internet não cientes desse uso", concluiu o IBGE.

Em 2022, 160,4 milhões de pessoas tinham aparelho de telefone celular para uso pessoal no País, 86,5% da população com 10 anos ou mais. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção de usuários de telefone móvel celular foi de 88,9% entre os habitantes de áreas urbanas e de 71,2% entre os moradores da área rural. A fatia de mulheres com telefone celular foi de 88,0%, ante uma proporção de 85,0% entre os homens.

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O IBGE frisa que a pesquisa mostrou expansão contínua da posse de telefone celular desde o início da série histórica, em 2016, quando 77,4% da população de 10 anos ou mais de idade possuíam o aparelho. Essa fatia subiu a 81,4% em 2019, passando a 84,4% em 2021, até alcançar os atuais 86,5% vistos em 2022.

Entre os 25,0 milhões de brasileiros sem telefone móvel celular para uso pessoal em 2022, o equivalente a 13,5% da população de 10 anos ou mais de idade, 54,1% eram homens e 45,9%, mulheres. Quanto à faixa etária, 34,5% tinham 60 anos ou mais de idade, e outros 20,9% tinham de 10 a 13 anos.

"Por nível de escolaridade, nota-se que 78,8% não tinham instrução ou não haviam completado o ensino fundamental", informou o IBGE.

Os motivos mais citados para a ausência de telefone celular foi não saber usar o aparelho (motivo citado por 26,5%), o aparelho telefônico era caro (24,8%), falta de necessidade (22,0%), costumava usar o telefone móvel celular de outra pessoa (11,6%), preocupação com privacidade ou segurança (4,7%), o serviço era caro (3,1%), e o serviço de telefonia móvel celular não estava disponível nos locais que costuma frequentar (1,0%).

O acesso à internet no Brasil manteve a tendência de expansão nos últimos anos, mas 6,4 milhões de famílias permaneciam sem conexão à rede em casa em 2022. Cerca de 23,792 milhões de brasileiros de 10 anos ou mais de idade não usavam a internet, sendo 2,923 milhões deles estudantes. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação 2022, a Pnad TIC, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os excluídos digitais representavam 12,8% da população com 10 anos ou mais de idade. Mais da metade deles eram idosos (52,3% tinha 60 anos ou mais de idade). O grupo também era majoritariamente constituído por pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, o equivalente a 78,5% das pessoas sem acesso à internet.

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"No País, o rendimento médio mensal real per capita nos domicílios em que havia utilização da internet (R$ 1.760) foi quase o dobro do rendimento nos que não utilizavam essa rede (R$ 944). A grande diferença entre esses dois rendimentos foi observada em todas as Grandes Regiões, com destaque para a Região Norte, cujo rendimento nos domicílios em que havia utilização da Internet foi maior que o dobro do rendimento registrado nos domicílios que não utilizavam o serviço", ressaltou o IBGE.

Entre os excluídos digitais, 16,2% apontaram motivos financeiros para a falta de acesso à internet: 11,1% disseram que o acesso à rede era caro, e outros 5,1% declararam que o equipamento eletrônico necessário era caro. Os dois motivos mais mencionados para a falta de conectividade foram não saber usar a internet (47,7%) e falta de necessidade (23,5%). Outros 3,6% disseram que o serviço não estava disponível nos locais que frequentavam, sendo que essa proporção subia a 9,7% entre os excluídos digitais da região Norte. Na média do Brasil, 8,0% dos desconectados em área rural mencionaram a ausência de internet nos locais frequentados, contra uma fatia de apenas 1,8% dos excluídos digitais de áreas urbanas.

Entre os estudantes que não tinham internet, a maioria esmagadora frequentava a rede pública de ensino: 93,7%. Os estudantes de 10 anos ou mais que ainda eram excluídos digitais em 2022 relataram maior peso da questão financeira para o problema: 19,9% consideravam o serviço caro e 14,8% afirmaram que o equipamento necessário para o acesso era caro.

ACESSO GRATUITO À INTERNET

A pesquisa mediu ainda o alcance do acesso gratuito à internet (Wi-Fi) em locais públicos, como estabelecimentos públicos de educação e bibliotecas públicas, estabelecimentos públicos de saúde, praças e parques: 8,9% das pessoas que utilizaram a internet no período de referência afirmaram ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas; 5,2%, em estabelecimentos públicos de saúde, como postos de saúde e hospitais públicos; e 5,5%, em praças ou parques públicos. A Região Sul apresentou os maiores porcentuais de acesso gratuito à internet para os três tipos de locais públicos pesquisados: 11,7%, 7,9% e 8,1%, respectivamente.

"Nota-se que o acesso gratuito à internet em estabelecimentos públicos de educação ou bibliotecas públicas foi maior entre os grupos etários mais jovens: 19,1%, para as pessoas de 10 a 13 anos de idade; 24,7%, entre as pessoas de 14 a 19 anos; e 11,5%, para o grupo de 20 a 24 anos", apontou o IBGE.

Entre os estudantes conectados, 24,2% fizeram uso de internet gratuita em estabelecimentos de ensino públicos e bibliotecas públicas. Considerando a rede de ensino de origem, 26,7% dos estudantes da rede pública que utilizaram internet acessaram o serviço de forma gratuita em escolas, universidades ou bibliotecas públicas, fatia superior à dos estudantes conectados que cursavam a rede privada de ensino (19,0%).

O Brasil tinha quase 1,5 milhão de pessoas trabalhando através de aplicativos digitais em 2022, a maioria delas motoristas e entregadores. Esses profissionais conseguiram uma renda mensal maior que a média dos demais ocupados no setor privado, mas, para isso, cumpriram jornadas consideravelmente mais extensas. A categoria obteve uma remuneração menor por hora trabalhada.

Enquanto a renda média por hora trabalhada dos profissionais que atuavam por aplicativo ou plataforma digital era de R$ R$ 13,3, a renda média dos demais ocupados no setor privado foi de R$ 14,6 por hora, 9,8% superior.

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Os dados são do módulo Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgado nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os trabalhadores por aplicativo, que o IBGE chama na pesquisa de "trabalhadores plataformizados", tinham uma renda média mensal real de R$ 2.645, com uma jornada semanal média de 46,0 horas. Já os demais trabalhadores do setor privado tinham uma renda média mensal real de R$ 2.510, mas com uma jornada média de 39,5 horas semanais. O resultado mostra que a jornada de trabalho semanal dos plataformizados foi 16,5% maior que a dos demais trabalhadores do setor privado.

"Os trabalhadores plataformizados tinham, em média, uma jornada de trabalho habitual 6,5 horas mais extensa que a dos demais ocupados", observou o IBGE.

A categoria também se revelou fortemente marcada pela informalidade e pela ausência de qualquer proteção social. Apenas 35,7% dos trabalhadores por aplicativo contribuíam para instituto de previdência, contra uma fatia de 61,3% de contribuintes entre os demais ocupados no setor privado. O resultado significa que 64,3% das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviços não estavam asseguradas por instituto de previdência oficial.

Sete em cada dez trabalhadores por aplicativo (70,1%) trabalhavam na informalidade, nem tinham carteira assinada nem possuíam CNPJ. Entre os demais trabalhadores do setor privado, a fatia de informais era mais baixa, 43,7%.

"De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), se, de um lado, as plataformas digitais de trabalho têm oferecido oportunidades de geração de renda para muitos trabalhadores e permitido que empresas alcancem novos mercados e reduzam custos, por outro, elas também representam um importante desafio, especialmente no que se refere às condições de trabalho. Entre os desafios que envolvem os trabalhadores plataformizados, a OIT cita o acesso a direitos trabalhistas e seguridade social, a capacidade de geração de uma renda adequada e a extensão das jornadas de trabalho. As plataformas digitais de trabalho, ainda que possam se apresentar apenas como intermediárias entre clientes e fornecedores individuais (trabalhadores plataformizados e outras empresas), com frequência detêm um importante controle sobre a organização e a alocação do trabalho e sobre a remuneração dos trabalhadores", frisou o IBGE.

O IBGE considera como trabalho plataformizado aquele caracterizado pelo controle ou organização, por parte da plataforma digital ou aplicativo de celular, de "aspectos essenciais das atividades, como o acesso aos clientes, a avaliação das atividades realizadas, as ferramentas necessárias para a condução do trabalho, a facilitação de pagamentos e a distribuição e priorização dos trabalhos a serem realizados", conforme relatório produzido conjuntamente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), OIT e União Europeia.

Conforme os dados coletados pela Pnad Contínua no quarto trimestre de 2022, o Brasil tinha 2,1 milhões de pessoas trabalhando por meio de aplicativos e plataformas digitais: 1,490 milhão atuavam por meio de aplicativos de serviços, e outros 628 mil obtinham clientes e efetuavam vendas através de plataformas de comércio eletrônico, como marketplaces.

Os quase 1,5 milhão de trabalhadores que prestavam serviços através das plataformas e aplicativos digitais correspondiam a uma fatia de 1,7% de toda a população ocupada no setor privado. Mais da metade (52,2%, ou 778 mil) exercia o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, incluindo tanto táxi quanto veículo de passeio.

Dentre todos os plataformizados, 47,2% (704 mil) relataram atuação como motorista por aplicativo de transporte particular de passageiros; 13,9% (207 mil) reportaram terem trabalhado via aplicativo de táxi; 39,5% (589 mil) trabalharam como entregadores via aplicativos de entrega de comida, produtos etc.; e 13,2% (197 mil) atuaram via aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais. O IBGE pondera que alguns trabalhadores usavam mais de um tipo de aplicativo, por isso há sobreposição de profissionais nas diferentes categorias.

Quanto ao perfil desse trabalhador, 81,3% eram homens, majoritariamente de 25 a 39 anos (48,4%), mais concentrados nos níveis intermediários de escolaridade, entre nível médio completo ou ensino superior incompleto (61,3%).

A Região Sudeste detinha o maior contingente de trabalhadores plataformizados no País, 862 mil (57,9%, do total), seguido pelo Nordeste (248 mil), Sul (181 mil), Centro-Oeste (103 mil) e Norte (95 mil).

Divulgado nesta quarta-feira (28), o Censo Demográfico 2022 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou a variação da população de Pernambuco nos últimos 12 anos. Realizado a cada década, o levantamento foi adiado pela pandemia e só saiu do papel após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Fundamental para a promoção de políticas públicas, o estudo mostrou que Pernambuco está no 23º lugar no índice nacional de crescimento populacional, com o acréscimo de 0,24% ao ano a partir de 2011. Pernambuco tem 9.058.155 habitantes, representando 4,46% do total da população brasileira.

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Esse aumento foi encabeçado por duas cidades do Interior, o que confirma o processo de interiorização no estado. O município que mais recebeu moradores nos últimos 12 anos foi Petrolina, no Sertão, com 92.824, equivalente a um aumento de 2,31%, seguida por Caruaru, no Agreste, com 63.140 residentes, o que corresponde a 1,53%. 

Por outro lado, as maiores perdas estão no Centro da Região Metropolitana do Recife. A maior baixa foi na própria capital, que apresentou a retração de 48.784, um declínio de 0,27%. A segunda queda mais significativa foi percebida em Olinda, que perdeu 27.803 habitantes, equivalente a -0,64%.

Cidades com mais habitantes 

Como esperado, as cidades com maior número de moradores continuam na RMR, são elas: Recife, com 1.488.920 residentes, e Jaboatão dos Guararapes, com 643.759. Em terceiro lugar, após o movimento dos últimos 12 anos, aparece Petrolina, com 386.786. 

O arquipélago de Fernando de Noronha continua como a região do estado com menos moradores, com apenas 3.167. Dentro do Continente, esse título é dividido entre duas cidades do Sertão: Itacuruba, com 4.284 habitantes, e Ingazeira, com 4.768. 

Densidade populacional

Em relação à densidade demográfica, que calcula o número de habitantes por quilômetro quadrado, Olinda é a cidade mais povoada de Pernambuco, com 8.474 moradores a cada km². Recife aparece logo depois, com o índice de 6.803,60.

Na outra ponta, as cidades menos povoadas também são no Sertão, dessa vez representado por Parnamirim com 7,13 moradores por km² e Floresta, com 8,36. 

O IBGE também apontou que os municípios de Pernambuco com mais domicílios recenseados foram Recife (644.212) e Jaboatão (293.907). A lista dos menos recenseados começa por Fernando de Noronha (1.137) e segue com Itacuruba (1.950) e Ingazeira (2.358). 

Dos 49 milhões de brasileiros na faixa dos 15 aos 29 anos em todo o País, 20% não estudam nem trabalham - porcentual um pouco menor do que o de 2019, que era 22,4%, mas, ainda assim, considerado muito alto. Essa é a chamada geração nem-nem: nem estuda nem trabalha. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) - Educação, 2022, divulgada na terça-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ainda nesta faixa etária (15 aos 29 anos), 15,7% dos jovens estavam ocupados e estudando, 25,2% estudavam, mas não trabalhavam e 39,1% estavam ocupados e não estudavam.

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Quando questionados sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado a escola, esses jovens apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário (40,2%), ainda que nem sempre consigam emprego. A gravidez (22,4%) e a necessidade de realizar tarefas domésticas ou cuidar de outras pessoas (10,3%) foram razões que também apareceram com frequência entre as mulheres.

A PNAD - Educação também traz informações atualizadas sobre os níveis de educação no País em todas as faixas etárias a partir dos cinco anos de idade. A despeito de a situação na área ainda estar longe de ser a ideal, os números mostram que, de forma geral, ela vem melhorando ano a ano.

No Brasil, em 2022, havia 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,6% - redução de 0,5 ponto porcentual ante 2019, o que corresponde a uma queda de pouco mais de 490 mil analfabetos em 2022. O analfabetismo está diretamente associado à idade no País. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.

ANALFABETISMO

Em 2022, eram 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 16% para esse grupo etário. Ao incluir, gradualmente, os grupos etários mais novos, observa-se queda no analfabetismo: para 9,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,6% entre a população de 15 anos ou mais.

Esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda enquanto crianças.

Pela primeira vez, mais da metade da população de 25 anos ou mais (53,2%) tem ensino médio completo. O levantamento destaca também o aumento da taxa de quem tem o ensino superior completo, que foi de 17,5% em 2019 para 19,2% em 2022.

"Esse número é importante porque revela gradativo aumento da escolaridade da população brasileira, como parte da explicação da queda do analfabetismo. Porém, vale ressalvar que, a despeito desse crescimento de ter ao menos o básico obrigatório, a média de anos de estudo no País é de 9,9 anos, ainda abaixo de 12 anos (nove anos de ensino fundamental e três de médio)", diz a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy. "Ou seja, temos avanço importante no ensino básico, mas ainda parcela importante da população que não conseguiu terminar o básico."

ESCOLARIZAÇÃO

A taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos em 2022 alcançou 99,4% - o equivalente a 26,2 milhões de estudantes - patamar elevado que vem se mantendo alto desde 2016, muito próximo da meta de universalização do ensino do Programa Nacional de Educação. A taxa de escolarização entre os jovens de 14 a 17 anos aumentou 2,2 pontos porcentuais de 2019 a 2022, alcançando 92,2%.

As pessoas de 18 a 24 anos são aquelas que, idealmente, estariam frequentando o ensino superior se tiverem completado a educação básica na idade adequada, segundo o IBGE. No entanto, essa nem sempre é a realidade brasileira. O estudo mostra que, nesta faixa etária, 30,4% estavam sendo escolarizadas em 2022 (número parecido ao registrado em 2019).

Deste total, porém, só 20,8% frequentavam cursos de educação superior. Os outros 10,3% estavam atrasados, cursando

Flamengo (R$ 1.177 bilhão), Palmeiras (R$ 867 milhões), Corinthians (R$ 777 milhões), São Paulo (R$ 661 milhões) e Internacional (R$ 467 milhões) são os cinco clubes de maior receita na temporada 2022 do futebol brasileiro e centralizam 49% do total arrecado pelos 30 clubes das séries A e B do Brasileirão. Este é um dos principais dados apontados na análise feita pela consultoria EY, que teve por objetivo apresentar o cenário econômico e o desempenho financeiro dos clubes brasileiros no ano passado.

Esses valores se refletem no investimento feito pelos clubes em reforços. O Flamengo lidera com R$ 231 milhões em reforços, com Atlético-MG (R$ 148 milhões) e Palmeiras (R$ 130 milhões) fechando o Top-3. O clube mineiro, nessa lista, chama a atenção, porque, como veremos a seguir, apesar do alto faturamento, ele gastou mais do que arrecadou em 2022. 

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O levantamento das finanças dos clubes se baseou nas demonstrações financeiras em sites oficiais e inclui as principais fontes de receitas, custos e despesas e endividamento. Chapecoense, CRB, CSA, Ituano, Juventude, Londrina, Náutico, Novorizontino, Sampaio Correia e Tombense não haviam publicado suas demonstrações financeiras até o início do estudo e, por isso, não foram abordados. 

“Não podemos esquecer do Atlético-MG entre esses times que se destacam no topo”, ressalta Pedro Daniel, Diretor Executivo de Esporte e Entretenimento da EY Brasil. “O clube mineiro está entre os primeiros em receitas de TV e premiação e, também, as comerciais, e só é superado pelo Internacional no geral porque o clube gaúcho teve ótimo desempenho nas receitas relativas à venda de jogadores”, comenta. “Temos uma boa perspectiva de criação de uma Liga, mas se faz necessária a implantação do Fair Play Financeiro no Brasil, para que essa indústria do futebol seja regulamentada. Essas duas medidas iriam acelerar a profissionalização do futebol brasileiro”, completa. 

A receita total, incluindo direitos de transmissão, transferências de jogadores, publicidade, matchday (ganhos com ingressos, alimentos e bebidas e produtos licenciados da agremiação, entre outros), clube social e esportes amadores, além das “outras receitas” dos clubes brasileiros em 2022 atingiu R$ 8,1 bilhões, 9% maior que o contabilizado em 2021. Já o endividamento líquido chegou a R$ 11,3 bilhões. A volta do público aos estádios, normalizada no ano passado, fez com que a receita de matchday retornasse aos patamares anteriores. A Série A teve a terceira maior média de público presente da história da competição, com cerca de 21.646 torcedores nos estádios brasileiros – foram mais de 13,5 milhões de torcedores. Já a renda dos clubes nas três competições nacionais (Brasileirão Série A, Série B e a Copa do Brasil) ficou próxima de meio bilhão de reais. 

Como acontece desde 2019, o Flamengo está no topo do ranking de Receitas Totais, e em 2022 o clube bateu o recorde de receitas apresentadas por um clube no Brasil. Em direitos de transmissão e em premiações, o clube arrecadou R$ 496 milhões, valor alavancado pelas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores. Aliás, o relatório destaca que, nos últimos cinco anos, Flamengo e Palmeiras concentram 10 dos 15 principais títulos disputados no futebol brasileiro – Série A, Libertadores e Copa do Brasil. No mesmo período, apenas 11 equipes estiveram entre as cinco primeiras da Série A, e novamente Flamengo e Palmeiras, ao lado do Atlético-MG, foram os únicos a levantarem o troféu. 

O São Paulo foi o clube que registrou o maior valor de receitas com transferências de jogadores – R$ 229 milhões. É por conta desse item que, no somatório geral de receitas, o Internacional supera o Atlético-MG – R$ 173 milhões x R$ 88 milhões. Esse valor elevado foi obtido na negociação de 33 jogadores, destaque para a venda de Yuri Alberto para o Zenit, da Rússia, por 25 milhões de euros. 

Quando trata de despesas, o relatório aponta que a com pessoal representou, em média, 49% das totais dos clubes brasileiros. O Fluminense foi o da Série A que apresentou a maior proporção, com 72%. Quando comparamos o total de despesas com pessoal com a receita total de cada clube, o Tricolor carioca surge no Top-10, em nono lugar, mas é o Atlético-MG, em quarto, que apresenta o maior comprometimento entre os clubes da primeira divisão, com 68%.  

Nas demais rubricas de endividamento, houve aumento em todas elas: 8% nas Dívidas Tributárias, 19% em Empréstimos e 9% em Endividamento Líquido. O Atlético-MG lidera nesse último quesito, com dívida de R$ 1,571 bilhão, o que representa 15% do valor total dos clubes. Cruzeiro e Botafogo foram os outros dois que apresentaram endividamento líquido superior a R$ 1 bilhão. Os três, e mais Corinthians e Vasco, representam 48% do total de endividamento líquido de todos os clubes, em 2022. 

Quando se compara esse endividamento com a receita total, metade dos clubes analisados apresenta índice abaixo de um. Ou seja, esses clubes precisariam de menos de um ano de faturamento para quitarem suas dívidas. Na ponta dessa tabela surge o Guarani, com índice de 8,49, o que representa que as dívidas superam em mais de 8 vezes o faturamento anual. O Botafogo (6,38) e o Cruzeiro (6,25) são os únicos a apresentarem índice acima de 6. No fim da tabela, Cuiabá (0,02), Fortaleza (0,12), Ceará (0,15) e Flamengo (0,22) são os times da Série A com melhores índices. 

Para Pedro Daniel, a transformação dos clubes brasileiros em SAFs é uma alternativa positiva. “Estamos indo para um segundo ciclo de SAFs, diferente da primeira que incluiu times com necessidade de conversão, como Cruzeiro, Botafogo e Vasco”, analisa. “Eram clubes insolventes financeiramente, mais abertos a esse tipo de equity (participação societária), mas agora o modelo será diferente. Houve esse aprendizado e os clubes, atualmente, estão se estruturando para essa transição. Alguns, inclusive, sem a necessidade de vender mais que 50% de suas ações. Outros estão incluindo em seus planejamentos, como o Atlético-MG. Cada um terá sua realidade, não existe uma regra, mas o movimento dos clubes é mais maduro para fazerem esta conversão”, completa o diretor executivo da EY Brasil. 

* Sergio du Bocage é apresentador do No Mundo da Bola, da TV Brasil

Após um empobrecimento recorde dos brasileiros no segundo ano da pandemia de Covid-19, a metade mais pobre da população teve um aumento de renda em 2022, tanto pela recuperação na geração de vagas do mercado de trabalho quanto pela expansão de programas de transferência de renda em meio à corrida eleitoral.

A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 18,0% em 2022 ante 2021, para R$ 537 mensais. Ou seja, apesar da melhora, cerca de 107,077 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 17,90 por dia no ano passado.

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Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022 - Rendimento de todas as fontes, divulgada nesta quinta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,7 milhões de pessoas que contavam com somente R$ 2,90 por dia em 2022, ou R$ 87 por mês por pessoa da família. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 102,3% em relação a 2021.

Segundo Alessandra Brito, analista do IBGE, as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 deram um alívio à população mais vulnerável em 2020. No entanto, em 2021, com o enxugamento do Auxílio Emergencial, a renda per capita desceu ao pior resultado da série histórica iniciada em 2012. Em meio à corrida eleitoral à Presidência em 2022, a mudança do programa Bolsa Família para Auxílio Brasil, com valor maior e ampliação no número de beneficiários, ajudou a turbinar a renda da população mais pobre.

"A gente tem que lembrar que ano passado foi um ano eleitoral. O mercado de trabalho para ele se recuperar é uma coisa mais orgânica, tem a ver com o movimento da economia como um todo. Para aumentar o valor de um programa social, você pode fazer isso com um projeto de lei, ou com uma medida provisória", explicou Alessandra Brito, analista do IBGE. "Mas você ainda tem o mercado de trabalho contribuindo com mais de 70% da renda do domicílio", ponderou.

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu de R$ 1.555 em 2012 para R$ 1.668 em 2019, quando atingiu o maior valor histórico. Com a pandemia de covid-19, o rendimento domiciliar per capita caiu 4,3% em 2020, seguido por um tombo de 7,0% em 2021, quando foi estimado em R$ 1.484, o piso da série histórica. Em 2022, a renda média domiciliar per capita voltou a crescer, 6,9%, para R$ 1.586.

A região Nordeste se manteve com o menor rendimento médio mensal domiciliar per capita no País, R$ 1.011, enquanto o da região Sul permaneceu o maior, R$ 1.927.

Os 50% mais pobres do Nordeste sobreviviam com R$ 348 mensais, ou R$ 11,60 diários por pessoa da família no ano passado. No Norte, a renda média da metade mais vulnerável foi de R$ 384 mensais em 2022, R$ 12,80 diários. Apesar dos valores modestos, o resultado representou um aumento de 26,7% na renda per capita da metade mais pobre no Norte, e 26,1% na do Nordeste.

O salto na renda dos mais pobres reduziu a desigualdade no País. O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza - recuou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, menor resultado da série histórica iniciada em 2012.

Na passagem de 2021 para 2022, o índice de Gini caiu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um alívio na desigualdade disseminado pelo País, embora permaneça elevada.

"Houve uma redução importante, mas ainda é um valor bem alto comparado a outros países", explicou Alessandra Brito.

Entre o 1% mais rico da população, a renda média mensal per capita foi de R$ 17.447 em 2022, queda de 0,3% ante 2021. Ainda assim, esse pequeno grupo ganhava uma renda média real mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população. Houve evolução em relação a 2021, quando essa distância era de 38,4 vezes.

"A desigualdade, por mais que você tenha tido uma melhora, ela é muito estrutural. Você tem um componente muito grande da desigualdade no País", concluiu Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), que ampara comunidades camponesas em situação conflito fundiário, registrou 207 casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil em 2022. O dado representa aumento de 32% no número de ocorrências do tipo. A informação integra o anuário produzido pela instituição, que será lançado nesta segunda-feira (17), em evento na Universidade de Brasília (UnB).

Nos casos relacionados à escravidão, 2.218 pessoas foram resgatadas, o maior número dos últimos dez anos. Dentre esses trabalhadores, 88% foram retirados do meio rural, enquanto os outros 12% foram localizados em atividades laborais não-rurais. A quantidade de resgates realizados no ano passado, é 29% maior do que aquela que foi observada em 2021. 

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De acordo com a CPT, o agronegócio é o maior responsável pelo trabalho análogo à escravidão no Brasil. Minas Gerais concentrou 62 casos com 984 pessoas resgatadas, liderando o ranking da escravidão no Brasil. Em segundo lugar, Goiás aparece com 17 casos e 258 pessoas resgatadas, seguido por Piauí (23 casos com 180 pessoas resgatadas), Rio Grande do Sul (10 casos com 148 pessoas resgatadas), Mato Grosso do Sul (10 casos com 116 pessoas resgatadas) e São Paulo (10 casos com 87 pessoas resgatadas).

Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta segunda-feira (17), mostra que o ano de 2022 foi marcado pelo elevado crescimento nos dados sobre violência contra a pessoa em decorrência de conflitos no campo. Ao todo, foram 553 ocorrências, que vitimaram 1.065 pessoas, 50% a mais do que o registrado em 2021 (368, com 819 vítimas). Nesse cenário, que inclui assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças, agressões, tortura e prisões, povos tradicionais despontam como as principais vítimas.

Em 2022, 38% das 47 pessoas assassinadas no campo eram indígenas, o que totaliza 18 casos. Em seguida, aparecem trabalhadores em terra (9), ambientalistas (3), assentados (3) e trabalhadores assalariados (3). Além desses, as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari, no Amazonas, somam-se ao cenário crítico de vítimas dos conflitos agrários 2022.

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O número de assassinatos por conflitos no campo no ano passado representou crescimento de 30,55% em relação a 2021 (36 mortes) e 123% em comparação com os dados registrados em 2020 (21 mortes).

Entre os assassinatos, destacam-se os casos ocorridos em Mato Grosso do Sul, em territórios de retomada dos indígenas Guarani-Kaiowá. Foram seis indígenas vitimados entre maio e dezembro, colocando o estado como o terceiro do país que mais registrou assassinatos decorrentes de conflitos no campo. Três dessas mortes ocorreram em ação de retomada da Tekoha Guapoy, no interior da Reserva Indígena de Amambai. No local, emboscadas e perseguições resultaram na morte de Vitor Fernandes, em 24 de junho de 2022, durante despejo ilegal executado pela Polícia Militar do estado, em ação que deixou mais 15 pessoas feridas. As outras vítimas foram Márcio Moreira e Vitorino Sanches, o segundo uma liderança assassinada no centro de Amambai e que já havia sobrevivido a outra investida similar enquanto dirigia pela estrada que dá acesso a Tekoha.

"Temos visto uma queda das ocupações de terra e avanço dos conflitos para dentro de comunidades ocupadas por populações tradicionais. Há um ataque efetivo contra as comunidades indígenas, de forma específica", diz Isolete Wichinieski, da Coordenação Nacional da CPT.

Mulheres e crianças

Outro número divulgado pelo relatório é o de tentativas de assassinatos. Em 2022 foram notificadas 123 ocorrências desse tipo de violência, um número 272% maior que os 33 registrados em 2021. Em seguida estão os dados de ameaça de morte, que também aumentaram na comparação entre 2022 e 2021, passando de 144 para 206, com crescimento de 43,05%.

Boa parte dessas violências por conflitos no campo atingiram especificamente mulheres. Foram seis assassinatos, número que se iguala aos ocorridos em 2016 e 2017. Os demais tipos de violência sofrida pelas mulheres em 2022 foram a ameaça de morte (47, resultando em 27% do total), intimidação (32, com 18%), criminalização (14, com 8%), tentativa de assassinato (13, com 7%) e agressão e humilhação (9 cada uma, com 5%).

Crianças e adolescentes passaram a estar na mira desse tipo de violência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. De 2019 a 2022, segundo os números levantados pela CPT, foram nove adolescentes e uma criança mortos no campo. Desses, cinco eram indígenas. Entre os dados de violência contra a pessoa, a morte em consequência de conflito registrou 113 casos, sendo 103 na Terra Indígena Yanomami, com 91 vítimas crianças, representando 80,5% dos casos. O povo Yanomami viveu, nos últimos anos, um agravamento da crise humanitária de saúde e segurança em meio à invasão de suas terras por garimpeiros.

"O futuro das comunidades indígenas está ameaçado, não só pela invasão de suas terras e o assassinato de lideranças, mas por impedir a existência das próximas gerações", afirma Isolete. A dirigente da CPT cobra do novo governo que cumpra a promessa de resgatar as políticas de proteção territorial e de reforma agrária, que demanda orçamento e pessoal. Ela também cobra a reforma e ampliação do programa de defensores de direitos humanos, para enfrentar as graves ameaças e impedir o assassinato recorrente de lideranças comunitárias no campo.

O relatório anual da CPT referente a 2022 apontou um total de 2.018 ocorrências de conflitos no campo, envolvendo 909,4 mil pessoas e mais de 80,1 milhões hectares de terra em disputa em todo o território nacional, o que corresponde à média de um conflito a cada quatro horas.

 

Em 2022, 47 camponeses foram mortos em conflitos fundiários no Brasil. É o que indica o levantamento anual feito pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduino, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O material completo será apresentado às 9h do da próxima segunda-feira (17), durante seminário no Auditório Esperança Garcia, da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB). O evento será transmitido ao vivo no Youtube da instituição.

A data escolhida para o lançamento faz referência aos 27 anos do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido no Pará, um dos mais graves episódios de conflitos agrários no país. Na ocasião, 21 trabalhadores rurais foram assassinados.

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 De acordo com a CPT, o número de assassinatos de camponeses 2022 subiu 30,55% em relação ao ano anterior. A programação do lançamento do relatório se estenderá até as 17h, com mesas de debate.

No ano passado, o Pix foi o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com base em dados do Banco Central e da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Foram 24 bilhões de transações, mais que as operações com cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques somadas.

Na média, foram 66 milhões de operações diárias com o sistema de pagamento instantâneo, lançado em 2020. O volume financeiro total foi de R$ 10,9 trilhões. Neste quesito, o Pix é o segundo colocado: o TED somou R$ 40,7 trilhões em transações, o que mostra que o tíquete médio da modalidade foi maior.

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"As transações feitas com o Pix continuam em ascensão, batendo recordes a todo momento, contribuindo para maior inclusão financeira", afirma em nota o presidente da Febraban, Isaac Sidney, que destaca que o uso da ferramenta em transações de menor valor era previsto quando o Pix foi lançado. "Já para transações maiores, a predileção é pela TED, e ainda há uma parte considerável em valores transacionados por boletos, com R$ 5,3 trilhões", adiciona ele.

Em número de transações, o cartão de crédito foi o segundo colocado no ano passado, com 18,2 bilhões de operações, seguido pelo cartão de débito, com 15,6 bilhões.

No boleto, foram 4 bilhões de operações, enquanto o TED foi utilizado em 1,01 bilhão de operações.

Os cheques (202,8 milhões) ficaram à frente do DOC (59 milhões).

O site Metacritic, popular agregador de notas, divulgou o ranking das melhores publicadoras de games em 2022, com a Sony vencendo a disputa com um total de 338,4 pontos. O top 3 é completado por Paradox Interactive e Activision Blizzard.

Em 2021, a empresa, com franquias como The Last of Us e Marvel’s Spider-Man no catálogo, ficou na segunda colocação atrás da Microsoft. Já, em 2022, com o lançamento de God of War: Ragnarok, Horizon Forbidden West, Gran Turismo 7, entre outros, a Sony conquistou a ponta.

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Confira o top 20 do ranking:

1- Sony (338,4 pontos)

2- Paradox Interactive (322,7 pontos)

3- Activision Blizzard (304,8 pontos)

4- Focus Entertainment (304,5 pontos)

5- Take-Two Interactive (304 pontos)

6- Capcom (299,2 pontos)

7- Sega (294,6 pontos)

8- Annapurna Interactive (293,8 pontos)

9- Humble Games (287,9 pontos)

10- Devolver Digital (285,5 pontos)

11- Red Art Games (282,4 pontos)

12- Nintendo (280,4 pontos)

13- Aksys Games (275,8 pontos)

14- Atari (275,2 pontos)

15- WayForward (273,1 pontos)

16- Raw Fury (272,7 pontos)

17- Electronic Arts (269,5 pontos)

18- Digerati Distribution (268 pontos)

19- Plug in Digital (262,8 pontos)

20- Spike Chunsoft (261,3 pontos)

O próximo grande lançamento da Sony é Marvel’s Spider-Man 2, ainda em 2023 — rumores indicam setembro. O jogo será um exclusivo de PlayStation 5 e retornará ao mundo dos Aranhas.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta (2), que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) mostra que a economia brasileira não cresceu "nada" no ano passado. Segundo ele, o compromisso agora é fazer o País voltar a crescer e fazer investimentos, para gerar empregos e renda.

"A economia brasileira não cresceu nada, nada, no ano passado. Então, o desafio que temos agora é fazer a economia voltar a crescer, e temos que fazer investimentos", disse.

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Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desaceleração da economia em 2022 está relacionada com uma reação do Banco Central ao aumento de gastos no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Houve uma reação do Banco Central às atitudes do governo anterior no período eleitoral", afirmou. "Tudo que nós estamos fazendo agora é para reverter esse quadro."

A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 188,3 bilhões em 2022, resultado 77% superior ao registrado no ano anterior. Os dados foram publicados no fim da noite de ontem (1º) pela estatal.

De acordo com a empresa, apenas no quarto trimestre do ano, o lucro chegou a R$ 43,3 bilhões, 38% a mais do que o observado no mesmo período do ano anterior.

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O aumento do lucro líquido no ano, segundo a Petrobras, pode ser explicado principalmente pela alta dos preços do petróleo (Brent) no mercado internacional. Também houve ganhos com acordos de coparticipação em campos da cessão onerosa.

Ebitda

Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiram volume recorde de R$ 340,5 bilhões no ano de 2022, uma alta de 45% em relação a 2021. O Ebitda do último trimestre chegou a R$ 73,1 bilhões.

Em 2022, também houve um recorde no pagamento anual de tributos e participações governamentais no Brasil: R$ 279 bilhões. A dívida financeira da empresa fechou o ano em US$ 30 bilhões, 16% a menos do que em 2021.

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