Pai busca três filhos soterrados em desabamento no Janga

Corpo de Bombeiros estima que mais de 10 pessoas estejam desaparecidas nos escombros

por Vitória Silva sex, 07/07/2023 - 11:43
Elaine Guimarães/LeiaJá Reginaldo, pai de jovens desaparecidos em desabamento de prédio Elaine Guimarães/LeiaJá

Reginaldo Silva, morador do Engenho Maranguape, em Paulista, é pai de seis filhos. Três deles estão desaparecidos, juntos à mãe, nos escombros de um prédio que desabou na manhã desta sexta-feira (7), no Conjunto Beira-Mar, no Janga. As vítimas têm 17, 18 e 21 anos e moram no local desde que eram crianças. Até o momento desta publicação, os filhos de Reginaldo ainda não haviam sido resgatados. 

"Não sei de nada ainda. Eles moravam no terceiro andar, no lado A [o que desmoronou por completo]. Saiu um pessoal de lá, mas não foi nenhum dos quatro. Fiquei sabendo quando liguei a televisão, escutei a reportagem e vim pra cá. Disseram que não acharam ainda, fui ali dar o nome dos meus filhos e estou esperando", disse o pai. 

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O Corpo de Bombeiros, acionado para a ocorrência às 6h35, afirmou que ao menos 10 pessoas estão sob os escombros. Duas delas já foram socorridas; uma senhora de 65 anos foi removida pela corporação, e uma outra mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Há registro de entrada de cinco pacientes, incluindo a idosa de 65 anos, no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Os demais pacientes teriam sido levados por populares.  

A unidade de saúde informou que quatro vítimas tiveram ferimentos leves, como escoriações e cortes, e devem ter alta ainda nesta sexta-feira (7). A quinta vítima, de 65 anos, chegou à unidade politraumatizada, foi submetida a exames, encontra-se estável e aguarda senha da Central de Regulação para transferência. 

“Ia dar 6h20, estava me organizando para trabalhar e escutei uma 'zuada'. Quando escutei a zuada, fui abrir a porta e vi um fumaceiro de poeira. Saí gritando pelo meu filho: 'filho acorda, acorda', ele estava dormindo, porque está de férias da escola. Saí gritando 'levanta que o prédio caiu'", relatou Adriana Maria da Silva, que sobreviveu ao desabamento e deixou o local por conta própria. "Soltei o meu cachorro e saí correndo e gritando por todo mundo. A gente ainda não tem noção de quantas pessoas são, mas tem muitas crianças. Só aqui, acho que tem umas oito. Também há muitos adultos e adolescentes." 

Ela é proprietária do imóvel e mora no local há 14 anos, junto ao filho, um adolescente de 17 anos. Segundo a moradora, a vistoria técnica da Defesa Civil Municipal, prevista para este ano, ainda não havia sido feita no local. A última vistoria aconteceu em 2018.

Outros moradores alegam terem sido informados sobre uma vistoria nessa quinta-feira (6) na região, mas não reconhecem visita aos prédios que desabaram. De acordo com a Prefeitura de Paulista, o prédio estava interditado há mais de uma década, por apresentar risco de desabamento. A gestão informou que três famílias estavam no local, no momento da queda.

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