Serra diz que não é o momento para discutir 2014

A declaração do ex-governador é tida como uma resposta ao senador Aécio Neves que disse estar pronto para substituir Dilma

Agência Estadopor Agência Estado qua, 12/10/2011 - 20:52

O ex-governador José Serra utilizou hoje o microblog Twitter para dizer que não é o momento de a oposição discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff, numa aparente resposta à declaração do senador Aécio Neves (MG), que em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no último domingo, afirmou que está pronto para disputar com qualquer candidato do PT, "seja Lula ou Dilma".

Serra afirmou, no Twitter: "2014 está longe. Antes vem 2012. Querer colocar o carro adiante dos bois só atrapalha e desorganiza a oposição". O senador Aécio Neves, no entanto, não quis entrar em polêmica. Por meio de sua assessoria, ele afirmou que pensa exatamente desta forma, de que não é o momento de discutir a sucessão presidencial. De acordo com informações de políticos ligados a Serra, o ex-governador sonha em disputar a eleição presidencial pela terceira vez, em 2014.

"Uma coisa que mineiro não faz é passar o carro na frente dos bois", endossou o presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado Marcus Pestana, afirmando que a opinião de Serra e de Aécio é a mesma. Pestana lembrou que Aécio afirmou à bancada tucana num jantar realizado há duas semanas que não é hora de colocar a campanha presidencial na rua. "Aécio acha que o momento é de organizar e modernizar o partido e ter foco nas eleições de 2012", disse Pestana. "O partido tem que discutir um realinhamento programático e uma agenda para o Brasil".

Já o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que não entendeu a declaração de Serra como um recado para Aécio. "Não creio que seja para o Aécio, até porque ele (Aécio) foi pressionado a se manifestar pelos próprios integrantes do PSDB". "O que é mais importante é que conversei com o Aécio terça-feira e tenho conversado com o Serra a respeito da definição das primárias para a escolha do candidato. É mais importante definir o processos do que a escolha. Se adotarmos as primárias, o nome escolhido será legitimado pelo processo, e terá a participação da militância", disse Dias.

Para ele, as primárias eliminam a hipótese da rachadura no partido e derrubam qualquer pretexto para a montagem de dissidências. "Estamos chegando a isso com muita facilidade. Primeiro é preciso revitalizar o partido e estimular os militantes, tornar o partido mais sólido para a disputa de 2014. E todo mundo é favorável a isso. O Sérgio Guerra (presidente do PSDB), a Executiva, desde os tempos em que o presidente era o Tasso Jereissati (ex-senador cearense). O Aécio e o Serra já são favoráveis".

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