Conheça o novo cenário político depois do 1º turno

O PT, PSDB, PMDB, DEM e PSB estão na balança que pesa seus interesses versus o anseio popular

sab, 13/10/2012 - 00:48
Adriana Luiza/LeiaJáImagens No gráfico, um panorama geral das prefeituras conquistadas por partidos a nível nacional Adriana Luiza/LeiaJáImagens

Depois das eleições municipais do último domingo (7), alguns quadros partidários continuam na sua estabilidade padrão. O PT, PSDB, PMDB, DEM e PSB, que se declaravam de centro, direita e esquerda, vivem uma balança que pesa seus interesses versus o anseio popular. Enquanto algumas siglas ampliam o território de atuação nas cidades - base da política nacional -, outros perdem o seu capital político. Isso é um reflexo da eleição municipal e, com uma nova conjuntura montada, algumas legendas caminham para desfazer alianças e fortalecer novas lideranças.      

O resultado desse primeiro turno é bem favorável à base da presidenta Dilma Rousseff (PT), pois os números indicam uma vitória dos partidos aliados. Mas PT, em si, perdeu a chance de consolidar novos redutos por beneficiar sua política de alianças nacionais. Em todo o Brasil a sigla ganhou em 624 cidades, ficando com 11,38% das prefeituras de todo o Brasil. Segundo o cientista político Túlio Velho Barreto, o PT teve um desempenho considerado "razoável".

Apesar da derrota no Recife para um partido aliado (o PSB), o PT está disputando o segundo turno na capital paulista, maior colégio eleitoral do Brasil, contra o adversário histórico que é o PSDB. “Essa derrota pode ser compensada com a vitória em São Paulo. O julgamento do mensalão no período eleitoral e a vontade de mudança atrapalharam o desempenho do partido aqui no Recife, mas no geral, ele acumula uma situação satisfatória”, comentou Túlio Velho Barreto.

Quem continua com o maior quadro de prefeito é o PMDB, que ignorou as alianças nacionais com o PT e se alinhou com a legenda que mais lhe interessava no momento. O partido conquistou 1.017 municípios, o que representa 18,55% de todas as prefeituras. “Historicamente, é o partido que mais elege prefeitos e controla a maior quantidade de prefeituras. Suas lideranças são divididas e fracionadas. Por priorizarem interesses locais, o seu desempenho foi desigual, pois em Pernambuco só conseguiu eleger Júlio Lessa, em Petrolina”, declarou o cientista político. 

O PSDB continua sendo o segundo partido que detém o maior número de cidades, com 693 prefeituras. “Controla os municípios com maior densidade eleitoral e mantem a sua estabilidade. O partido não cresceu nem perdeu, sua atuação política é igual ao do PMDB, com pragmatismo eleitoral. Não seguindo as alianças históricas, flerta com a base do governo da presidenta Dilma”, afirma Túlio.

Desde sua fundação, o PSB sempre estive ao lado dos petistas e tem construído alianças com partidos de direita, centro e esquerda, não fugindo ao padrão do pragmatismo político. O que mais chama a atenção é a forma contínua de crescimento da legenda, que a partir de 2013 administrará 435 prefeituras.

O PSB ampliou seu espaço de comandos em importantes cidades como Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, além da vitória no Recife, capital pernambucana. “Os socialistas estão na base de apoio de Dilma e tem um bom trânsito no PT, ao mesmo tempo que se relacionam com o PSDB e o PMDB. o governador de Pernambuco e presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, desponta no cenário nacional e não vai ficar da arquibancada assistindo o jogo. Para 2014, tudo vai depender da crise econômica e da popularidade da presidenta Dilma”, reforçou Túlio.

Já o antigo PFL e atual Democratas conseguiu eleger 275 prefeitos, mas vive seu "inferno astral" e passa por uma crise de identidade política, principalmente depois da eleição de Lula para presidente. “Os democratas, que representavam o pensamento liberal, perderam sua marca com o surgimento de novos partidos. Foi abandonado por algumas lideranças. A troca do PFL para DEM não consolidou, faltou um discurso que conquistasse o eleitorado e o partido vive, hoje, uma crise enorme”, opinou o cientista.

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