Depois de seis meses, PT decide ser oposição em Paulista

Os comissionados petistas da atual gestão têm até 30 dias para entregar a função

qui, 27/06/2013 - 11:43
Victor Soares/LeiaJáImagens/Arquivo Sérgio Leite, ex-candidato a prefeito na cidade, disse que sempre foi oposição Victor Soares/LeiaJáImagens/Arquivo

Mesmo com uma nomeação para secretário feita recentemente pelo prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), o Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu na noite desta quarta-feira (26), assumir um caráter de oposição na cidade. A postura partiu do presidente do partido na cidade, Nickson Monteiro, após reunião com o coletivo do Diretório.

De acordo com Monteiro, a atitude de apoiar ou fiscalizar a atual gestão socialista já vinha sendo discutida há algum tempo. “Houve uma discussão no diretório a cerca da posição do PT se seria oposição ou situação. Isso ai é resultado de que nós estamos em oito anos com gestões desastrosas no município de Paulista”, criticou.

O presidente municipal relembrou as eleições realizadas em outubro de 2012, em que o deputado Sérgio Leite (PT) foi concorrente de Matuto na cidade. “Vivemos uma campanha política difícil. A máquina e o poder econômico das pessoas contra o PT e não houve um diálogo depois das eleições que fizessem pensar ao contrário. Nós temos pensamentos ideológicos e agora não podemos voltar atrás. Então o PT deve satisfação à sociedade e não vivemos por atos e sim por ideologia”, cravou.

Apesar da decisão depois de seis meses de gestão do socialista, o presidente municipal afirma que a forma que trabalharão será séria e parceira. “É uma oposição construtiva e séria que seja boa para Paulista e não apenas uma maquiagem. Estaremos dando apoio a quem tiver um projeto bom para Paulista. Agora, coisas boas de fato e não maquiados como está se fazendo”, alfinetou.

O petista continuou reclamando da gestão de Júnior Matuto, elencou alguns problemas e garantiu que os atuais cargos comissionados petistas deverão se desligar da Prefeitura de Paulista no prazo máximo de 30 dias, inclusive o secretário de Meio Ambiente Fábio Barros e seu adjunto Wladimir Quirino. “A cidade está coberta de buracos, a saúde está jogada as traças, nos postos de saúde não têm medicamentos, não tem nada. Nós reconhecemos que nada mudou e não há nada que modificar nossa linha ideológica durante a nossa campanha”, disse acrescentando em seguida o prazo para a saída dos petistas da gestão. “Eles têm 30 dias e caso não seja atendido o pedido, há possibilidade de serem aplicadas as sanções que estão previstas no Estatuto do PT, como até a expulsão do partido, por exemplo”, expôs.

Questionado se a decisão já foi comunicada ao prefeito de Paulista, Nickson Monteiro afirmou que não, e disse ainda não há motivo para reportar essa decisão ao gestor municipal. “Não daremos satisfação ao prefeito, daremos satisfação à população”, respondeu.

Ex-candidato – Para o deputado Sérgio Leite, ex-concorrente de Júnior Matuto nas eleições em 2012, a posição se mantém desde o início do governo. Porém, segundo ele, algumas pessoas do PT resolveram apoiar o atual governo e gerou uma confusão dentro da legenda no município. 

“O PT teve as eleições em Paulista sem comprar votos, sem condições financeiras, mas tivemos 35 mil votos espontâneos e em respeito a esse povo que acreditou na gente não poderíamos trair esse comportamento. Não poderíamos destruir o instrumento que é a população”, justificou Leite.

Para ter acesso a resolução do PT, confira o anexo abaixo:

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