Câmara Federal relembra 50 anos do golpe militar
Em memória ao período de repressão haverá sessão solene, atos públicos e exposições
Após 50 anos do golpe militar no Brasil, a Câmara Federal dos Deputados realizará uma série de eventos para lembrar a luta pela volta da democracia e a resistência contra a ditadura. Entre as atividades serão promovidas sessão solene, atos públicos e exposições que pretendem proporcionar uma reflexão sobre o dia 31 de março de 1964 - data em que o Brasil ingressou no regime de repressão.
O primeiro evento ocorrido na Casa Federal será na próxima terça-feira, (1°) no Plenário Ulysses Guimarães às 9h30. No local haverá uma sessão solene a pedido da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) que contará com a presença de várias autoridades como a viúva do ex-presidente João Goulart, Maria Thereza Goulart. Ainda durante a sessão solene, a Câmara vai inaugurar o "Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade" - uma agenda de eventos políticos, culturais e educativos que se estenderá até o fim de 2014.
Após a sessão, será aberta a exposição "Instituições Mutiladas, Resistência e Reconstrução Democrática (1964-2014)", no corredor de acesso ao Plenário. A mostra apresenta um panorama sobre as instituições atingidas pelo governo autoritário, ao mesmo tempo em que destaca as diversas formas de resistência à ditadura e de reconstrução da democracia.
Também na próxima terça-feira será reinstalada subcomissão da Comissão de Direitos Humanos e Minorias denominada Comissão Parlamentar da Verdade, às 14h. A subcomissão foi criada em 2012, quando realizou o projeto de devolução simbólica dos mandatos dos 173 deputados federais cassados pelo regime de exceção.
Além dessas atividades, ao longo do mês de abril, a TV Câmara apresentará quatro documentários relativos a ditadura. Também estão programadas duas entrevistas da série "Memórias" - com o jornalista Mino Carta e com o ex-deputado Waldir Pires -, o filme "Esquerda, Volver", sobre a perseguição e a expulsão de militares que foram contrários ao golpe, e uma obra, ainda sem título, sobre a atuação de advogados durante a ditadura serão exibidas.