DEM luta por coligação formal com tucanos no Rio
Em reunião com o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, na tarde dessa quarta-feira, 11, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), e outros líderes do partido reforçaram a decisão de manter candidatura própria ao governo do Rio e insistiram na tentativa de uma coligação formal com os tucanos. Aécio terá que decidir entre a aliança com o pré-candidato do DEM ao governo do Rio, o ex-prefeito Cesar Maia, ou apoio à reeleição do governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB. O tucano tentou convencer Maia a desistir da disputa, mas ontem ouviu de Agripino que o partido não abre mão do Rio, terceiro colégio eleitoral do País, com 12 milhões de eleitores.
Dissidentes do PMDB liderados pelo presidente regional do partido, Jorge Picciani, lançaram o movimento "Aezão", que reúne Aécio e Pezão e têm pressionado o PSDB a entrar formalmente na chapa do governador. O pré-candidato tucano tem procurado não se indispor com nenhum de seus apoiadores. "Recebo manifestações de forças políticas que vão além do meu partido. No Rio de Janeiro, nossa responsabilidade maior é com a construção das bases de um programa nacional. O Rio é extremamente decisivo. As alianças, os apoios que busco vão além da nossa base nacional. Com esse número exagerado de partidos, as lógicas regionais são diferentes", disse o tucano ontem, antes da reunião com o DEM.
Assim como o PSDB, o DEM perdeu espaço no Rio de Janeiro e, nas últimas eleições, teve desempenho pífio em disputas para governador e prefeito ou nem sequer lançou candidaturas próprias. "Cesar Maia tem apoio do Democratas e isso ficou bem claro para o Aécio. Abrimos mão de candidaturas em vários Estados. No Rio, houve um entendimento anterior de aliança com o PSDB. É um pleito do Democratas no plano nacional", disse Agripino na manhã desta quinta-feira, 12.
Também participaram da reunião com Aécio o prefeito de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto, e o deputado Mendonça Filho (PE). Depois, os dirigentes do DEM tiveram um encontro com Cesar Maia e o deputado Rodrigo Maia (RJ), filho do ex-prefeito.
"O Rio de Janeiro é fundamental para nós. Queremos coligação formal com o PSDB até pelo histórico da aliança. O PMDB que apoia Aécio é uma dissidência, os principais líderes do partido apoiam oficialmente a presidente Dilma Rousseff", afirmou Mendonça Filho, referindo-se ao ex-governador Sérgio Cabral, ao prefeito Eduardo Paes e a Pezão. Os três líderes peemedebistas prometem fazer campanha pela reeleição da presidente, mas não impedem o avanço no movimento "Aezão".
A dissidência do PMDB é uma resposta à decisão do PT de lançar o senador Lindbergh Farias candidato ao governo do Estado. Lindbergh começou a pré-campanha com duras críticas ao governo de Sérgio Cabral, a quem acusa de ter dado atenção à elite e esquecido os pobres.
A insatisfação dos peemedebistas fluminenses foi refletida na convenção nacional do partido, com o voto majoritário do PMDB-RJ contra a reedição da aliança com o PT para reeleição da presidente Dilma Rousseff.