Zé Gomes critica uso da comoção como cabo eleitoral

O candidato condenou o uso da imagem do ex-governador Eduardo Campos, falecido no último dia 13, nos guias eleitorais

por Giselly Santos ter, 26/08/2014 - 13:58
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Gomes diz ter respeitado o luto dos socialistas e pernambucanos, no entanto com o início do guia ele considerou 'fazer algumas ressalvas, no campo da política' Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

O candidato a governador de Pernambuco, Zé Gomes (PSOL), criticou, em nota, o uso da comoção, com o falecimento do ex-governador Eduardo Campos (PSB), como cabo eleitoral neste pleito. Segundo ele, o PSB e até o PTB tem usado de a imagem de Campos como trampolim para conquistarem o Palácio do Campo das Princesas. "A tragédia que tirou sete vidas, entre elas a do ex-governador Eduardo Campos, infelizmente, inaugurou um novo método de se tentar ganhar votos em Pernambuco", crava o postulante.

No texto, Gomes diz ter respeitado o luto dos socialistas e pernambucanos, no entanto com o início do guia ele considerou "fazer algumas ressalvas, no campo da política". "A estratégia de Paulo Câmara vem buscando elegê-lo por “ato falho”, isto é, fazendo o eleitor acreditar que está votando não nele, mas em Eduardo Campos... Armando Monteiro tem agido com mais cautela. Mas não se furta a usar a imagem de Campos em seu guia eleitoral, algo que certamente o próprio ex-governador desaprovaria", destaca Zé Gomes.

Veja o texto na íntegra:

A estreia da comoção como cabo eleitoral

Nós, do PSOL, não tentamos ganhar votos aproveitando o estado emotivo dos eleitores. Queremos discutir os problemas concretos da população pernambucana e denunciar as distorções do processo eleitoral, como a farra de doações milionárias de empresas às candidaturas que as representam. É isso que temos apresentado na TV em nosso guia. E assim seguiremos, com coragem e ousadia de construir um Governo Popular com profunda e efetiva participação do povo e controle social sobre a gestão do Estado. 

Hoje completamos uma semana de exibição do horário eleitoral gratuito. Para as candidaturas ao governo de Pernambuco, tivemos três programas e, em parte, nenhuma surpresa. Paulo Câmara e Armando Monteiro usaram o tempo de TV como seu projeto político comum sempre fez, fazendo produção hollywoodiana e milionária. Marketing puro, para esconder o debate político e prioridades atrás de obras de ficção. Mas a tragédia que tirou sete vidas, entre elas a do ex-governador Eduardo Campos, infelizmente, inaugurou um novo método de se tentar ganhar votos em Pernambuco.

O PSOL-PE manteve, desde a confirmação das mortes, uma postura de pesar e respeito às famílias das vítimas. Respeitamos o luto, suspendendo nossa campanha. Entretanto, diante do que temos visto nas ruas, nos guias de rádio e TV, consideramos que deveríamos fazer algumas ressalvas, no campo da política.

A estratégia de Paulo Câmara vem buscando elegê-lo por “ato falho”, isto é, fazendo o eleitor acreditar que está votando não nele, mas em Eduardo Campos. 

Esconder qual o projeto político, prioridades e soluções concretas defendidas para os problemas dos pernambucanos atrás de peças publicitárias emotivas e despolitizadas e de choro forçado, é algo lamentável. 

Armando Monteiro tem agido com mais cautela. Mas não se furta a usar a imagem de Campos em seu guia eleitoral, algo que certamente o próprio ex-governador desaprovaria. 

Esperamos que, em vez disso, use o espaço para justificar à população seus projetos no Senado, como os que aumentam penas para menores infratores, criminalizam  como “vandalismo” mobilizações populares e militarizam as guardas municipais. E explique seus posicionamentos em defesa da flexibilização das leis trabalhistas, do fim da gratuidade universal nas universidades públicas e do projeto Novo Recife para o cais José Estelita. 

Seu histórico no parlamento não pode ser ocultado da população, pois evidencia o que esperar de suas ações como gestor.

Zé Gomes 

Candidato a Governador do PSOL pela coligação Mobilização por Poder Popular

 

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