Reforma política será prioridade de Dilma, diz Rossetto
O acirramento da campanha eleitoral e o tom agressivo de denúncias vão terminar com o fim da campanha eleitoral, acredita o coordenador da campanha da presidente Dilma Rousseff, Miguel Rossetto. O ex-ministro acredita que, mesmo com um resultado apertado, a divisão no País se encerra com o resultado da eleição, positivo para a presidente - inclusive as especulações de que a presidente teria dificuldades para governar.
"A campanha eleitoral termina às 22 horas de domingo. Tudo faz parte da agenda do candidato adversário e da revista Veja. É uma agenda de campanha", afirmou, em uma entrevista neste sábado (25), em Porto Alegre. "Segunda-feira teremos uma presidente reeleita governando com toda a estabilidade que a democracia brasileira lhe assegura. Abre-se um novo ciclo".
O tom de Rossetto contrasta com especulações de outros setores da campanha de Dilma Rousseff, que tem um "terceiro turno" nas eleições. Apesar da denúncia feita pela revista de um suposto envolvimento da presidente com o escândalo da Petrobras - rechaçada com veemência pela presidente, que ameaça processar o veículo -, partidários de Dilma não temem pelo resultado da eleição. Acreditam que há uma folga sobre o candidato tucano que não será abalada.
No entanto, há preocupações com o tom da oposição depois da eleição, que pode usar o episódio e a força de um resultado muito disputado para desgastar Dilma, inclusive com ameaças de impeachment.
Rossetto acredita que essas tentativas de desgaste não irão prosperar, já que a presidente sairá fortalecida das urnas. "O país sai da eleição com uma agenda clara. É a base de uma grande vitória eleitoral e política que empresta a ela uma enorme legitimidade", afirmou.
O coordenador da campanha acredita que essa força permitirá a Dilma levar adiante temas que foram centrais na campanha, especialmente a reforma política, que deverá ser uma das partes centrais desse segundo mandado, se for confirmada a reeleição.
A reforma deverá ser a prioridade de Dilma em um eventual segundo mandato, confirmou, inclusive com uma assembleia constituinte ou um referendo, e que deve partir de iniciativa da própria presidente. O ex-ministro desconsidera que possa haver problemas com o Congresso eleito, considerado o mais conservador no período pós golpe de 1964. "A agenda política quem lidera é a presidente Dilma. E é uma agenda positiva para o país", afirmou, incluindo não apenas a reforma política, mas o combate à corrupção, segurança pública e a continuação de programas sociais.