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O segundo dia de discussões sobre a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi marcado por críticas a diversos pontos do texto (PEC 6/2019). Organizadas pela liderança do Partido dos Trabalhadores (PT), as mesas temáticas desta quarta-feira (21) tiveram entre os participantes o ex–ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, sindicalistas e membros da Receita Federal e Ministério Público.

O presidente da primeira mesa, senador Paulo Paim (PT-RS), censurou a falta de representantes do governo na audiência pública. Ele disse que tem feito o convite em todos os debates e que chegou a questionar essa ausência ao ministro da Economia, Paulo Guedes, por achar importante o contraponto nas discussões.

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“Fiz umas 30 audiências sobre Previdência. Eles vieram a duas ou três e, nas outras todas, não”.

Para Miguel Rosseto, os aposentados serão os mais prejudicados com a PEC 6/2019. Segundo o ex-ministro, as pessoas que têm hoje média salarial de R$ 2.240,90 recebem 90% dessa média ao se aposentar, passando a ter direito a R$ 2.016,81 mensais. Com a aprovação da reforma, a média salarial dos trabalhadores cai para R$ 1.899,41 e, a aposentadoria, para R$ 1.139,65. Uma perda de R$ 877,16, explicou.

“O projeto que a Câmara aprovou, por maioria, vai fazer com que esse Pedro, esse cidadão brasileiro, nas mesmas condições, de 65 anos e com 20 anos de trabalho comprovado em carteira, não receba mais R$ 2.016 por mês”,  lamentou.

O assessor jurídico e legislativo da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Paulo Penteado, questionou o deficit da Previdência, afirmando que o Brasil renunciou a R$ 925 bilhões destinados à seguridade social entre 2007 e 2016. Segundo ele, são esses benefícios fiscais dados pelo governo que prejudicam o sistema.

“É uma renúncia expressiva. E se nós atualizarmos de acordo com a taxa Selic, teremos um R$ 1,5 trilhão; na taxa do BNDES, R$ 2,234 trilhões, e no IGP-M, R$ 2,265 trilhões. Dinheiro que deixou de entrar para o caixa da seguridade social brasileira por força de isenções concedidas por lei”.

Outro ponto criticado por Paulo Penteado é a nova regra para pensões por morte. Ele explicou que atualmente um servidor público com salário de R$ 12 mil deixa R$ 10.150,34 de pensão, no caso de ter apenas um dependente e após 20 anos de contribuição. Com a PEC 6/2019, esse benefício passará a ser de R$ 3.024,00.

“É importante dizer que o direito à pensão nasce com a morte. Vejam como isso é grave: O sujeito morreu na véspera da publicação da PEC, a pensão é de R$10 mil. Ele morreu no dia da publicação da PEC, a pensão é de R$3 mil. É o que vai acontecer”.

Trabalhadores

O secretário adjunto de Organização e Política Sindical, Eduardo Guterra, cobrou clareza e transparência no debate sobre a reforma da Previdência. Ele questionou as reais motivações do governo, afirmando que a proposta só tem prejudicado os trabalhadores. Guterra citou dados do Dieese, segundo os quais, há 33 milhões de pessoas trabalhando sem carteira assinada no Brasil e, portanto, não recolhendo contribuições ao INSS.

“Isso choca com a reforma da Previdência, porque quer dizer que essas pessoas também não contam tempo para se aposentar. A PEC, ao arrochar os benefícios previdenciários em torno do salário mínimo, retira renda dos trabalhadores, inibe o consumo, agrava o desemprego, faz a economia não girar e não ter aquecimento”, lamentou.

O presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, Décio Bruno Lopes, defende que o serviço público não siga nem mesmo as regras de transição para a aposentadoria. Segundo ele, a Previdência do funcionalismo já está resolvida desde 2004, quando o cálculo passou a ser o mesmo do Regime Geral, e a paridade e integralidade de proventos deixaram de existir.

“Por que o servidor tem de ser massacrado? É porque ele recebe um benefício melhor? Sim. Ele recebe um benefício melhor porque paga 11% sobre a totalidade da sua remuneração, e vai pagar 14% ou 22%, se os senhores deixarem essa reforma ser aprovada do jeito que ela está”, observou.

Décio disse que enxerga um retrocesso na PEC 6/2019. Para ele, o texto transfere os segurados da Previdência Social para a assistência social, gerando uma situação de miserabilidade, "onde cada um é por si e Deus por todos”. Além disso, o representante da Receita considera que a reforma desvaloriza a Previdência, sem a garantia da integração de novos segurados.

“Se o próprio governo diz que é uma coisa falida, que a Previdência está falida, se eu entrar em um sistema já falido, o que vou receber no futuro?”, indagou.

Segunda mesa

A segunda mesa de debates da CCJ foi presidida pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que leu comentários e questionamentos de internautas, encaminhados por meio do canal interativo e-Cidadania. Ricardo Rodrigues, de São Paulo, discorda das mudanças nas regras para pensões por morte. Mateus Francisco Abrantes Daniel, de Pernambuco, classificou a PEC 6/2019 como uma proposta necessária ao país, apesar de também discordar de pontos do texto. Já Matheus Souza, do Rio Grande do Norte, questionou as razões de se adotar um modelo de Previdência que fracassou no Chile.

Para o senador Humberto Costa, a reforma da Previdência gera injustiças para os trabalhadores. Ele citou o exemplo de pessoas com direito à aposentadoria especial, como os operadores de máquinas de raio-x, por exemplo, que passarão a obedecer ao critério da idade mínima.

“Significa que, mesmo contra as orientações de que aquilo vai provocar uma leucemia, um câncer, vão ter que trabalhar mais tempo. Isso é de uma injustiça e de uma burrice, porque mais cedo ou mais tarde, vai representar um custo para o Sistema Único de Saúde, a fim de tratar a doença que adquiriram naquela condição”.

O diretor do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, Diego Cherulli, defende a revisão da PEC 6/2019, mesmo que o Senado faça mudanças e o texto retorne à Câmara. Para ele, itens como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aposentadoria especial e pensão por morte precisam ser reformulados. Cherulli é contrário à elaboração de uma PEC paralela, que seria apresentada para os senadores não alterarem o texto aprovado pelos deputados. O advogado acredita que essa medida resultará em insegurança jurídica e invalidação de efeitos da futura lei.

“Dividam as discussões do que deve ser dividido, façam de uma vez um texto único. Aprovem a PEC 6 para dar segurança à sociedade, vamos focar no objetivo, alinhar uma interlocução com a Câmara e resolver esse problema econômico. Finalizo clamando: se houver diálogo, é possível que os deputados o aprovem, e esse texto retorne para ser aprovado aqui ainda este ano”.

*Da Agência Senado 

O governo federal exonerou o ex-ministro Miguel Rossetto da função de membro do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A exoneração está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (17) cinco meses depois da saída de Rossetto do extinto Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Rossetto foi exonerado do cargo de ministro pela então presidente Dilma Rousseff, junto com outros ministros da petista, em 11 de maio, um dia antes de o Senado Federal decidir pelo afastamento temporário da presidente, por até 180 dias, no processo de impeachment.

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A exoneração de Rossetto do cargo de conselheiro do BNDES é assinada pelo presidente da República em exercício, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

A Copersucar informou nesta terça-feira, 7, "que mantém relacionamento comercial com diversas distribuidoras no Brasil, dentre elas a BR Distribuidora, sempre na mais estrita observância da legislação brasileira". A posição, divulgada em nota encaminhada pela assessoria de comunicação, é uma resposta à afirmação do ex-diretor Internacional da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró, em delação premiada, de que o ex-ministro e ex-presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, fez lobby para que a companhia se tornasse a única vendedora de álcool para a estatal. No depoimento, Cerveró disse que a Copersucar controlaria o pagamento de propinas no negócio.

"As propinas passariam todas a ser controladas pela Copersucar", afirmou Cerveró no termo de delação 19, prestado em dezembro e tornado público na semana passada. "A compra de álcool é um dos principais itens de arrecadação de propina na BR Distribuidora." Cerveró disse que em 2013 o presidente da BR Distribuidora à época, José de Lima Andrade Neto, o chamou para uma reunião informal para comunicá-lo de que Rossetto, então presidente da Petrobras Biocombustíveis, propôs que a Copersucar tivesse um contrato de exclusividade. "No sentido de que a empresa fosse a única compradora de álcool para a BR, ou seja, a Copersucar seria uma intermediária, comprando o álcool (das usinas) para a BR, que depois faria o trabalho normal dela de distribuição", afirmou Cerveró. O delator disse ainda que os integrantes da diretoria fizeram objeções e afirmaram que a ideia era "muito ruim, porque o negócio não seria bom para a BR e não faria sentido".

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Cerveró relatou que Lima defendeu a empreitada com "entusiasmo". "Quem surgiu com essa ideia foi Miguel Rossetto, e Lima levou-a adiante. Alguém da Copersucar levou essa ideia para Miguel Rossetto. Se a ideia fosse implementada, as propinas relativas à compra de álcool seriam pagas pela Copersucar, não mais pela BR", afirmou Cerveró aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

"Acredito que haveria um negócio que o Rossetto participaria porque quem trouxe o negócio para o Lima foi ele e pelo entusiasmo que o Lima defendeu havia um interesse dos dois em fechar esse acordo com a Copersucar", respondeu, ao ser perguntado se acredita que o episódio envolveria propina. "Para a BR não trazia benefício nenhum, isso só beneficiava a Copersucar, que ganhava um poder de compra e de negociações, porque a transformava na maior compradora de álcool do Brasil. Esse tipo de coisa não acontece de graça."

O ministro do Trabalho, Emprego e Previdência, Miguel Rossetto, demonstrou confiança na derrota do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Segundo Rossetto, a presidente não cometeu crime de responsabilidade e, portanto, o pedido de impeachment é uma "aventura", que causa desordem na política e na economia.

"Essa proposta será derrotada pelo Parlamento brasileiro. Há um tema objetivo: não há crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff", afirmou Rossetto a jornalistas, após participar, no Rio, de reunião sobre o trabalho nos Jogos Olímpicos de 2016.

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Rossetto afirmou que o governo trabalha para recompor sua base, tanto na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o pedido de impeachment quanto no Senado, que poderá dar o aval final para a abertura do processo, caso o pedido seja aprovado no Plenário da Câmara. Por isso, alternativas como recorrer ao Supremo Tribunal Federal, em última instância, não estão na mesa, disse o ministro.

Na visão de Rossetto, como a presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade, o seguimento do processo de impeachment é uma "aventura irresponsável". "É jogar o País num desastre e numa desordem política, institucional e econômica. O Brasil não merece e não vai conviver com esse cenário. A legalidade será imposta, será assegurada, a Constituição não será rasgada e a democracia não será pisoteada. A presidente Dilma irá governar o País e cumprir o mandato eleito", afirmou o ministro.

Rossetto aproveitou para atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu em investigação da força-tarefa da Operação Lava Jato. "Essa aventura política liderada pelo deputado réu Eduardo Cunha é absolutamente inaceitável por parte da sociedade brasileira e será rapidamente derrotada", disse o ministro. Segundo Rossetto, a "pauta irresponsável" é liderada por um "deputado réu", disse em referência ao peemedebista.

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou nesta quarta-feira (17) que o governo ainda não tem uma posição fechada sobre as iniciativas de reforma da Previdência que pretende encaminhar ao Congresso Nacional no prazo de dois meses.

Ele disse que os sete pontos apresentados na tarde desta quarta-feira (17) no Fórum de Debates sobre Políticas de Trabalho, Emprego, Renda e Previdência Social, fazem parte de um "roteiro de discussão" a ser debatido pelos representantes dos trabalhadores, aposentados e empresários.

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De acordo com Rossetto, o PMDB terá "papel fundamental" e vai colaborar "ativamente" com as discussões. Em entrevista a jornalistas, após participar da reunião, o ministro não respondeu diretamente a uma pergunta sobre a importância – para a tramitação do tema no Congresso – da reeleição do deputado governista Leonardo Picciani (PMDB-RJ) na liderança do PMDB, na Câmara. Segundo ele, o partido "é governo", pois não somente faz parte da base de apoio como também ocupa a Vice-Presidência da República.

Como a proposta, se aprovada, terá efeitos somente daqui a alguns anos, Rossetto disse que a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é "muito importante". "As lideranças estão trabalhando, estamos seguros na aprovação da CPMF, é um imposto que atinge atividades econômicas não formais, fundamental para o equilíbrio da Previdência e da Saúde nos estados e municípios. Estamos confiantes na aprovação", disse.

Ao ser questionado sobre as críticas quanto à possibilidade de equiparação de homens e mulheres, que teriam direito ao benefício, o ministro disse que o governo vai testar hipóteses e cenários, além de escutar as centrais e empresários, antes de definir o que será encaminhado ao Legislativo. "O governo não tem uma posição fechada em relação a essas iniciativas. A presidenta Dilma está insistindo nisso: temos vários cenários que estão sendo trabalhados pelo governo. Por isso a importância debate em relação a essa iniciativa", declarou.

Ele disse, porém, que ao final dos 60 dias  o governo vai encaminhar a "reforma que achar correta" e que entende que alcançará uma previdência "justa, solidária e sustentável". "É evidente que num processo como esse, nós temos maior respeito pelas entidades, pela autonomia, e seguramente poderão haver divergências, mas nós apostamos que terão sim espaços de convergência importantes", previu.

 

Menos de 24 horas depois da posse, o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, mostrou que continuará atuando no governo com forte influência das centrais sindicais e dos movimentos sociais. Mesmo que seu posicionamento seja contrário ao da equipe econômica.

O primeiro exemplo ocorreu com a decisão do ministro de soltar nota para afirmar que era contrário à emenda colocada na MP 680 - que institui o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) - para flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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A proposta foi acrescentada na MP com o apoio da equipe econômica do governo, principalmente do Ministério do Planejamento, que chegou a cogitar preparar uma nota técnica sobre os benefícios da mudança, segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo". A emenda permitiria que a negociação em acordo coletivo prevalecesse sobre determinação legal, desde que respeitadas a Constituição e as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Procurado, o Planejamento nega que a emenda tenha sido apresentada pela pasta.

A discussão sobre a adoção do princípio de que o negociado entre patrões e empregados deve prevalecer sobre o que está previsto na legislação é antiga. A primeira vez que foi cogitada foi no governo de Fernando Henrique Cardoso. No último ano, ele anunciou um projeto que alterava a CLT, permitindo que os acordos coletivos tivessem força de lei. Por causa das críticas dos sindicatos trabalhistas e do PT, a proposta caiu. Depois de cinco anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a discussão com dois projetos, o da reforma sindical e o da reforma trabalhista. No entanto, ele engavetou a ideia que poderia prejudicar seus planos de reeleição.

A equipe econômica do governo de Dilma Rousseff também acredita que a flexibilização trabalhista é necessária e seria importante, mas as centrais fizeram pressão para retirar a emenda da MP. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, este não é o momento de se discutir essa questão. "Com essa crise, os trabalhadores já estão tendo dificuldade de preservar os direitos adquiridos", disse. O sindicato, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), até defende que os acordos coletivo se sobreponham à CLT mas nos casos em que houver "livre negociação".

"Essa emenda gera conflito e retrocesso. Os direitos dos trabalhadores consagrados na CLT devem ser preservados e, a partir deste ponto, as negociações valorizadas", afirmou Rossetto, em nota. Depois que o ministro se manifestou contrário à emenda, a equipe econômica se silenciou e disse que a opinião dele era a do governo. O gesto foi entendido como sinal de que, com ele à frente do ministério, haverá dificuldade em tocar uma reforma da Previdência que realmente diminua os gastos públicos com os benefícios.

A emenda deve ser retirada da MP 680, que deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados com poucas modificações em relação ao que foi proposto pelo governo no PPE, seguindo o relatório aprovado na comissão mista de deputados e senadores. Deve ser ampliado o período em que as empresas podem aderir ao programa. O prazo, que se encerra em 31 de dezembro deste ano, deve ser estendido até 31 de dezembro de 2016. O prazo de vigência do PPE, que acabaria em 2016 deve ser ampliado para o fim de 2017. M

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, vai assumir o Ministério do Trabalho e da Previdência Social, pastas que serão fundidas na reforma a ser anunciada nesta sexta-feira (2) pela presidente Dilma Rousseff. Carlos Gabas, atual titular da Previdência, assumirá a secretaria nacional do ministério.

Ricardo Berzoini, ministro das Comunicações, comandará a nova Secretaria de Governo, que vai abrigar funções da Secretaria Geral da Presidência e fará a articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso

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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, reafirmou que a ideia do impeachment da presidente Dilma Rousseff é inaceitável. "Estamos num momento em que algumas vozes que nos surpreendem, porque são vozes do passado, autoritárias, vozes reacionárias que nos surpreendem quando levantam a ideia inaceitável de impeachment, de golpe", disse em evento no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Responsável pela articulação do Palácio do Planalto com movimentos sociais, Rossetto participa nesta tarde de um debate com sindicalistas para explicar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado pelo governo na semana passada. "Se alguns querem menos democracia, nós queremos mais democracia. O mandato da presidente Dilma Rousseff é o mandato do povo brasileiro", afirmou, lembrando a importância do sindicato dos metalúrgicos e do ex-presidente Lula na luta contra a ditadura.

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O ministro afirmou que o governo está definindo os critérios de adesão ao PPE e que todas as informações devem ser divulgadas até o dia 22. Segundo Rossetto, a expectativa é "positiva". Questionado sobre a manifestação de algumas empresas, como a GM, que disse que não tem a intenção de aderir ao programa, o ministro relativizou e disse que o programa "é de livre adesão". "Temos que dar um tempo para o programa (ter adesão das empresas). Divulgamos o programa há uma semana", afirmou. "É um grande instrumento de preservação do emprego para evitar demissões".

Rossetto disse que o PPE é "um programa simples, claro e datado". "Nós estamos trabalhando de tal forma que em 2016 a retomada do crescimento da economia faça com que as empresas prescindam desse programa", afirmou.

O programa

O Programa de Proteção de Emprego permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com uma complementação de 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) tem como base iniciativa adotada na Alemanha.

Poderão aderir ao PPE as empresas que estiverem em situação de dificuldade econômico-financeira, "nas condições e forma estabelecidas em ato do Poder Executivo federal" - os setores que serão contemplados com o plano ainda serão fixados pelo comitê. A adesão ao PPE terá duração de, no máximo, 12 meses e poderá ser feita até 31 de dezembro deste ano.

De acordo com o decreto que regulamenta a MP, para aderir ao PPE a empresa deverá comprovar, além de outras condições que serão definidas pelo comitê, registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) há pelo menos dois anos; regularidade fiscal, previdenciária e relativa ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); sua situação de dificuldade econômico-financeira, a partir de informações definidas pelo comitê; e existência de acordo coletivo de trabalho específico, registrado no Ministério do Trabalho e Emprego.

Um dos principais auxiliares da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse na noite desta segunda-feira, 6, que o Palácio do Planalto está "absolutamente seguro da legalidade dos atos" que estão sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU) - as chamadas "pedaladas fiscais".

Antes de embarcar para a Cúpula dos Brics, na Rússia, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar nesta segunda-feira uma reunião com presidentes de partidos aliados e líderes da base no Congresso para sair em defesa do governo e tentar justificar as "pedaladas fiscais" promovidas pela equipe econômica no ano passado. O Planalto tem até o dia 22 de julho para apresentar esclarecimentos ao TCU.

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Dilma chamou os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, para explicar aos aliados do Palácio do Planalto as "pedaladas fiscais". O encontro está previsto para a noite de hoje no Palácio da Alvorada.

Um dos principais auxiliares da presidente Dilma Rousseff, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse em entrevista ao Estado que a aprovação da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos - em casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte - é uma sinalização "perversa" e " injusta" com a juventude e a sociedade brasileira. "Não achamos que a resposta (à criminalidade) é essa. Para um problema complexo, aparece uma proposta simples e errada", criticou.

Na madrugada de anteontem, Rossetto acompanhou pela televisão a manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para assegurar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). O texto ainda precisa ser votado em segundo turno pelos deputados, antes de ser enviado ao Senado Federal, onde o debate será feito com mais serenidade, acredita Rossetto.

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Para o petista, o perfil do conjunto de senadores, formado por congressistas mais experientes, ex-governadores e ex-gestores públicos, contribui para um "debate de alta qualidade política". "Tenho certeza de que o Senado vai abrir (a discussão) para outros temas que envolvem redução de criminalidade, como a questão dos adultos que cooptam a juventude para o crime", observou. "Penso que no Senado haverá um espaço muito grande para essas opiniões, que o debate se dará a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)."

Depois de sucessivas derrotas, o Palácio do Planalto pretende evitar um novo embate com Cunha e concentrar as atenções no Senado, onde espera reverter o placar favorável à mudança. O governo costura na Casa um acordo em torno do aumento do tempo de internação dos adolescentes infratores que cometerem crimes hediondos, que poderiam ter a pena aumentada para até 8 anos - promovendo alterações no ECA, sem mexer na maioridade.

Para o ministro, a versão aprovada na Câmara sai muito fragilizada, uma vez que o texto original foi derrotado em uma primeira votação, o que levou Cunha a abrandar a proposta para garantir a aprovação na segunda tentativa. A nova versão retirou a redução da maioridade penal para roubo qualificado, tortura, tráfico de drogas e lesão corporal grave.

"Conforme se ampliou o debate, se afastou uma passionalidade irracional estimuladora da violência como resposta e se criou um ambiente adequado, com dados, argumentos, essa proposta perdeu muito apoio parlamentar e foi derrotada. O que vimos foi uma primeira proposta derrotada e aprovada em bases modificadas, o que mostra um crescimento forte de uma consciência cidadã e democrática", afirmou o ministro, que disse ter acompanhado com "perplexidade" o discurso de alguns parlamentares no plenário da Câmara. "Alguns discursos - e eu acompanhei toda a votação - foram assustadores, chocaram e devem provocar perplexidade frente ao padrão de violência, ao padrão inaceitável de intolerância, de violência, que rompe parâmetros básicos civilizatórios."

Dilma

Na avaliação de Rossetto, a presidente Dilma Rousseff adotou uma postura "corajosa" ao assumir uma posição firme contra a redução da maioridade penal. "A presidente estimulou o debate de um tema tão importante para a sociedade e penso que o resultado final do debate na sociedade e no Congresso será uma posição muito adequada e alinhada aos valores e preocupações que a presidente dispõe", avaliou o ministro. Em conversa com jornalistas na quarta-feira, durante a passagem pelos Estados Unidos, Dilma reiterou que a redução da maioridade "não resolve o problema da violência". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira (28) que a comissão ministerial criada pela presidente Dilma Rousseff para tratar do fator previdenciário apresentará cenários sobre o tema a partir da segunda-feira, dia 1º de junho, na reunião da coordenação política de governo.

Segundo Rossetto, só então a presidente tomará uma decisão sobre um possível veto à proposta que flexibiliza o fator previdenciário, aprovada na última quarta-feira, 27, pelo Senado, em emenda acoplada à Medida Provisória 664. "Portanto não há posição em relação a este tema de vetar ou não vetar", disse o ministro em Porto Alegre, antes de participar do Fórum Dialoga Brasil Regional, para debater o Plano Plurianual 2016/2016 do governo federal.

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De acordo com Rossetto, a decisão de Dilma será orientada por dois critérios: o respeito ao direito à aposentadoria e a sustentabilidade da Previdência Social. "Temos que estar atentos à solidez dos fundos previdenciários e às mudanças demográficas da população brasileira", afirmou. "Pensar o futuro do sistema previdenciário é pensar uma capacidade de financiamento frente a uma situação demográfica onde a população vive mais."

Ele também lembrou que a presidente tem 15 dias a partir de segunda-feira para se posicionar. "Vamos preservar um amplo diálogo com a sociedade, com o Congresso, com as centrais sindicais e criar um ambiente positivo frente a este tema", afirmou.

Instituído no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o fator previdenciário é alvo do bombardeio das centrais sindicais e sempre foi criticado no PT porque embute um mecanismo considerado prejudicial aos trabalhadores, que acabam tendo de adiar a aposentadoria. O fim do atual modelo, no entanto, diminuiria os efeitos do ajuste fiscal, principalmente no médio e longo prazos.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, rebateu nesta quinta-feira, 30, as declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que disse que a presidente Dilma Rousseff não vai fazer o pronunciamento na TV no Dia do Trabalho porque "não tem o que dizer".

"O governo tem que sair da paralisia, da falta de iniciativa. Essa coisa de a presidente não poder falar no dia 1º de Maio porque não tem o que dizer é uma coisa ridícula. Ridícula. Isso enfraquece muito o governo", criticou Renan.

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Esta será a primeira vez que a presidente Dilma Rousseff não vai fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão por conta do Dia do Trabalho. Para evitar novos "panelaços", o Planalto optou por postar vídeos da presidente nas redes sociais.

Questionado sobre as declarações de Renan, o ministro Miguel Rossetto disse que o governo "não teme" eventuais manifestações contra a presidente - no último pronunciamento de Dilma, veiculado às vésperas do Dia Internacional da Mulher, a presidente foi recebida com "panelaços".

"O governo não teme (novos "panelaços"), o governo fala, se manifesta, se pronuncia, tem iniciativas positivas e seguramente, com maior impacto, esse extraordinário compromisso de renovação da valorização do salário mínimo. O governo respeita a democracia, respeita manifestações", disse Rossetto. "O governo, ao mesmo tempo que respeita as manifestações democráticas do nosso País, preserva e estimula o processo permanente de diálogo."

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a postagem de vídeos não atende a todos os trabalhadores.

"Não são todos (os trabalhadores) que têm acesso a redes sociais. O que nos importa mesmo é o que a presidente vai falar, se ela vai se colocar não permitindo que haja retirada de direito dos trabalhadores, que não pode terceirizar atividade-fim e que no governo dela não tem retirada de direitos, aí vai contemplar a CUT. Aí não interessa a forma, e sim o conteúdo", comentou Freitas.

Pouco depois de o plenário da Câmara dos Deputados aprovar o texto-base do projeto 4330, que trata da regulamentação da terceirização no País, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, divulgou nota em que alega que o texto "não é bom para o País".

"O projeto é ruim, pois permite que toda relação de trabalho seja terceirizada, portanto, precarizada. Reduz os salários e os fundos de seguridade social. Não é bom para os trabalhadores. Não é bom para o País", disse Rossetto, conforme nota enviada por sua assessoria de imprensa.

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Apenas PT, PCdoB e PSOL votaram contra a proposta que tramita há 11 anos no Congresso. O texto foi aprovado por 324 votos a favor, 137 contra e duas abstenções.

O governo classificou como democráticas as manifestações deste domingo, 15, muito longe de golpismos, e anunciou o envio de medidas ao Congresso Nacional para combater a corrupção no País. Os ministros escalados pela presidente Dilma Rousseff para apresentar a visão do governo das manifestações de hoje, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, fizeram um mea culpa sobre a necessidade de diálogo e defenderam esse caminho para aprovação das medidas de ajuste fiscal do governo e de mudanças no sistema política que impeçam no futuro a corrupção no País.

Apesar de reconhecer a legitimidade das manifestações que tomaram o País neste domingo, Rossetto fez questão de frisar, mais de uma vez, que elas foram tomadas por pessoas que não votaram em Dilma Rousseff. "Das manifestações majoritariamente participaram setores críticos que não votaram na presidente", afirmou. Segundo ele, manifestações contrárias são legítimas o que não é aceitável é o golpismo, a intolerância e o impeachment infundado. "A sociedade há de rejeitar essas manifestações contrárias à democracia", disse.

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Os dois ministros falaram por quase uma hora e fizeram questão de repetir que o governo aceitou as manifestações e está aberto ao diálogo, mas negaram que o governo esteja fragilizado. "Quem foi eleito por quase 55 milhões de votos e tem claro compromisso com a democracia não passa por fragilização. Quem sabe conviver com manifestações contrárias não tem fragilização. Nossas instituições absorvem posições contrárias", afirmou Cardoso.

As medidas anunciadas pelo governo como resposta são o envio do pacote anticorrupção para o Congresso - que já havia sido anunciado ainda na campanha, mas não havia sido finalizado. Cardoso alega que as medidas precisaram ser trabalhadas e analisadas juridicamente, mas serão enviadas nos próximos dias, com menos de três meses do segundo mandato da presidente.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, disse nesta noite de quarta-feira, 11, que o governo espera a instalação das duas comissões especiais que vão discutir as medidas provisórias que mudam regras trabalhistas e previdenciárias para posteriormente abrir negociações com as centrais sindicais. O ministro sinalizou que pode haver recuo nos textos.

Rossetto participou na tarde desta quarta-feira de uma reunião com sindicalistas para discutir as medidas provisórias que alteram regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Estiveram no encontro também os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa; da Previdência Social, Carlos Gabas; e do Trabalho e Emprego, Manoel Dias.

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O ministro citou como um bom exemplo o acordo que vai possibilitar um reajuste da tabela do Imposto de Renda em taxas que variam de 4,5% a 6,5%. A proposta é uma flexibilização do reajuste único de 4,5% que era defendido pela presidente Dilma Rousseff.

"A experiência do Imposto de Renda foi muito positiva", explicando que o governo vai conseguir preservar a recuperação das receitas, ao mesmo tempo que beneficia os trabalhadores de menor renda. "É um exemplo que será seguido na apreciação das MPs a partir da semana que vem", disse.

"O acordo com as centrais é que o ambiente de negociações será tripartite", disse, se referindo ao governo, sindicalistas e parlamento. Segundo ele, essa é a melhor forma de manter um "ambiente positivo".

Questionado sobre as manifestações contra o ajuste fiscal e a favor da Petrobras programadas para esta semana, Rossetto disse que o Brasil vive uma plenitude democrática. "Vamos tratar com respeito democrático e respeito da lei", disse.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, afirmou que o PT terá uma postura "absolutamente rigorosa" ante qualquer desvio ou malfeito de algum filiado do partido que possa ser investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

É esperada para hoje a resposta do ministro Teori Zavascki - relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) - aos 28 pedidos de abertura de inquérito. Dos 54 nomes incluídos no processo (ainda desconhecidos), 45 seriam de parlamentares em exercício de mandato.

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"O partido deverá nas suas instâncias avaliar o grau de comprometimento e de responsabilidade, e a partir das resoluções dos seus últimos diretórios terá postura absolutamente rigorosa ante a qualquer desvio ou mal feito de qualquer filiado", disse Rossetto antes de participar de evento com sindicalistas em Porto Alegre. "O PT é muito maior do que qualquer desvio de qualquer filiado ou militante."

Lava Jato

O ministro afirmou que as pessoas às quais a imprensa atribui envolvimento na Operação Lava Jato deveriam ter acesso a informação qualificada sobre o tema.

Perguntado sobre a atitude do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que nesta sexta-feira, 6, entrou com pedido de vistas ao processo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Rossetto disse que os supostos envolvidos têm pelo menos o direito de saber se serão, de fato, alvo de investigação.

"Até agora não há informação correta, só há suposição ou especulação. Obviamente que isso não interessa à sociedade, pois cria um clima de insegurança", avaliou antes de participar de um evento com sindicalistas na capital gaúcha. Na última terça-feira, 3, o jornal O Estado de S. Paulo confirmou que o senador peemedebista está entre os 54 nomes sobre os quais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de inquérito por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.

Os processos seguem sob sigilo judicial, que deve ser derrubado no início da noite de hoje, tão logo o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, analise os casos. "Me parece que diante desta situação o ministro Teori deverá, num prazo rápido, abrir todo este processo", afirmou Rossetto. "Há uma expectativa muito grande da sociedade brasileira em acompanhar e ter conhecimento de todos os temas envolvendo esta operação."

Ajuste fiscal

Rossetto, afirmou que é "madura" a negociação do Palácio do Planalto com o Legislativo para garantir apoio na implementação de medidas de ajuste fiscal. "(O Congresso) deverá apresentar alternativas e sugestões, mas estamos muito seguros, pelo diálogo que estamos fazendo com todas as lideranças, que o Congresso vai sim cumprir com sua responsabilidade, aprovar essas medidas e apresentar seguramente outras medidas importantes, não só para o ajuste fiscal, mas para a qualificação da política econômica brasileira", avaliou o ministro.

Rossetto disse que o País não atravessa uma crise fiscal e que as ações que estão sendo defendidas pelo governo - como o aumento de impostos e o ajuste em determinadas regras trabalhistas - são preventivas. "Não temos nenhuma crise fiscal, temos problemas fiscais. Nós temos que impedir crise fiscal, tomando as iniciativas neste momento", falou. "O Brasil não é a Grécia nem a Espanha, nem outros países que convivem com desempregos altíssimos, inflações altíssimas."

Segundo ele, todo o esforço do governo é no sentido de retomar um padrão de crescimento e investimento. "O cenário que trabalhamos é para que já no segundo semestre tenhamos uma retomada desse ambiente de crescimento." O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, que também está na capital gaúcha, participa, no início da noite, de um encontro com prefeitos e vice-prefeitos do PT no Rio Grande do Sul.

O ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, foi vaiado e chamado de mentiroso por militantes do PSOL ao afirmar, em discurso na 9.ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio, que "não há reforma neoliberal e não há corte em nenhum programa social do povo brasileiro" no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).

"Esse é o discurso da direita. É a fala da Rede Globo", acrescentou o ministro, enquanto parte da plateia gritava: "O povo não é bobo, o ministro é mentiroso!". Cerca de 600 pessoas lotaram o térreo da Fundição Progresso, na Lapa (centro do Rio), para acompanhar a fala de Rossetto sobre reforma política. O grupo estava dividido desde o início do debate. De acordo com a UNE, foi a "primeira grande reunião do novo ministro com movimentos sociais".

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À esquerda do palco, militantes de correntes ligadas ao PSOL criticavam o ajuste fiscal e o corte de direitos trabalhistas anunciados pelo governo Dilma, reeleita com o apoio de integrantes do PSOL. Em coro e usando instrumentos de percussão, eles já haviam interrompido algumas vezes o discurso de Rossetto com gritos como: "É o maior tarifaço que eu já vi; contra o ajuste da Dilma e do (Joaquim) Levy!" ; "Ô Rossetto, que palhaçada, cadê a reforma agrária!" e "O que que aconteceu? O governo Dilma abraçou a Kátia Abreu!".

À direita, militantes principalmente do PT e do PC do B aplaudiram e defenderam Rossetto. O grupo cantou o jingle de campanha "Olê, olê, olá, Dilma, Dilma!" e atacou a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), ligada ao PSOL: "A CST é de direita!".

O ministro reagiu pelo menos três vezes afirmando que considerava "uma piração, uma maluquice total" a atitude dos críticos, mas acabou conseguindo terminar seu discurso. As vaias só vieram quando ele, já nas considerações finais, após as falas de vários militantes, defendeu as medidas anunciadas pelo governo, afirmando: "Nós não estamos na Grécia. O Brasil iluminou o povo grego para lutar". Pouco antes, uma estudante havia acusado o governo do PT de realizar um "estelionato eleitoral" para "agradar aos banqueiros". "Tem de cortar é dos ricos", disse ela.

Após o debate, em entrevista, Rossetto, molhado de suor, minimizou o embate: "Isso faz parte da democracia do nosso país. Tão importante quanto as manifestações foram os aplausos." Seguranças formaram um cordão para a saída do ministro. Ele deixou o local sob gritos de: "O povo não é bobo, o ministro é mentiroso!"

O ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou nesta quinta-feira (29), que não houve "ruptura" do modelo econômico defendido pela presidente Dilma Rousseff na campanha presidencial do ano passado e o colocado em prática no início do seu segundo mandato.

"Não há ruptura e não há mudança", reagiu Rossetto, ao ser perguntado por blogueiros, em café da manhã no Palácio do Planalto, sobre o discurso usado por Dilma quando disputou a reeleição e criticou seu adversário, o senador Aécio Neves (PSDB), por representar um ideário liberal.

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Segundo Rossetto, a prioridade do governo continua sendo o crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda. O ajuste fiscal implementado pela equipe do ministro da Fazenda Joaquim Levy, conhecido por sua ortodoxia, visa manter uma rota iniciada na primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o ministro. Desde 2003, disse ele, o governo aumentou e abaixou juros e em diferentes ocasiões ampliou e diminui gastos.

Rossetto também disse que não há nenhuma alteração "política, ideológica ou estratégica" com a contenção de gastos deste ano. "Não é nenhum debate político ou estratégico. É claro que não. Nosso governo tem um limite fiscal", afirmou. "A capacidade de geração de renda equilibrando com as necessidade de estímulos econômicos", afirmou.

O ministro defendeu a política de desonerações que marcaram o primeiro governo Dilma. Ao mesmo tempo, também justificou a diminuição dos subsídios do BNDES. "Todas as políticas de juros preservam subsídios importantes. Os mesmos subsídios, não", afirmou. "Na mesma dimensão, não. Porque temos limites fiscais."

Na tentativa de não alimentar polêmica com Marta Suplicy, após as críticas da senadora petista ao governo e ao partido, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no último domingo, o ministro-chefe da Secretaria Geral, Miguel Rossetto, declarou nesta terça-feira, 13, que "o tema está superado a partir da qualidade e da representatividade" dos ministros que participaram da posse do novo representante da Cultura, Juca Ferreira, ontem.

Diante da insistência dos jornalistas sobre as críticas de Marta Suplicy à escolha de Juca Ferreira, Rossetto desconversou: "A Marta saiu faz tempo do governo". Na verdade, a senadora deixou o Ministério da Cultura em 11 de novembro e, já naquela ocasião, provocara mal-estar no governo ao criticar, em carta divulgada na internet, até a condução da política econômica.

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A estratégia montada pelo governo para esvaziar as críticas de Marta, a que Rossetto se referiu, foi a de mobilizar os ministros mais próximos à presidente Dilma Rousseff para prestigiarem a posse de Juca. Entre os ministros estava Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e atual homem forte do governo, o que deixou explícito o apoio político ao novo ministro. A intenção foi demonstrar unidade no governo e fazer um contraponto a Marta, isolando-a no partido.

Questionado se concordava com Marta que o PT precisa mudar - na entrevista à jornalista Eliane Catanhêde a senadora afirmou: "ou o PT muda, ou acaba" -, Rossetto respondeu: "o PT vive e busca atualização permanente e aprendeu com seus erros e acertos". Depois de destacar que o partido "é vitorioso" porque elegeu a presidente da República, inúmeros governadores, a maior bancada na Câmara e a segunda maior no Senado.

Ele reconheceu que o partido sofreu derrotas importantes, como em São Paulo e Rio Grande do Sul, mas ressaltou que faz parte da agenda partidária "olhar para o futuro".

Para o ministro Rossetto "é cedo" para começar a discutir a sucessão da presidente Dilma Rousseff em 2018. Marta defende a volta de Lula ao poder e lembrou que já defendia sua candidatura em 2014, em detrimento de Dilma. Afirmou ainda que Mercadante "mente" ao dizer que não quer disputar o Planalto. O antecessor de Rossetto, o ex-ministro Gilberto Carvalho, também defendera a volta de Lula e disse que era "Lula na cabeça", em 2018.

"O PT está apoiando Dilma, seu mandato. Acabamos de sair da eleição. Estamos 150% comprometidos com o governo que está se iniciando. É cedo falar nisso (sucessão em 2018) agora".

Rossetto aproveitou para fazer uma defesa do ministro Juca Ferreira. "Estamos entusiasmados com a capacidade de trabalho dele", comentou o ministro Rossetto, lembrando que a área cultural prestigiou sua posse e que há uma "expectativa" não só do governo, como do próprio setor, com seu desempenho.

Reforma política

Durante a conversa com jornalistas, o ministro garantiu que o governo vai cumprir a responsabilidade de levar adiante a reforma política no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

"Reforma política é agenda definitiva para a sociedade brasileira. Vamos retomar o debate", comentou, depois de criticar os custos elevados da campanha eleitoral de 2014.

Questionado sobre a formatação da reforma política, se seria via plebiscito, referendo ou projeto de lei de iniciativa popular, o ministro disse que "nenhuma das ideias está descartada", apesar de ressaltar a preferência por um plebiscito.

A cerimônia de transmissão de cargo do atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para o sucessor, Miguel Rossetto, foi marcada para as 15h da próxima sexta-feira (2). A solenidade deverá ocorrer no salão nobre do Palácio do Planalto.

Rossetto ainda não foi confirmado oficialmente na Secretaria-Geral da Presidência. O atual ministro do Desenvolvimento Agrário é amigo pessoal da presidente Dilma Rousseff e atuou na coordenação da campanha de reeleição da petista. Uma das principais missões do ministro à frente da Secretaria-Geral será aumentar a interlocução do Palácio do Planalto com movimentos sociais.

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