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A bancada do PSDB da Câmara votou maciçamente a favor da derrubada do veto presidencial à medida que flexibilizava o fator previdenciário, mudança na regra de aposentadoria instituída no governo Fernando Henrique em 1999 a fim de diminuir o déficit da Previdência Social. A regra foi mantida na sessão do Congresso da madrugada desta quarta-feira, 23, com os votos dos deputados: 183 pela manutenção, 205 contra e ainda houve sete abstenções.

Levantamento apontou que, entre os 53 deputados federais do PSDB, 51 participaram da votação que flexibiliza o fator. Desses, 50 votaram a favor da derrubada do veto e apenas um pela manutenção, o deputado Samuel Moreira (SP). Para ser derrubado, o veto precisava de pelo menos 257 votos na Câmara e 41 no Senado. Os votos dos senadores não foram divulgados porque o veto foi mantido logo pela Câmara, o que desobriga o cômputo da votação da outra Casa Legislativa.

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Ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, Samuel Moreira disse ter avisado os integrantes da bancada que iria votar pela manutenção do fator, pedindo aos demais compreensão. "Votei extremamente convicto", disse o deputado. Segundo ele, a eventual derrubada do fator significaria aumentar despesas - pelas suas contas R$ 135 bilhões nos próximos 30 anos. Ele disse que o déficit da Previdência para 2016 será de R$ 124 bilhões.

"Criar mais despesas para a Previdência não é prudente para o momento que o País está vivendo, com os cofres públicos dilapidados", disse. Ele não quis fazer qualquer comentário sobre os votos dos colegas de bancada. "Cada um tem os seus motivos", considerou.

Entre os deputados tucanos que votaram pela derrubada do fator previdenciário estão o líder do partido, Carlos Sampaio (SP), Marcus Pestana (MG), ligado ao presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), Antonio Imbassahy (BA).

O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, viu no veto da presidente Dilma Rousseff à alteração no fator previdenciário uma "tentativa de acertar". Como alternativa ao projeto aprovado no Congresso, o Planalto editará Medida Provisória mantendo a regra 85/95, mas promovendo ajustes de acordo com a expectativa de vida que darão um alívio de R$ 50 bilhões aos cofres públicos até 2030.

"Estudos que demonstravam que no futuro, com o fim do fator, a previdência ia entrar em grande dificuldade. Foi um caminho bom que ela empreendeu", ponderou Cantalice, integrante da corrente Construindo um Novo Brasil, a maior do PT. A CNB é a corrente petista que mais toma cuidado nas críticas à política econômica deste segundo mandato de Dilma Rousseff.

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Cantalice não vê problema de a alternativa do governo ser colocada via MP, desde que discutida com haja discussão com as centrais sindicais. "Não pode ser de cima para baixo", diz o petista. "Dialogando com as centrais sindicais e descobrindo um caminho de unidade, isso tende a avançar", completa.

Uma das principais críticas públicas de petistas ao ajuste fiscal é pela implantação sem discussão. Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que faltou diálogo ao governo na edição das primeiras medidas provisórias, publicadas ainda no final de 2014. Outra reivindicação do PT é que o ajuste atinja também os mais ricos.

Mesmo já diante da reação de senadores do próprio PT, líderes governistas do Senado elogiaram o novo cálculo da aposentadoria introduzida pela Medida Provisória 676/2015, editada nesta quinta, 18, pela presidente Dilma Rousseff. Contudo, os líderes do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), e do PT, Humberto Costa (PE), ressalvaram que caberá ao Congresso a decisão final sobre a fórmula da progressividade.

O Planalto editou uma MP hoje que assegura, para a aposentadoria integral, a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres) e 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens). Essa regra já havia sido aprovada pelo Congresso na MP 664, vetada por Dilma. A partir de 2017, no entanto, o cálculo de 85/95, de acordo com a nova MP, será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

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Delcídio Amaral destacou o fato de o governo ter compreendido e respeitado a decisão do Congresso, quando manteve a fórmula 85/95. Embora considere a progressão instituída como "absolutamente razoável", por levar em conta a expectativa de vida da população, ele disse que o Legislativo vai avaliar e discutir a nova fórmula, comparando até com o fator previdenciário.

O líder do governo admitiu que a tramitação da proposta não será fácil, mas espera que a medida seja aprovada. "Toda medida provisória não tem sido fácil, mas acho que essa MP tem toda uma lógica e respeita ao Congresso", disse ele.

Humberto Costa, por sua vez, considerou como uma "boa alternativa" a fórmula progressiva. Ele disse que é preciso ter acesso aos números que respaldaram a decisão do novo cálculo. "Mesmo sem conhecer os números que fundamentaram essa decisão, me parece uma proposta bastante razoável essa que veio do governo", avaliou o líder do PT, ao destacar que a nova fórmula consagrou a decisão do Congresso de acabar com o fator.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sinalizou nesta quinta-feira, 18, que o Congresso vai fazer mudanças na Medida Provisória 676, que institui uma nova fórmula para o cálculo da aposentadoria.

"O fundamental é que a medida provisória seja aprimorada no Congresso Nacional. Ela parte do 85/95, isso já é um avanço. O que nós precisamos é mudar a regra de progressividade para que ela não acabe comendo o 85/95. Esse é o papel do Congresso", disse.

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O Planalto editou uma MP hoje que assegura, para a aposentadoria integral, a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres) e 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens). Essa fórmula já havia sido aprovada pelo Congresso na MP 664, vetada por Dilma.

A partir de 2017, no entanto, esse cálculo de 85/95, de acordo com a nova MP, será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

Questionado se pensava em devolver a medida para o Executivo, como chegou a propor o senador petista Walter Pinheiro (BA), Renan afirmou que "por enquanto" essa hipótese não estava em discussão.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reiterou nesta quinta-feira, 18, o que disse mais cedo em defesa da proposta alternativa de mudança no fator previdenciário apresentada pelo governo na manhã de hoje. "É uma medida que dialoga muito bem com o Congresso, dá uma estabilidade, fixa por um longo período condições que podem ser muito estáveis", disse Levy, ao deixar o velório do ex-presidente da Câmara dos Deputados Paes de Andrade.

Levy afirmou que a proposta "dá sustentabilidade à inovação que o Congresso teve sem prejuízo de, muito mais à frente, ter outras medidas que tê de ser tomadas, mas aí dentro de um diálogo". Mais cedo, Levy participou de coletiva de imprensa sobre o tema no Palácio do Planalto.

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Hoje o governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) a MP 676, como uma alternativa à proposta que havia sido aprovada pelo Congresso, mas vetada pela presidente Dilma Rousseff ao sancionar o texto que converteu a MP 664 em lei.

A nova MP mantém a fórmula 85/95 proposta pelos parlamentares, porém a torna progressiva a partir do ano de 2017. De acordo com o texto, o segurado que já tiver tempo de contribuição para se aposentar poderá optar pela não incidência do fator previdenciário quando a soma de sua idade e de seu tempo de contribuição for igual ou superior a 95, se homem, ou igual ou superior a 85, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.

A partir de 2017, no entanto, esse cálculo de 85/95 será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em: "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que a solução proposta pela presidente Dilma Rousseff para as alterações do fator previdenciário é "momentânea" e que a solução definitiva para as aposentadorias será definida durante fórum. "Não (resolve todos os desafios). Essa é uma solução momentânea. A definitiva deve ser debatida", disse durante coletiva para explicar as mudanças propostas pela presidente Dilma Rousseff após vetar mudanças no fator previdenciário na MP 664.

Ainda durante a explicação, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reiterou que a proposta do 85/95 já havia sido feita pelo governo durante discussões para soluções para a Previdência Social.

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Sobre a economia que as mudanças promoverão no caixa, Barbosa informou que, com a inclusão da progressividade, a queda da despesa até 2030 será de R$ 50 bilhões e que essa alteração melhora a sustentabilidade da Previdência. Inicialmente, o ministro havia afirmado que a economia de R$ 50 bilhões seria até 2026. Ao ser perguntado sobre as projeções para o longo prazo, Barbosa afirmou que o valor vale até 2030 e, após este período, o melhor cálculo será baseado no impacto do PIB e que a mudança acarretará num impacto de 0,5 ponto porcentual do PIB.

As preocupações do governo com um possível aumento do número de aposentados decorrente das alterações feitas, Barbosa reafirmou que não é necessário ter pressa para a aposentadoria após as mudanças promovidas pelo governo. Segundo o ministro, "a proposta garante previsibilidade e ninguém precisa ter pressa".

O ministro da previdência fez questão de afirmar que a expectativa de vida não vai parar de crescer. "Remetemos discussão ao fórum pois a expectativa de sobrevida não vai parar de evoluir". Durante as explicações, os ministros ponderaram por diversas vezes que o objetivo do fórum é "estabelecer um quadro futuro para a previdência".

A oposição quer estudar melhor o texto enviado pelo governo sobre a proposta que muda as regras para aposentadoria. O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse hoje (18) que o veto da presidenta Dilma Rousseff ao projeto de lei sobre as regras da aposentadoria não foi uma surpresa, mas a derrubada ou não dessa decisão está nas mãos do Congresso Nacional, que analisa os dispositivos vetados.

A presidente vetou a fórmula 85/95 para o cálculo das aposentadorias, aprovada pelos parlamentares. Com alternativa, o governo propôs uma nova Medida Provisória (MP) com regra de progressividade baseada na mudança da expectativa de vida do brasileiro. Pela regra 85/95, o trabalhador poderia solicitar a aposentadoria integral quando a soma da idade com o tempo de contribuição resultasse em 85 para mulheres, e 95 para homens. Com a progressividade, o cálculo será revisto até chegar ao resultado 90 (mulheres) e 100 (homens) em 2022.

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"A discussão sobre a Previdência e modelo de aposentadoria ainda não foi concluída e ainda terá longo processo aqui no Congresso. A gente vai aproveitar a oportunidade dessa MP para aprimorar o texto e garantir para o aposentado brasileiro que a gente possa preservar seu poder aquisitivo. Se tiver regime que contemple o poder de compra dos aposentados e ao mesmo tempo preserve a sustentabilidade da Previdência Pública a gente vai ter espaço para atuar corretamente aqui no Parlamento”, afirmou Mendonça Filho. "A presidente já tinha sinalizado que vetaria. Ela apresenta nova alternativa que ao meu ver tem que ter sustentabilidade na Previdência Social e por outro lado manter o mínimo do poder de compra para o aposentado que tem perdido muita renda nos últimos anos", acrescentou.

Enquanto ministros do governo explicavam as novas regras em uma coletiva no Palácio do Planalto, no Congresso, parlamentares da base aliada já saiam em defesa da alteração nas regras. O deputado Afonso Florence (PT-BA) antecipou, na Câmara, que o veto ao projeto era esperado. “As contas do 85/95 seco como estava não era exequível”, afirmou. O parlamentar explicou que o Regime Geral de Previdência não teria como honrar as contas por longo prazo sem o efeito "escadinha". “O veto com a MP dão a tranquilidade para trabalhadores de que terão direito à aposentadoria proporcional em condições atrativas, mas também em um ambiente que garante que receita da Previdência garante honrar todos os compromissos”, disse Florence.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o governo poderia ter evitado “muitas confusões” se tivesse enviado uma proposta antes de o Congresso aprovar o projeto com a fórmula 85/95. Cunha lembrou que a sessão do Congresso para derrubar ou manter o veto da presidenta deve ocorrer antes do fim do prazo de 120 dias que a Câmara tem para analisar a nova MP. Ainda assim, Cunha acredita que o Planalto pode conseguir apoio, caso consiga convencer os parlamentares.

“Vai ter que ser um trabalho político do governo mostrando que é uma regra boa”, afirmou Cunha. Para ele, a preservação da regra 85/95 já é uma vitória independente das negociações entre os dois Poderes. “De qualquer forma, aquele que quer se aposentar e o aposentado já ganhou porque a regra existente hoje com fator previdenciário já foi mudada. O conceito do 85/95, seja para derrubada do veto, seja para aprovação da MP já veio para ficar”, avaliou.

Eduardo Cunha acredita que o plenário votará ainda hoje o projeto de lei das desonerações sem precisar estender o horário da sessão marcada para começar as 14h. O presidente da Casa afirmou que não está acompanhando as negociações, mas disse que “não faltam conversas” entre o relator e lideranças parlamentares. O governo, segundo ele, já sinalizou que vai retirar a urgência de projetos que estão trancando a pauta.

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo editou a Medida Provisória 676 devido à necessidade de uma discussão mais profunda a respeito da previdência e do fator previdenciário. O ministro disse que essa discussão precisa levar em conta a progressividade, a transição demográfica e a necessidade de adequar as regras previdenciárias a um fenômeno que acontece no Brasil e em todo o mundo.

O ministro disse que a população brasileira está vivendo mais, ao mesmo tempo em que a taxa de fecundidade das mulheres está diminuindo. "Para a sociedade, isso significa que teremos menos pessoas trabalhando e contribuindo em relação às pessoas idosas. É lógico que isso pressiona as contas da Previdência Social", afirmou Gabas.

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O ministro destacou que o aumento da expectativa de vida tem como consequência o fato de que os aposentados vão receber o benefício por mais tempo. "Aqui está o desafio da Previdência Social", disse. Entre 1998 e 2013, segundo cálculos apresentados pelo governo, a expectativa de sobrevida dos brasileiros com 50 anos de idade aumentou 4,6 anos. Em 1998, a expectativa de sobrevida dos brasileiros era de 75,2 anos, e, em 2013, subiu para 79,8 anos.

Segundo Gabas, a população de idosos é de 23,9 milhões atualmente. Em 2030, serão 41,4 milhões. O ministro disse ainda que, atualmente, o País tem 9,3 pessoas ativas para cada idoso, relação que, em 2030, cairá para 5,1. "Isso também impacta a Previdência Social", disse.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que é preciso que a sociedade se prepare para essa transição demográfica. "Não estamos falando de um negócio lá longe. A relação entre trabalhadores e aposentados vai cair pela metade, e isso não num horizonte longuíssimo. É um movimento que não para", afirmou. "Temos de olhar o que aconteceu nos últimos anos e olhar para frente."

Gabas reiterou que é preciso preparar a Previdência para essa nova realidade. "A sociedade ainda vê de maneira equivocada a Previdência, como uma organização que tem recursos, e o segurado quer buscar esses recursos, buscando uma maneira de se aposentar o mais rápido possível, sem levar em conta que o bolo desses recursos, o fundo, é de todos os trabalhadores e precisa ser cuidado", afirmou.

"É como se estivéssemos com um caminhão numa reta, mas mais à frente temos curva acentuada. Ou planejamos a curva, ou a carreta capota. É preciso entender que essa mudança demográfica alcança todos nós e é movimento constante no Brasil", acrescentou Gabas.

Segundo ele, foi com esse objetivo que a presidente criou um fórum para debater o assunto com centrais sindicais, entidades patronais e aposentados. "A partir dos mesmos diagnósticos, vamos elaborar uma proposta sustentável de Previdência Social que consiga perdurar e atravessar essa transição."

Além dos dispositivos que tratavam de mudança no fator previdenciário, a presidente Dilma Rousseff vetou outros pontos no texto que converteu em lei a Medida Provisória nº 664, editada para dispor sobre o acesso aos benefícios pensão por morte e auxílio-doença.

A presidente rejeitou, por exemplo, o trecho que classificava como beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado, "o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho de qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento". A medida, explica o governo nas razões do veto, acabaria por presumir a dependência econômica de filho emancipado, em conflito com a própria natureza do instituto da emancipação do direito civil. "Além disso, o veto não impede que eventual dependência seja reconhecida, desde que comprovada."

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Dilma também vetou a possibilidade de convênios entre o INSS e entidades privadas para realização de perícia médica, necessária no processo de concessão do auxílio-doença, além de outros dois pontos. Um refere-se ao prazo no qual a pessoa que estiver suspensa ou licenciada sem remuneração poderá ficar na condição de segurado do benefício do seguro-desemprego e o outro trata do salário-de-benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes. Clique aqui e veja a nova lei e as respectivas razões dos vetos.

Depois de vetar a mudança no cálculo da aposentadoria prevista na Medida Provisória nº 664, a presidente Dilma Rousseff publicou hoje no Diário Oficial da União (DOU) uma nova MP para disciplinar o assunto. Trata-se da MP 676, que mantém a fórmula 85/95, aprovada pelos parlamentares, mas a torna progressiva a partir do ano de 2017. O texto que converteu a MP 664 em lei, com o veto à flexibilização do fator previdenciário, também está publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, 18.

Editada como alternativa à proposta do Congresso, a nova MP tem o objetivo, segundo o governo, "de preservar a sustentabilidade da Previdência Social". De acordo com o texto, o "segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem; e igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos".

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A partir de 2017, no entanto, esse cálculo de 85/95 será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em: "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

A MP também prevê que, no caso de professores que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e Médio, serão acrescidos, a partir dessa nova fórmula, cinco pontos à soma da idade com o tempo de Contribuição. Ainda nesta quinta-feira, o Palácio do Planalto deve conceder entrevista coletiva à imprensa para comentar a medida.

A presidente Dilma Rousseff vetou na noite desta quarta-feira, 17, oficialmente, o Projeto de Lei de Conversão 4/2015 aprovado pelo Congresso a respeito do fator previdenciário. Em nota, o Planalto informa, entretanto, que será editada Medida Provisória que assegura a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres) 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens), que fora aprovada pelo Congresso Nacional. "Ao mesmo tempo, introduz a regra da progressividade, baseada na mudança de expectativa de vida e ao fazê-lo visa garantir a sustentabilidade da Previdência Social", cita a nota. A decisão pelo veto já era esperada.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), criticou nesta noite o veto ao Projeto de Lei de Conversão 4/2015 aprovado pelo Congresso a respeito do fator previdenciário. "Ela quer tirar o protagonismo da Câmara. Somos contrários. Vamos derrubar esse veto", anunciou.

Em nota divulgada há pouco, o Planalto informou que será editada Medida Provisória que assegura a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres) 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens), fórmula aprovada no Congresso Nacional.

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A presidente Dilma Rousseff vai vetar a alteração no fator previdenciário aprovada no Congresso, que criou a formula 85/95. O cálculo prevê a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos para mulheres e 95 anos para homens. Em jantar nesta terça-feira (16), com senadores da base aliada, Dilma avisou, porém, que enviará ao Congresso uma proposta prevendo a instituição de um mecanismo "85/95 progressivo", que mudará a cada período de acordo com a expectativa de vida da população.

Senadores apelaram à presidente, durante o jantar, para que ela não vete a proposta. O governo, no entanto, alega que, se não fizer isso agora, depois não conseguirá mais endurecer as regras, pois enfrentará resistência no Congresso. Além disso, caso não vetasse uma proposta que inviabilizaria a Previdência no futuro, a leitura do mercado financeiro seria a de que o governo abriu a guarda em sua meta de ajuste.

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Com a manobra do texto alternativo, Dilma espera arrefecer a reação das centrais sindicais e do Congresso ao veto. A alteração nas regras atuais feita pelo Parlamento criou a chamada fórmula 85/95. Esse cálculo prevê aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição do trabalhador atingir 85 anos para mulheres ou 95 anos para homens. No entender da equipe econômica do governo, essa mudança representaria um "colapso" do sistema de seguridade.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse ser contra o veto da presidente e até marcou data para apreciar a decisão de Dilma na Casa, numa clara indicação de que trabalhará para derrubá-la.

Pressionada de um lado pela equipe econômica e de outro pela base parlamentar e sindical, Dilma levará adiante a criação desse "fator progressivo", que seria alterado a cada dois anos, acompanhando o crescimento da expectativa de vida da população. Mas a ideia inicial era de que as mudanças ocorressem de três em três anos, mas encontrou resistência da equipe econômica que acha que a alteração progressiva era muito espaçada e que a fórmula poderia ser progressiva ano a ano ou, no máximo a cada dois anos.

Uma das possibilidades que estava sendo estudada era a de criar uma idade mínima flexível para as aposentadorias, mas a proposta acabou descartada, pelo menos temporariamente, por decisão da equipe econômica. A intenção é de que não seja incluída uma idade mínima de aposentadoria no texto.

O plano alternativo ainda é estudado em âmbito reservado porque o governo evita apresentar projetos sem abrir discussões com sua base. O Planalto quer negociá-los também com as centrais sindicais. O novo texto poderá ser encaminhado ao Congresso por medida provisória ou projeto de lei, dependendo das negociações com os parlamentares. Mas a área jurídica do governo acha que teria de ser por meio de proposta de emenda constitucional (PEC), já que a mudança seria feita na Constituição.

Desde a noite de segunda, cerca de 500 integrantes das centrais sindicais montaram uma vigília na Praça dos Três Poderes para pressionar a presidente a não vetar o fator.

Em entrevista no Congresso, Renan não quis dizer se há uma tendência para derrubar um eventual veto presidencial. Ele disse que, se Dilma barrar a iniciativa, deputados e senadores terão tempo para fazer um debate mais direto, com o confronto de dados, para contribuir para a votação futura. O peemedebista não quis manifestar sua posição pessoal sobre a matéria. Ele disse que o presidente do Congresso só se manifesta quando há empate.

Entretanto, o presidente do Senado prevê a análise do veto antes de o Congresso entrar em recesso, ou logo após a retomada dos trabalhos. "Se houver o veto, nós vamos apreciá-lo no dia 14 de julho ou na primeira semana de agosto", afirmou. Com o veto, a presidente assume posição contrária à das centrais sindicais, com chances de ter sua decisão derrubada pelo Congresso.

Em um jantar no Palácio do Alvorada, líderes da base do governo fizeram um último apelo para que a presidente Dilma Rousseff não vete a proposta que flexibiliza o fator previdenciário. A petista, porém, sinalizou que vai barrar a proposta e que enviará ao Congresso uma nova fórmula prevendo a instituição do mecanismo 85/95 progressivo, que mudará a cada período de acordo com a expectativa de vida da população.

Segundo o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), a presidente não deixou claro qual era a sua decisão, mas disse que estava aberta à negociação. O peemedebista afirmou ainda que se colocou à disposição de Dilma para ajudar a aprovar uma nova proposta no Congresso.

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"Se houver a necessidade do veto, será um veto negociado para que, simultaneamente, seja aprovado uma medida provisória ou um projeto com regime de urgência. Nós preferimos que não aconteça o veto e que a gente faça o compromisso de fazer essa chamada escadinha em relação à expectativa de vida", disse.

Eunício disse também que alertou a presidente sobre desgaste que ela vai sofrer se decidir vetar a flexibilização do fator tanto diante da opinião pública quanto da sua base aliada. "Eu defendi que o veto é antipático para o Congresso e para as ruas", afirmou.

Apesar dos apelos, o governo alega que, se não fizer isso agora, depois não conseguirá mais endurecer as regras, pois enfrentará resistência no Congresso. Além disso, caso não vetasse uma proposta que inviabilizaria a Previdência no futuro, a leitura do mercado financeiro seria a de que o governo abriu a guarda.

Dilma tem até esta quarta-feira, 17, para decidir se barra ou mantém a chamada fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos (mulheres) ou 95 anos (homens).

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, indicou nessa segunda-feira (15) que são remotas as chances de a presidente Dilma Rousseff sancionar a medida provisória aprovada no Congresso com a flexibilização do fator previdenciário, mecanismo criado para adiar as aposentadorias de quem deixa o serviço mais cedo.

Em reunião realizada ontem com dirigentes de seis centrais sindicais, ministros disseram que a fórmula 85/95, avalizada pelo Congresso, "quebra a Previdência" e ouviram da CUT, braço sindical do PT, a ameaça de que, se houver veto, a entidade deixará o fórum de negociações com o governo.

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Gabas comparou o impacto da aprovação da fórmula 85/95 ao de uma carreta desgovernada, que poderia virar a qualquer momento. "Ou a gente planeja a Previdência do futuro ou teremos que fazer alterações como foram feitas na Itália, na França ou na Espanha. É como mudar o rumo de uma carreta em alta velocidade. Ela capota", disse. "Se você olhar lá para frente, vê um abismo. Sabendo que você vai estar indo para o abismo, está inviável, não tem perspectiva."

Na tentativa de evitar mais desgaste político, Dilma pretende apresentar até quarta-feira (17), prazo final para sanção ou veto do projeto, uma proposta alternativa à fórmula pela qual o trabalhador pode pedir aposentadoria integral, sem o corte do fator previdenciário, sempre que a soma da idade com o tempo de contribuição atingir 85 anos para mulheres e 95 para homens.

A fixação de uma idade mínima para a aposentadoria, com a adoção da fórmula "85/95 progressiva", que variaria de três em três anos, de acordo com cálculos de expectativa de vida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma opção em estudo pelo governo.

"Isso é viável", disse Dilma em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no dia 8. O argumento do Planalto para o veto é que o Brasil é um dos únicos países que possui aposentadoria por tempo de contribuição, sem exigência de idade mínima. Pelas projeções apresentadas por Gabas, se a fórmula 85/95 vigorar como foi aprovada pelo Congresso, o gasto adicional do governo, até 2030, será de R$ 135 bilhões e, até 2060, de R$ 3,2 trilhões.

Embora Gabas tenha dito publicamente que Dilma ainda não decidiu se vetará mesmo o projeto, todas as suas declarações foram nesse sentido.

Reação

Os senadores do PT Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) vão lançar nesta terça-feira (16) uma campanha de mobilização contra o veto presidencial. A campanha da dupla também entrará nas redes sociais.

Em maio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, se Dilma não sancionasse o projeto com as novas regras para a aposentadoria, estaria dando uma "pedalada" no aposentado. Era uma referência irônica às manobras feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos federais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), disse que um possível veto presidencial ao fim do fator previdenciário será uma demonstração de incoerência da presidente Dilma Rousseff. Nesse caso, afirmou, o Congresso terá de trabalhar para derrubar o veto ou buscar uma solução para o fator através de nova votação sobre o tema. "Se ela vetar vai demonstrar que não tem coerência com seu partido, que sempre foi favorável ao fim do fator previdenciário", concluiu o tucano.

Sampaio negou que o PSDB esteja atuando para aumentar o clima de "quanto pior, melhor" e negou incoerência de seu partido hoje. O fator previdenciário foi criado no governo Fernando Henrique Cardoso, com oposição do PT. "O fator previdenciário cumpriu seu ciclo. Ele veio para que as pessoas não se aposentassem tão cedo. O PSDB propôs a substituição para uma metodologia mais justa porque beneficia quem começou a recolher para a previdência mais cedo", justificou.

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O líder criticou a discussão restrita ao Executivo sobre a possibilidade de manutenção da proposta aprovada pelo Congresso e considerou que a postura se deve ao afastamento de Dilma em relação aos parlamentares, principalmente sua base aliada. A tendência, apontou, é o governo ter mais dificuldades de aprovar projetos de seu interesse.

"Agora vamos ver qual será a postura da presidente Dilma: se ela agirá com coerência partidária ou se ela deixará de lado o que sempre pregou seu partido, que foi contra o fator previdenciário", afirmou.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira, 15, que eventual veto da presidente Dilma Rousseff à proposta que acaba com o fator previdenciário deve ser acompanhada de alguma medida "minimamente razoável". Dilma tem até quarta-feira, 17, para decidir se vetará a fórmula 85/95, incluída pelo Congresso na Medida Provisória 664, uma das iniciativas do pacote de ajuste fiscal.

"Temos de aguardar a decisão da presidente. O que nós dizíamos na campanha eleitoral é que é preciso de uma evolução em relação ao fator previdenciário que amenize a punição a setores importantes da sociedade brasileira, obviamente em especial os aposentados", disse Aécio, candidato derrotado por Dilma nas eleições de outubro.

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O tucano, que convocou a imprensa para uma entrevista coletiva para falar sobre o assunto, disse que o Congresso tomou sua decisão e que a "bola" agora está com Dilma.

Aécio foi questionado sobre a contradição no fato de o PSDB ter defendido no governo Fernando Henrique Cardoso a criação do fator previdenciário e hoje defender a sua mudança. Perguntado sobre o que teria mudado, ele respondeu que "mudou muito".

"O fator era extremamente necessário. Em um determinado momento houve a aprovação pelo Congresso do fim do fator previdenciário. O presidente Lula vetou o fim do fator e estamos buscando alternativas. A proposta que vem da Câmara é uma alternativa ao fim do fator previdenciário", disse.

Aécio referiu-se à fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos (mulheres) ou 95 anos(homens). Esse cálculo foi introduzido pelos deputados na MP 664, recebendo posteriormente o apoio dos senadores.

Para o tucano, é preciso aguardar se o Executivo apresentará outra proposta. Ele disse estar "absolutamente tranquilo para poder votar alternativas, que obviamente preservem o equilíbrio da Previdência, mas possam trazer algum alívio aos aposentados brasileiros".

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira (15) que a presidente Dilma Rousseff vai decidir se veta ou sanciona a emenda que flexibilizou o fator previdenciário só depois de uma reunião de ministros com representantes das centrais sindicais, agendada para esta tarde no Palácio do Planalto, e de conversas com os líderes da base no Congresso.

Devem participar do encontro nesta segunda-feira os ministros que compõem o grupo de trabalho instituído para elaborar uma alternativa ao texto aprovado pelo Congresso. São eles: Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral). Edinho Silva disse ainda que os ministros devem falar à imprensa depois da reunião. "A presidente vai decidir a sua posição em relação à sanção ou veto após o diálogo com as centrais e os lideres. O veto ainda não está definido", ressaltou Edinho.

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Apesar das declarações do ministro e de os auxiliares da presidente estarem divididos quanto ao melhor caminho a ser tomado pelo governo, a avaliação interna no Planalto é de que a tendência é Dilma vetar a alteração.

A nova fórmula inserida pelo Congresso, que cria uma "porta de saída" do fator, estabelece que uma pessoa pode receber o valor integral da pensão quando a soma de sua idade e do tempo de contribuição alcançar 85 anos (para as mulheres) ou 95 anos (para os homens). Edinho afirmou hoje que esse modelo não traria impacto imediato, no restante do mandato de Dilma, mas pontuou que a petista adotará uma posição "extremamente responsável".

"Esse é o espírito do governo da presidente Dilma: um governo que tem responsabilidade não só com o período que governa, mas com a sociedade brasileira", disse o ministro. "(Um governo que) tem responsabilidade para que a Previdência seja sustentável; a maior defesa que se pode fazer do sistema previdenciário é garantir a sua sustentabilidade", concluiu.

Mais cedo, o vice-presidente Michel Temer declarou que a decisão pelo veto ou pela sanção da emenda do fator previdenciário não deve ser conhecida nesta segunda-feira.

O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (15) que a decisão da presidente Dilma Rousseff pelo veto ou pela sanção da emenda que flexibilizou o fator previdenciário não deve sair hoje. Após participar de reunião de coordenação política com a petista e 12 ministros de Estado, Temer destacou que o governo está elaborando estudos sobre o tema e que ainda há tempo antes do prazo legal para o Planalto se manifestar, que vence na quarta-feira (17). "Entre hoje e amanhã tem uma eternidade", disse o vice-presidente ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

Segundo fontes, os ministros de Dilma estão divididos quanto ao caminho a ser tomado em relação à emenda que modificou regras do fator previdenciário, incluída pelos parlamentares em uma das medidas provisórias do ajuste fiscal. A equipe econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que sancioná-la enviaria um "sinal trocado" na política de controle dos gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo, cálculos do governo apontam que em 10 anos a conta deverá somar R$ 40 bilhões.

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Por outro lado, ministros mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes chances de ser derrubado pelo Legislativo.

Esses auxiliares dizem que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. Uma das ideias discutidas internamente no governo é estabelecer um cálculo progressivo, pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de vida da população.

O tema tem centralizado as atenções do Planalto. Nesse domingo (14) já houve uma primeira reunião para tratar do assunto e, nesta segunda, mais tarde, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, dá prosseguimento às conversas em encontro com centrais sindicais, também no Planalto.

Senador filiado ao Partido dos Trabalhadores há 30 anos, o gaúcho Paulo Paim afirmou no domingo (14) que um eventual veto da presidente Dilma Rousseff ao fim do fator previdenciário pode contribuir para que ele deixe a legenda. Paim considera um "equívoco" se o governo rejeitar a fórmula 85/95 e admite que a derrubada do fator - luta que "peleia" há 14 anos -, o arrocho fiscal e a política econômica de Dilma podem deixá-lo sem alternativa a não ser sair do PT.

"Tudo acaba se movendo. Ou mudam as coisas ou a gente", disse ele, em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, ao alegar "constrangimento" na forma de fazer política. Ele preferiu não ir ao Congresso do PT, realizado nos últimos dias em Salvador (BA), por entender que a situação atual lhe causa "muito desconforto" e não querer polemizar sobre esses temas no evento partidário.

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A fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 (mulheres) ou 95 (homens), foi introduzida pelos deputados na Medida Provisória 664, recebendo posteriormente o apoio dos senadores.

O petista disse que, se o veto ocorrer, será a terceira vez que o fim do fator emperra. Primeiro, ele cita que o Senado aprovou a derrubada dessa fórmula em 2008, mas a iniciativa não prosperou na época na Câmara. Numa segunda oportunidade, o Congresso aprovou a proposta, mas o então governo Lula vetou-a, sob a alegação, disse Paim, de que o movimento sindical não toparia a fórmula 85/95. Agora, destacou, o sindicalismo aceita "unanimemente" a fórmula.

"Não adianta dizer que foi o Fernando Henrique Cardoso que criou o fator previdenciário, porque o governo que eu apoio o manteve", criticou. "É um erro histórico e está na cara que o Congresso vai derrubar o veto", completou.

O senador gaúcho disse que o ideal é Dilma não vetar a proposta e abrir uma discussão exaustiva de até três anos para o melhor modelo previdenciário. Ele destacou que uma das ideias em discussão no Palácio do Planalto, a de não chancelar a fórmula 85/95 e ao mesmo tempo o governo editar uma nova MP com novas regras para a aposentadoria, tem o mesmo efeito prático do veto. "Mandar um MP já dizendo que vai ser outro cálculo é pedir para derrubarmos a MP dia e noite", avisou.

Dilma tem até quarta-feira , 17, para tomar a decisão sobre o veto. Na noite anterior, Paim disse que vai participar de uma vigília em frente ao Palácio do Planalto promovida por sindicalistas que defendem a manutenção da fórmula 85/95.

Há três semanas, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) facilitou a vida de senadores que desejarem mudar de partido. O STF entendeu eles não perdem o mandato se forem para outras legendas. Pouco depois, em entrevista ao Broadcast Político, Paulo Paim admitiu ter mantido contatos com o PSB, Rede e PV, que o assediam a mudar de partido. Mas, antes, havia dito que uma decisão final sobre a saída do PT iria ocorrer até o final do ano.

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