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Gustavo Bebianno, Ricardo Vélez, Santos Cruz, Franklimberg Ribeiro, Juarez da Paula Cunha e Joaquim Levy: em cinco meses e meio de governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), já são seis nomes grandes que deixaram ou foram demitidos de suas funções.

Entre chefes de ministérios, empresas públicas e órgãos ligados à administração federal, as seis saídas mexeram com o andamento do governo e, de alguma forma, parecem abalar a estrutura da gestão presidencial. A cadeira que ficou mais recentemente vazia foi a do ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy.

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No último sábado (15) Bolsonaro havia concedido uma entrevista em que ameaçou demitir Levy pelo fato dele dizer que tinha a intenção de nomear um executivo que trabalhou na gestão petista. Entretanto, em seguida, Levy se adiantou e pediu demissão. O engenheiro e economista Gustavo Henrique Moreira Montezano foi escolhido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para presidir o Banco.

“Essa troca de cadeiras mostra uma certa instabilidade do governo diante de sua administração. A saída de Levy aconteceu em meio a polêmicas que o presidente, às vezes sem querer, coloca na grande mídia. Possivelmente se ele não tivesse ameaçado demitir Levy durante entrevista coletiva, os encaminhamentos tivessem sido mais discretos”, explica a cientista política Larissa Leonel.

Pouco antes da saída de Levy, Bolsonaro havia anunciado a demissão do então presidente dos Correios, Juarez da Paula Cunha. A justificativa do presidente é que Cunha “foi ao Congresso e agiu como sindicalista” ao criticar a eventual privatização da estatal e tirar fotos com parlamentares do PT e do  PSOL. A demissão ocorreu durante um café com jornalistas, na última sexta-feira (14).

Com bastante interferência dos filhos do presidente, a cadeira vazia deixada pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, Santos Cruz, foi motivada por ataques do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) e do escritor Olavo de Carvalho. Santos Cruz foi o primeiro ministro militar a sair do governo e ele foi intensamente criticado pela rede bolsonarista.

Santos Cruz deixou o governo na última quinta-feira (13) antecedendo a sequência de saídas formada por Juarez da Paula e Joaquim Levy. O substituto dele é outro militar, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista. Bolsonaro informou, ainda, que convidou Santos Cruz para ocupar a vaga da Presidência dos Correios. Mas a proposta não foi para frente até então.

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“O governo precisa trabalhar mais em cima de estabilidade para que sua confiança diante da população possa evoluir. São quase seis meses de governo e muitas polêmicas, mas muitas delas poderiam ser diminuídas ou até evitadas. A falta da imagem amistosa de Bolsonaro atrapalha até o convencimento de que o governo vai retomar um trabalho próspero. Não basta apenas anunciar investimentos ou ações Brasil afora, a população quer ver uma equipe que não esteja envolvida constantemente em polêmicas negativas”, pontua Larissa Leonel.

Após reassumir a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) em janeiro, o general do Exército Brasileiro Franklimberg de Freitas deixou o cargo cinco meses depois. No começo do mês de junho, Freitas deixou o comando do órgão. Entre as seis saídas do governo, talvez a do ex-presidente da Funai tenha sido a mais discreta.

Ele passou a ser alvo de pressão de ruralistas liderados pelo secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura (Mapa), Luiz Antonio Nabhan Garcia. Ao deixar o cargo, Freitas disse que a Funai é alvo de interesses sem relação com a causa indígena.

O colombiano Ricardo Vélez, que ocupava o cargo de ministro da Educação, é responsável por uma das saídas mais tumultuosas do governo. O olho do furacão que Vélez se viu envolvido foi quando revelou-se um e-mail no qual o então ministro pedia para todas as escolas do Brasil lerem o slogan da campanha de Bolsonaro e filmarem as crianças cantando o Hino Nacional.

Porém, antes disso, o colombiano enfrentava uma crise que vinha desde a posse de Bolsonaro, com disputa interna entre grupos adversários no Ministério da Educação, medidas contestadas, recuos e quase 20 exonerações no ministério. A cadeira deixada por Vélez foi ocupada pelo - também polêmico - Abraham Weintraub.

Completando a lista dos seis afastados do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), há o nome do ex-secretário Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Ele foi o primeiro membro do governo a ser demitido, em 19 de fevereiro deste ano. Bebianno foi acusado de supostas irregularidades em campanhas eleitorais do PSL, mesmo partido do presidente.

Bebianno foi coordenador da campanha de Bolsonaro em 2018 e presidiu a legenda durante as eleições. Ele era o responsável legal por repasses para candidaturas pouco competitivas em Pernambuco, que ficaram conhecidas como candidaturas laranjas.

A história mais uma vez teve a participação de Carlos Bolsonaro, que na época chamou Bebianno de mentiroso e inflamou toda a situação. Jair Bolsonaro reafirmou a afirmação do filho e, no fim das contas, decidiu pela demissão do ex-secretário Geral da Presidência. A vaga foi ocupada pelo general da reserva Floriano Peixoto Neto.

“O caso de Bebianno precedeu uma série de outras polêmicas, mas o dele pareceu ser mais grave para o governo porque o presidente não tinha ainda nem dois meses de atuação à frente do Planalto. Como os fatos já mostraram, a forte interferência dos filhos de Bolsonaro no governo é uma característica nociva ao trabalho que o presidente tenta desenvolver. A partir de agora, mesmo que seja difícil, o Governo Federal deve tentar manter uma estabilidade para recuperar uma certa hegemonia que está em falta diante da grande mídia e diante dos brasileiros”, acrescenta a cientista política Larissa Leonel.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) parece não estar muito satisfeito com o trabalho que vem sendo realizado pelo presidente do BNDS, Joaquim Levy, nem com sua postura pessoal. Neste sábado (15) Bolsonaro ameaçou demitir Levy mesmo sem a anuência do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Jair Bolsonaro afirmou que Levy “está com a cabeça a prêmio há algum tempo”. A relação entre ambos ficou pior após o presidente do BNDS dizer que tem a intenção de nomear um executivo que trabalhou na gestão petista.

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"Eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele demitir esse cara na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes", afirmou Bolsonaro diante do Palácio da Alvorada, no início da tarde deste sábado (15).

Bolsonaro ainda pontuou que "governo é assim, não pode ter gente suspeita" em cargos importantes. Questionado se Levy já estaria demitido, Bolsonaro negou.

A decisão da Justiça Federal do Distrito Federal, que rejeitou denúncia contra cinco funcionários e ex-funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no âmbito da Operação Bullish, reconhece que a instituição de fomento mantém atividades "legítimas", sem "influência externa", disse nesta quinta-feira, 23, o presidente do banco, Joaquim Levy.

"Foi demonstrado que não se encontrou nenhuma evidência (de influência) numa situação complicada, de alguns anos atrás, e a gente não vai encontrar nenhuma influência agora, tampouco. Isso, mais uma vez, fortalece a instituição e nos faz continuar com humildade, dando o nosso melhor", afirmou Levy, após participar de uma apresentação na feira de negócios sustentáveis Green Rio.

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Levy anunciou a decisão judicial durante sua fala no evento. Segundo o presidente do BNDES, a Justiça reconheceu que "nossas atividades são legítimas, são feitas sem nenhum problema de influência externa".

Para Levy, ao analisar as atividades do BNDES é preciso separar o que são políticas definidas pelo governo da execução em si dessas políticas por parte dos técnicos. "Temos demonstrado que há uma distinção entre a execução e a política", disse o presidente do BNDES. "Às vezes as políticas podem ser mais ou menos acertadas. Num regime democrático, há inúmeras maneiras de se reavaliar ou sancionar as escolhas políticas. As eleições, aliás, são feitas para isso", completou.

Na decisão, o juiz federal Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal do Distrito Federal, aceitou denúncia contra o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e mais três pessoas.

Por outro lado, o juiz rejeitou o pedido de denúncia contra o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o empresário Joesley Batista, do frigorífico JBS, e cinco funcionários e ex-funcionários do BNDES.

A Operação Bullish, a cargo da PF e de procuradores da República do Distrito Federal, foi deflagrada em maio de 2017, para investigar as operações do BNDES com o frigorífico JBS. A denúncia foi apresentada pelo MPF quase dois anos depois, em março passado.

Em coletiva após a cerimônia de transmissão de cargo, o novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, foi reticente em relação à venda da Eletrobras, mas se mostrou otimista em relação à privatização das estatais federalizadas do setor elétrico. "A privatização da Eletrobras continua em discussão e vamos apoiar a política que se fixar", disse.

Por outro lado, de acordo com o novo presidente do banco, a venda das empresas federalizadas é assunto resolvido. "O departamento de desestatização do banco não aparecia, mas continua ativo. Privatização das empresas estaduais de energia elétrica se arrastava há 20 anos e hoje é um tema resolvido", disse.

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Levy defendeu o modelo de desestatização como saída "diante dos desafios fiscais de muitos Estados". Questionado sobre as declarações do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que é contrário à privatização da Cedae, Levy disse que a experiência em outros Estados é de que a venda das estatais ajudou a reduzir perdas e ineficiências "que se arrastavam", mas prometeu apoiar as decisões tomadas.

"Cada Estado tem que avaliar sua situação e ver as implicações jurídicas de suas decisões", afirmou. "Nosso papel é de apoiar as decisões tomadas. Somos prestadores de serviço, temos que apoiar o cliente", completou.

Transparência

Levy disse que o aumento da transparência nas operações da instituição de fomento é um compromisso com a sociedade e uma promessa do governo Jair Bolsonaro.

"Parte importante disso vai ser organizar melhor os dados", disse Levy. "Alguns dados estão disponíveis, mas de uma maneira que fica difícil para as pessoas entenderem", completou Levy.

Segundo o novo presidente do BNDES, as medidas de aumento da transparência não podem "ficar só olhando para o passado", mas devem ter foco na clareza. "Uma caixa preta é preta enquanto você não decripta o que está ali dentro", disse Levy, ressaltando que "isso tem que ser feito de maneira institucional".

Diretoria

Levy disse que os novos nomes que comporão sua diretoria serão anunciados "nos próximos dias". Levy não citou nomes, mas disse que "tem a possibilidade" de manter alguns executivos da atual diretoria.

Conforme Levy, os nomes dos futuros diretores, inclusive no caso de eventuais nomes que manterão seus cargos, serão anunciados em conjunto. As indicações, contudo, ainda dependem de aprovação da Casa Civil, disse Levy.

O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou que a instituição precisa mudar para responder às novas condições do Brasil, às expectativas da nação e às promessas do governo.

"Estamos na antessala de um novo ciclo de investimentos em uma economia que será mais aberta, mais vibrante, com mais espaço para o setor privado e para os mercados de capital. O papel do BNDES é contribuir nesse ambiente desenvolvendo novas ferramentas, novas formas de trabalhar, próximos e em parceria com o mercado", explicou Levy ao tomar posse nesta segunda-feira (7).

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O novo dirigente do banco de fomento acrescentou que a instituição vai trabalhar no combate do patrimonialismo e das distorções já verificadas. "Isso tem que continuar mudando, evitando o voluntarismo. A ferramenta para isso tem que ser ética, a transparência, a responsabilidade e a responsabilização", afirmou.

Segundo Levy, sua gestão também vai continuar a ajustar o balanço do BNDES. "O nosso balanço hoje depende em uma proporção talvez exagerada de recursos do Tesouro, e que tem que ser adequado para que se tenha retorno do capital que é de cada um da população", complementou.

Levy tomou posse no Palácio do Planalto, em cerimônia comandada pelo presidente Jair Bolsonaro, com presença do ministro da economia Paulo Guedes. Também tomaram posse hoje os novos presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

O economista Joaquim Levy aceitou hoje (12) o convite para presidir presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele foi convidado pela equipe de Paulo Guedes, confirmado para o superministério da Economia, e a informação divulgada por sua assessoria.

É o primeiro na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. Com experiência na administração pública, Levy foi ministro da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a promessa de realizar um ajuste fiscal para conter os gastos públicos.

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Na semana passada, Bolsonaro afirmou que pretende "abrir a caixa-preto do BNDES" em referência a empréstimos suspeitos negociados em gestões anteriores. Segundo ele, a sociedade tem direito de saber como é utilizado o dinheiro público.

Histórico

Engenheiro naval de formação, Levy possui doutorado em economia da Universidade de Chicago (EUA), a mesma de Paulo Guedes. Ele também foi secretário do Tesouro Nacional entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

De 2010 e 2014, Levy foi diretor do banco Bradesco. Para assumir a presidência do BNDES, Levy deixará a diretoria financeira do Banco Mundial, cargo que ocupa atualmente.

O atual presidente do Banco Central, Ilan Goldjfan, também foi convidado para continuar no próximo governo, mas ainda não se pronunciou. Paralelamente, Guedes trabalha para ver aprovado o mais rápido o possível o projeto que garante a independência do Banco Central.

Há, ainda, expectativas sobre os novos comandos para a Petrobras e o Tesouro Nacional.

Ministros

O presidente eleito Jair Bolsonaro desembarca nesta terça-feira (13) em Brasília para intensificar a agenda de transição, definindo inclusive mais nomes para compor a equipe de governo.

Entre as prioridades da semana estão a definição de estratégia para a reforma da Previdência e a definição de, pelo menos, quatro nomes de ministros para as áreas de Meio Ambiente, Defesa, Saúde e Relações Exteriores.

O Banco Mundial confirmou na tarde desta segunda-feira, 11, que o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, será diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) da instituição. Ele deve assumir o cargo, um dos mais altos na hierarquia da casa, em 1 de fevereiro, de acordo com um comunicado divulgado hoje.

"O comprometimento sem cansaço com reformas de Joaquim Levy, orientadas em direção ao crescimento sustentável e inclusivo, é um ativo significativo para o Banco Mundial na medida em que revisamos nossas finanças e nos adaptamos a um ambiente em rápida transformação", afirma o presidente da instituição, Jim Yong Kim, em um comunicado à imprensa.

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O comunicado do Banco Mundial ressalta ainda a passagem de Levy, além do Ministério da Fazenda, por outras instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Bradesco e o governo do Rio, onde foi secretário estadual das Finanças.

"Levy tem uma rara mistura de experiência em finanças e mercados, uma forte perspectiva de país e um conhecimento interno do sistema multilateral, todos chaves para nosso sucesso", conclui o presidente do Banco Mundial no comunicado.

Levy assume o posto deixado pelo francês Bertrand Badré, que no começo de novembro comunicou que estava deixando o Banco Mundial.

Na sexta-feira, em um evento em Washington, o diretor do Brasil no FMI, Otaviano Canuto, mencionou a ida de Levy para o Banco Mundial durante palestra no Wilson Center e destacou que, por ser uma instituição bilateral, o ex-ministro, que deixou a Fazenda pouco antes do Natal, não vai precisar passar pela tradicional quarentena dos que saem de altos postos de governos.

No mesmo comunicado, o Banco Mundial informa a contratação de Shaolin Yang, que é chinês, como chefe administrativo geral (CAO, em inglês), um cargo novo na instituição. "Os dois executivos vêm em um momento crítico em que a organização trabalha para acabar com a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade compartilhada."

Depois da polêmica saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff empossou nesta segunda-feira (21) como titular da pasta Nelson Barbosa, que até então comandava o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Valdir Simão é quem assumiu o MPOG.

A cerimônia foi breve e a presidente iniciou o discurso elogiando o trabalho de Levy. “Sua presença à frente do Ministério da Fazenda foi decisiva para que fizéssemos ajustes imprescindíveis. Sua dedicação, assim como o seu trabalho, ajudaram na aprovação da legislação fiscal, mesmo em um ambiente de crise política”,sustentou. “Em um momento conturbado na economia e na política, o ministro Joaquim Levy superou difíceis desafios e muito contribuiu para a estabilidade e governabilidade”.

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A presidente também enfatizou ter confiança nos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, considerando que eles têm “experiência e competência de sobra” e “estão prontos para ser a equipe do reequilíbrio fiscal e retomada de crescimento”.

“A mudança da equipe econômica não altera nossos objetivos de curto prazo, que são restabelecer o equilíbrio fiscal, reduzir a inflação, eliminar a incerteza e retomar com urgência o crescimento”. Para a presidente, caberá aos ministros Nelson Barbosa e Valdir Simão “contagiar a sociedade brasileira com a crença de que equilíbrio fiscal e crescimento econômico podem e dever seguir juntos”.

"Três orientações imediatas eu levo aos ministros da área econômica: trabalhar com metas realistas e factíveis, para construir credibilidade, atuar para reduzir consistentemente a dívida pública e fazer o que for preciso para retomar o crescimento, sem guinadas nem mudanças bruscas, atuando em ambiente de estabilidade, previsibilidade e flexibilidade”.

Dilma também defendeu os esforços econômicos e fiscais feitos pelo governo ao longo de 2015. “Promovemos um extraordinário esforço fiscal. Reduzimos despesas, revimos desonerações e recompusemos tarifas, produzindo uma economia de gastos da ordem de R$ 134 bilhões, o equivalente a 2,3% do PIB. É verdade que frente a forte queda das receias, terminaremos o ano com déficit fiscal. A nossa taxa de crescimento foi afetada por fatores internos e externos”. “Perseguimos em 2015 uma estratégia de estabilização fiscal que continuará nos guiando nos próximos anos, com metas realistas e transparentes”.

Ela também lembrou que o Congresso Nacional está analisando a proposta de recriação da CPMF, assim como outras medidas oriundas do governo. “Há medidas imprescindíveis a aprovar, sem as quais o reequilíbrio não será mantido e a retomada do crescimento será muito dificultada”, defendeu. “Precisamos aprovar reformas, como aquela na área de Previdência, cujo objetivo é assegurar a sustentabilidade o médio e no longo prazo do patrimônio dos trabalhadores”.

Mais cedo, em conferência com investidores, Barbosa tentou acalmar os ânimos do mercado e transmitir a continuidade do compromisso do governo com a meta fiscal de 2016. Segundo ele, a redução da inflação e o ajuste fiscal continuam recebendo a atenção da gestão do país. Para o próximo ano, as reformas da Previdência Social e tributária serão prioridades. "Esperamos consolidar e terminar a proposta no início de 2016", afirmou. Para o novo ministro, essa mudança é essencial para o equilíbrio das contas públicas.

Otimista, o agora ministro da Fazenda garantiu que o governo irá manter os programas sociais em execução. "Estamos fazendo programas sociais compatíveis com a situação fiscal. Criamos nova linha do Minha Casa Minha Vida reduzindo os custos fiscais do programa", frisou.

Apesar dos embates ao longo de 2015 com Joaquim Levy, Barbosa manteve o tom ameno e elogiou o trabalho do antecessor. "Por conta das mudanças sob a liderança de Levy, eu acho que começo numa base mais favorável e vou me beneficiar do trabalho que já foi feito", considerou.

Na contramão do discurso oposicionista, o vice-líder do colegiado na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS), aprovou a indicação do ministro Nelson Barbosa para o comando da pasta da Fazenda. Para Jungmann, é mais benéfico para o país alguém que administre a questão financeira em consonância com a presidente Dilma Rousseff (PT) do que com paradigmas e defesas divergentes. Nelson Barbosa foi anunciado para substituir Joaquim Levy nessa sexta-feira (18). 

“Nelson Barbosa é a expressão, digamos assim, na área da Fazenda do que pensa a presidente. O cargo é uma espécie de primeiro ministro no Brasil. Prefiro alguém alinhado ao faz-de-conta de ter um ministro da Fazenda que não conta com o beneplácito, nem o apoio ou a afinidade da presidente”, argumentou o vice-líder, neste sábado (19), minutos antes de uma reunião de avaliação do PPS de Pernambuco, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.

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Apesar da colocação favorável, Raul Jungmann pontuou reprovar ações passadas de Barbosa e disse que será necessário deixá-lo agir para ampliar seus argumentos quanto à administração da pasta da Fazenda.  “Isso [aprovar a indicação] não quer dizer que eu concorde com o que ele fez no passado. Nelson Barbosa é culpado por boa parte do que aí está [a crise econômica]. Para o bem ou para o mal, precisamos deixá-lo mostrar o que vai fazer, se ele acertar, aplausos, se não, críticas”, observou.

Nelson Barbosa se apresenta como um nome conciliador e de maior agrado para os movimentos sociais e setores do Partido dos Trabalhadores. Ele ocupava o Ministério do Planejamento e substitui Levy após uma série de embates entre o ex-ministro e a presidente, diante dos cortes de gastos e do ajuste fiscal.  

Outra ótica da oposição

Assim que foi anunciado o novo nome, o líder da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB), chegou a dizer que era “no mínimo preocupante” a nomeação de Barbosa para a Fazenda. Para ele, com a mudança ministerial “a crise de confiança cresce”. 

“Trata-se de um dos principais responsáveis pelo duplo rebaixamento do Brasil pelas agências internacionais de risco - por ter desprezado, seguidamente, as metas de superávit. O risco é de aumento da turbulência financeira, e de aprofundamento da recessão”, disparou.

Corroborando, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) pontuou que a mudança significava “a volta política econômica que quebrou o Brasil”. “É a política do Guido Mantega que levou o Brasil a situação caótica que se encontra, com inflação em dois dígitos, desemprego atingindo os 7,5%, na maior recessão desde 1901”, justificou.

No dia 27 de novembro de 2014, quando foi apresentado o futuro ministro da Fazenda do segundo governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy adentrou o salão leste do Palácio do Planalto com um sorriso confiante de quem tinha o apoio irrestrito do mercado financeiro.

Falou naquele dia ao lado de Nelson Barbosa, que havia sido preterido para a Fazenda e indicado ao Planejamento. O "Chicago boy" de formação ortodoxa era naquele momento tido como o fiador da política econômica. Levy era a esperança do mercado de dias melhores na economia depois de um processo eleitoral difícil, contas públicas maquiadas e déficit fiscal.

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Assumiu o ministério com um duro discurso criticando fortemente o patrimonialismo e as políticas setoriais. "O patrimonialismo, como se sabe, é a pior privatização da coisa pública. Ele se desenvolve em um ambiente onde a burocracia se organiza mais por mecanismos de lealdade do que especialização ou capacidade técnica, e os limites do Estado são imprecisos", afirmou.

Levy e Nelson travaram nos bastidores uma guerra em que discordavam nos principais pontos da política econômica. Levy começou ganhando batalhas. Anunciou medidas duras de endurecimento nas regras para o seguro-desemprego e pensões e aumentou impostos sobre gasolina e bebidas. Cortou subsídios nos financiamentos dos bancos públicos. Acabou com a desoneração sobre a folha de pagamentos.

Workaholic, trabalhou arduamente para ver seu ajuste fiscal aprovado. Ficava até as 2h da manhã no ministério rotineiramente. Exigente com sua equipe, trocava de assessores com frequência. Fazia o corpo a corpo com deputados e senadores.

Mas, à medida em que a crise política se aprofundava, a arrecadação se retraia, a inflação se aproximava de dois dígitos e o desemprego começava a crescer, as vitórias de Levy foram minguando.

E ministro passou a ser alvo de críticas cada vez mais vorazes, principalmente do PT, capitaneadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levy insistia que o ajuste fiscal precisava ser aprovado para que a economia voltasse a crescer. E era atacado por só falar em ajuste fiscal. Com o rebaixamento seu destino estava selado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Como fora ventilado nos últimos dias, Nelson Barbosa substituirá Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. O anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff, na tarde desta sexta-feira (18). Barbosa, tem 46 anos e era o então ministro do Planejamento. 

Após série de embates entre Dilma e Levy em relação aos cortes de gastos e metas fiscais, Nelson Barbosa se apresenta como um nome mais “ameno” e de maior agrado a setores do Partido dos Trabalhadores. O novo ministro é formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem pós-doutorado na New School for Social Research, de Nova York. 

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Mais cedo, Levy revelou que estava “um pouco decepcionado” sobre as especulações em relação à saída da pasta. Durante café da manhã com jornalistas, Joaquim Levy explicou que tinha conversado com Dilma sobre a questão, mas não quis adiantar para “não causar constrangimento para o governo”. 

O atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Armando Monteiro Netos (PTB), está sendo cotado para assumir o comando do Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy. A mudança deve acontecer após a refutação da ideia do governo de ter “um filho do mercado financeiro” à frente da pasta, além da dificuldade de encontrar alguém com o mesmo perfil do ex-ministro Henrique Meirelles. 

O pernambucano seria a “solução caseira” da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), segundo as informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (17). Nos bastidores do Palácio do Planalto, Monteiro é o quadro político indicado para o ministério. E, apesar do PTB estar na oposição, ele é um nome de confiança da presidente. Outro que compõe a lista de cotação é o do senador Romero Jucá (PMDB-RR). 

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O ministro Joaquim Levy pediu demissão do cargo recentemente, mas deve permanecer pelo menos até o fim deste mês. A gestão dele ficou conhecida pelos cortes de gastos da União, o ajuste fiscal e a iniciação das tratativas para o retorno da CPMF. 

 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que teria mantido ao longo da sexta-feira qualquer conversa com a presidente Dilma Rousseff sobre a meta de superávit primário de 0,7% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB). "Hoje eu não falei (com a presidente Dilma) sobre meta fiscal", negou o ministro que fez palestra durante jantar de confraternização da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) ontem à noite.

Durante a sexta-feira circularam informações de que Levy teria sido chamado pela presidente para participar, com a presença do ministro do Planejamento e Orçamento, Nelson Barbosa, de reunião para tratar da mudança da meta. Levy também disse que não teria condicionado a sua permanência no governo à manutenção da meta de superávit primário, de 0,7% do PIB.

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Mas ao ser perguntado se estaria brigando dentro do governo para manter a meta de superávit, Levy disse que "se a gente se acomodar e disser que é difícil, poderemos ter uma surpresa ruim, o rebaixamento (perda do grau de investimento)", o que tornaria o crédito ainda mais difícil.

De acordo com o ministro é preciso entender a sua insistência pela manutenção da meta fiscal dentro do seu devido contexto. Ele fez uma analogia com o movimento do Grupo Passe Livre, em 2013, pela não aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus na capital paulista. "Tem que entender a história no seu contexto. Não são os R$ 0,20. Não se trata de o ministro querer, o ministro quer", disse.

Como sempre digo, continuou Levy, a questão não pode ser unidimensional. "Se você ficar só nisso e não olhar as outras coisas, não tiver reforma do ICMS, do Pis/Cofins, se não melhorar os Conselhos que dão transparência no relacionamento entre Estado e as empresas, a fórmula não fica completa. E aí fica difícil ter a economia voltando e alcançar o 0,7%", acrescentou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não disparou o processo do impeachment por acaso. Foi tudo obra do gênio político de Lula. Isto porque a decisão do PT de condenar Cunha no Comitê de Ética provocou a fúria do presidente da Câmara.

Na verdade, as notícias levantadas indicam a revolta de Lula quanto ao comportamento errático de Dilma. Em particular, Lula explodiu quando Dilma desdenhou dele na articulação para colocar Henrique Meireles no Ministério da Fazenda.

Lula considera que Joaquim Levy é um bom técnico, mas não tem nenhuma condição de liderar uma saída para a crise econômica dramática que o Brasil vive. Por outro lado, Lula considera que grande parte do sucesso econômico do seu Governo foi por conta da escolha de Meireles para o Banco Central.

O líder do PT entende que a permanência de Levy vai levar o Brasil a um poço mais fundo que o do pré-sal e, o pior, só vai destruir todo o trabalho de resgate social que Lula conquistou para o Brasil. Ou seja, Levy vai levar o Brasil de volta à mais tenebrosa miséria.

E tudo por conta da teimosia irracional de Dilma em manter uma política econômica que só destrói empregos, receitas públicas e privadas, e tudo mais de negativo que o Brasil está vivendo e vai viver mais.

Além de tudo, Lula sente que Dilma não respeita a opinião dele e vai por conta própria levando o País às mais tenebrosas trevas. E se é assim, ele prefere que o Michel Temer assuma, pois se trata de um quadro mais previsível, equilibrado e confiável.

Ou seja, se arrependimento matasse, Lula já estaria para lá do cemitério. E a única maneira dele sobreviver é ter a morte rápida da Dilma. E quanto mais acelerado, melhor.

Sim, tem outro aspecto: Lula estava ficando sozinho na vitrine da corrupção e Dilma assistindo a tudo de camarote. Agora, tudo virou e Dilma entra para o centro do palco sendo a estrela dessa grande confusão chamada Brasil.

QUAL É MAIS BANDIDO? - Para o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, não existe nada mais incoerente no jogo nacional do que acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de bandidagem e num outro extremo defender o Governo Dilma. “Um Governo respeitado e competente, que não é o caso de Dilma, é mais importante para a Nação e para o povo do que o presidente da Câmara”, avalia. Segundo ele, Cunha só canta de galo, na verdade, pela fraqueza do Governo e o despreparo da presidente.

Crise aumenta violência– O total de homicídios em Pernambuco já supera o registrado ao longo de todo o ano de 2014. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), entre janeiro e novembro deste ano foram apontados 3.540 assassinatos, 13,5% a mais que nos 12 meses de 2014. Novembro teve o segundo pior resultado de 2015, com 352 crimes violentos letais intencionais (CLVI). Outubro foi o pior mês, com 282 assassinatos registrados. "A crise contribui. Não é que o desempregado vá cometer crime, mas ele empregava outros serviços. Com a recessão do País, vemos impacto nos índices de violência", diz o secretário de Defesa, Alessandro Carvalho.

A força do PMDB – O PMDB e o PP terão o maior número de deputados na Comissão Especial do Impeachment: oito e quatro, respectivamente. Apesar de os partidos da oposição não terem maioria na comissão, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), diz acreditar que a base do Governo não está unida e isso pode contar votos a favor do impeachment. "Tenho convicção que a base aliada está completamente rachada. A presidente Dilma não tem 140 votos", disse. Sobre a comparação com a votação dos vetos presidenciais, Sampaio diz que são temas distintos. "Veto é uma coisa, impeachment é outra".

O temeroso Temer– O vice-presidente Michel Temer, que ontem se reuniu com Dilma e a orientou para não entrar no bate-boca com Eduardo Cunha, soube que o presidente da Câmara deflagraria o processo de impeachment minutos antes da entrevista concedida por ele (Cunha) no salão verde. Em privado, disse que não cogita assumir a defesa do mandato de Dilma, alegando que o PMDB está dividido sobre a matéria. Como presidente da legenda, não considera apropriado tomar partido. Planeja cumprir, com rigor institucional, seus deveres de vice-presidente da República.

Geraldo passa no teste – Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas aponta que a administração do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), é aprovada por 57,6% dos eleitores da capital pernambucana. O levantamento também conclui que se as eleições municipais de 2016 fossem realizadas hoje, o socialista seria reeleito com 28,3% dos votos. Em seguida aparecem os nomes do ex-prefeito João Paulo (PT), com 19,4%, e o do deputado federal e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), com 19,1%. Foram ouvidas 700 pessoas entre os dias 25 e 26 de novembro passado em diversas regiões do Recife. O grau de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de 4% para mais ou para menos.

CURTAS

SEM REELEIÇÃO– Um dos oposicionistas recebidos no Jaburu pelo vice-presidente Michel Temer quis saber se disputaria a reeleição na hipótese de o destino lhe entregar a cadeira de Dilma. Ao relatar a conversa a um amigo, Temer disse ter respondido que a presidência da República não está no seu horizonte. Mas se por acaso virar presidente, não ousará reivindicar a reeleição.

ALÔ, OURICURI! – Hoje, estarei em Ouricuri, no Sertão do Araripe, onde faço palestra e lanço meus livros no auditório do Sindicato dos Servidores Estaduais, com início previsto para às 19 horas. Amanhã, vou ao Pajeú para repetir essa mesma agenda em Itapetim, berço imortal da poesia. Ali, o evento está marcado para a Câmara de Vereadores, às 19 horas.

Perguntar não ofende: O PMDB, que assumiria o poder com Temer, fica com Dilma ou apoia o impeachment?

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira (23) que o Brasil tem todas as condições para crescer, mas que precisa fazer o "dever de casa". Ele reafirmou a importância das avaliações de agências de classificação de risco, como a da Standard & Poor's, que considerou ter uma a visão crítica e imparcial, que propicia um bom momento para reflexão.

"A gente tem que fazer o dever de casa. O Brasil tem tudo para dar certo, para crescer, mas tem que fazer alguma coisa para isso. Com todo país é assim, com o Brasil não seria diferente", afirmou Levy durante o seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV).

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O ministro lembrou que empresas brasileiras de setores relacionados às commodities estão passando por ajustes, em algumas mais fortes do que em outras, devido aos preços. Levy afirmou que as mudanças têm impactos importantes e citou os setores de minério e petróleo. "Não devia ser surpresa total. O movimento em commodities começou em 2012/2013 e vai persistir", ponderou. "É uma grande oportunidade de poder desenvolver uma porção de outros setores no Brasil e de tornar mais eficiente esses próprios setores", afirmou.

Segundo ele, resta pouca dúvida que há muito a fazer no País na área de petróleo. Segundo Levy, a Petrobras ganha espaço para respirar, para tomar suas próprias decisões. "Tenho confiança que ela vai conseguir superar a fase atual e continuar fazendo coisas que são essenciais ao Brasil", declarou.

O ministro reconheceu que o mercado de capitais este ano se mostrou um pouco refratário, em razão das incertezas na economia, e se fechou a partir de setembro, diminuindo possibilidades. Com relação ao ajuste fiscal, Levy avalia que está quase concluído do ponto de vista intelectual, mas que as medidas precisam agora enfrentar a questão política, de votação no Congresso. Ele defendeu que é preciso vencer a "rivalidade" existente no campo político para implementar mudanças necessárias à retomada da economia.

Segundo Levy, não adianta elevar impostos de forma a reforçar o caixa do Tesouro sem que a lógica de despesas seja revista. "Temos que simplificar a vida de empresas e das pessoas. Não há caminho fácil, não é só fazer o Simples, que no fundo é uma mudança de faixa, um programa de encolhimento das empresas. Não adianta mudar imposto sem olhar para o lado do gasto. Temos uma série de gastos que temos de avaliar", afirmou o ministro. Levy reconheceu, porém, que a "rivalidade" no campo político tem retardado mudanças nesse sentido.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continuará no cargo. Em entrevista à imprensa após participar da Cúpula do G20, na Turquia, Dilma disse que, apesar de ter enorme respeito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, discorda das críticas dele ao ministro. “Ele [Levy] é um grande servidor público, que tem compromisso com a estabilidade do país. Acho nocivas as especulações [sobre a saída do ministro do cargo], pois me obrigam a vir a público dizer que ele fica onde está".

A presidenta defendeu a aprovação da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo Congresso Nacional. “Temos sido acusados de termos feito excessiva desoneração fiscal e subsídio de juros, e que isso levou ao desequilíbrio orçamentário. Fizemos grande esforço de reequilíbrio fiscal. Agora vai requerer de nós, além da redução de despesas, a consciência, a responsabilidade para aprovar a CPMF. Vamos ter que discutir com a sociedade brasileira, pois [a volta da CPM] é fundamental para sair da crise. Eu acredito que o Brasil vai ter de enfrentar este fato. É fundamental que se aprove”, afirmou.

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Terrorismo - Na entrevista, Dilma também falou sobre os atentados terroristas em Paris. “O terrorismo deve ser combatido por todos os países do G20. É a anticivilização, é contra valores morais”. A presidenta defendeu que o Congresso brasileiro aprove a Lei Antiterrorismo, embora o país não esteja no centro da questão. O texto tramita no Senado. Dilma afirmou que os outros representantes do G20 não demostraram grande preocupação com a segurança nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, mas que não se deve tratar o Brasil como “totalmente protegido e afastado” do terrorismo.

A presidenta disse que o terrorismo tem diversas causas, como a xenofobia e o preconceito. “Não podemos ligar o terrorismo a uma religião. Ninguém pode tachar qualquer religião de ser patrocinadora de terrorismo. Na história, poucas [religiões] não tiveram atitudes violentas e de perseguição”.

Tragédia em Mariana - Ao comentar a tragédia em Mariana, a presidenta afirmou que o objetivo inicial é dar assistência às pessoas afetadas pelo rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco no distrito de Bento Rodrigues, no dia 5 deste mês. Segundo Dilma, amanhã (17) haverá uma reunião com um grupo de gestão criado para propor ações de reconstrução e recuperação tanto da bacia quanto dos afluentes do Rio Doce, atingido pelo rio de lama com rejeitos de mineração. O grupo tem participação de diversos setores, entre eles ministros, representantes dos governos locais e do Ministério Público. “Não vai ser resolvida [a recuperação do rio] em um, nem dois, nem três anos”, disse ela.

Mudanças climáticas - Em relação às mudanças climáticas, Dilma afirmou que o desafio é encontrar um entendimento entre países em diferentes estágios de desenvolvimento, mas reiterou que o Brasil tem uma posição clara e objetiva dos objetivos até 2030. “São necessários o financiamento e a transferência de tecnologias para se viabilizar a adoção de ações de mitigação”.

A presidenta embarcou às 12h30 para o Brasil e deve chegar a Brasília por volta da meia-noite.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) divulgou, nesta quinta-feira (12), o resultado de uma pesquisa que afere o que os brasileiros pensam sobre a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). De acordo com os dados, 56% dos entrevistados sabem o que é a CPMF, enquanto 40% das pessoas desconhecem o imposto. 

Dos que a conhecem, 86% declaram não gostar dela 11% falaram que gostam do imposto; e 3% não responderam. Do total de pessoas que sabem o que é a CPMF e não gostam dela, 78% rejeitam a contribuição "porque é mais um imposto", 9% responderam não gostar da CPMF "porque ela alcança todo mundo", outras 5% porque “é fácil de recolher” e 3% “porque é transparente”.

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O levantamento, de acordo com a Fiesp, foi realizado para atender uma sugestão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os questionamentos se detiveram às perguntas colocadas pelo ministro durante um evento da entidade no último dia 3. Levy sugeriu que a imprensa fizesse uma enquete sobre o porquê às pessoas não gostam da CPFM. "É porque é transparente? Porque todo mundo paga, porque é fácil de recolher ou só porque é mais um imposto?", indagou, na ocasião.

A Fiesp é contrária a retomada do imposto. “Esperamos, portanto, que o Congresso Nacional, sempre sensível aos clamores da sociedade, respeite a vontade dessa maioria e não aprove a emenda que pretende recriar a CPMF, derrotada em 2007. Mais uma vez, ficou provado que a população brasileira não quer pagar o pato”, disse a entidade ao divulgar a pesquisa.

Os dados foram coletados pela Ideia Inteligência. Por telefone, foram ouvidas 20 mil pessoas de 122 cidades brasileiras. O levantamento aconteceu entre os dias 7 e 8 de novembro. 

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou nessa quarta-feira (28) que tenha a intenção de deixar o cargo. Em entrevista ao canal de notícias CNN, ele afirmou que está comprometido com a política de ajuste fiscal e voltou a pedir que o Congresso Nacional tenha empenho em aprovar as medidas para equilibrar o Orçamento de 2016 e discutir reformas estruturais, como a da Previdência Social.

“Não estou planejando isso [renunciar]. No Brasil, somos convidados pela presidente para ser ministro. Mas acho que esse nem é o ponto realmente importante. O importante são as políticas. Temos de ser muito claros em mostrar por que estamos adotando algumas medidas de esforço [fiscal] e quais são as perspectivas para o gasto público”, disse o ministro em entrevista ao apresentador Richard Quest.

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Levy negou também que a equipe econômica pretenda reverter parte das medidas de austeridade. Ele disse que a economia tem mostrado resistência em meio à crise, mas que chegou o tempo de o Congresso Nacional decidir sobre o futuro.

“A economia [brasileira] tem mostrado uma resiliência notável nestes meses de alguma ambiguidade em relação à política econômica. Agora, é hora de decidir. Temos de aprovar no Congresso [Nacional] medidas importantes que sustentarão o Orçamento do próximo ano, tanto no lado da arrecadação como no lado dos cortes. Também temos de tornar mais eficientes alguns grandes programas [do governo] e discutir a reforma da Previdência. Tudo isso é necessário”.

Segundo o ministro, a crise global que atingiu primeiramente os Estados Unidos e depois a Europa, chegou ao Brasil depois que o preço das commodities – bens primários com cotação internacional – começou a cair. Ele voltou a mencionar o plano de recuperação da economia em três etapas. A primeira é o ajuste fiscal, seguido da recuperação da demanda e de reformas estruturais que tornem a economia mais competitiva e deem condições para o país crescer de forma sustentável.

“As pessoas querem saber o que conseguiremos em alguns anos se fizermos algo agora. Temos de ser muito claros em dizer por que temos o primeiro efeito, a [melhoria da] perspectiva fiscal. Então, você tem a recuperação da economia. Mas é preciso enfrentar algumas questões estruturais de modo que o país continue a crescer depois disso sem a ajuda do preço das commodities que tivemos nos últimos anos”, explicou Levy.

Em relação à decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) de manter os juros básicos dos Estados Unidos próximos de zero, o ministro disse que o aumento das taxas é natural e ocorrerá em algum momento. “É natural que, às vezes, o Fed aumente os juros. Não é natural ter taxas zeradas por tanto tempo. Acho que a elevação será uma boa coisa e também dará um sinal de que as economias [desenvolvidas] se recuperaram e estão numa situação sadia”.

A disputa pelo hub da Latam (das empresas brasileira TAM e chilena LAN) ficou mais acalorada após o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, destacar as viabilidades dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará em conquistar recursos para a ampliação dos seus aeroportos. Os dois estados concorrem com Pernambuco pela posse do empreendimento internacional. O ministro havia sido questionado no plenário da Câmara, em audiência nessa quarta-feira (14), sobre a relação entre a reforma do ICMS e a aprovação do projeto de repatriamento de recursos de brasileiros no exterior não declarados à Receita Federal. 

"O dinheiro do ICMS pago no Ceará, vai ficar no Ceará. O Ceará, com o dinheiro das grandes fortunas, vai poder financiar infraestrutura, desenvolvimento, vai poder ajudar o novo aeroporto, que vai ser licitado, que vai ser uma concessão, que vai ser um verdadeiro hub do Nordeste. Isso vai trazer uma nova condição de vida não só para o Ceará, mas para todos os Estados do Nordeste, do Norte e também do Centro-Oeste", afirmou o ministro.

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Em nota divulgada nesta quinta-feira (15), a secretaria de Turismo do estado pediu cautela dos pernambucanos ao interpretar a fala do ministro. Para a gestão o Governo Federal não está interferindo na escolha técnica da Latam. “O Governo de Pernambuco está atento a qualquer movimentação que possa influenciar no resultado da disputa. Confiamos na decisão técnica de um grupo como a Latam, que desde o início deixou claro que a escolha será feita exclusivamente diante de pesquisas e por motivações técnicas”, diz o texto. 

No momento em que o ministro citou o Rio Grande do Norte e o Ceará, deputados federais de Pernambuco questionaram a afirmação do ministro que negou que o hub citado seria o da Latam. “Respondendo a questionamentos feitos por deputados em reunião da Câmara, o ministro Joaquim Levy acaba de dizer que o hub da TAM vai para Fortaleza por esforço do governo federal. Parabéns aos petistas pernambucanos. (...) Estamos de olho no resultado”, ironizou o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) em publicação no Facebook. 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa,  pontuou que a disseminação de que o ministro teria afirmado a escolha por Fortaleza foi mais uma demonstração de “má-fé da oposição”, que não trabalha pelo país e segue rezando pela cartilha do "quanto pior, melhor". "É baixo o jogo da oposição. Fica evidente que o governo não tem poder decisório sobre uma empresa privada e, se tivesse, não seria o ministro da Fazenda que teria o poder de tomar uma decisão como essa. O que quiseram foi, mais uma vez, tumultuar o ambiente para atingir o ministro Levy e, por tabela, atingir o governo", criticou Humberto.

A Latam deve anunciar o local que receberá o novo centro de voos nacionais e internacionais até o mês de dezembro.

Fortalecido após a reforma ministerial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se movimentar agora para convencer a presidente Dilma Rousseff a substituir o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por Henrique Meirelles, que comandou o Banco Central de 2003 a 2010. Para Lula, Levy tem "prazo de validade", que vence quando o governo conseguir aprovar as principais medidas do ajuste fiscal no Congresso.

O ex-presidente já conversou sobre o assunto com a própria Dilma, que, no entanto, não gosta de Meirelles. Os dois foram colegas no governo do petista e protagonizaram duros embates. Lula sugeriu Meirelles para Dilma antes mesmo da nomeação de Levy. Não emplacou. Agora, porém, avalia que a mudança na Fazenda não pode passar do primeiro semestre de 2016.

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Três interlocutores do ex-presidente relataram ao Estado que os próximos alvos de Lula, após o aumento de sua influência no Palácio do Planalto, são Levy e a política econômica. Não é só: ele também quer a troca do ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Vice. Na segunda-feira passada, numa reunião com Michel Temer, em São Paulo, Lula disse que o vice-presidente seria o nome ideal para a Justiça. Disposto a concorrer novamente ao Planalto, em 2018, ele chegou a pedir a Dilma a demissão de Cardozo na reforma do primeiro escalão, sob o argumento de que o ministro não controla a Polícia Federal e permite "vazamentos seletivos" contra o PT na Operação Lava Jato.

Sob pressão, Dilma cedeu aos apelos do padrinho para pôr Jaques Wagner na Casa Civil e despachar Aloizio Mercadante de volta para o Ministério da Educação, mas não aceitou dispensar Cardozo no auge da Lava Jato.

Negativa

"Isso não procede", disse Lula ao Estado, em resposta enviada por e-mail, ao ser questionado sobre sua intenção de trocar Levy e Cardozo. "Eu aprendi, no exercício da Presidência, que a escolha de ministros é de responsabilidade exclusiva de quem é presidente. A presidenta terminou de concluir uma importante reforma ministerial, para superar as dificuldades atuais e criar condições para a retomada do desenvolvimento, criação de empregos e distribuição de renda."

Apesar do desmentido, Lula age para mudar os rumos do governo Dilma, que, no seu diagnóstico, carece com urgência de uma agenda positiva. Aos amigos, ele afirma que a reforma ministerial foi importante para atrair o PMDB, soldar a base aliada, barrar pedidos de impeachment e recuperar a estabilidade na economia. Avalia, no entanto, que só isso não basta e diz ser preciso dar "o próximo passo" para retomar o crescimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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