Tópicos | Abimaq

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, durante palestra no congresso da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que a América Latina está desmanchando, com políticas populistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal e cortejando autoritarismo.

"A América Latina está desmanchando com políticas populistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal, cortejando autoritarismo. É o caminho da Venezuela e estavam colocando o Brasil nesse caminho, em direção a um sistema político de baixa qualidade. Estamos vendo, desde o início, a democracia brasileira é resiliente", disse.

##RECOMENDA##

Segundo Guedes, o Brasil é um potência energética, alimentar e geopolítica. "O Brasil é o único país que está nos Brics e vai entrar na OCDE. O Brasil está nos dois, reconhecido como uma potencial alimentar no mundo. Vamos acreditar no nosso País. Já estamos no caminho da prosperidade, basta votar corretamente", disse.

O candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, avaliou que "ser alvo é bom, perigo é ser esquecido", ao considerar positiva sua participação no debate da noite desta quinta-feira, 9, na TV Bandeirantes. Alckmin disse ser um bom sinal ter sido questionado por muitos dos seus adversários.

"Ser alvo é bom, o perigo é ser esquecido", disse o ex-governador a jornalistas após participar de sabatina na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na zona sul da capital paulista. "Uma vez fui candidato a prefeito e tive com Fabio Feldmann, que havia sido candidato na eleição anterior. Perguntei a ele como foi a campanha e ele disse que foi muito bem tratado, só elogios. Mas isso porque não tinha nenhuma chance de ganhar", brincou. "Então ser alvo é bom sinal."

##RECOMENDA##

No programa de ontem, Alckmin foi um dos principais alvos dos demais candidatos, contrariando a expectativa de que Jair Bolsonaro (PSL) ficasse na linha de fogo. Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT) foram alguns dos que mais escolheram o tucano para dirigir suas perguntas.

Setor

Em um aceno à indústria de bens de capital, Alckmin afirmou ser possível conceder formas mais baratas de financiamento para o setor. "O nosso objetivo é baixar juros para todos. Mas é claro que setores estratégicos podem ser tratados de forma diferenciada", avaliou o tucano.

À plateia, o ex-governador procurou mostrar sintonia com as propostas que a Abimaq entrega a todos os presidenciáveis que convidou para melhorar a economia. Disse que é preciso trazer confiança de volta à economia para que o empresário possa voltar a investir, prometeu medidas para ajudar os exportadores e também avaliou que outras medidas são necessárias pra reduzir o patamar brasileiro de juros, como um melhor ambiente fiscal e maior competitividade no setor bancário.

O ex-governador, por outro lado, se esquivou de prometer rever a política para o setor de petróleo e gás, que deixou de exigir conteúdo nacional, uma demanda também levantada no evento. "Sempre que pudermos fortalecer emprego e renda no Brasil, vamos fazê-lo. Agora, o que temos que fazer é dar mais competitividade à indústria", disse. "Se mexermos nas origens do problema, vamos ter presença maior de conteúdo nacional."

Alckmin reiterou que vai aprovar quatro reformas - a tributária, política, previdenciária e do Estado - e criticou novamente a forma como o governo do presidente Michel Temer aprovou o teto dos gastos. "Do jeito que foi feito, sem reformas, é só uma mera intenção. Fez-se o mais fácil, mas as reformas da Previdência e tributária não aprovaram", criticou.

O ex-governador lembrou ainda que, sem as reformas, o teto significa que os investimentos acabam sacrificados para que os gastos com pessoal e custeio continuem aumentando.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, amenizou nesta terça-feira, 17, em reunião com empresários na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista, seu discurso em relação à reforma trabalhista. Ciro afirmou que não se opõe uma reforma, mas que é contrário à matéria aprovada pelo governo de Michel Temer. O pedetista, que anteriormente havia prometido revogar o texto caso vença as eleições 2018, disse que, ao falar em "revogar", fez uso de um "cacoete de professor". "Não sou contra reforma, sou contra esta."

"Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão", disse o ex-governador do Ceará. "Da proposta aprovada, 10% são coisas aberrantes. Você acha que sindicalismo critica o negociado sobre o legislado? Não, falam da situação da grávida em ambiente insalubre", disse.

##RECOMENDA##

O presidenciável declarou ainda que seu compromisso com os sindicatos foi apenas de recolocar a discussão e disse achar razoável recolocar a possibilidade de uma contribuição sindical em acordos entre empregados e trabalhadores.

Na busca por alianças com legendas do centro, Ciro tem procurado reorientar seu discurso. No final de semana, combinou com lideranças do 'Centrão' que seus assessores econômicos iriam sentar para ajustar as propostas, principalmente na área econômica. A primeira reunião aconteceu nesta terça-feira, segundo um dos economistas que o assessora, Mauro Benevides.

Ao falar sobre sua política para investimentos, o pedetista disse ainda que pretende rever o teto de gastos para excluir os investimentos, a educação e a saúde. Ciro citou a experiência como governador do Ceará, onde seu governo fez um ajuste resguardando essas rubricas, e disse que é possível reproduzir isso no Brasil. "Minha maior urgência é fazer um ajuste fiscal severo. É melhor um sacrifício amargo agora porque aí viramos expectativas e o País pode pensar em crescer 5 pontos no ano seguinte", defendeu.

Considerado um indicador antecedente do nível de investimentos no Brasil, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos subiu 1,7% em julho ante igual mês do ano passado, para R$ 5,86 bilhões, informou nesta quarta-feira, 30, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No entanto, em comparação com junho, a receita teve queda de 1,6%.

Com os resultados, o setor faturou, no acumulado de janeiro a julho, o total de R$ 37,8 bilhões. O volume representa recuo de 5,6% em relação a igual período do ano passado.

##RECOMENDA##

O consumo aparente, cálculo que inclui as importações e exclui as exportações, para ter uma noção do tamanho da demanda interna, caiu 19,7% em julho ante igual mês do ano passado, para R$ 7,7 bilhões. Já em relação a junho, o nível aponta alta de 6,8%. Com isso, o consumo aparente acumula queda de 25,4% no ano, para R$ 48,8 bilhões.

Balança comercial

Segundo a Abimaq, o saldo da balança comercial da indústria de máquinas e equipamentos ficou negativo em US$ 427 milhões. O resultado indica queda de 54,2% do déficit em relação a julho do ano passado, mas alta de 70,2% na comparação com junho.

Em julho, as exportações alcançaram US$ 726,9 milhões, crescimento de 20,2% em relação a igual mês do ano passado, porém recuo de 3,4% sobre o volume de junho. As importações, por sua vez, somaram US$ 1,154 bilhão em julho, baixa de 24,5% ante julho do ano passado, mas avanço de 15% sobre o montante de junho.

No acumulado do ano, de janeiro a julho, os embarques atingiram US$ 4,81 bilhões, aumento de 4,7% em comparação com igual período de 2016. Enquanto isso, as importações somaram US$ 7,13 bilhões, retração de 27,4% sobre igual período do ano passado.

Com isso, o saldo da balança comercial do setor ficou negativo em US$ 2,4 bilhões no acumulado dos primeiros sete meses do ano. O resultado representa baixa de 55% em relação ao déficit de período equivalente do ano passado.

Emprego e Nuci

Ainda segundo a Abimaq, o setor terminou o mês de julho com 288,7 mil funcionários, número 5,7% menor que a quantidade de julho do ano passado e 0,6% inferior ao resultado verificado no fim de junho.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 73,2% em julho, ante 70% em junho e 67,1% em julho do ano passado.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, reuniu-se nesta quarta, 4, com o vice-presidente, Michel Temer no Palácio do Jaburu. Junto com alguns deputados da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria, Pastoriza disse, ao final do encontro, ter insistido na proposta de redução de ministérios, caso Temer assuma a presidência da República.

Para Pastoriza, a medida é "simbólica, mas importante", um desafio para o novo governo. Temer acompanhou a apresentação da lista de medidas e, segundo o presidente da Abimaq, concordou com a maioria. Disse ao grupo, ainda de acordo com o relato de Pastoriza, que considera montar uma equipe, caso assuma a Presidência, para estudar e planejar o enxugamento dos cargos. Participaram do encontro membros da bancada do Rio Grande do Sul na Câmara, Jerônimo Goergen (PP) e Mauro Pereira (PMDB).

##RECOMENDA##

Mesmo pregando a redução da máquina estatal, ele defende a preservação de alguns ministérios que considera "fundamentais", como os da Agricultura e da Indústria e Comércio. Segundo ele, essas pastas não deveriam ser "fatiadas", pois há "outros ministérios que podem ser cortados". "Deve haver corte também na carne do governo" opinou.

O empresário considera importante que o vice-presidente "não perca janela de crédito" a ser aberta com um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, considerando que o Senado aprove o afastamento. E comentou ter sugerido a Temer que ele tem prazo de 90 dias para "mostrar a que veio".

Mais cedo, o vice-presidente recebeu o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) no Palácio do Jaburu e voltou a dizer que não deverá fazer um corte expressivo no número de cargos dos ministérios no início de seu mandato. Ele, que vem sofrendo pressão de partidos que apoiaram a saída de Dilma, afirmou que pretende esperar os primeiros três meses para chegar a uma definição sobre o tema.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que teria mantido ao longo da sexta-feira qualquer conversa com a presidente Dilma Rousseff sobre a meta de superávit primário de 0,7% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB). "Hoje eu não falei (com a presidente Dilma) sobre meta fiscal", negou o ministro que fez palestra durante jantar de confraternização da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) ontem à noite.

Durante a sexta-feira circularam informações de que Levy teria sido chamado pela presidente para participar, com a presença do ministro do Planejamento e Orçamento, Nelson Barbosa, de reunião para tratar da mudança da meta. Levy também disse que não teria condicionado a sua permanência no governo à manutenção da meta de superávit primário, de 0,7% do PIB.

##RECOMENDA##

Mas ao ser perguntado se estaria brigando dentro do governo para manter a meta de superávit, Levy disse que "se a gente se acomodar e disser que é difícil, poderemos ter uma surpresa ruim, o rebaixamento (perda do grau de investimento)", o que tornaria o crédito ainda mais difícil.

De acordo com o ministro é preciso entender a sua insistência pela manutenção da meta fiscal dentro do seu devido contexto. Ele fez uma analogia com o movimento do Grupo Passe Livre, em 2013, pela não aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus na capital paulista. "Tem que entender a história no seu contexto. Não são os R$ 0,20. Não se trata de o ministro querer, o ministro quer", disse.

Como sempre digo, continuou Levy, a questão não pode ser unidimensional. "Se você ficar só nisso e não olhar as outras coisas, não tiver reforma do ICMS, do Pis/Cofins, se não melhorar os Conselhos que dão transparência no relacionamento entre Estado e as empresas, a fórmula não fica completa. E aí fica difícil ter a economia voltando e alcançar o 0,7%", acrescentou.

O anúncio da Petrobras de que vai cortar investimentos - US$ 3 bilhões neste ano e US$ 8 bilhões em 2016 - foi considerado "péssimo" pelo presidente da Associação da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso Dias Cardoso. "Isso vai ser péssimo para nós, que já vivemos de encomendas antigas. Na verdade, os fornecedores do setor de petróleo e gás sofrem há tempos", afirmou Velloso.

A indústria petroleira vai se reunir com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na semana que vem. Será levado a ele uma proposta de estímulo ao investimento, com mudanças regulatórias.

##RECOMENDA##

Hoje, a saída para o segmento de máquinas e equipamentos com foco na indústria petroleira é "sobreviver de manutenção", disse o executivo. Ele acrescentou ainda que o ambiente atual, de predomínio da Petrobras como compradora, é prejudicial aos fornecedores. "O conceito de cliente único é ruim sob vários aspectos. Um deles é o que está acontecendo agora com a Petrobras", enfatizou o presidente da Abimaq.

Na mesma linha, a concentração de mercado nas mãos da estatal foi criticada pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Paulo Martins. "Não sabemos ainda o detalhamento do corte e os projetos que serão adiados. A gente tem no Brasil um cliente dominante. Hoje dependemos de um único cliente (a Petrobras). Com isso, toda variação (corte de investimento da Petrobras) afeta a indústria", disse.

IBP

Para o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Jorge Camargo, que representa empresas petroleiras de grande porte, inclusive a Petrobras, o momento exige "corte de custo, mais disciplina de capital e inovação tecnológica". Ele acrescenta, no entanto, que o pré-sal continua sendo a grande aposta das companhias. Em sua opinião, apesar dos baixos preços do petróleo, "o pré-sal é viável".

Pela estimativa do IBP, no Brasil, a soma de investimento de petroleiras deve ser de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões em 2016. "É pouco. No mundo todo, as contratações giram em torno de US$ 700 bilhões, 10% disso poderia vir para o Brasil", complementou.

A indústria petroleira - incluindo as produtoras de petróleo e as principais associações representantes dos segmentos fornecedores - elaborou uma "Agenda Mínima para o Setor Petróleo", que será apresentada ao ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na semana que vem, no dia 13.

A agenda possui oito propostas de transformação do modelo regulatório atual. Entre os destaques estão o fim da obrigatoriedade de que a Petrobras responda por 30% dos investimentos no pré-sal, no mínimo, na figura de operador único, e o aperfeiçoamento da regra de conteúdo local.

A indústria sugere que cobranças de aquisição de bens e serviço na fase de exploração, de mais risco, perca peso na contabilidade do porcentual mínimo que as petroleiras devem atingir para cumprir a exigência de conteúdo local. Além disso, pede que a política seja mais de premiação das empresas que cumprem o conteúdo local, do que de penalidade.

O governo federal não cortou nada "na carne", apenas postergou o problema e transferiu fontes de recursos, avaliou nesta segunda-feira, 14, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), ao comentar o pacote de medidas de austeridade fiscal, de cerca de R$ 65 bilhões, anunciado pela equipe econômica. O executivo prometeu reagir "fortemente" no Congresso para tentar derrubar as propostas.

"O governo não fez sua parte, não cortou nada na carne. Na realidade, postergou o problema e transferiu fonte de recursos: o que era do Tesouro passou para o Fundo de Garantia e o que era do Tesouro foi para emendas", avaliou. Skaf, que também é presidente do Sebrae-SP, criticou em especial a proposta do governo de pegar 30% do valor recolhido pelo Sistema "S". Para ele, o Executivo quer "abocanhar um pedaço do sistema 'S'". "Significa pegar aquilo que funciona com eficiência e colocar na mão do governo, que é ineficiente", disse.

##RECOMENDA##

Skaf também disparou duras críticas à postura do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que fez o anúncio das medidas ao lado do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em Brasília. Na avaliação do executivo, Levy foi irônico e fez comparações "infelizes". "Ele desrespeitou a sociedade em vários momentos, quando, por exemplo, se referia aos aumentos de impostos como algo pequeno. Ele não tem esse direito", afirmou. Segundo o executivo, "ministro para aumentar imposto o Brasil não precisa".

"O ministro que o Brasil está precisando é aquele que combata desperdícios, melhore a gestão publica, combata com rigor a corrupção, que reduza os gastos e tamanho do Estado, que é o que cria esse problema", defendeu. Para Skaf, nada do que foi anunciado hoje vai ao encontro dos interesses dos brasileiros. "Se aumentar imposto resolvesse o problema do Brasil, o País não teria problemas", disse. "A ironia do ministro, cabe à presidente da República decidir. Agora as medidas de criação de impostos vamos combater fortemente no Congresso", prometeu.

Abimaq

O anúncio do corte de despesas do governo federal em R$ 26 bilhões para o próximo ano foi uma boa decisão se comparada com a falta de ação que vinha dominando o Executivo, avaliou hoje o diretor do Departamento de Competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini. "Eu diria que foi a melhor decisão se comparada com o imobilismo em que estava no Executivo", afirmou.

Contudo, Bernardini disse desconfiar de que os cortes anunciados sejam apenas para justificar a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). "Temo que estes cortes nem sejam feitos", disse o diretor da Abimaq.

"A CPMF é uma tragédia para a competitividade e exportações da indústria", disse Bernardini, acrescentando que seria melhor se o governo fizesse incidir sobre o setor de serviços as mesmas taxas incidentes sobre a atividade industrial. Ele acha que seria correto também se o governo passasse a taxar as grandes fortunas de pessoas físicas. "Não quero que taxem os lucros dos bancos porque depois eles repassam tudo para o cliente", disse.

A indústria de máquinas e equipamentos nacional faturou R$ 7,051 bilhões em julho deste ano, queda de 0,2% ante junho, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (26), pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em relação a julho do ano passado, houve baixa de 7,7%.

De acordo com dados da Abimaq, o consumo aparente do setor, ou seja, indicador que mede a produção interna mais importações e exclui exportações, avançou 3,3% em julho ante junho, ao totalizar R$ 11,0 bilhões. Já em comparação com julho de 2014, houve recuo de 3,4%. No acumulado do ano até julho, a queda foi de 4,6%.

##RECOMENDA##

O déficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos nacional cresceu 7,5% em julho ante junho, para US$ 999,55 milhões. Em relação a igual mês do ano passado, houve queda de 21,9%. No acumulado do ano, o déficit é de US$ 7,391 bilhões, queda de 18,6% ante igual período de 2014.

O aumento do déficit se deve a uma queda nas exportações, que somaram US$ 661,86 milhões no mês, montante 2,7% menor que em junho e 26% inferior ao anotado em igual mês do ano passado. Enquanto isso, as importações subiram 3,2% em julho ante junho, para US$ 1,661 bilhão. Contra julho do ano passado, as importações caíram 23,6%.

Nuci

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria de máquinas e equipamentos nacional ficou em 66,6% em julho, 0,6 ponto porcentual maior que o verificado em junho (66,0%) e 9,4 pontos porcentuais inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (76,0%). De acordo com a Abimaq, a carteira de pedidos do setor subiu 15,9% em julho ante junho.

Os dados da Abimaq mostram também que o setor encerrou o mês de julho com 337,994 mil empregados, quantidade 1,0% menor do que em junho e 8,9% mais baixa do que em julho de 2014.

Mesmo com a alta do dólar nos últimos meses, a indústria de transformação ainda não considera o nível atual do câmbio como de equilíbrio, disse na tarde desta quarta-feira, 29, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza.

Segundo ele, o desequilíbrio se dá porque há uma "grande" e "histórica" distorção entre a inflação nos Estados Unidos e no Brasil. Pelos cálculos do executivo, somente com um dólar a R$ 5 seria suficiente para corrigir a diferença de competitividade entre Brasil e Estados Unidos.

##RECOMENDA##

Durante coletiva de imprensa para comentar os dados do setor do primeiro semestre, Pastoriza explicou que o cálculo do câmbio a R$ 5 tem como referência os anos de 2000 e 2001, quando o saldo comercial da indústria de transformação era "saudável", em cerca de R$ 40 bilhões.

"Se você pegar daquela época para cá e descontar a inflação americana e brasileira nesses últimos 15 anos, o câmbio que deveria corrigir essa diferença para manter a competitividade vai chegar a R$ 5, que é o câmbio implícito do setor automotivo", afirmou.

Com queda de 6,5% no faturamento total líquido no primeiro semestre de 2015 e eliminação de mais de 30 mil vagas no setor nos últimos 12 meses encerrados em junho, o presidente da Abimaq disse não conseguir ver uma luz no final do túnel da crise.

"Uma hora vamos tocar o chão e vamos começar a subir, mas, francamente, não conseguimos dizer quando isso vai começar", afirmou. Na avaliação de Pastoriza, é "muito difícil" essa retomada acontecer durante o primeiro semestre do ano que vem.

A indústria de máquinas e equipamentos faturou R$ 7,356 bilhões em maio, queda de 1% na comparação com abril e recuo de 9,6% ante o mesmo mês do ano passado. Os números foram divulgados nesta quarta-feira, 24, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Com o resultado, o faturamento líquido do setor acumulado nos cinco primeiros meses de 2015 é de R$ 36,594 bilhões, montante 4,9% menor do que o registrado em igual período de 2014.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos em maio, por sua vez, caiu 7,4% ante abril e recuou 4,3% em relação a maio do ano passado, ao atingir R$ 10,995 bilhões no quinto mês deste ano. No acumulado de 2015 até maio, o consumo aparente soma R$ 56,436 bilhões, o equivalente à queda de 3,4% na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado.

##RECOMENDA##

Balança comercial

O déficit comercial da indústria de máquinas e equipamentos em maio somou US$ 965,04 milhões, o equivalente à queda de 19,9% ante abril e a retração de 14,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com o resultado, o déficit acumulado nos cinco primeiros de 2015 é de US$ 5,462 bilhões, montante 16,6% menor do que em igual período do ano passado.

Esse déficit é resultado de exportações que somaram US$ 633,35 milhões em maio, o que corresponde a crescimento de 3,1% em relação a abril, porém queda de 35,1% frente um ano atrás. Nos cinco primeiros meses de 2015, as vendas externas somam US$ 3,266 bilhões, montante ainda 20,2% menor na comparação com igual período do ano passado.

Já as importações totalizaram US$ 8,728 bilhões de janeiro a maio deste ano, queda de 18% ante o mesmo intervalo de tempo de 2014. Somente em maio de 2015, as importações chegaram a US$ 1,598 bilhão, queda de 12,1% na comparação com abril e recuo de 23,9% em relação a maio do ano passado.

Nuci e emprego

Os dados da Abimaq divulgados nesta quarta-feira mostram ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor em maio ficou em 65,7%, menor do que o verificado em abril deste ano (68,2%) e do que o registrado em maio do ano passado (76,7%). Já a carteira de pedidos do setor caiu 9,4% em maio ante abril e tombou 18,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de maio com 346.873 empregados, volume 1% menor do que o de abril e 6,4% mais baixo do que o total de funcionários de maio de 2014. De acordo com dados da Abimaq, nos últimos 12 meses, o setor já demitiu 23.538 pessoas.

A reversão da desoneração da folha de pagamentos para a indústria de transformação, se aprovada pelo Congresso Nacional, deverá provocar a demissão de 150 mil trabalhadores no setor de máquinas até o fim deste ano, afirmou nesta quarta-feira, 17, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza. Segundo ele, o setor tem 350 mil empregos diretos e o número a ser cortado superaria o total de funcionários de toda a indústria automotiva (112,2 mil funcionários em maio).

"O que vai acontecer é que, com essa confluência de juros absolutamente extorsivos, com Selic a quase 14%, que cauteriza qualquer vontade de investir, somada agora com essa reversão das desonerações, vai ser uma pá de cal. Vamos começar a demitir de forma brutal", afirmou o executivo em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. De acordo com o presidente da Abimaq, se contabilizados os empregos indiretos gerados pela indústria de máquinas e equipamentos, o número de demissões neste ano chegará a 800 mil trabalhadores.

##RECOMENDA##

Pastoriza criticou o relatório do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que prevê recomposição menor das alíquotas de desoneração para as áreas de comunicação social, transportes, alimentos da cesta básica e call centers. "Isso foi politicagem pura", disse. Inicialmente, o governo federal era contra a proposta de Picciani, mas, conforme revelou reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" hoje, teria cedido e aceitado flexibilizar alguns itens da proposta para evitar uma derrota durante a votação. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contudo, disse nesta quarta-feira desconhecer esses escalonamentos.

"São setores que não têm nenhuma razão técnica para receber o benefício (da desoneração) porque não sofrem concorrência dos importados", criticou o executivo. Ele lembrou que, originalmente, a política de desonerações foi criada em 2011 para 12 setores da indústria de transformação para compensar a perda de mercado frente aos importados, em razão do chamado "custo Brasil" e do câmbio desvalorizado. "Nessa época, a desoneração segurou empregos que deveriam ter sido cortados", ressaltou. A desoneração para os outros setores só foi incluída pelo Executivo posteriormente.

Pastoriza destacou que, mesmo acima de R$ 3, o nível atual do dólar não tem ajudado a indústria. "A única vantagem foi em relação ao mercado americano, porque outras moedas asiáticas e o euro também se desvalorizaram (frente ao dólar)", disse.

Para ele, não adianta a moeda americana estar valorizada se não há "juros civilizados". Segundo o executivo, a Selic a quase 14% causa duplo mal-estar para a indústria: atrai o capital especulativo que mantém o dólar artificialmente baixo e inibe investimentos produtivos. "Sem swap e com juros menores, o dólar certamente subiria a mais de R$ 3,5."

A indústria de máquinas e equipamentos deve apresentar quedas em torno de 10% tanto no faturamento quanto no consumo aparente em 2014 ante 2013, em termos nominais. A afirmação foi dada nesta quarta-feira (26) pelo assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, durante coletiva de imprensa para comentar os resultados de outubro. No acumulado do ano até agora, o setor acumula recuo de 15,5% no faturamento e de 16% no consumo aparente, em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a Abimaq, no acumulado de 2014, o faturamento está 17% abaixo da média. "Apesar da recuperação na ponta, o resultado acumulado até o mês de outubro indica mais um ano de queda no faturamento do setor de bens de capital, o terceiro consecutivo", afirma a instituição no relatório de divulgação dos dados de outubro. A entidade destaca que, entre outras coisas, isso se deve ao fato de que, neste ano, os preços de máquinas e equipamentos passaram a crescer menos que a variação de custos, reduzindo ainda mais as margens de lucro do setor.

##RECOMENDA##

No caso do consumo aparente (soma da produção nacional com as importações menos as exportações), a Abimaq pondera que, mesmo com a melhora registrada nos últimos meses deste ano, o nível de participação da produção nacional (28%) continua sendo um dos menores da história em relação aos importados (72%). Mas, na avaliação de Bernadini, a perspectiva é de melhora no futuro. "Podemos esperar uma melhora no market share do produto nacional ao longo do ano que vem", afirmou. Para isso, defendeu, é preciso um dólar ao redor de R$ 3, que equilibraria o Custo Brasil e parte das outras desvantagens no comércio internacional.

Para 2015, Bernardini previu que, em um cenário pessimista, com mudanças no governo, risco de racionamento de água e energia, a Abimaq espera uma nova queda no faturamento. Já em um cenário "otimista", sem esses fatores negativos, ele afirmou que um provável ajuste das contas públicas poderá permitir que o setor de infraestrutura, "devidamente incentivado", possa voltar a ser a "locomotiva de crescimento" do País, fazendo com que o setor tenha uma retomada do crescimento a partir do segundo semestre do próximo ano.

Isso porque, de acordo o assessor da presidência da Abimaq, no primeiro semestre o novo ministro da Fazenda, que deve ser anunciado nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, deve trabalhar para uma elevação da taxa básica de juros (Selic) acima de 12% ao ano, o que permitirá um ajuste das contas públicas, apesar de provocar uma recessão na economia nos seis primeiros meses do ano. "Esse cenário otimista é mais um desejo do que uma possibilidade", ponderou Bernardini durante a coletiva.

A presidente Dilma Rousseff está disposta a promover mudanças na política econômica durante o segundo mandato, na avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente executivo da entidade, José Velloso, disse nesta segunda-feira (27) acreditar que o principal objetivo da petista neste segundo mandato será retomar o crescimento da economia brasileira. Para ele, as sinalizações dadas durante o discurso da vitória neste domingo já foram um "recado", mas o "sinal concreto" de mudança será dado por meio do anúncio da nova equipe econômica.

"Vejo com otimismo o discurso dela porque foi uma eleição muito disputada. O discurso de unir o País foi no rumo correto", avaliou. Velloso defende que a retomada do crescimento econômico só será possível por meio do incentivo à indústria, setor citado pela presidente em sua fala. De acordo com o dirigente, o governo terá de "mudar a equação", passando a gerar emprego na indústria, ao mesmo tempo em que deve torná-la mais competitiva. "Se continuar gerando empregos de baixo valor agregado, não vamos ter crescimento do PIB. O que agrega valor é indústria", afirmou.

##RECOMENDA##

Para tornar a indústria mais competitiva, ele avalia que a presidente Dilma deve combater principalmente o chamado "custo Brasil", composto, entre outros fatores, pelo câmbio, juros, tributos, infraestrutura e logística, energia elétrica e burocracia. No caso do câmbio, Velloso afirma que o mais importante é mudar a política do Banco Central (BC) de intervir diariamente no valor do dólar por meio dos leilões de swap cambial. "Ela vai ter que liberar o câmbio", afirmou, prevendo que, com essa liberação, o dólar deve se estabilizar entre R$ 2,60 e R$ 2,80.

No caso do juros, o presidente executivo da Abimaq avalia que é preciso diminuir a Selic, como forma de incentivar os investimentos. "Enquanto deixar o dinheiro aplicado for bem remunerado, com baixo risco, qual atividade da indústria vai querer investir diante do custo elevado?", indagou. Diante disso, ele destaca que o governo não poderá mais usar apenas o dólar e a taxa básica de juros (Selic) para controlar a inflação. Para Velloso, a partir de agora o governo terá de cortar gastos públicos da máquina para ajudar no combater da alta de preços. "Acho que esse vai ser o maior desafio", comentou.

O dirigente defende ainda que é necessário que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) continue atuando no financiamento de longo prazo. "Enquanto for grande a diferença entre a Selic e a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, usada como referência nos empréstimos da instituição), o BNDES deve continuar atuando nisso porque nenhum outro banco vai querer fazer", explicou. Ele espera, contudo, que o BNDES deixe de privilegiar setores específicos, como o de carnes, ampliando o leque de empresas beneficiadas.

O faturamento bruto do setor de bens de capital mecânico deve apresentar uma queda maior que a esperada para este ano, afirmou nesta quarta-feira (24), Mario Bernardini, assessor econômico da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e diretor do Departamento de Competitividade da associação. "Esperamos que o ano acabe logo. Não há possibilidade de recuperação neste ano, e a expectativa é que o estrago seja maior que o previsto, com decréscimo em termos reais superior a 15%, mais próximo de 20%", afirmou, em coletiva de imprensa para comentar os resultados de agosto.

Segundo o documento de divulgação da associação, o faturamento bruto médio deste ano até agosto está em um nível 18,9% abaixo da média do período 2010/2013. "Essa é uma péssima notícia par o Brasil como um todo, vamos voltar a uma formação bruta de capital fixo próxima de 17%", disse, acrescentando que isso significa comprometer o crescimento econômico do futuro.

##RECOMENDA##

Argentina

De acordo com Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, a Argentina já vem atrasando pagamentos aos exportadores "brasileiros há alguns anos". Questionado sobre as notícias recentes de que a Argentina está atrasando pagamentos a empresas brasileiras, ele explicou que esse problema vem ocorrendo desde que o país vizinho começou a enfrentar problemas de reservas e no balanço de pagamentos.

Mas Pastoriza afirmou que os atrasos não apresentam um problema grave para o setor e que a relação continua boa. "Temos tido de fato problemas recorrentes, mas a Argentina não tem interesse de nos prejudicar, também precisa da nossa ajuda. Há dificuldades, mas aos trancos e barrancos estão sendo administradas", afirmou.

O presidente da Abimaq afirmou, por exemplo, que as exportações para o Mercosul no acumulado de janeiro a agosto estão apenas 1,9% abaixo do volume observado no mesmo período do ano passado. A Argentina responde por cerca de 80% das vendas para o Mercosul, acrescentou. Na América Latina, a queda é de 6,1%.

O crescimento de 1,4% do faturamento do setor de máquinas e equipamentos em junho em relação a maio deste ano representa apenas uma pequena "flutuação" e não reflete a tendência do setor, de fechar 2014 em queda no faturamento.

A avaliação é do diretor do Departamento de Competitividade, Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini, ao comentar, nesta quarta-feira (30) os resultados mensais e semestral do setor. Segundo ele, a previsão da entidade é de recuo em torno de 12% no faturamento neste ano, podendo chegar a 13% ou 14%.

##RECOMENDA##

O diretor explica que essa tendência de queda no faturamento do setor de bens de capital em mais um ano pode ser observada pelo resultado acumulado do semestre, que totalizou R$ 34,908 bilhões, 13% inferior ao mesmo período do ano passado.

Ele destaca que esse recuo também é indicado pelo próprio faturamento dos últimos três meses, que se apresentou em relativa estabilidade, com patamar "bem mais baixo" (16,1%) do que a média do setor observada pela entidade. Ele lembra que essa queda no faturamento já vem sendo observada desde a passagem de 2012 para 2013.

"Vamos passar um ano bem apertados", declarou Bernardini, dizendo acreditar que o setor só tem condições de voltar a crescer no segundo semestre de 2015. O diretor afirmou que isso será possível em razão dos ajustes que o novo presidente, "independentemente de quem ganhe a eleição", vai ter que fazer para que os investimentos no País voltem a aumentar.

"O ajuste no câmbio e nos preços administrados são inevitáveis, seja qual for o governo", defendeu. Ele comentou que a Abimaq, que é apartidária, tem se reunido com os principais candidatos à Presidência para apresentar as demandas do setor para o próximo ano.

Ao comentar o crescimento das exportações no primeiro semestre deste ano, Bernardi ressaltou que essa alta se deu principalmente pelo aumento das exportações para os Estados Unidos, que tiveram a maior variação (54,1%) em relação a 2013, seguido pela Europa (28,3%).

De acordo com ele, esse crescimento é consequência direta do aumento da demanda no mercado americano, que tem tido melhor desempenho após a crise de 2008. O diretor acrescentou ainda que parte razoável desse aumento está ligada a exportações "intercompanies", insensíveis ao câmbio no curto prazo.

O chefe do gabinete da presidência da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Lourival Junior, que a situação do setor de máquinas e equipamentos é tão grave que o faturamento interno do setor, retirando o resultado proveniente das exportações, está na mesma linha e até abaixo do que o faturamento no auge da crise de 2008.

"Na crise de 2008, estávamos faturando mais do que agora. Nosso setor está vendendo a preço de custo para não ficar parado", afirmou. Segundo ele, a partir do fim do ano passado os preços de máquinas e equipamentos passaram a crescer menos do que a variação dos custos reduzindo ainda mais a margem do setor. "Tivemos um pequeno crescimento na produção física, comprometendo margem. O empresário está comprometendo o seu resultado para rodar as fábricas", reforçou.

##RECOMENDA##

Para o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini, diante deste cenário fica cada mais vez difícil fazer projeções. "Tínhamos esperança de repetir os resultados de 2013, não vamos, vai haver uma queda no faturamento. Não creio que a queda seja de dois dígitos, mas posso estar enganado", afirmou. "Nossa bola de cristal está meio enevoada", brincou.

No primeiro trimestre do ano, segundo a Abimaq, o faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos foi de R$ 16,319 bilhões, 9,5% inferior ao mesmo período de 2013. "Apesar das quedas nas exportações em março (na comparação com fevereiro), foram elas que impediram uma queda ainda maior no faturamento do setor", afirmou Lourival.

Nos últimos três anos, destaca Bernardini, o faturamento do setor tem encolhido em média 7% ao ano e entre 2012 e 2014 "já apresenta uma redução acumulada no trimestre de 21,13%".

Déficit - A redução do déficit comercial do setor, que em março caiu 19,6% na comparação com fevereiro e teve redução de 17,9% ante o mesmo período de 2013, segundo Lourival, é explicada mais em função da queda das importações do que o aumento das exportações. "Não é uma boa notícia uma eventual redução do déficit, porque significa que o Brasil está deixando de investir. Na realidade, as duas linhas são decrescentes", afirmou.

Segundo Lourival, a sinalização do governo de segurar a inflação por meio do câmbio pode piorar ainda mais o déficit comercial do setor. "O câmbio pode abortar esse sentimento de retomada das exportações", afirmou. Para Bernardini, o desempenho do setor nas exportações vai depender do câmbio e da demanda dos países importadores, como os Estados Unidos. "Se os EUA crescerem por volta de 3% como se tem estimado, é possível que ajude o setor, independente do câmbio", ponderou.

Lourival explicou ainda que o fato de as exportações apresentarem crescimento de 27,8% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2013 e o resultado corresponder a 46,5% do faturamento total do setor, bem acima da média histórica de 32%, se deve basicamente porque "as exportações estão melhores e o faturamento está pior". "Por isso, esse alto porcentual de participação."

No acumulado do primeiro trimestre, o faturamento bruto do setor caiu 9,5 % quando comparado com o mesmo período de 2013, para R$ 16,319 bilhões. Já as exportações no período somaram US$ 3,192 bilhões.

Para o diretor secretário da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, o Inovar Auto é o "antiexemplo" em termos de uma política industrial inteligente. "Existem tantas chicanas no programa que (as montadoras) não estão virando a cadeia produtiva, estão trazendo o máximo possível de peças de fora do País", criticou nesta quarta-feira (26). Ele afirma ainda que não é difícil apresentar bons resultados com tantos estímulos do governo federal. "Com essa proteção, qualquer setor estaria nadando de braçada", afirmou.

Pastoriza afirma que a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é a única representação que "trabalha na prática com câmbio a R$ 4". "Eles têm a proteção de 35% de imposto de importação para automóveis, com o Inovar Auto têm mais 30 pontos porcentuais de IPI", diz.

##RECOMENDA##

O representante da Abimaq destacou que a instituição tem o pleito de aprovar o Inovar Máquinas junto ao governo, com aumento do conteúdo local de máquinas e estímulo à inovação, mas respeito ao ex tarifário, que permite a importação sem carga adicional de tributação para itens que não possuem similar nacional. "Está em estudo há meses. Mas não temos aparentemente a mesma força que a Anfavea", reclama o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini.

De acordo com a Abimaq, o Brasil não está aumentando o investimento no setor de máquinas e equipamentos. "A máquina importada que antes entrava no País a R$ 2 milhões, agora, por conta na mudança no câmbio, entra a R$ 2,4 milhões. Isso infla o consumo aparente", explica Bernardini. "O consumo aparente mostra leve crescimento este ano, mas não está aumentando seus investimentos produtivos. Não é com caminhões e ônibus que a indústria vai se tornar competitiva", reclama o diretor de competitividade.

A indústria de máquinas e equipamentos fechou o mês de agosto com faturamento bruto real de R$ 7,266 bilhões, número que representa alta de 6,8% sobre julho. Na comparação com agosto de 2012, o faturamento bruto real foi 2,1% menor. No acumulado do ano até agosto, o setor faturou R$ 52,156 bilhões, baixa de 6,7% ante igual período do ano passado. Os números são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgados nesta quarta-feira, 25.

O consumo aparente de máquinas e equipamentos atingiu R$ 10,653 bilhões em agosto, recuo de 0,6% ante julho. Em relação a agosto de 2012, houve alta de 8,8%. No acumulado até agosto, o consumo aparente totalizou R$ 80,277 bilhões, avanço de 5,6% em relação a igual período de 2012.

##RECOMENDA##

As exportações somaram US$ 1,249 bilhão em agosto, alta de 11,8% ante julho e queda de 3,2% ante o mesmo mês do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 2,722 bilhões em agosto, recuo de 4,6% ante julho e alta de 6,7% na comparação com agosto de 2012.

No acumulado do ano até agosto, as exportações totalizaram US$ 7,897 bilhões, baixa de 10,3% ante o mesmo período do ano passado, enquanto as importações alcançaram US$ 21,749 bilhões, avanço de 7,00% entre os períodos.

O déficit comercial do setor apresentou recuo de 15,1% de julho a agosto, para US$ 1,473 bilhão. Na comparação com agosto de 2012, houve crescimento de 16,9%. No acumulado do ano até agosto, o déficit chegou a US$ 13,851 bilhões, avanço de 20,2% ante igual período do ano passado.

Os dados da Abimaq mostram ainda que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) do setor fechou o mês de agosto em 77%, com baixa de 0,3% ante o resultado de julho. No mês passado, o setor somou 257.526 empregados, baixa de 0,1% na força de trabalho em relação a julho.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, defende que o patamar do dólar a R$ 2,40 "não está resolvido" para o setor de bens de capital. Aubert admitiu que a cotação "melhorou muito", mas observou que a desvalorização das moedas emergentes ocorreu no mundo inteiro, o que não ajudaria na competitividade do setor.

"No Brasil, a valorização (do dólar) foi um pouquinho maior do que em outros país, porque a desvalorização aqui também foi maior no passado", disse. Aubert repetiu que o câmbio segue como o pior fator de perda de competitividade da indústria brasileira e avaliou que, se a moeda norte-americana estivesse em R$ 2,60 ou R$ 2,70, parte da competitividade seria resolvida. "Com o câmbio entre R$ 2,60 e R$ 2,70, recuperaríamos a competitividade com Estados Unidos e Alemanha, apesar de ainda não recuperarmos com a China", disse.

##RECOMENDA##

O presidente da Abimaq estimou ainda que o déficit comercial em toda a indústria de transformação, na qual o setor de bens de capital se inclui, deve ficar em US$ 100 bilhões este ano. Aubert espera um segundo semestre um pouco melhor do que o primeiro, apesar da queda no faturamento de julho, já que os números de consultas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm tendência de alta. No entanto, 2013 deve registrar um desempenho pior do que no ano passado. "Achávamos que 2012 foi ruim, mas 2013 caminha para ser ainda pior do que no ano passado".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando