Humberto defende possíveis ministros de Dilma
Nomes como os dos senadores Armando Monteiro (PTB) e Kátia Abreu (PMDB-TO) devem ser confirmados ainda esta semana
O senador Humberto Costa (PT) saiu em defesa dos nomes cotados para o ministério do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT). O senador afirmou não ver contradições entre o perfil dos citados e as bandeiras de seu partido, e destacou que Dilma garantirá a unidade porque seguirá dando a última palavra em todas as áreas do governo.
"A presidente Dilma jamais abrirá mão de ser a condutora da política do governo. Qualquer que seja a história dos ministros que venham a ser indicados, ela tem um compromisso acima de tudo com as propostas que apresentou nesta campanha e com o projeto que teve início com o presidente Lula em 2002", sublinhou Humberto, na tribuna do Senado, nesta segunda-feira (24).
Ele citou o nome do também senador Armando Monteiro (PTB), cotado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy, para o Ministério da Fazenda; e do ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
"São quadros de extrema competência, de desenvoltura e larga intimidade com as pastas para as quais estão sendo considerados", afirmou o senador. Ele lembrou que Armando Monteiro foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) durante oito anos e que Kátia Abreu está à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) há seis anos.
Humberto considera positiva a sintonia de Kátia Abreu com o agronegócio, mas observou que o governo não pode deixar de acenar para os movimentos sociais do campo e deve usar para isso outra pasta. "Acreditamos que a presidente Dilma indicará para a o Ministério do Desenvolvimento Agrário alguém que tenha forte vinculação com os trabalhadores rurais, os movimentos de luta pela reforma agrária e os setores vinculados à agricultura familiar", observou.
Equipe econômica
Entre os nomes ventilados para a área econômica do governo, Humberto elogiou em Nelson Barbosa a "imensa bagagem" e o "excelente jogo de cintura político", e lembrou que o economista participou da criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para o senador, Barbosa poderia contribuir para avançar a agenda social do governo e expandir programas sociais.
Em relação ao nome de Joaquim Levy, cujo perfil foi definido pela imprensa como oposto ao que o PT sustentou durante a campanha eleitoral, o senador garante não enxergar desacordos. Para ele, o que há são tentativas de "disseminar um ambiente de mal-estar" entre Levy e o governo. O senador deu a entender ainda que a confirmação do economista como ministro é apenas questão de tempo.
"Que não morram de véspera os pessimistas. Levy nem chegou ainda à Fazenda, e quando chegar será guardião do modelo de desenvolvimento para o Brasil que já mostrou que dá certo", assegurou. Humberto salientou que, independentemente da composição da equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff estará à frente das decisões, mas sem atar as mãos dos eventuais responsáveis pela condução das pastas.
"A presidente Dilma é absolutamente responsável com o projeto de governo que desenvolvemos para o Brasil e tem compromisso com a estabilidade econômica do país e o modelo de desenvolvimento inclusivo que colocamos em curso. Ela não vai tirar a autonomia de quem quer que seja que assuma qualquer cargo dentro dos ministérios", finalizou o senador.