Pedro Corrêa nega ter recebido propina

O ex-deputado também admitiu ter apoiado nomeação de Paulo Roberto

por Élida Maria ter, 12/05/2015 - 20:23
Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo De acordo com ex-parlamentar, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006 Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo

Mesmo com o discurso de que permaneceria calado durante interrogatório da CPI da Petrobras em Curitiba (PR) nesta terça-feira (12), o ex-deputado Pedro Corrêa, disse que não recebeu qualquer repasse ilícito de Alberto Youssef. De acordo com ele, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006, quando já não era mais deputado. O depoimento ocorreu no auditório do Foro da Seção Judiciária do Paraná.

“Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?”, disse Corrêa ao responder pergunta do deputado Ivan Valente (Psol-SP).

A reposta de Corrêa foi contestada por Valente.“Eu sei onde está. (...) O senhor foi presidente de partido (PP), o senhor faz política, o senhor repassou o dinheiro para os deputados do seu partido”, concluiu. Em seguida leu trechos de depoimentos que mencionavam repasses para vários deputados do PP, inclusive a filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Corrêa.

“Minha filha só foi eleita da primeira vez por conta da votação de Paulo Maluf e Celso Russomanno em São Paulo”, defendeu Pedro Corrêa. E completou: “Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro? Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe”, completou.

“Tem sim. O Lula”, rebateu o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). “Como o Lula tem influência? Tanto não tem influência que querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua”, disse Corrêa.

Sobre Paulo Roberto - O ex-deputado admitiu durante depoimento ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. “O senhor o apoiou para ser nomeado?”, perguntou Valente. “Eu o apoiei para ser nomeado para outra empresa, a TBG, e depois ele se credenciou para ir para a Petrobras”, respondeu Corrêa.

O ex-parlamentar negou que o PP ameaçou sair da base aliada caso Paulo Roberto Costa não fosse nomeado. Segundo Correa, na época o líder do PP era o deputado José Janene – apontado por Alberto Youssef como o principal nome do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras por meio do pagamento de propina por empresas contratadas. 

“O presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa por pressão do PP?”, perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF). “Quem nomeia é o Conselho Administrativo da Petrobras. O governo só indica”, respondeu Corrêa.

*Com informações da Agência Câmara

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