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A força-tarefa da Operação Lava Jato solicitou à juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, que intime o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) a informar se já fez a cirurgia bariátrica, cuja necessidade havia comunicado à Justiça. O Ministério Público Federal quer saber quais são "as condições atuais de saúde" do ex-parlamentar e a possibilidade ou não de fazer seu monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Pedro Corrêa foi condenado no mensalão e na Lava Jato. Em 2017, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, homologou delação do ex-deputado na investigação sobre o esquema de corrupção, cartel e propinas instalado na Petrobras.

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À Lava Jato, Pedro Corrêa relatou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articulou esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a delação, o petista teria imposto rigorosamente a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera, em 2004.

O delator admitiu que recebeu propina de quase vinte órgãos do governo ao longo de sua vida política, tendo começado a captar dinheiro ilícito ainda na década de 1970, em contratos do extinto Inamps.

Na manifestação à juíza Carolina Lebbos, a força-tarefa relatou que Corrêa havia retirado a tornozeleira "para realização de ressonância magnética até ulterior deliberação sobre a alta hospitalar".

O ex-deputado deixou o hospital e voltou para casa em 9 de abril. De acordo com a Lava Jato, Carolina Lebbos determinou, então, a recolocação da tornozeleira.

"A defesa do executado pugnou seja autorizada a reinstalação do equipamento de monitoramento eletrônico somente após a realização e recuperação da cirurgia bariátrica a ser realizada por Pedro Corrêa, considerando os riscos do procedimento operatório, bem como o uso de perneiras pneumáticas para a prevenção de embolias", narrou a força-tarefa.

"Pedro Corrêa recebeu alta hospitalar em 9 de abril de 2019 e, ainda que realize a cirurgia bariátrica, não há nos autos informação e sequer documentação médica informando sobre a possível data do procedimento cirúrgico e dos cuidados pré-operatório a serem realizados pelo executado. O que se colhe a partir das informações prestadas até o momento, é que não haveria impedimentos para que o executado volte a utilizar a tornozeleira eletrônica durante o período pré-operatório, tampouco no pós-operatório."

Filha do ex-deputado federal Pedro Corrêa, condenado no caso do Mensalão e na Lava Jato, a ex-deputada Aline Corrêa foi nomeada para um cargo de gerência na Prefeitura do Recife. Aline agora é gerente de Trabalho e Qualificação Profissional da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do município.

O posto é um cargo em comissão e o secretário responsável pela pasta é Antonio Júnior. A nomeação de Aline foi publicada no Diário Oficial do Recife no último dia 14.

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Ex-deputada federal por São Paulo, em dois mandatos, Aline Corrêa chegou a ser indiciada pela Polícia Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato em novembro de 2017.

Na época, a PF justificou que Aline teria “aderido à conduta criminosa de Pedro Corrêa, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, e tendo provido os meios materiais para a ocultação/dissimulação de recursos, recebendo recursos em espécie por determinação de seu pai, e tendo atuado para recebimento de recursos inclusive em benefício de sua campanha eleitoral de 2010 (no caso das doações realizadas por UTC e Constran)”. O marido dela, Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani também já foi preso pela operação.

No ano passado, Aline já havia voltado para Pernambuco e se candidatou a deputada estadual pelo PR nas eleições de 2018. Ela conquistou 12.315, mas não foi eleita.

O LeiaJá entrou em contato com a Prefeitura do Recife para sabe se a gestão se posicionaria sobre o assunto, mas até o fechamento desta matéria não obteve respostas.  

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou, na quinta-feira (7), ao Supremo Tribunal Federal, pedido para que o ex-deputado federal Pedro Corrêa volte ao presídio para cumprir o restante da pena imposta ao político no julgamento do Mensalão. Para viabilizar a medida, a procuradoria-geral manifestou-se pela suspensão da execução das penas decorrentes do acordo de colaboração firmado por Corrêa no âmbito da Operação Lava Jato.

Segundo a Procuradoria, a "manifestação é endereçada ao ministro Roberto Barroso, que é o relator da execução da pena do Mensalão". "Caberá a ele decidir como Pedro Corrêa deverá cumprir as duas sanções: a do Mensalão e a decorrente do acordo de colaboração. No caso do Mensalão, a pena foi de 7 anos e 2 meses, inicialmente em regime semiaberto."

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No entanto, em 2015, o STF determinou a regressão de regime, para o fechado, após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR). O motivo foi a descoberta da prática de crime doloso pelo condenado que, à época, também estava inadimplente em relação à multa aplicada no julgamento.

"Em relação à sanção estabelecida no âmbito da colaboração premiada, embora haja a possibilidade de condenação à pena máxima de 20 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão, Pedro Corrêa deveria cumprir dois anos em regime fechado - contados da data da celebração do acordo -; um ano em prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico; e mais um ano sem monitoramento. Essa pena começou a ser cumprida na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Em março de 2017, após a defesa alegar problemas de saúde, Pedro Corrêa teve autorização judicial para cumprir prisão domiciliar, inclusive, sem o monitoramento eletrônico", afirma a PGR.

Segundo a Procuradoria, a "manifestação encaminhada no âmbito da Execução Penal 16 (Mensalão), a procuradora-geral da República chama atenção para os reflexos da execução da sanção decorrente da colaboração premiada na pena estabelecida na AP 470, frisando a importância da retomada dessa sanção específica".

Raquel afirma que o cumprimento da pena pelo Mensalão está suspenso desde 10 de março de 2016, quando começaram a ser executadas as sanções premiais. "No que diz respeito à AP 470/MG, Pedro Corrêa cumpriu, em regime fechado (após a regressão) cerca de 4 meses de reclusão", destaca. De acordo com a procuradora-geral, o Corrêa "cumpriu até o momento, 2 anos e 3 meses dos 7 anos e 2 meses impostos pelo STF".

Para Raquel, a retomada da pena deve se dar no regime estabelecido em 2015, pelo Plenário da Suprema Corte, que confirmou entendimento prévio do relator. "Para além desse reinício de contagem, a progressão de regime na AP 470/MG somente deve ser implementada na hipótese de o sentenciado pagar a pena de multa estabelecida, condição imposta a todos os demais condenados na mesma ação penal."

Raquel Dodge afirma que "depois de cumprida a pena do Mensalão - ou atingido o estágio de compatibilidade -, Corrêa poderá retomar os benefícios previstos no acordo de colaboração premiada para cumprir a pena no âmbito da Lava Jato'. A procuradora-geral 'também requer que a execução da pena referente à Operação Lava Jato permaneça sob a responsabilidade da 12ª Vara Federal, que já acompanha o caso". "A PGR pede ao STF que Pedro Corrêa seja avaliado por junta médica oficial para averiguar o atual estado de saúde, e, ainda, se há possibilidade de tratamento médico dentro do sistema prisional."

Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido um posicionamento da defesa do citado.

O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) afirmou que propinas de R$ 1 milhão oriundas do suposto caixa de seu partido junto à Diretoria de Abastecimento da Petrobras à campanha de Gleisi Hoffmann (PT) ao Senado, em 2010, foram acertadas "no fio do bigode". A presidente do PT e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no STF.

Pedro Corrêa teve sua delação homologada em agosto de 2017 pelo ministro do Supremo Edson Fachin. O ex-parlamentar, condenado a 30 anos na Lava Jato e a 7 anos e 2 meses no Mensalão, é testemunha de acusação em processo contra Gleisi. Ele depôs no dia 19 de setembro.

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O ex-deputado confessou ter sido um dos políticos que se beneficiavam de esquemas de corrupção na Petrobras. Ele relata que o falecido deputado José Janene (PP) e o doleiro Alberto Yousseff eram os arrecadadores do PP. A "conta" de propinas do partido na Patrobras era alimentada por desvios de contratos da Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, que também é delator e corrobora com a versão de Corrêa.

Quando Janene esteve doente, em 2010, Pedro Corrêa alega que somente Yousseff passou a prestar contas para os políticos que recebiam propinas no PP. Ele diz que o doleiro "arrecadava, "mostrava" e os políticos faziam "a distribuição para os diversos parlamentares, inclusive para ajudar uns mais necessitados, outros menos necessitados".

"Então isso, em 2010, Alberto Youssef, numa das reuniões para prestar contas, ele tinha dito que tirou um milhão de reais do caixa do partido, a mando de Paulo Roberto Costa, para entregar ao ex-ministro Paulo Bernardo, de quem eu tinha sido companheiro", alega.

O ex-deputado relata que chegou a reclamar com o ex-diretor da estatal "porque o PT tinha a Diretoria de Serviços" e o PP enfrentava "dificuldade grande de fazer a campanha, para terminar a campanha do partido".

"Então fui reclamar de Paulo Roberto, e ele então me disse que tinha sido uma determinação da presidente Dilma, que mandou que ele ajudasse a Senadora Gleisi Hoffmann, e, por isso, ele mandou que se entregasse um milhão de reais. E, na verdade, a Senadora foi eleita e, logo depois, em janeiro, foi Ministra da Presidente Dilma", afirma.

O ex-parlamentar, no entanto, relata que não restaram provas documentais sobre os supostos acertos.

"Não ficava nada, nada. O trabalho da política e sempre no "fio do bigode", por isso que a prova do político e mais complicada, porque e sempre o que você tem, que, embora se diga que a pior das provas seja a prova testemunhal, mas e a maneira que tem de juntar a prova, varias testemunhas pra saber que o fato existiu. Porque, na verdade, não tinha escrito nada".

Defesas

 

A senadora Gleisi Roffmann negou irregularidades por meio de sua assessoria de imprensa.

"A defesa já restabeleceu a verdade com relação a essas acusações infundadas e levianas. Por não existirem fatos concretos e plausíveis que respaldem tais delações, elas só podem alimentar a atenção da imprensa novamente por interesses políticos e com o intuito de perseguir o PT, seus dirigentes e suas lideranças. O PT tem mais de 22% da preferência popular de acordo com as recentes pesquisas de opinião; o Presidente Lula, que parte agora em caravana pelo interior de Minas Gerais, quase 40% das intenções de voto para a Presidência da República, se as eleições fossem hoje, e novas filiações aumentam a cada dia junto aos diretórios do PT e pela internet. Somos mais de 1,8 milhão de filiados em todo o País. Mais uma vez, o PT representa a esperança do povo em reverter os estragos feitos pelo golpe no Brasil."

Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em depoimento que a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) não participou da manutenção de Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras. A assessoria de Dilma tem dito que Pedro Corrêa mentiu em delação premiada.

"A Senadora Gleisi era Ministra Chefe da Casa Civil em 2011, no momento em que eu demiti o senhor Paulo Roberto Costa da Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Ela, nesse momento, ela era simplesmente Ministra-Chefe da Casa Civil. E quem decide quem demite ou quem nomeia e a relação entre a diretoria da Petrobras e a presidência. E óbvio que ela não participou da contratação do senhor Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento, porque isso, se eu não me engano, remonta a 2003, ou 2004 ou 2005 - eu não lembro bem -, não era eu Presidente da Republica."

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) afirmou em delação premiada que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou o então presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, e os membros do Conselho de Administração da estatal pela nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento. A pressão, segundo o deputado em depoimento em vídeo divulgado no site da Câmara, teria acontecido durante reunião no Palácio do Planalto.

Segundo Corrêa, além dele, de Lula e de Dutra, participaram da reunião o ex-deputado e então líder do PP, Pedro Henry, o ex-deputado e tesoureiro do PP José Janene, o ex-ministro das Relações Institucionais Aldo Rebello e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

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Na reunião, segundo ele, "o principal diálogo" entre Lula e Dutra foi relacionado à demora na nomeação de Costa. "Lula disse a Dutra para mandar um recado aos conselheiros que, se Paulo Roberto Costa não estivesse nomeado em uma semana, ele iria demitir e trocar os conselheiros da Petrobras", relatou.

Corrêa completou dizendo que "pouco tempo depois da reunião", a nomeação de Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras foi aprovada e o PP, que tinha interesse e pressionava o governo obstruindo as votações no Congresso, "abandonou a obstrução da pauta".

Cassado no Mensalão e condenado na Lava Jato a 29 anos e cinco meses, Corrêa já havia incriminado Lula em depoimento como testemunha no âmbito do processo envolvendo o triplex no Guarujá, no qual o ex-presidente foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão. Sua delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal em agosto.

Os vídeos e anexos da delação do ex-parlamentar foram tornados públicos no dia 29 de setembro, também no site da Câmara. Os arquivos integram uma pasta relacionada à segunda denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o ex-presidente e outros peemedebistas por organização criminosa e obstrução da Justiça. O material foi enviado pelo Supremo Tribunal Federal à Casa no dia 22 de setembro.

Antigo

Os advogados de defesa do ex-presidente afirmaram, em nota, que o depoimento de Corrêa é "antigo" e "segue a lógica de que réus presos na Operação Lava Jato precisam inventar acusações contra o ex-presidente Lula para destravar delações com o Ministério Público e receberem benefícios, seja para deixar a prisão, seja para obter o desbloqueio patrimonial".

"Tanto Paulo Roberto Costa quanto Nestor Cerveró (ex-diretor da área Internacional da Petrobras) já disseram em depoimentos como testemunhas desconhecer qualquer participação de Lula em irregularidades na Petrobras", completou o texto.

A nota assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins apontou ainda que "o próprio juiz Sérgio Moro já reconheceu que não há qualquer elemento que possa vincular o ex-presidente Lula a recursos provenientes de contratos da Petrobras". O texto encerrou reafirmando que Lula é vítima de "lawfare", "que consiste no uso indevido das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP) revelou, em delação premiada, homologada pelo relator da Lava Jato, Edson Fachin, pelo menos duas tratativas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre propinas para o Partido Progressista, ao qual foi filiado à época em que exercia cargo no Congresso. Em uma delas, o petista teria ligado para o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para conferir se as propinas ao Partido Progressista estariam sendo pagas "direitinho" aos políticos da legenda.

A homologação põe fim a um longo processo de negociação. A delação de Corrêa foi assinada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em março de 2016. Em setembro, o então relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, havia pedido novas diligências e cobrou uma redução na quantidade de assuntos tratados no acordo, em especial, os anexos com revelações genéricas, sem apontamento de fato específico, e o robustecimento de provas apresentadas. Só depois, o termo deveria ser reapresentado para análise de homologação, agora realizada pelo relator Edson Fachin.

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Depoimento

O ex-parlamentar, condenado a 20 anos e 7 meses de prisão, na Operação Lava Jato, já havia prestado um depoimento antes de ter sua delação homologada como testemunha de acusação de Lula no processo envolvendo propinas da Odebrecht ao petista, entre elas, a compra do terreno onde supostamente seria sediado o Instituto Lula.

Naquele depoimento, prestado em junho à Justiça Federal do Paraná, o parlamentar cassado no mensalão e condenado na Lava jato afirmou ao magistrado que não é "um desconhecido" de Lula, assim "como ele afirmou", em depoimento no processo sobre o triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, no qual o petista foi sentenciado a 9 anos e 6 meses de prisão por Moro. Ele ainda exibiu fotos em eventos ao lado do ex-presidente e de seus ministros.

A reportagem apurou, que em delação premiada, Pedro Corrêa afirmou que, logo após a primeira eleição de Lula, em 2002, teria pedido para que seu partido ocupasse os ministérios para que pudessem tocar obras que seriam executadas pelas empreiteiras que, depois, teriam integrado o cartel que assolou a Petrobras.

Segundo o ex-parlamentar, em delação, Lula teria negado, em troca, ofereceu ao partido vantagens indevidas oriundas da Petrobras.

Em um período posterior, em que já haveria um esquema de corrupção instaurado na estatal e também um suposto acordo para que o Partido Progressista tivesse uma porcentagem de participação nas propinas, o deputado diz ter procurado o ex-presidente para reclamar de que o então diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa não estaria cumprindo com sua parte de abastecer os políticos da legenda.

Segundo Pedro Corrêa, Lula teria ligado para o então executivo da estatal e retornado com a seguinte resposta: "Falei com o Paulinho e ele me disse que está atendendo tudo certinho".

Durante o depoimento que já prestou a Moro, antes da homologação de sua delação, Pedro Corrêa ainda disse "confirmar" que o Partido Progressista negociou junto ao governo Lula a nomeação de Paulo Roberto Costa à Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Na ação em que foi condenado na Lava Jato, Pedro Corrêa é apontado como o articulador para a nomeação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras - foco de corrupção e propinas na estatal petrolífera entre 2004 e 2014.

Segundo a sentença de Moro, ele continuou recebendo propinas mesmo após ter sido condenado no processo do mensalão, até outubro de 2012.

O parlamentar também é alvo da primeira ação de improbidade movida contra um partido, no caso, o PP, pela força-tarefa da Lava Jato. Além dele, outros 9 políticos e assessores são acusados neste processo. A força-tarefa cobra o ressarcimento de R$ 2,3 bilhões dos supostos envolvidos.

Defesa

Em nota, Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, afirmou: "As referências do ex-deputado Pedro Correa ao ex-Presidente Lula são mentirosas e devem ser compreendidas em um contexto em que os delatores estão sendo obrigados a falar algo sobre o ex-Presidente para poder deixar a prisão ou receber outros benefícios da Força Tarefa da Lava Jato.

Paulo Roberto Costa já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro em 23/11/2016 e afirmou, sob o compromisso de dizer a verdade: 'nunca tive intimidade com o presidente da república, o presidente Lula'; 'eu nunca tive nenhuma reunião só eu e o presidente Lula'; e, ainda, 'eu não tinha intimidade com o presidente Lula'.

Pedro Correa também já prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro na mesma data e reconheceu que foi chamado pelos Procuradores da Lava Jato para 'refazer alguns anexos' para permitir que fosse formulada uma acusação sem provas contra Lula".

A Polícia Federal de Pernambuco (PF-PE) prendeu, na manhã desta quinta-feira (3), o genro do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP), Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani. A prisão foi expedida como parte da  nova etapa da Lava Jato, chamada de ‘Rio 40 graus’. Ziani estava em seu apartamento, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR) quando foi detido. 

Procurada pelo LeiaJá, a PF-PE não deu detalhes sobre a participação do genro do ex-deputado no esquema de corrupção. Ziani é casado com a ex-deputada Aline Corrêa (PP-SP), filha de Pedro Corrêa, condenado pelo Mensalão e na Lava Jato. Em Pernambuco também está sendo cumprido mandados em Petrolina, no Sertão. A diligência, entretanto, está sob a tutela da PF da Bahia. 

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Em nota, a PF informou que a ação apura um esquema envolvendo o pagamento de propina a servidores públicos nas esferas municipal e federal, por meio de serviços fictícios de advocacia e entregas de valores em espécie desviados das obras do BRT e do Programa de Despoluição da Bacia de Jacarepaguá. A operação é realizada em conjunto ao Ministério Público Federal e a Receita Federal.

As investigações, iniciadas há cerca de oito meses, indicam o pagamento de pelo menos R$ 35,5 milhões em vantagens indevidas a autoridades públicas e servidores públicos municipais no grupo criminoso. Um dos alvos da Operação é ex-secretário municipal de obras do Rio de Janeiro, na gestão de Eduardo Paes, Alexandre Pinto. 

Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Após os procedimentos de praxe, eles serão encaminhados ao sistema prisional do Rio de Janeiro.

O ex-deputado Pedro Corrêa prestou depoimento nesta segunda-feira (5) ao juiz federal Sérgio Moro. A audiência de Pedro Corrêa, testemunha de acusação da Operação Lava Jato em ação penal contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ocorreu por meio de videoconferência no Recife.

Lula é acusado por crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht. São acusados nesta ação o empresário Marcelo Odebrecht, acusado da prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Antonio Palocci e Branislav Kontic, denunciados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Paulo Melo, Demerval Gusmão, Glaucos da Costamarques e Roberto Teixeira, acusados da prática do crime de lavagem de dinheiro.

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"O ex-deputado Pedro Corrêa, cassado por quebra de decoro parlamentar em 2006, deixou hoje claro ao Juízo da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba ter refeito anexos de seu depoimento à Força Tarefa do Ministério Público Federal, visando fechar sua delação premiada, com o objetivo de apenas completar informações a respeito do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva", destacou a defesa de Lula em nota à imprensa.

"Corrêa depôs ao MPF em 1/9/2016 e foi nesse momento informado de que estavam faltando elementos para embasar denuncia contra Lula, ocasião em que disse querer colaborar. A denuncia foi ofertada em 14/9/2016. Até hoje a delação de Corrêa não foi homologada, depois de ter sido barrada pelo ministro Teori Zavascki em 2016 por falta de provas das alegações apresentadas", acrescentou.

Segundo a defesa do ex-presidente, diante da manifesta fragilidade de sua versão sobre encontros com Lula, Corrêa mostrou fotos - com a presença de Lula - de reuniões do Conselho Político, que participou como presidente do PP. "Perguntado pela defesa, ele não teve como deixar de admitir que essas reuniões eram públicas, com agenda certa e acompanhadas pela imprensa. O ex-presidente sequer participava desses encontros, fazendo apenas aparições ao final para o cumprimento aos presentes. Como Corrêa abriu a audiência mostrando essas fotos, ele se colocou não com a isenção de uma testemunha, mas como pessoa com interesse na causa, buscando a qualquer custo destravar sua delação", salientou em nota o advogado Cristiano Zanin Martins.

De acordo com Zanin Martins, a defesa de Lula pediu, no início da sessão, em atenção ao contraditório, à ampla defesa e à paridade de armas - como determina a Súmula 14 do STF - que o depoimento de Corrêa fosse remarcado e viu negado seu pedido. "Foi relembrado que MPF havia assumido, na audiência de 08.05, o compromisso de informar previamente o "status" dos processos de delação envolvendo pessoas chamadas a depor. E no caso de Corrêa não foi apresentada qualquer informação, embora o MPF tenha reconhecido a existência de negociações e de diligências documentadas."

E continuou: "Ao final da audiência, o Juízo deu ciência às partes de que o MPF havia juntado ao processo documentos relativos a processos de delação de executivos do grupo Odebrecht. Com a adesão de outras partes, pedimos então a redesignação da audiência prevista para a parte da tarde - a partir das 14 horas -, considerando não haver tempo hábil para conhecer os novos elementos, situação que ofende o contraditório, a ampla defesa e a paridade de armas. O juízo decidiu manter os depoimentos "por economia processual", embora tenha constatado o prejuízo à defesa, tanto é que facultou futuro pedido de nova oitiva."

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP/PE) colocou uma tornozeleira eletrônica nesta quarta-feira de Cinzas, 1º. Ele foi levado por agentes da Polícia Federal ao prédio da Justiça Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato, para instalação do equipamento.

O ex-parlamentar ganhou o benefício da prisão domiciliar para ser submetido a uma cirurgia na coluna no Recife.

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Condenado no Mensalão (7 anos e dois meses de prisão) e na Lava Jato (20 anos de prisão por supostamente receber cerca de R$ 12 milhões em propinas), o ex-deputado vai passar por uma correção de "deformidade na coluna lombar".

A previsão é que ele retorne em trinta dias ao Complexo Médico de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde cumpre pena.

O ex-deputado federal Pedro Corrêa confirmou ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 23, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sabia" do esquema de arrecadação de recursos na Petrobras por partidos da base aliada, em especial o PT, PMDB e o PP.

Corrêa foi ouvido em audiência tomada por discussões entre a defesa de Lula e Moro, no processo em que o petista é réu pelo recebimento de R$ 3,7 milhões em propinas da OAS, no caso do apartamento tríplex do Guarujá (SP).

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"Em 2006 eu fui procurar o presidente Lula para tratar de assunto financeiro, de dinheiro, de ajuda de campanha. E ele disse que nós não precisávamos de dinheiro porque estávamos muito bem atendidos financeiramente pelo senhor Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), que ele sabia, porque o Paulinho dizia isso a ele. Ele foi muito claro, nessa posição", afirmou Corrêa.

A audiência não pode ser concluída integralmente em decorrência de "inúmeros incidentes levantados pela defesa", conforme registrou o juiz federal Sérgio Moro. Das quatro testemunhas de acusação inscritas pela força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, contra Lula, para serem ouvidos nesta quarta-feira, foram ouvidos ainda o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco - ambos, delatores. O quarto interrogado, será ouvido nesta sexta-feira, 25.

"Em vista dos inúmeros incidentes levantados pela Defesa de Luiz Inácio e Marisa Letícia que impediram normal colheita do depoimento da testemunha Pedro Corrêa, não foi possível encerrar as oitivas na presente data", registrou Moto, no termo de audiência.

Alta tensão

Na mesma linha da primeira audiência do processo contra Lula, em Curitiba, marcada por 29 embates entre defesa, juiz e procuradores, as oitivas desta quarta foram tomadas por interrupções dos depoimentos. Em pelo menos dois momentos, Moro determinou a interrupção da audiência.

"É inapropriado esse comportamento processual da defesa, é inadequado. Eu peço que voltem às questões a serem colocadas à testemunha, e parem de tumultuar a audiência", afirmou Moro.

O depoimento de Corrêa foi o primeiro, mais longo e mais tumultuado do dia. Em processo de delação premiada, o ex-deputado - preso desde 10 de abril de 2015, em Curitiba - acusa Lula de envolvimento no esquema de divisão de cargos na Petrobras entre partidos da base aliada para arrecadação de propinas.

Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins, José Roberto Batochio e José Cirino dos Santos, interromperam o interrogatório da testemunha e bateram boca com o juiz. A audiência de Corrêa chegou a ser interrompida por duas vezes por Moro, na mais tensa oitiva de testemunhas da Lava Jato nesses 2 anos e 8 meses de investigações.

Eles questionaram a validade das declarações de Pedro Corrêa, que foi chamado de "meia testemunha" pela defesa de Lula.

O ex-deputado está preso em Curitiba, desde que foi capturado na 11ª etapa da Lava Jato denominada "A Origem". Ele foi condenado por Moro em outro processo pelo recebimento de propina de R$ 11,7 milhões, 72 crimes de corrupção passiva, e 328 operações de lavagem de dinheiro.

"Eu sou bi preso, fui preso no mensalão e na Lava Jato", afirmou Corrêa. Desde o final de 2015, ele negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, que ainda não foi homologado pelo ministro Teori Zavascki que relata os processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Condenado por envolvimento na Lava Jato e no Mensalão, o ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, passou mal na carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, na noite dessa terça-feira (20). De acordo com o advogado de defesa, Adriano Bretas, ele foi levado ao hospital Santa Cruz onde permanece internado com suspeita de infecção urinária.

Ainda segundo a defesa, o ex-deputado teve febre e um princípio de desmaio. Corrêa foi socorrido pelo doleiro Alberto Yousseff, com quem divide a cela. O quadro de saúde do progressista é estável, mas ele permanecerá na unidade de saúde até concluir alguns exames.

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Pedro Corrêa já cumpria pena do Mensalão em Canhotinho, no Agreste de Pernambuco, quando foi levado, em abril de 2015, para a capital paraense. Na Lava Jato, ele foi condenado a 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção. 

O pernambucano fez um acordo de delação premiada com a Justiça Federal para detalhar o esquema e reduzir a pena, mas ainda não foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Informações de bastidores dão conta que o ex-presidente Lula (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) estão entre os políticos citados no depoimento do ex-deputado. 

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as declarações do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-sem partido-MS) e do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP/PE), tornadas públicas nesta sexta-feira, 16, pela Operação Lava Jato e feitas em delação premiada.

Segundo Delcídio, durante o mensalão, Lula 'abraçou' o PMDB para evitar o risco de sofrer impeachment. E Corrêa atribuiu a Lula diálogos que colocam o petista no centro do esquema de loteamento dos cargos graduados da Petrobras.

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Veja a íntegra da nota:

"As declarações de Delcídio do Amaral e Pedro Correa tornadas públicas hoje (16/09/2016) pela Operação Lava Jato não têm qualquer valor jurídico e não alteram o fato de que o Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (14/06/2016) sem qualquer prova.

É indefensável que a Lava Jato faça uma denúncia usando declarações formuladas pelo já condenado Pedro Correa em processo de complementação de delação premiada no qual não consta referência de homologação judicial.

Já a delação premiada de Delcídio Amaral foi negociada com o MPF sem a observância do requisito da voluntariedade (Lei nº 12.850, art. 4º), uma vez que o ex-senador narrou à repórter Malu Gaspar, da Revista Piauí, em junho, que o processo de delação premiada foi iniciado após ser ele trancado em um quarto sem luz na PF de Brasília, que enchia de fumaça do gerador do prédio: 'Aquilo encheu o quarto de fumaça, e eu comecei a bater, mas ninguém abriu. Os caras não sei se não ouviram ou se fingiram que não ouviram. Era um gás de combustão, um calor filho da puta. Só três horas mais tarde abriram a porta. Foi dificílimo'. Lembrou o senador, meses depois, durante um almoço na casa do irmão. Também deixou de cumprir o caráter sigiloso até a denúncia, tal como assegurado pela lei (Lei nº 12.850, art. 7º, §3º) e pelo próprio acordo de colaboração, uma vez que o teor da delação foi vazado à revista IstoÉ, em edição antecipada para 03.03.2016. E o conteúdo da narrativa de Amaral não é confirmado por qualquer prova, além de ser incompatível com o conteúdo de outras delações premiadas sobre o mesmo tema.

No lugar da observância do devido processo legal, parece vigorar a opção dos Procuradores da Lava Jato pelo linchamento midiático e político, prática inaceitável à luz da Constituição Federal e dos Tratados Internacionais que o Brasil ratificou e se obrigou a cumprir.

Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira"

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato anexaram à denúncia contra o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro depoimento do ex-deputado Pedro Corrêa (ex-PP/PE), que, em delação premiada, revelou bastidores da organização criminosa que tomou o controle da Petrobras.

Corrêa atribuiu a Lula diálogos que colocam o petista no centro do esquema de loteamento dos cargos graduados da estatal petrolífera. O relato do ex-deputado é uma das peças que a Procuradoria usa na denúncia formal contra o ex-presidente, a quem acusa de "comandante máximo do esquema de corrupção".

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A Procuradoria também juntou à denúncia os depoimentos de outros delatores - o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT/MS).

"O controle de todo esquema criminoso por Lula ficou muito claro quando, em 2006, antes das eleições, Pedro Corrêa e José Janene (então presidente do PP e idealizador do esquema de propinas na Petrobras) foram apresentar para Lula reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefício de campanhas políticas", afirma o Ministério Público Federal.

Na ocasião, Lula teria negado os pleitos, segundo a delação de Pedro Corrêa; "Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito." Paulinho, segundo a denúncia, é Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que inaugurou a rede de propinas da estatal. Sua diretoria era controlada pelo PP de Janene.

Preso em março de 2014, Costa fechou acordo de delação premiada cinco meses depois.

Segundo Pedro Corrêa, naquela reunião em 2006 Lula disse ainda que "Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados".

"Dessa forma, Lula revelou de forma explícita para Pedro Corrêa que tinha o comando da dinâmica criminosa instalada na Petrobras e dela beneficiava diretamente", sustentam os 13 procuradores da força-tarefa.

Em um trecho de seu depoimento, Pedro Corrêa destacou: "O Governo Lula aparelhou cargos nas esferas estaduais pertencentes à União (delegacias de ministérios, etc) para a 'companheirada do PT'. Aí foi necessário a negociação com cargos mais altos em empresas públicas para as agremiações da base aliada."

Segundo o ex-deputado ocorreu "uma reunião no gabinete de José Genuíno (ex-presidente do PT), com a presença de Pedro Corrêa, Pedro Henry, Silvio Pereira e José Janene (…); José Dirceu definia; na hipótese de dissenso, o que ocorria na maioria das indicações, as definições eram feitas por Lula".

Ao abordar a participação de Lula no preenchimento dos cargos diretivos da Petrobras, Pedro Corrêa informou. "Antes da reeleição de 2006, o colaborador Pedro Corrêa foi procurar Lula, juntamente com Janene. Ambos entraram pela garagem do Planalto, para pedir dinheiro para a campanha do PP. Lula se esquivou, dizendo que não tinha obrigação de ajudar, pois Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido, com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados." "Em reunião com a bancada do PP no Palácio do Planalto, o presidente Lula também disse que o PP estava bem atendido com os cargos que tinham."

A defesa do ex-presidente Lula nega enfaticamente que ele tenha envolvimento com a organização criminosa que o Ministério Público Federal afirma ter assumido o controle das diretorias mais importantes da Petrobras.

Na quinta-feira, 15, o ex-presidente da República desafiou seus algozes. Ele disse que a Lava Jato não encontrou nenhuma prova contra ele da prática de qualquer ilícito.

De passagem pelo Recife neste sábado (18), o senador Álvaro Dias (PV-PR) avaliou o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e pontuou que a equipe montada pelo peemedebista “não atende aos interesses do país”. Para o parlamentar, a modificação do sistema de governança, segundo ele almejada pelos brasileiros, só se dará caso a população faça uma “escolha feliz” nas eleições de 2018. 

“A composição [do governo] se deu em função da manutenção do impeachment e não atende aos interesses do país. Até imagino que ela deve ser provisória. O sistema adotado [por Temer] é o mesmo do balcão de negócios e isso puxa para baixo a qualidade administrativa do governo”, ressaltou o verde, em entrevista ao Portal LeiaJá

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Indagado sobre a solução para retomar a qualidade administrativa, Dias frisou a necessidade da “mudança deste sistema de governança”. “Isso só vai ocorrer com o voto nas eleições. Precisamos desejar que o governo transitório prepare o terreno para depois darmos um salto de qualidade. Isto, claro, se houver uma escolha feliz nas urnas”, destacou. 

Álvaro Dias é cotado para disputar a Presidência da República em 2018 pelo PV. Questionado se já está se articulando para endossar a candidatura, ele negou. “Defendo a tese de que precisamos superar etapas. É cedo, a população está focada ao impeachment da presidente e na Lava Jato. Depois desta etapa vamos discutir isso. O PV tem a tradição de ter candidato, apresentar o seu projeto ao país é uma responsabilidade que o PV tem repetido e seguramente se repetirá. Vamos deixar o processo chegar mais próximo para analisarmos os nomes”, detalhou.

Impeachments de Dilma e Janot

O verde também analisou a tramitação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em curso no Senado. Segundo Álvaro Dias, a comissão especial está apenas “cumprindo formalidades”, mas no Plenário ainda há incertezas. “Lá é fato consumado, estamos cumprindo formalidade. Serão cinco votos de um lado e quinze do outro. No Senado sempre é possível que sim [se reverta o quadro]. Há algumas inseguranças ainda, mas creio que a lógica venha prevalecer, que é a manutenção do voto da admissibilidade e, portanto, o impeachment. Como a diferença é apertada sempre fica a duvida do que possa ocorrer”, pontuou. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), também deve analisar esta semana se instaura ou não o processo de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sob a ótica de Álvaro Dias, a atitude de Renan “é um equivoco”, já que, de acordo com ele, o pedido “foi formulado sem nenhuma base legal ou ética”. 

“Os argumentos são inconsistentes. Ele está procurando cumprir o seu dever. E num momento complexo, de grandes pressões de toda sorte, ele vem cumprindo, procurando ser parcial, independente e com muita ousadia. Devemos valorizar o trabalho do Ministério Público. As instituições assim devem ser valorizadas”, analisou. 

Delação de Pedro Corrêa

Nesta semana, foram revelados os autos da delação do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP). Na documentação, o pernambucano apontou que Álvaro Dias teria recebido propina do então senador Sérgio Guerra (PSDB), já falecido, para impedir o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras em 2009. Dias negou e disse que a citação era uma “visível vingança contra alguém que foi o primeiro a denunciar a corrupção” na estatal. 

“Quem faz isto, certamente, não aceitaria qualquer tipo de proposta. E depois, as duas últimas CPIs da Petrobras foram propostas da minha autoria. Isso soa como uma fraude. Isso não é sério. Ninguém teria coragem de me propor qualquer ação ilícita e desonesta, especialmente aquele que é usado para este achincalhe que está no cemitério. Sem desrespeitar a figura do morto, diria que se o falecido vendeu um produto não conseguiu entregar. As pessoas que me conhecem sabem, creio que jamais ele teria coragem de me propor algo ilícito”, afirmou. 

Em um de seus depoimentos da delação premiada, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) condenado no mensalão e na Lava Jato revelou que, pelo menos desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) os partidos da base aliada e até da oposição dos governos "manobram" para impedir que as CPIs e a Comissão de Minas e Energia na Câmara investigassem a fundo as suspeitas sobre a maior estatal brasileira.

Desde 1989, pelo menos, todas as comissões parlamentares de inquérito instauradas no Congresso para investigar a estatal não tiveram nenhum resultado prático para barrar irregularidades na estatal. O motivo para isso, segundo o delator, é só um: as empresas que mantinham contratos na Petrobras e financiavam suas campanhas políticas tanto da base quanto da oposição aos governos. Ele citou ainda pagamentos de propinas das empreiteiras para que parlamentares evitassem avançar em investigações sobre a estatal em 2002 e 2009.

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"Os partidos comprometidos com a Petrobras, tanto da base aliada, quanto da grande maioria da oposição, eram devedores aos empresários que financiavam suas eleições no Estados e tinham negócios com a Petrobras", relatou.

"Sempre que se pretendeu investigar a Petrobras, por meio de comissões parlamentares de inquérito os partidos ‘manobravam’ para a escolha do presidente e relator (da CPI), indicando parlamentares comprometidos com a Petrobras para que as investigações resultassem sempre em relatório final favorável à empresa", disse o deputado. Ele afirmou ainda que o mesmo modus operandi sempre foi adotado na comissão de Minas e Energia da Câmara, responsável por investigar o setor elétrico e a Petrobras.

Segundo Corrêa, sempre quando havia incidentes na Petrobras "amplamente explorados pelos meios de imprensa", como vazamentos de óleo ou incêndios em plataformas de exploração de petróleo, os parlamentares do colegiado "montavam um esquema de proteção para dar sustentação ao depoimento do referido dirigente da estatal".

Além de citar como funcionava a articulação dos parlamentares de modo geral, o ex-deputado citou dois exemplos, um em 2002 e outro em 2009, de como o pagamento de propinas de empreiteiras abafou as tentativas de apurar irregularidades envolvendo a estatal petrolífera.

Em 2002, o então presidente da Petrobras Felipe Reichstul foi convocado para depor na Comissão de Minas e Energia o que, segundo o delator, teria deixado o governador de Pernambuco e hoje senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) preocupado. Segundo ele, a Petrobras havia adiantado o pagamento de ICMS no Estado, o que foi utilizado para quitar parte da folha de pagamento de Pernambuco. O governador teria, então, escalado o deputado tucano Sérgio Guerra (morto em 2014) para "proteger o presidente Felipe e seus diretores".

"Na época, Sérgio Guerra conseguiu um valor de propina junto aos fornecedores e empresas que atuavam junto à Petrobras, para os deputados da Comissão (maioria do PP)", disse o delator. Segundo Corrêa, ele e Guerra organizaram a distribuição da propina para manter o benefício do ICMS da Petrobras ao Estado de Pernambuco, pelo qual os dois se elegeram.

Com isso, relata, os parlamentares da base do governo articularam para deixar as perguntas dos membros da oposição a Reichstul por último e ainda prolongaram suas perguntas "sendo que a sessão foi longa, e os parlamentares da oposição não conseguiram inquirir os ouvidos", segue o delator.

Ele ainda confirmou a propina para abafar a CPI para investigar a estatal em 2009, já citada por outros delatores, e implicou novos nomes no acerto que teriam ocorrido na época. Corrêa relatou que a empreiteira Queiroz Galvão estava "encarregada" de pagar propina para evitar que os parlamentares investigassem as irregularidades na CPI.

O ex-deputado admite que ficou responsável por arrecadar os recursos ilícitos da empresa para o PP, para que os políticos do partido na comissão pudessem "aliviar as investigações".

Ao se encontrar com o presidente da empreiteira Ildefonso Colares, ele ouviu do executivo que havia sido repassada propina de R$ 10 milhões para Sérgio Guerra, valor já citado por outros delatores da Lava Jato, e outros R$ 9 milhões para o hoje governador do Rio Francisco Dornelles, do PP.

Corrêa, que era próximo de Guerra, disse que confirmou com o tucano na época o recebimento da propina para o PSDB que teria ainda sido dividido entre o hoje senador Álvaro Dias (na época no PSDB) e o então senador Aloisio Mercadante (PT-SP).

A partir destes pagamentos, a CPI de 2010 foi encerrada sem apontar nenhuma irregularidade. Não é a primeira vez que a compra de CPIs entra na mira da Lava Jato. Na 29ª fase da operação deflagrada neste ano, que prendeu o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), os investigadores da operação revelaram um esquema de políticos junto a empreiteiros para evitar a convocação de empresários nas CPIs que investigaram a estatal em 2014. Atualmente, Argello é réu acusado de receber ao menos R$ 5,3 milhões de empreiteiras para atuar para esvaziar as comissões. Ele nega irregularidades.

A reportagem entrou em contato com todos os políticos citados e divulgará as versões deles assim que obtiver as respostas.

Segundo Álvaro Dias, "essa calunia é vingança contra quem foi dos primeiros a denunciar e adotar providências contra a corrupção na Petrobras. É também tentativa de desqualificar e calar alguém que veementemente vem defendendo a Operação Lava Jato, o Ministério Publico, a Policia Federal e a Justiça.Não conseguirão!"

Diante da publicação de trechos da colaboração do ex-deputado Federal Pedro Corrêa, que aborda suposta corrupção, havida por ocasião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2009, em que o colaborador informa que teria ouvido dizer sobre a possibilidade de o Senador Alvaro Dias, hoje no PV, ter recebido alguma vantagem para inviabilizar a CPI da Petrobras em 2009, declaro:

"Os fatos que passo a relatar por si só desmentem a torpe insinuação de alguém que confessa ter roubado o País nos últimos 40 anos. Participei de todas as CPIs importantes desde a que originou a Ação Penal nº 470-STF, conhecida como "mensalão", quando apresentei Voto em Separado propondo o impeachment do ex-presidente Lula por crime de responsabilidade. Fiquei só.

Fui o autor do requerimento de instalação da CPI da Petrobras em 2009, enfrentando enorme resistência do Governo, que atuou desde o início para impedir a investigação. Conseguimos sua instalação. O Governo contrariou a tradição e assumiu de forma plena o comando da Comissão. Escolheu a dedo sua ampla maioria. Diante daquela manipulação grotesca, anunciei que, se impedissem o trabalho de investigação, faria denúncia ao Ministério Público. Em face da escandalosa intervenção do Governo e membros de sua base aliada, denunciei que a CPI era uma farsa e, juntamente com senadores da oposição, protocolei petição à Procuradoria-Geral da República denunciando os principais crimes. Foram 18 (dezoito) representações, solicitando a instauração de procedimentos investigatórios para apurar a prática de ilícitos, especialmente aqueles previstos na lei nº 8.429/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito.

Em 21 de dezembro de 2012, protocolei na Procuradoria-Geral da República representação denunciando a colossal negociata de Pasadena, crime que trouxe prejuízo de bilhões de dólares. Como consequência, em fevereiro de 2013 foi instaurado inquérito originando a abertura de processo criminal e a prisão preventiva de envolvidos.Posteriormente fui autor dos requerimentos de instauração das últimas CPIs da Petrobras, a Mista e a do Senado em 2014. Como alguém que combateu implacavelmente a corrupção na Petrobras, antes e depois de 2009, com ações concretas e públicas, poderia ter aceitado qualquer proposta ilícita para impedir investigação da Petrobras em 2009?

Os diversos elementos de prova (requerimentos, representações, jornais, vídeos, etc.) simultâneos e posteriores ao tempo da aludida CPI,desmentem o pérfido delator. É o confronto de fatos e ações concretas com a calúnia amparada no condicional e no campo do "ouvi dizer".

Além disso, um vídeo gravado por câmeras de segurança comprova, segundo a Polícia Federal, uma reunião do então presidente do PSDB e senador Sérgio Guerra (PE) com o então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e empreiteiros para enterrar a CPI da Petrobras em 2009. Na reunião, segundo a Folha de São Paulo, Guerra deixa clara sua disposição em não avançar na CPI, segundo a transcrição.

"O tucano afirma inclusive que seu então colega de partido, o senador Alvaro Dias (atualmente PV-PR), queria mandar `algumas coisas pro Ministério Público`, mas que ele tentaria 'controlar isso'.

Faço esse gesto em respeito aos brasileiros e ao incansável e valoroso trabalho da imprensa, manifestando a minha mais profunda indignação diante dessa tentativa de retaliação contra alguém que, de forma veemente e reiterada, vem defendendo o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal, da Justiça Federal e da Operação Lava Jato, bem como os avanços na legislação penal, como a colaboração premiada e a possibilidade de prisão após a condenação em segunda instância.

Acredito, portanto, que cumpro meu dever ao apresentar esses argumentos para prevenir que a leitura de uma ilação isolada possa prejudicar quem atuou para denunciar atos ilícitos praticados nos últimos governos".

Já Jarbas Vasconcelos(PMDB-PE) disse que estranhou a referência a seu nome feita por Pedro Corrêa. "Não sei por que teria querido proteger o presidente da Petrobras se eu poderia resolver o problema em Pernambuco mesmo. Antecipar o pagamento de uma empresa como a Petrobrás era natural para honrar pagamentos do Estado", disse.

Vasconcelos ressaltou que, depois do episódio relatado por Corrêa, quando era senador, por duas vezes subiu à tribuna do Senado para denunciar que "forças ocultas" estavam impedindo o funcionamento da CPI da Petrobrás na Casa.

O ex-deputado federal Pedro Corrêa, ex-presidente do PP, contou em sua delação premiada que em 2003 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "ameaçou" pessoalmente presidentes dos partidos e lideranças de bancadas aliadas a aprovarem no Congresso a taxação dos servidores inativos, prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 41 que estipulou novas regras para a Previdência. Quem não votasse favorável à medida, perderia o direito aos cargos no governo.

"O presidente Lula, pessoalmente, convocou os presidentes dos partidos aliados e líderes de bancadas aliadas, para avisar, melhor dizendo, ameaçar que se a taxação dos inativos não passasse no Congresso aqueles partidos perderiam o direito aos cargos que haviam indicado e nomeado", afirmou Corrêa, segundo registra o anexo 38 de sua delação.

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"Cargos estes que geravam arrecadação de propina para as despesas dos parlamentares e dos partidos."

Condenado no processo do mensalão, primeiro grande escândalo do governo Lula, e nos processos da Operação Lava Jato, Corrêa fechou um acordo de delação em que aponta o ex-presidente como um dos principais responsáveis pela corrupção nos governos do PT.

O delator contou que, em 2003, primeiro ano do governo Lula, o ex-presidente "queria aprovar a todo custo a PEC 41, para não quebrar a Previdência".

"Sobre a taxação dos inativos, o colaborador vem discordar da legitimidade da Emenda que a aprovou, pois dentro do esquema de corrupção para a montagem da base de sustentação parlamentar, que foi criado no governo Lula, um dos pontos que era de essencial interesse do governo e que geraria a perda de cargos que os partidos haviam indicado, em locais estratégicos do governo, seria a desaprovação da taxação dos inativos."

Corrêa era parte dessa base do governo, que segundo os processos do mensalão e da Lava Jato, era mantida mediante loteamento de cargos em estatais e arrecadação sistemática de propinas.

O delator relata que "houve resistência inclusive dentro do PT" sobre a aprovação da taxação dos inativos prevista na PEC 41. "Quando alguns parlamentares saíram do PT para fundar o PSOL, a exemplo dos parlamentares: Heloísa Helena, Luciana Genro, Chico Alencar e Babá, entre outros."

A PEC 41/2003 foi alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Nela, a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) atacou o artigo quarto da Emenda, que estipulou aos servidores públicos aposentados e aos pensionistas a obrigação de pagar contribuição previdenciária.

Em agosto de 2004, por sete votos a quatro, o Supremo considerou constitucional a cobrança dos inativos e pensionistas. Foram favoráveis à medida os ministros Cezar Peluso, Eros Grau, Gilmar Mendes, Carlos Velloso, Joaquim Barbosa, Sepúlveda Pertence e Nelson Jobim. Foram contrários Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.

Por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que não vai comentar o caso.

"Não vamos comentar declarações e revisionismos históricos sobre fatos de 13 anos atrás, inventados e combinados com autoridades para a obtenção de redução de sentenças penais."

O ex-deputado e delator da Lava Jato Pedro Corrêa (PP-PE) afirmou que o ex-deputado Ronivon Santiago (ex-PFL, PMDB e PP), que admitiu ter recebido R$ 200 mil na época para apoiar a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, também teria recebido dinheiro do ex-prefeito de São Paulo e deputado Paulo Maluf (PP), para votar contra a medida.

No depoimento, porém, Corrêa não cita valores que Ronivon teria recebido além dos já conhecidos R$ 200 mil. O delator faz referência a "dois lados" que teriam pago a Ronivan: o governo FHC, capitaneado pelos então ministro das Comunicações Sérgio Motta e presidente da Câmara, Luis Eduardo Magalhães, ambos mortos em 1998, e Maluf.

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Na época, segundo Corrêa, o maior desafio para Maluf era exatamente a possibilidade de reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Para tanto, relata Corrêa, Maluf convocou ele e os deputados Severino Cavalcanti e Salatiel Carvalho "para se contrapor ao governo e também cooptar, com propina, parlamentares que estivessem se vendendo ao governo FHC".

A delação de Corrêa está sob análise do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e ainda não foi homologada. O ex-deputado Ronivon Santiago não foi localizado para comentar o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), em delação premiada na Operação Lava Jato, afirmou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez "campanhas eleitorais com recursos arrecadados por PC Farias" - em referência a Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor (PTC-AL).

"Renan fez suas campanhas com o dinheiro arrecadado por PC Farias", registra o Anexo 51, um resumo da delação de Corrêa fechada com a Procuradoria-Geral da República sobre Renan Calheiros. O presidente do Senado é investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. Os dois primeiros delatores da Lava Jato, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, mencionaram a existência de acordo com Renan e membros da cúpula do PMDB que teria beneficiado o senador em R$ 6 milhões em propinas, em 2006.

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A acusação de Corrêa remonta à década de 1990. PC foi tesoureiro da campanha presidencial de Collor, em 1989, e pivô do impeachment, em 1992. Anteriormente adversários, Renan, já deputado federal, foi primeiro líder do governo Collor na Câmara. E durante o escândalo que resultou no impeachment, Renan acusou PC de comandar "um governo paralelo" no Palácio do Planalto.

Corrêa afirmou que em todos eles recebeu propina de empresários beneficiados por indicados por ele, em cargos estatais, por contratos públicos. No caso do elo entre Renan e PC, o ex-deputado diz que conhecia o ex-tesoureiro desde a infância.

Defesas

Por meio de nota, a assessoria de Renan reitera que o presidente do Senado "nunca manteve relações políticas ou pessoais com Pedro Corrêa". O texto afirma que todas as doações às suas campanhas foram legais e aprovadas pela Justiça e ele que não foi candidato em 2006. Fernando Collor também nega irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso aos termos da delação premiada que o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) negocia com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Na peça, os advogados do petista criticam o vazamento de parte do conteúdo da proposta de acordo para a imprensa.

No fim de semana, a revista Veja publicou que o ex-deputado afirmou em seus depoimentos que Lula articulou o esquema de corrupção na Petrobras. O petista teria, por exemplo, imposto a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da estatal petrolífera, em 2004.

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Nesta segunda (30), reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou um trecho do acordo no qual Corrêa sustenta que "Lula tinha pleno conhecimento de que o mensalão não era 'caixa dois' de eleição".

Em nota, o Instituto Lula classifica o ex-deputado como "mentiroso" e afirma que esses vazamentos são mais "uma evidência de que, após dois anos de investigação, a Lava Jato não encontrou um fiapo de prova ou sequer indício de participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei".

A delação premiada do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) confirma a tese sustentada pela força-tarefa da Operação Lava Jato de que os escândalos da Petrobrás e do mensalão tiveram como origem uma sistemática única de corrupção para compra de apoio político para manutenção do poder com a participação direta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Lula tinha pleno conhecimento de que o mensalão não era 'caixa dois' de eleição, mas sim propina arrecada junto aos órgãos governamentais para que os políticos mantivessem as suas bases eleitorais e continuassem a integrar a base aliada do governo, votando as matérias de interesse do Executivo no Congresso Nacional", disse Corrêa.

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O trecho é parte do "Anexo 4" da delação de premiada de Corrêa, com o resumo do tema tratado sobre "suposto envolvimento de Lula nos esquemas de corrupção". Nele, há um item específico sobre o mensalão - primeiro grande escândalo da era PT no governo federal. Após revelação do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) descobriu-se que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, comandava a compra de parlamentares da base aliada em troca de apoio político.

Dirceu e Corrêa foram condenados no mensalão, em 2012, em processo final no Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois foram presos em 2013 e acabaram novamente detidos e condenados no escândalo da Lava Jato. O juiz federal Sérgio Moro aplicou a Dirceu a mais longeva pena, nesses dois anos de operação: 23 anos de reclusão.

Corrêa relata as reuniões em que participava do Conselho Político criado por pelo ex-presidente da República, "nas quais sempre estavam presentes o presidente Lula, o ministro José Dirceu, o ministro Antônio Palocci e, depois, o ministro Aldo Rebello e os presidente dos partidos base aliada".

Segundo o delator, que foi presidente do PP, nesses encontros "se discutiam os assuntos que seriam tratados no Congresso Nacional e as dificuldades de vários parlamentares dos partidos presentes". "Muitas dessas dificuldades tratadas estavam umbilicalmente ligadas com o Petrolão, por aquele tempo já havia arrecadação dentro das empresas e órgãos públicos, sobretudo dentro da Petrobras."

Corrêa afirmou que nos encontros com Lula e seus ministro do "Conselhão" os presidentes ou líderes dos partidos da base aliada "faziam queixas relacionadas às dificuldades que estavam tendo junto aos dirigentes indicados para os cargos federais do governo, os quais não estavam se empenhando em atender às reivindicações dos parlamentares".

"O presidente Lula encarregava o ministro José Dirceu de fazer as cobranças sobre os dirigentes para que atendessem, com mais presteza às solicitações dos partidos". disse. "Em alguns setores as reivindicações eram de arrecadação de propina e, em outros, de interesses políticos, visando o favorecimento dos estados e municípios dos parlamentares", continuou Corrêa em seu depoimento.

Cassado em 2006 na Câmara dos Deputados, a quarentena imposta a Corrêa pela cassação terminou no ano em que foi deflagrada a Lava Jato. Depois de condenado e preso em 2013, o delator cumpria pena em regime semiaberto, em Pernambuco, quando foi detido pela Lava Jato, em abril de 2015 - alvo da 11ª etapa denominada "A Origem".

Para o juiz Sérgio Moro, que comanda a força-tarefa da Lava Jato, "a prova do recebimento de propina mesmo durante o processamento da Ação Penal 470 reforça os indícios de profissionalismo e habitualidade na prática do crime, recomendando, mais uma vez, a prisão para prevenir risco à ordem pública".

"(Corrêa) é recorrente em escândalos políticos criminais e traiu seu mandato parlamentar e a confiança que a sociedade brasileira nele depositou", escreveu Moro. "Nem o julgamento condenatório pela mais Alta Corte do País representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito."

Outros alvos da Procuradoria no escândalo mensalão estão no radar da Lava Jato. Entre eles o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-secretário-geral do partido Sílvio Pereira e o publicitário Marcos Valério.

Defesa

Em nota, o Instituto Lula destacou que o ex-deputado Pedro Corrêa já foi condenado pela prática de 72 crimes de corrupção. O instituto classifica de "farsa histórica" a delação do ex-parlamentar.

"Pedro Corrêa foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de cadeia por ter praticado 72 crimes de corrupção e 328 operações de lavagem de dinheiro. Foi para não cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma narrativa falsa envolvendo o ex-presidente Lula. É repugnante que promotores transcrevam uma farsa histórica em documento oficial e promovam seu vazamento, claramente direcionado a atingir a honra do ex-presidente Lula", diz a entidade em nota.

"Estado de Direito não comporta esse tipo de manipulação, insidiosa e covarde, nem por parte dos agentes públicos nem dos meios de comunicação que dela se aproveitam numa campanha de ódio e difamação contra o ex-presidente Lula", continua o texto.

"O vazamento dessa farsa é mais uma evidência de que, após dois anos de investigação, a Lava Jato não encontrou um fiapo de prova ou sequer indício de participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre agiu dentro da lei. E por isso apelam a delações mentirosas como a do sr. Pedro Corrêa" finaliza a nota.

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