É desumano, pontua Costa Filho sobre contenção na saúde

Líder da oposição se reuniu nesta sexta-feira (17) com o diretor do Hospital Getúlio Vargas. A unidade não poderá abrir novos prontuários pelos próximos 90 dias de acordo com o Programa de Contenção de Gastos do Governo de Pernambuco

por Giselly Santos sex, 17/07/2015 - 13:17
Divulgação/Assessoria de Imprensa Costa Filho vai pedir um detalhamento do impacto do PCG na saúde pública Divulgação/Assessoria de Imprensa

O líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), reuniu-se na manhã desta sexta-feira (17) com o diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Gustavo Souza Leão, no Recife, para coletar mais informações sobre uma portaria interna que proíbe, por um período de 90 dias, a "abertura de prontuário de primeira vez, exceto para pacientes egressos” e a “realização de exames laboratoriais e de imagens, para pacientes de ambulatório". A alegação, expressa na portaria, é de "contenção de despesas".

De acordo com Costa Filho, o diretor da unidade de saúde confirmou que o HGV está impossibilitado de receber novos pacientes ou de realizar exames para quem é atendido pelo ambulatório por ter recebido do Governo do Estado uma orientação para reduzir em 20% os custeios do hospital, que é referência no setor de ortopedia e recebe pacientes do Grande Recife e todo o interior. 

"Não é possível aceitar que haja redução no orçamento em uma área que historicamente já sofre com problemas de financiamento. Esta portaria do HGV reforça que o setor de saúde em Pernambuco está em crise e que o Governo do Estado tem tratado o tema com descaso", enfatiza o parlamentar.  "A bancada de oposição apela ao Governo do Estado que mantenha e até amplie o volume do investimento na saúde, pois o que estamos observando é que os problemas na área vêm se acentuando em Pernambuco. Isto é desumano", acrescentou o petebista.

No mês de fevereiro, o Governo do Estado publicou um decreto instituindo o Plano de Contingenciamento de Gastos (PCG), para reduzir o custeio da máquina pública. "Na administração deste plano de custeio centros de referencia em saúde como o Hospital Getúlio Vargas e o Hospital Universitário Oswaldo Cruz precisam ser preservados. A população não pode esperar, por exemplo, 90 dias, para realizar exames. Esperamos que o hospital e o Governo do Estado revejam a  portaria do HGV", afirma Costa Filho. 

Após a reunião, o parlamentar também ressaltou que a intensa procura pelo HGV revela o problema crônico pelo qual passam as unidades de pronto-atendimento (UPAs) em todo o Estado e afirmou que aguarda da gestão estadual uma posição oficial sobre a situação do Hospital Getúlio Vargas. Além disso, a bancada vai encaminhar ao Poder Executivo um pedido de informação sobre os impactos do programa de contenção de despesas do Estado na saúde.

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