Protestos contra corrupção marcam Dia da Independência

Em Brasília, houve manifestações contra e a favor do governo da presidente Dilma Rousseff

por Dulce Mesquita seg, 07/09/2015 - 14:12

Após o Desfile da Independência, o tráfego de pessoas na Esplanada dos Ministérios foi liberado e os protestos tomaram conta da via. De um lado, estavam os movimentos contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Do outro, petistas e simpatizantes cobrando respeito à democracia e ao resultado das eleições realizadas em outubro do ano passado.

Como ocorre em todas as manifestações na capital federal, vários movimentos compareceram para liderar os protestos. No entanto, as pautas eram diferentes. Enquanto uns cobravam o impeachment ou renúncia de Dilma, outros se concentravam nos pedidos de investimento nas áreas de educação, saúde e transportes. Categorias profissionais, especialmente representantes do Judiciário, também apresentaram reivindicações de reajuste e melhoria das condições de trabalho. Houve também quem defendesse a intervenção militar.

“As pessoas falam da Dilma, mas a verdade é que Brasília está cheia de corruptos. No Congresso também. Não defendo a ditadura, mas acredito que o Exército tomar o poder e convocar eleições com novos nomes é um caminho para melhorar a nossa situação”, explicou o aposentado Marcílio Novaes. O vendedor Orlando Moreira é contra. “Lutamos muito para conseguir ser um país democrático. Se as Forças Armadas tomarem conta, será um passo para trás. Mas se a Dilma for impedida, fica um aviso aos corruptos”, considerou.

A diferença de discursos também chegou à postura. Enquanto a União de Movimentos de Brasília defendia o protesto pacífico, o Movimento Brasil Livre convocou as pessoas para derrubarem o chamado “muro da vergonha”, placas de aço colocadas para isolar a área do desfile cívico-militar. “Tem que derrubar mesmo. É o muro do comunismo. Depois do muro de Berlin, temos aqui o muro da vergonha”, disse uma das líderes do movimento. A polícia acompanhou todo o protesto e conteve os manifestantes mais exaltados.

No meio da Esplanada, na área próxima à Biblioteca Nacional, foram inflados bonecos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Músicas relativas à corrupção na Petrobras e os dois políticos também foram executadas. Além disso, cédulas com os rostos de Lula e Dilma como o nome de “pixulecos” foram distribuídas.

Enquanto isso, no lado oposto da Esplanada, petistas desfilaram com um bandeirão, faixas e bandeiras defendendo o respeito à democracia e a gestão da presidente Dilma. “A gente só quer que respeitem a votação do ano passado. Dilma foi eleita democraticamente e está fazendo tudo para melhorar a situação da nossa economia”, sustentou Suelen Maria. “Somos contra o golpismo. O nosso país tem problemas, mas nem tudo é culpa do governo federal. Não podemos colocar toda a culpa nos ombros da presidente”, frisou Rafael Silva. Embora apoiem Dilma, grupo se colocou contra o ajuste fiscal.

De acordo com a Polícia Militar, mil pessoas participaram dos protestos. Movimentos sociais não divulgaram números oficiais de manifestantes.

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