Na CPI do BNDES, Blumai diz que ficará calado

Amigo do ex-presidente Lula, o pecuarista justificou o silêncio pela prisão na Operação Lava Jato

por Giselly Santos ter, 01/12/2015 - 15:35

Preso pela Operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai depõe, na tarde desta terça-feira (1º), à CPI do BNDES. No início da sessão, o amigo do ex-presidente Lula (PT) esclareceu aos deputados que não responderia a nenhuma das perguntas e usaria o direito de permanecer calado.  

“Em respeito a esta Casa, eu me desloquei a Brasília na semana passada para responder o que me fosse perguntado. Porém, tive a prisão decretada antes de vir e minha condição, hoje, é muito diferente da semana passada. Gostaria que os senhores entendessem que tenho de resguardar uma série de respostas que eu poderia dar para usar em minha defesa”, declarou Bumlai.

Por meio de seus advogados, Blumai já tinha avisado que não iria responder as perguntas. A defesa dele pediu a dispensa do empresário ao presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) e ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sem sucesso. Mas Bumlai compareceu à reunião da CPI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.

“Sua postura é covarde e antipatriótica. O senhor apostou na impunidade por ser amiguinho de autoridade. Seu silêncio é ensurdecedor e o senhor não pode vir aqui fazer todo mundo de palhaço”, disse o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), um dos autores do requerimento de convocação do empresário.

O pecuarista está preso em Curitiba, acusado de obter propina por intermediar contratos de empresas junto à Petrobras, desde a última quarta-feira (25).

Segundo o Ministério Público, Bumlai obteve vantagens do banco Schahin em troca de um contrato de fornecimento de navio sonda para a Petrobras por uma das empresas do grupo. De acordo com a suspeita, o banco teria perdoado uma dívida de R$ 21 milhões do pecuarista depois da operação.

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