Tópicos | direito de ficar calado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado ouve, nesta quarta-feira (30), o empresário Carlos Wizard empresário apontado como integrante do “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Wizard já foi inserido na lista de investigados da CPI. Omar Aziz (PSD-AM) informou que caso o depoimento seja a contento, não há necessidade de reter o passaporte do depoente.

Em sua fala inicial, Carlos Wizard explicou por que não compareceu à CPI na primeira convocação. Alegou que estava nos Estados Unidos cuidando do pai, idoso e acamado, e de uma filha, que está prestes a dar à luz em uma gravidez de risco. "O que os senhores fariam se estivessem na minha condição?", perguntou aos senadores.

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Já antes de iniciar as perguntas do relator Renan Calheiros (MDB-AL), o advogado de Wizard tomou a palavra e disse que ele se valerá da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe permite ficar em silêncio.

Ainda em sua declaração inicial, afirmou ter conhecido o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, durante missão humanitária em Roraima. Negou ter conhecimento da existência de um "gabinete paralelo" de aconselhamento ao presidente da República. Lendo declaração escrita, justificou sua defesa do tratamento precoce para Covid-19 alegando que o entendimento da ciência evoluiu. E disse apoiar a imunização da população.

Após exibir vídeos de Carlos Wizard em entrevistas afirmando ser conselheiro do Ministério da Saúde, Renan Calheiros iniciou uma série de questionamentos sobre a participação do empresário no grupo de aconselhamento do governo federal responsável pelas medidas de combate à pandemia. O depoente a cada pergunta diz que, respeitosamente, se reserva “o direito de permanecer em silêncio”.

*Da Agência Senado

Preso pela Operação Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai depõe, na tarde desta terça-feira (1º), à CPI do BNDES. No início da sessão, o amigo do ex-presidente Lula (PT) esclareceu aos deputados que não responderia a nenhuma das perguntas e usaria o direito de permanecer calado.  

“Em respeito a esta Casa, eu me desloquei a Brasília na semana passada para responder o que me fosse perguntado. Porém, tive a prisão decretada antes de vir e minha condição, hoje, é muito diferente da semana passada. Gostaria que os senhores entendessem que tenho de resguardar uma série de respostas que eu poderia dar para usar em minha defesa”, declarou Bumlai.

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Por meio de seus advogados, Blumai já tinha avisado que não iria responder as perguntas. A defesa dele pediu a dispensa do empresário ao presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) e ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), sem sucesso. Mas Bumlai compareceu à reunião da CPI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.

“Sua postura é covarde e antipatriótica. O senhor apostou na impunidade por ser amiguinho de autoridade. Seu silêncio é ensurdecedor e o senhor não pode vir aqui fazer todo mundo de palhaço”, disse o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), um dos autores do requerimento de convocação do empresário.

O pecuarista está preso em Curitiba, acusado de obter propina por intermediar contratos de empresas junto à Petrobras, desde a última quarta-feira (25).

Segundo o Ministério Público, Bumlai obteve vantagens do banco Schahin em troca de um contrato de fornecimento de navio sonda para a Petrobras por uma das empresas do grupo. De acordo com a suspeita, o banco teria perdoado uma dívida de R$ 21 milhões do pecuarista depois da operação.

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