Há cadáver e há mau cheiro, diz Reale sobre crime de Dilma
Jurista sustentou que o crime cometido está claro e que o Brasil precisa não só de uma mudança de governo, mas também uma mudança de mentalidade
Em discurso claramente político, o jurista Miguel Reale Junior voltou a afirmar que a fundamentos para a condenação da presidente afastada Dilma Rousseff. “Há crime de responsabilidade, há autoria e há dolo. Há cadáver e há mau cheiro”, disse. Ele dividiu a fala da acusação com a advogada Janaína Paschoal.
Sobre as chamadas pedaladas fiscais, ele sustentou que o crime cometido está claro. “O crime está inicialmente em utilizar os bancos oficiais para financiar o Tesouro. Ninguém é contra beneficiar o agricultor, mas o que não se quer é que o Tesouro seja financiado pelo Banco do Brasil. A operação de crédito é entre o Banco do Brasil e o Tesouro e não tem nada a ver com o beneficiário final, o agricultor”, ressaltou.
Ele também acusou a gestão de Dilma Rousseff de não ter o controle sobre as finanças públicas. “Neste momento, nós não estamos apenas prestes a mudar de governo. Nós estamos prestes a mudar de mentalidade. Porque o que ocorreu neste país? O descontrole das finanças públicas é apenas um dos aspectos reveladores. O que aconteceu neste país foi o aparelhamento do Estado, foi a ocupação de toda a administração pública baseada no favoritismo”, acusou. “É isso o que o país não quer mais. Esse é o Brasil da seriedade, da persistência, da labuta”.
Ele também conclamou os senadores a votarem com consciência. “Tenham serenidade e a tranquilidade absoluta de que não estamos fazendo nenhuma injustiça, mas estamos pe fazendo justiça”, sustentou ele, sobre a condenação da presidente afastada. A votação final esta prevista para a manhã desta quarta-feira (31). “Esse Senado tem estrutura moral para realizar esse processo de impeachment para realizar essa condenação e fazer justiça”, completou.
“O país que organiza essa Olimpíada e vê o sucesso pela persistência é um país que confia em suas instituições, na sua gente, nas pessoas de coragem como Janaína Paschoal, que a população vá a rua para protestar”, finalizou.