Advogado pede julgamento imparcial e justo para Lula

Cristiano Zanin Martins também falou que nenhuma das 73 testemunhas, que já prestaram depoimentos ao juiz Sérgio Moro, apresentaram alguma prova contra o ex-presidente

por Taciana Carvalho sex, 24/03/2017 - 20:15
Paulo Pinto / AGPT/Fotos Públicas Paulo Pinto / AGPT/Fotos Públicas

Um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins, pediu, nesta sexta-feira (24), um "julgamento justo e imparcial" para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltando que é uma garantia concedida a qualquer cidadão. “Será que a autoridade que praticou todas essas irregularidades e tantos outros atos têm a isenção necessária para proferir o julgamento ou será que essa autoridade já tem algo pré-concebido ou, como diria alguns, a sua própria convicção?”, questionou se referindo ao juiz Sérgio Moro. 

Ele disse que o processo judicial, bem como o penal não devem ser um meio para fazer perseguição política, mas, sim, um instrumento para valer as garantias fundamentais previstas na Constituição Federal. “Mas, infelizmente, não é isso que temos visto. Ao contrário, todos nós sabemos que ele [Lula] foi vítima de uma condução coercitiva ilegal, foi vítima de sucessivas interceptações de seus telefones e da divulgação das conversas privadas que havia sido interceptadas. É importante registrar que a lei proíbe a divulgação dessas conversas passível em configurar crime”, alertou. 

Zanin Martins também afirmou que chegou a solicitar uma investigação sobre os “vazamentos indevidos”. “De trechos ou situações que foram extraídas em um contexto. Só que essa investigação nunca ocorreu”, lamentou.

De acordo com o advogado, até agora, aconteceu 24 audiências em Curitiba onde 73 testemunhas já foram ouvidas. Enfatizou que 27 delas foram selecionadas pelo próprio Ministério Público. “Nenhuma dessas testemunhas afirmou algo que pudesse vincular o nome do ex-presidente Lula a qualquer fato relacionado a prática de atos ilícitos. Ao contrário, o que se verifica é, justamente, que não houve nenhuma participação do ex-presidente em qualquer ato ilícito. Esse foi o sumário de Curitiba”.

“Esse sumário é bastante diferente daquilo dito através de coletivas, através de pronunciamentos de autoridades que, ao invés de participarem daquelas audiências, faltaram. Eu digo, principalmente, ao procurador que fez a coletiva do PowerPoint, ele se negou a ir às audiências, mas continua dizendo as mesmas coisas que dizia na época da coletiva sem saber que 73 testemunhas que prestaram depoimentos não apresentaram qualquer prova”, concluiu.

 

 

 

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