Senado cria comissão para acompanhar Operação Carne Fraca

Os senadores irão apurar se houve abuso de autoridade e quais os impactos mercadológicos da operação

por Dulce Mesquita qui, 30/03/2017 - 12:33

O Senado terá uma comissão externa para acompanhar os desdobramentos da Operação Carne Fraca. A ação da Polícia Federal revelou um esquema criminoso envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com irregularidades em emissão de licenças e fiscalização de frigoríficos.

O colegiado, aprovado nessa quarta-feira (29), será composto por seis membros titulares e outros seis suplentes e funcionará por seis meses. Os senadores irão apurar se houve abuso de autoridade e quais os impactos mercadológicos da operação, através da realização de audiências públicas, do requerimento de  informações de órgãos do governo e da promoção de reuniões com organismos internacionais.

A criação da comissão atendeu ao pedido dos senadores Kátia Abreu (PMDB-TO) e Renan Calheiros (PMDB-AL). "Não existe hoje um assunto mais importante do que esse no país", sustentou Kátia Abreu, que pediu a cooperação dos colegas para atuar nesse  “caso gravíssimo que afeta quase que de morte” a economia brasileira.

Na justificativa, Abreu e Calheiros apoiaram a ação. "É inquestionável que todo desvio, de qualquer natureza, tem que ser duramente investigado e exemplarmente punido, seja de servidores públicos, seja de agentes privados, não importa o nível da função que ocupam".

Por outro lado, eles criticaram a forma como as informações foram divulgadas. "Os danos causados pelas revelações da operação “Carne Fraca” são enormes e os danos totais causados às exportações de carnes brasileiras ainda são difíceis de mensurar com exatidão. O impacto causado pela forma que foi deflagrada da Operação Carne Fraca não ficará restrita às grandes empresas do agronegócio. Poderão atingir todo esse importante setor da economia nacional, que gera emprego e renda para trabalhadores rurais e pequenos agricultores, com suas famílias".

"Não se pode, em hipótese alguma, aceitar pacificamente a condenação de todo um rigoroso sistema de inspeção sanitária, de padrão internacional, em decorrência da irresponsabilidade inconsequente de agentes públicos, mantidos nos seus cargos por apadrinhamento político e, não, por mérito, que negligenciam de maneira deliberada a sua nobre função de servir ao bem comum".

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