Planalto fala em "combinação de fatores negativos"
Auxiliares do presidente disseram, no entanto, que esse resultado já era esperado, uma vez que as medidas anunciadas pelo governo são duras
O núcleo político do Palácio do Planalto atribuiu o aumento da rejeição ao governo do presidente Michel Temer a uma combinação de fatores negativos, que vão da Operação Lava Jato à reforma da Previdência, passando pela alta do desemprego.
Auxiliares do presidente disseram, no entanto, que esse resultado já era esperado, uma vez que as medidas anunciadas pelo governo são duras, e não houve, até agora, impacto dos sinais de melhora na economia no bolso do trabalhador e a Lava Jato tem ocupado boa parte do noticiário.
Auxiliares do peemedebista tentaram amenizar esse desempenho negativo mostrado pela pesquisa CNI/Ibope. A expectativa, segundo eles, é de que, com a reação da economia, no segundo semestre, a avaliação do governo vai melhorar.
Oficialmente, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou ontem que não comentaria a pesquisa sobre o governo.
Previdência. A reforma da Previdência é o tema mais lembrado pelos entrevistados em relação ao governo Temer, de acordo com a pesquisa divulgada ontem. Dos 2 mil entrevistados, 26% mencionaram o assunto - a reforma proposta é considerada crucial pelo governo para a retomada da economia. No levantamento de dezembro do ano passado, apenas 2% citaram o assunto.
Para os responsáveis pela pesquisa, os dados são reflexo da "maior exposição da população ao tema (Previdência) nos primeiros meses de 2017". O segundo tema mais lembrado pela população é a Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção e desvios na Petrobrás (9%). Outros 5% citaram notícias sobre corrupção envolvendo o governo, mas sem especificar os casos.
Em seguida foram citadas notícias sobre manifestações no Brasil (4%). Os debates sobre mudanças na legislação trabalhista aparecem na sequência (3%). Também foram mencionados temas como a autorização de saques nas contas inativas do FGTS (2%) e a reforma do ensino médio (1%).
Impostos. Os impostos e as taxas de juros são os itens com a pior avaliação. Dos entrevistados, 85% desaprovam a carga tributária e 80%, as taxas de juros. Em seguida, aparecem as áreas de saúde (79%) e segurança pública (79%).
A desaprovação no combate ao desemprego chega a 77%. Em junho e setembro do ano passado, esse índice era de 67%.