Permanência de Temer é hoje o desejo do PT, diz procurador
Segundo Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, enfrentar um 'governo fraco e desgastado' é a pretensão do PT para 2018. Ele acredita que o 'melhor para o país é a aceitação da denúncia'
O procurador da força-tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou, nesta terça-feira (1º), que o melhor para o país é a aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. A admissibilidade ou não da queixa apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está prevista para ser apreciada nesta quarta (2) pela Câmara dos Deputados.
“Neste momento, o melhor para o país é a aceitação da denúncia, não só porque é o moralmente certo, mas também porque significa o exemplo de que o governo deve agir dentro da lei, pois de outra forma será responsabilizado. É preciso que o Congresso autorize o processo”, declarou, em publicação no Facebook.
Crítico da gestão federal, Carlos Fernando também fez uma avaliação do cenário político nacional tendo em vista as eleições de 2018 e acusou o PT de ser o principal interessado em que Michel Temer permaneça no comando do Palácio do Planalto. “Hoje a permanência de Temer é o desejo do próprio PT. Nada melhor que enfrentar um governo fraco, eticamente desgastado e que arraste em frangalhos a economia”, destacou.
Fazendo um panorama das alianças do presidente, o procurador ainda disse que “no início do escândalo da propina para Temer, muitos resolveram apoiá-lo com medo de um retorno do PT ao poder. Outros decidiram o mesmo temendo pela frágil retomada da economia. Ambos estavam errados e foram ingenuamente úteis para a classe política, pois esta percebeu que nem toda a população desejava o efetivo combate à corrupção, mas apenas a retirada do PT do governo e a retomada da vida como de costume”.
Ao finalizar o comentário e reforçar a necessidade de investigação de Temer, Carlos Fernando ressaltou que a economia não sofrerá impactos com a abertura do processo e, com isso, “certamente o PT não se utilizará da imoralidade do governo Temer para alavancar sua campanha, na esperança sempre da memória curta dos eleitores”. Já que, segundo ele, o medo de alguns apoiadores do presidente é de que a legenda volte ao comando do país.
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