Recifense está cansado de notícias sobre corrupção no país

O Instituto de Pesquisas Uninassau ouviu eleitores do Recife e 63% disseram que estão exaustos da divulgação diária das reportagens sobre o assunto enquanto 17% disseram estar cada dia mais interessados nas informações

por Giselly Santos qui, 12/10/2017 - 00:01
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens 47% alegaram também que a divulgação diária de reportagens sobre o envolvimento de políticos com esquemas de corrupção não contribui para nada Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Apesar de aprovar as investigações sobre os casos de corrupção envolvendo políticos e empresários brasileiros, a população está exausto de ver o assunto sendo priorizado pela imprensa no país. Ao menos é o que demonstra um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Uninassau, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio. O levantamento aponta que 63% dos entrevistados estão cansados da divulgação diária das notícias sobre o assunto enquanto 17% disseram estar cada dia mais interessados nas informações deste tipo. 

Dos que responderam a pesquisa, 47% alegaram também que a divulgação diária de reportagens sobre o envolvimento de políticos com esquemas de corrupção não contribui para nada e, em contrapartida, 40% disseram que a publicação de matérias do assunto ajudam a livrar a política dos corruptos. Além disso, 5% disseram que ajuda a condenar injustamente os políticos. 

Mesmo com a repulsa, 90% dos eleitores inquiridos pelo Instituto reconheceram que a prática corrupta existe em várias instituições e não é prática exclusiva dos políticos. Já para 9% acredita que apenas políticos são corruptos. 

Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Adriano Oliveira, o enjoo do eleitor com o noticiário sobre corrupção é por conta do anseio pela melhora da economia. 

“Os eleitores já viram tantas notícias sobre corrupção, entretanto não encontraram melhora de vida. Então chegaram ao momento do seu limite, de que está bom, já fizeram o que tinham que fazer. Gostam da Lava Jato, mas agora querem melhoria de vida. O noticiário não pode ficar apenas focado em corrupção. Encontramos um cansaço e enjoo em virtude de que o eleitor tem outra prioridade, a melhora da economia”, salientou o estudioso que também é coordenador da pesquisa. 

O Instituto foi às ruas do Recife nos dias 4 e 5 de outubro. Foram ouvidas 624 pessoas. O nível de confiança da amostra é de 95% e a margem de erro é estimada em 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

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