"Quantas obras não teriam sido feitas com meio milhão?"

A indagação é do deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que falou sobre a Operação Torrentes deflagrada nesta quinta (9)

por Taciana Carvalho qui, 09/11/2017 - 20:04
Divulgação/Alepe Divulgação/Alepe

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) ao comentar a Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (9), disse que o  sentimento é de indignação em saber que quase meio milhão de reais podem ter sido desviados de recursos públicos, que seriam destinados à Operação Reconstrução visando reconstruir moradias e outros equipamentos destruídos com as enchentes que atingiram diversos municípios da Mata Sul de Pernambuco no ano de 2010.

O deputado, no entanto, declarou que já sabia o que estava por vir porque, segundo ele, seu mandato tem ouvido a população da Mata Sul e o panorama encontrado é de que muito do que foi prometido para a região não foi cumprido. "E daí vem outra enchente agora há pouco e a história se repete. Muitos recursos que deveriam chegar não chegarão e já vínhamos denunciando", disse em entrevista ao LeiaJá

"Imagina quantas obras, casas, quantas ruas e esgotamento não poderiam ter sido feitas com esse quase meio milhão de reais? Nós assistimos tristes a vida das famílias que foram penalizadas. O sofrimento dessa população é fruto desse desmando", declarou.

O psolista ressaltou que a Operação Torrentes foi muito “bem-vinda”. “Existia uma reclamação geral quanto aos efeitos da operação Reconstrução e espero, agora, que as investigações corram da forma mais esclarecedora possível e que os responsáveis pelos desmandos sejam devidamente responsabilizados”, cobrou. 

Ele lamentou todo o cenário. “A sociedade brasileira vem assistindo estarrecida a uma novela que já começou com a Lava Jato. Esse é mais um caso lamentável, caso de polícia. A gente espera que haja impunidade para que se coíba novas práticas semelhantes porque essa cultura da impunidade, da corrupção que está em todo lugar, no setor privado e também no manuseio de verbas públicas, onde as pessoas se sentem no direito de retirar esses recursos, tem que acabar. As pessoas envolvidas têm o seu amplo direito de defesa, mas há fortes indícios”, frisou. 

Edilson minimizou em relação a Paulo Câmara (PSB) ressaltando que a operação Reconstrução iniciou, em 2010, quando ele ainda não era governador. “Ele era um secretário, então não tem responsabilidade especificamente. Agora, tem que se investigar se a sua secretaria, por ventura, teve alguma relação”, ponderou. 

 

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