O último ano de Temer no poder: como fica o Brasil?
Em meio aos escândalos, o questionamento que fica é sobre qual o rumo que o país toma com a saída do peemedebista da presidência
Ainda falta um ano para que o presidente Michel Temer (PMDB) deixe o mais alto cargo político, mas um fato é certo: o peemedebista foi protagonista de escândalos dos mais diversos, contrapôs uma boa parte da população ao insistir em reformas e deixará o mandato com um título nada desejável: é considerado o presidente mais impopular do mundo, de acordo com uma pesquisa do grupo de análise política Eurasia.
Só para ficar mais claro em números, Michel Temer detém apenas 3% de aprovação popular, a menor já registrada sendo mais rejeitado do que o venezuelano Nicolás Maduro. A desaprovação de Temer começa desde o início do seu mandato. Ele foi chamado, por muitos, de “traidor” ao tomar posse após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em agosto de 2016.
A própria Dilma chegou a falar sobre o assunto em algumas ocasiões afirmando que jamais esperou que Temer fosse um “traidor”. “A traição, no nosso caso, não é pessoal. A nossa traição é política neste caso. Ele é um traidor. A mim ele traiu não com a pessoa Dilma Rousseff, ele me traiu enquanto presidente da República. Ele traiu uma Instituição e, mais, ele traiu uma campanha”, pontuou durante entrevista para uma emissora árabe.
O desgaste de Temer iria aumentar quando começou a propor algumas reformas ministeriais como a Trabalhista e a previdenciária, o que ocasionou diversos protestos em todo o país. O Brasil chegou “a parar” no dia 28 de abril de 2017. Sem transporte público na maior parte dos estados, o Dia da Greve Geral foi marcada por uma onda de caos mostrando que o povo contra o governo não iria aceitar “calado” as propostas.
No entanto, isso não abalou o presidente. Pouco depois, Michel Temer chegou a “enfrentar” os revoltosos gravando um vídeo para deixar um recado ousado: “Meus amigos, o Brasil não parou e não vai parar”, avisou. Chegou a dizer, também, que continuaria a combater “o desperdício do dinheiro público”.
Apesar das tentativas, a reforma trabalhista foi aprovada e entrou em vigor no dia 11 de novembro de 2017. Já a Previdenciária, após um acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado, deve ser votada no próximo mês.
Esperança esvaziada
A esperança dos insatisfeitos voltaria a ser renovada no dia 17.05.2017. Nessa data, o jornal O Globo divulgou que um diálogo, pouco depois comprovado, entre o dono da JSB, Joesley Batista, e Michel Temer. A gravação ganhou repercussão porque o presidente aparece aprovando que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha receba propina para se manter em silêncio. "Tem que manter isso, viu?" diz Temer a Joesley em uma parte do áudio.
Apesar disso, a Câmara dos Deputados rejeitou as duas denúncias da Procuradoria-Geral da República contra o presidente para que fosse investigado. Na primeira, ele era acusado de corrupção passiva. Na última barrada, por obstrução de justiça e organização criminosa.
Apesar das críticas, há quem o defenda. O deputado federal Marco Feliciano (PSC) chegou a afirmar que Temer foi vítima “de uma sórdida armação” perpetrada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. O parlamentar Wladimir Costa (SD) também salientou que continua ao lado do peemedebista. “Eu continuo sendo Temer. Poderia dizer Fora Temer, que agora eu odeio Temer, seria muito legal, mas eu não vim para cá para ser juiz, meus amigos. Eu não vim ser promotor”, disse por meio de um vídeo. Defesas, críticas e escândalos, o questionamento que fica é de qual o rumo o país toma com a saída de Temer? Quem será o novo presidente do país?