'Reforma trabalhista e empobrecimento têm ligação'

O renomado advogado Luís Carlos Moro disse, durante seminário no Recife, que países que adotaram a proposta tem ligação com o aprofundamento do processo de empobrecimento

por Taciana Carvalho sex, 09/03/2018 - 16:23
Taciana Carvalho/LeiaJáImagens O advogado ainda salientou que a palavra mágica deste século é respeito Taciana Carvalho/LeiaJáImagens

Durante o 14° Simpósio da Associação dos Advogados de São Paulo, que acontece nesta sexta-feira (9), no Teatro Rio Mar, o renomado advogado Luís Carlos Moro fez diversas reflexões sobre a reforma trabalhista, tema do painel 3 que trata sobre o panorama geral da reforma. Moro falou que os países europeus e latino-americanos que adotaram a reforma trabalhista não tiveram como consequência o acréscimo nos índices de empregos.

"Os países que diminuíram o nível de proteção social não obtiveram aumento nos índices de emprego, ao contrário houve aprofundamento do processo de empobrecimento, uma redução dos níveis de proteção social", disse citando a Grécia e a Inglaterra. 

No entanto, o advogado falou sobre a necessidade de fazer uma reflexão sobre a atuação dos sindicatos no país de forma que seja uma atuação lícita com foco nos princípios éticos.  Ele ressaltou que há bons sindicatos, que prestam serviços éticos, mas que é preciso cuidado em um país onde cada um defende o seu próprio interesse.

Luis Moro alfinetou o Judiciário afirmando que ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) não é algo invejável. "Não é um cargo invejável a ninguém. Eles mesmo sentem esse sentimento", ressaltou também afirmando que o supremo tem se revelado "fracionado".  "Falo com dor, gostaria de vir aqui dizer que a Suprema Corte é a guardiã da Constituição". 

Ele também frisou que "a cozinha legislativa perdeu subtrair democrático", o que tem provocado reações muito fortes.

 

O advogado ainda salientou que a palavra mágica deste século é respeito. "É isso que se pede na convergência e na divergência. Não acredito em nutrir amizades só na convergência (...). Ouvir as razões do outro é o respeito mínimos entre as pessoas civilizadas".

 

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