Não mataram o que Marielle representa, afirma Michel Temer
Segundo o emedebista, a apuração do crime avança com “método e critério” e as autoridades trabalham para identificar os responsáveis. O presidente classificou o assassinato como inaceitável e covarde
O presidente Michel Temer (MDB) comentou, nesta sexta-feira (20), sobre as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e enalteceu a trajetória política dela. Segundo o emedebista, a apuração do crime avança com “método e critério” e as autoridades trabalham para identificar os responsáveis. A psolista foi assassinada no Rio de Janeiro no dia 14 de março.
“Marielle era mulher batalhadora, que lutava por aquilo que acreditava ser o melhor para o brasileiro e para o próprio Brasil. As investigações sobre o crime avançam com método e critério. As autoridades competentes trabalham para que os responsáveis sejam identificados e levados à Justiça”, disse Temer, durante seu discurso na cerimônia de formatura de diplomatas do Instituto Rio Branco, que escolheu a vereadora e militante dos direitos humanos como patrona.
Para Michel Temer o assassinato de Marielle de inaceitável e covarde. “Marielle teve sua trajetória política brutalmente e covardemente interrompida, mas seus assassinos não conseguiram, nem conseguirão, matar o que ela representa”, disse.
Marielle Franco era ativista dos direitos humanos e cumpria o primeiro mandato de vereadora do Rio. Ela havia sido a quinta mais votada para exercer o cargo e era conhecida por seus posicionamentos contrários à atuação arbitrária da Polícia Militar do Rio. O assassinato aconteceu depois que a vereadora, o motorista Anderson Gomes - que também foi morto na ocasião - e uma assessora deixaram um evento sobre a atuação de mulheres negras realizado no bairro da Lapa há mais de um mês. Até o momento, a polícia ainda não indiciou ninguém pelo crime, nem identificou os mandantes.
Formatura
Temer participou no Ministério de Relações Exteriores do evento do Dia do Diplomata, comemorado hoje (20) com a formatura da turma 2017-2018 do curso de formação de diplomatas do Instituto Rio Branco, e da cerimônia de imposição de insígnias da Ordem do Rio Branco.
Na cerimônia, Temer destacou o respeito conferido à diplomacia brasileira no exterior e ressaltou a importância da presença das mulheres no corpo diplomático.
Antes de Temer falar, a paraninfa da turma embaixadora Thereza Maria Machado Quintella, discorreu sobre o número ainda pequeno de mulheres na carreira diplomática. “O que mais preocupa atualmente é a ausência de mulheres na estrutura de comando do Itamaraty”. A turma que se formou hoje (20) tem 30 diplomatas, dos quais nove são mulheres.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, lembrou que o serviço diplomático já foi aberto apenas para homens, mas que deve haver uma preocupação em ampliar o número de mulheres na carreira.
Aloysio Nunes aproveitou o discurso para anunciar que está em fase de elaboração no ministério um anteprojeto para criar uma nova lei do serviço exterior brasileiro. Segundo ele, a intenção é contribuir para a consolidação da estrutura e regras da carreira de diplomata, garantindo o mérito e a igualdade de oportunidades. “[A lei] Busca alcançar esse objetivo, uma carreira que seja previsível, que haja igualdade de oportunidades a todos, uma carreira imune a interesses que ultrapassam o mérito das pessoas”, ressaltou.
*Com a Agência Brasil