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Nesta terça-feira (29) é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Criada em 1996, durante o 1º Seminário Nacional de Lésbicas, a data marca o combate ao preconceito, à misoginia e à fetichização e sexualização das mulheres devido à orientação sexual. No Recife, o Centro de Referência em Cidadania LGBTI+ vai abrir suas portas para a exibição gratuita, seguida de uma roda de conversa sobre temas que envolvem as mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis, suas realidades e experiências pessoais. 

Apesar de ainda haver um grande caminho a ser percorrido pela conquista dos plenos direitos de ser, algumas leis existentes reforçam o combate aos preconceitos devido à orientação sexual. No Recife, por exemplo, existem algumas leis, como a 17.025/04, que pune qualquer ato discriminatório aos homossexuais, bissexuais ou transgêneros, ou a lei nº 17.623 /2010, que inclui o dia da luta contra a homofobia no Município do Recife. 

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No entanto, o caminho ainda é longo. A capital pernambucana ainda é um ponto único onde os principais equipamentos para a comunidade LGBTQIAPN+ estão disponíveis. Segundo a deputada estadual Rosa Amorim (PT), um dos desafios atuais é descentralizar os equipamentos, “então cabe tanto às prefeituras quanto ao Governo de Pernambuco garantir que essas ações cheguem nas demais regiões do estado”, comentou ao LeiaJá

Onda de ameaças 

Em meio às demandas constantes da população LGBTQIAPN+, e o trabalho de parlamentares que representam a comunidade no Poder Legislativo, deputadas de diversos estados do Brasil vêm sofrendo ameaças de “estupro corretivo”, entre outros tipos de violência. A deputada estadual Rosa Amorim é uma delas, que recebeu no seu e-mail institucional mensagens de teor lesbofóbico e misógino

“Nossa meta é tornar Pernambuco um estado que acolha e permita que as mulheres lésbicas tenham o direito de viver livre de violência. Nosso estado é o terceiro do país onde mais matam mulheres lésbicas, de acordo com Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil. Acredito que garantir o direito à vida é a premissa básica, para que possamos pensar em outras ações”, afirmou a parlamentar. 

Foto: Ashlley Melo 

Representatividade na política 

Uma das principais pautas levantadas pela comunidade LGBTQIAPN+ é a necessidade de aumentar seus acessos nos espaços de tomada de decisão, fato conquistado pela deputada, que incentiva a entrada de mais pessoas da comunidade no debate político, seja a nível local ou nacional. “É essencial termos mais representatividade LGBTQIAPN+ na política, especialmente num contexto onde boa parte dos direitos da comunidade são aprovados pelo Poder Judiciário justamente pela ausência do debate nas casas legislativas. Mais que isso , as câmaras precisam refletir a realidade e a diversidade da população brasileira na sua composição, e isso passa pela entrada da população LGBTQIAPN+ nesse espaço da luta institucional, que é crucial para a garantia de direitos e de cidadania para a comunidade”, disse Rosa Amorim. 

“Acho que o mês da visibilidade lésbica é uma grande oportunidade para que possamos debater a necessidade de garantir os direitos das mulheres lésbicas em suas diferentes realidades, sem esquecer também as questões de raça e gênero que estão diretamente ligadas à pauta”, afirma. 

 

Em quatro capitais do país as mulheres já são mais de 45% dos CNPJs ativos como Microempreendedor Individual (MEI). Em São Paulo-SP são cerca de 547.935 mulheres, em Brasília-DF 63.011, em Porto Alegre-RS 120.858 e Salvador 127.255. Mostrando assim toda representatividade feminina no MEI. 

De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), algumas atividades concentram a maior parte das mulheres empreendedoras, são elas: alimentação, moda e beleza e serviços. 

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As 5 atividades mais populares entre mulheres são:

Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios

Cabeleireiros, manicure e pedicure

Promoção de vendas

Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal

Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar

Linn da Quebrada se apresentou no palco do ‘Domingão’, no último domingo (2), durante o quadro ‘Dança dos Famosos’. Emocionada, ela fez um discurso tocante ao relatar ter sido tratada como “mulher” pelo seu professor, Hugo. A cantora comoveu o público e o apresentador do programa, Luciano Huck.

Feliz pela oportunidade de participar da competição, Linn abriu o coração e falou sobre sua relação com seu par e professor, antes da apresentação. Ela revelou ter sentido certo "constrangimento"  no início dos ensaios por tratar-se de um momento inédito em sua vida. “O meu corpo estar nesse estado, situação, feminino, travesti, mulher, eu comecei a chorar, porque percebi que nunca tinha vivido isso, nunca tinha vivido essa proximidade". 

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Lina também se mostrou emocionada pela forma que foi tratada pelo professor Hugo e fez questão de dizer isso no palco. “Com o Hugo eu tive a oportunidade de me sentir acolhida, me senti sem ter que fazer um discurso teórico, feminista. Eu dancei como uma mulher e fui tratada como uma mulher, como uma travesti mulher", vibrou a ex-BBB. 

No Brasil há um forte cenário de subrepresentação das mulheres no parlamento, tendo em vista que representam 53% do eleitorado brasileiro e 46% dos filiados a partidos políticos. A representação de mulheres negras no Congresso Nacional é de apenas 2%, e na Câmara dos Deputados esse número cai para 1%. 

Em 2018, a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco elegeu 49 parlamentares, 86% deles se autodeclararam brancos, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas 14% dos 49 se autodeclaravam negros, sendo cinco pardos e apenas as Juntas (PSOL) e Doriel Barros (PT), declarados pretos. 

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Representado na Alepe por Jô Cavalcanti, a mandata coletiva Juntas é representada por cinco mulheres, e três de autodeclaram negras, incluindo Jô. 

Em Brasília, na Câmara Federal, Marília Arraes foi a única mulher eleita em 2018 entre os 25 deputados federais eleitos em Pernambuco. A parlamentar se autodeclara no TSE como branca.

Por isso, pela ausência de parlamentares e parlamentares negras em Pernambuco e para estimular as candidaturas de mulheres negras, surgiu a campanha Eu Voto Em Negra, que faz parte do Projeto Mulheres Negras e Democracia, que atua em toda a região Nordeste do Brasil. É uma campanha pela representatividade política de mulheres negras no poder e incentivando a diversidade. 

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Do coletivo Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, Piedade Marques destacou que o movimento de incentivar o voto em mulheres negras é diferente no processo eleitoral. “Hoje não dá mais para falar num eu individual, principalmente quando a gente fala de processos eleitorais. Acho que essa é uma estratégia branca que traz o indivíduo como primeiro plano, e a primeira coisa que a gente faz é trazer uma experiência a partir de nós”, observou. 

“As candidaturas de mulheres negras pensam tanto em mulheres quanto em homens, porque existem várias iniciativas pensando em diminuir esse gap, mudar a fotografia. Existem várias expressões que vamos usar para dizer que não dá mais para usar um sistema de representação onde a gente não se vê fisicamente, culturalmente, e nem das nossas vidas, as nossas necessidades, e que o estado brasileiro precisa garantir”, reforçou. 

Para Piedade, pensar no voto em mulheres negras é atravessar com o que foi aprendido durante anos. “É romper com tudo o que a gente aprendeu, que é um indivíduo que tem dinheiro e vai poder fazer coisas enormes nesse processo eleitoral, que a gente diz que é um processo coletivo construído a partir do que o próprio movimento negro fala, desde a primeira pessoa escravizada”, disse. 

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Ela informou que a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco tem conduzido, junto a outras organizações antirracistas, o lugar da mulher a partir de outro viés. “Não só o movimento negro, mas com a Casa da Mulher do Nordeste, que é uma das principais parceiras para essa iniciativa, que é o Eu Voto em Negra que é para além de uma campanha. É um resgate. Um conforto de coresponsabilidade de todos nós, negros e negras, que colocamos os nossos corpos na disputa, e como temos responsabilidade com cada mulher que se coloca na disputa. A campanha pensa em trazer as pautas e propostas e em ampliar o que mais nos cruza, a pauta do antiproibicionismo, desencarceramento, que são questões que nos atravessam ao longo da nossa história”, pontuou. 

Pensar numa frente de política pública respeitada para pessoas negras é um dos principais motivos para que tenham mulheres negras e antirracistas no parlamento. A ausência dessas mulheres gera um impacto negativo na construção e implementação de políticas públicas para a população. “A mandata coletiva Juntas, por exemplo, é um modelo de participação no espaço legislativo, e a importância da ampla participação delas. A gente não pensa só em eleger uma única candidata, seja dentro de uma mandata coletiva ou não, mas que seja uma bancada de mulheres negras. A nossa proposta é que tenhamos mais de uma”.

Ailza Trajano é candidata a deputada federal pelo PCdoB de Caruaru, capital do Agreste de Pernambuco, e também faz parte da União de Negros e Negras da Igualdade. Ela destacou a importância de incentivar que cada vez mais candidaturas negras sejam colocadas na disputa. “Para que as mulheres também se sintam mais encorajadas a entrar na política. Quando a gente convida mulheres a participarem, ainda existe o medo de se colocar, de estar de frente com essa questão de serem candidatas, porque a gente sabe que é um mundo que foi pensado para os homens, sobretudo cis e brancos”. 

“A gente vem quebrando esse paradigma de que só é feito para homens e estamos ocupando este espaço”, destacou Ailza. “Quanto mais mulheres ocuparem este espaço, mais bancadas, e mais mulheres negras, melhor ainda”. 

De acordo com ela, em Caruaru há apenas 12 candidaturas à Câmara Federal, sendo 10 de homens e apenas duas de mulheres. “É muito simbólica essa questão da maioria ser homem e apenas duas mulheres numa cidade como Caruaru”, detalhou. 

Ludmilla subiu ao palco Sunset do Rock in Rio, no último domingo (11) e entregou um show de milhões. Literalmente. Antes da apresentação, ela revelou que gastou R$ 2 milhões para montar uma apresentação exclusiva. Segundo as reações da plateia, Lud não decepcionou e ainda reservou espaço para exaltar outras cinco cantoras negras: a dupla de rappers Tasha & Tracie, MC Soffia, Majur e a funkeira Tati Quebra Barraco.

Para a participação das amigas, Ludmilla trouxe para o palco uma grande mesa com cadeiras, a exemplo do que fez no clipe de ‘Rainha da Favela’, lançado em 2022, em que divide a coroa com quatro referências do funk carioca: MC Carol de NIterói, Valeska Popozuda, MC Kati e Tati Quebra Barraco. 

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Essa última, inclusive, foi uma das convidadas de Ludmilla para estar a seu lado no palco Sunset, do Rock in Rio. Ela incendiou a plateia cantando um de seus maiores hits, ‘Boladona’. As rappers Tasha & Tracie, a MC Soffia e a cantora Majur, também tiveram seus momentos e as cinco ainda cantaram todas juntas. Antes de anunciar as amigas, Lud falou em tom emblemático: "Toda mulher no Brasil tem que lutar. Toda mulher negra tem que lutar 100 vezes mais".

Luta. Avanço. Direitos Civis. Liberdade. Igualdade. Representatividade. Representatividade política. São palavras que simbolizam o Dia Internacional da Igualdade Feminina, que comemora 49 anos nesta sexta-feira (26). Apesar da importância da data, que deve ser comemorada pelo avanço e reconhecimento dos direitos e da necessidade de igualdade, ainda há muito o que se conquistar. O processo de luta não para até que se tenha todos os direitos adquiridos respeitados.

É importante lembrar que o direito ao voto feminino foi um dos grandes marcos conquistados pelas mulheres há 90 anos no Brasil. País onde a maioria do eleitorado é composto por mulheres, com 52%, mas são os homens que ocupam a maior parte dos cargos eletivos, com uma subrepresentação de 15% das mulheres no parlamento.

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A coordenadora do Centro das Mulheres do Cabo, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, Nivete Azevedo, destacou o marco de jornada de luta feminista pelos direitos das mulheres que a data representa. “A gente ainda tem uma distância muito grande, sobretudo quando falamos na realidade brasileira, que é uma distância muito grande nos direitos das mulheres serem garantidos. Mas não podemos deixar de destacar o marco dessa luta na trajetória das mulheres que não aceitam, não se dobram diante dessa desigualdade e vivem reivindicando esse direito”, observou.

Nivete enfatizou a ainda baixa representatividade feminina dentro da política brasileira. “A data tem um significado importante para mim e a gente continua nesse processo de luta. Nesse momento a gente tem o foco nesse campo que ainda é um dos mais subrepresentados pela mulher, que é a política, especialmente os lugares de poder. A gente não tem ainda no Brasil grandes conquistas, haja vista a nossa subrepresentação no parlamento, desde as câmaras municipais até a Presidência da República, onde já conseguimos chegar e tivemos um papel super importante com a representação da presidenta Dilma Rousseff (PT), mas que foi cruelmente retirada desse local pela condição de ser mulher”, lembrou. 

Trazendo para um âmbito mais local, na Câmara de Vereadores do Recife, por exemplo, dos 39 parlamentares, apenas sete são mulheres. Já na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), na casa das deputadas e deputados estaduais, dos 49 parlamentares, apenas 10 são mulheres. 

Com relação aos avanços, a coordenadora lembrou da lei 17.377/2021, aprovada na Alepe, que Cria o Estatuto da Mulher Parlamentar e Ocupante de Cargo ou Emprego Público, no âmbito do Estado de Pernambuco, com mecanismos para o enfrentamento ao assédio e a violência política contra mulheres. “A lei criminaliza o assédio, a violência, misoginia contra as mulheres no parlamento. É uma lei estadual e isso mostra o quanto a presença das mulheres nesses espaços, por menor que seja a sua representação lá dentro, tem trazido mudanças na história das mulheres. Mas as bandeiras ainda são muitas e a gente vem a passos lentos, mas vem conseguindo aumentar”, disse, sobre a quantidade de mulheres com candidaturas colocadas para estas eleições. 

“Entre os 15% de mulheres representadas no Congresso Nacional, apenas 2% são mulheres negras, a representatividade de mulheres trans não chega a 1% e as indígenas também. É um lugar muito subrepresentado e isso são barreiras que a gente enfrenta para estar nos lugares de decisão política deste País. Não teremos democracia plena enquanto as mulheres, mulheres negras, e mulheres na sua diversidade como um todo estejam ocupando esses espaços de decisão política. É fundamental para que a gente tenha uma democracia plena neste País”, cravou Nivete. 

Por sua vez, a estudante de direito Maria Suburbia salientou, como mulher preta, não se sentir representada de forma igualitária na política.“É uma data que representa a luta pela igualdade de gênero, foram conquistados vários avanços ao longo da história, mas ainda falta muito. Eu me sentiria mais representada vendo pretos e pretas periféricos se tornando vereadores, deputados, ocupando cargos políticos, incentivando e lutando para que outras pessoas negras ocupem esses mesmos espaços de poder”, disse. 

“Precisamos ver mulheres na política, no esporte, em todos os espaços. Apesar das conquistas ao longo dos anos, o machismo estrutural ainda reforça os modelos sociais existentes, como a desigualdade salarial”, pontuou Maria. 

Para Suburbia, a ausência de mulheres em cargos de poder não proporciona um debate adequado em torno das questões fundamentais, como na saúde e na segurança pública. “Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder devido à exclusão histórica das mulheres na política, o que reverbera até hoje. A presença de mulheres na política proporcionará um diálogo e um pensar mais abrangente em torno de questões relacionadas às pautas femininas”, destacou. 

Em total convergência, a empreendedora digital e estudante de psicologia Luane Cavalcanti também enfatizou que ainda há muito o que avançar, apesar da data ter uma boa representação na vida das mulheres. “Diferente de outras datas comemorativas, esse marco de igualdade ainda não é realidade para nós mulheres, percebo que estamos melhorando, mas a desigualdade ainda prevalece em todos os ambientes”. 

“Os números falam por si”, expôs, ao revelar que não se sente representada na política. “Somos minorias das câmaras de vereadores aos ministérios do estado brasileiro. Acredito que a figura feminina ainda é vista como incapaz para estar nas esferas do poder político. Quando eleitas, somos invalidadas nos mais diversos assuntos, que fogem da atuação política, no governo atual assumimos, estereotipicamente, responsabilidades em assuntos ligados à família. Nossa presença é mínima e ainda nos limitam, como me sentir representada assim?”, questionou.

Para Luane, estímulo, oportunidade e voto podem ser fatores que auxiliem a ter mais mulheres na política. “Devemos educar nossas meninas para que se vejam como pertencentes ao mundo político, precisamos de partidos que nos deem voz e espaço e que a sociedade, desde já, pesquise, vote e eleja mulheres para cargos políticos. Desde a última eleição, me comprometi a votar em uma candidata feminina, no mínimo. Creio na máxima que para termos resultados diferentes, não podemos continuar fazendo as mesmas coisas”, finalizou.

Este ano, o Senado Federal será alvo de mais candidaturas femininas, de acordo com os dados divulgados pela Agência Senado. Serão 53 mulheres disputando os assentos congressistas em outubro, o que representa 22,5% do número total de registros de candidatura. Homens, porém, seguem liderando a Câmara Alta com folga: são 181 candidatos (77,5%), em uma Casa onde a maioria dos eleitos também é masculina, sendo 65 contra 16. 

O perfil médio do candidato ao Senado permanece o mesmo das últimas eleições: homem, branco, casado, com nível superior e mais de 50 anos. O número de representantes do gênero choca com o perfil do eleitorado brasileiro, que é 53% (82 milhões) feminino. Este ano, há uma tendência à diminuição da presença feminina no Senado, já que a maioria das eleitas não concorrerão à reeleição.  

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Nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pelo menos três senadoras têm interesses voltados ao Palácio do Planalto. Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (União-MS) disputarão a Presidência, enquanto Mara Gabrilli (PSDB-SP), disputará como vice-presidente na chapa de Tebet. Leila Barros (PTB-DF) disputará o GDF; Mailza Gomes (PP-AC) disputará o vice-governo do Acre na chapa de Gladson Cameli; e Nilda Gondim (MDB-PB) e Maria do Carmo Alves (PP-SE) não concorrerão a um cargo. 

Da bancada feminina, apenas três possivelmente disputarão a reeleição ao Senado Federal: Kátia Abreu (PP-TO), Rose de Freitas (MDB-ES) e a líder da bancada, Eliziane Gama (Cidadania-AM). 

Legislação e gênero 

Como Alta Casa do Poder Legislativo federal, o Senado tem papel de revisor e representa as unidades da federação, ao contrário da Câmara, que deve representar interesses diretos da população. Os três senadores de cada estado (26 unidades federativas e o Distrito Federal) possuem muitas atribuições privativas, que não passam pelos deputados federais. 

Entre elas, está o julgamento de crimes de responsabilidade por parte do presidente da República e a aprovação de nomes indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF), e a procurador-geral da República, além dos presidentes e diretores do Banco Central (BC) e de agências reguladoras. Outra atribuição dos senadores é autorizar operações financeiras externas da União, estados e municípios. Ou seja, são ações mais distantes do clamor popular. Assim, de que forma as senadoras podem atuar pelas demandas de interesse da mulher? 

Em março deste ano, o Senado aprovou 16 medidas que garantem avanços na atualização de leis de proteção e apoio às mulheres. Os projetos vão desde iniciativas contra a violência doméstica e de incentivo ao empreendedorismo feminino à derrubada do veto presidencial à distribuição de absorventes para mulheres de baixa renda.  

Um deles foi o PL 3.342/2020, da senadora Rose de Freitas, que garante acesso a crédito especial de até R$ 20 mil a mulheres empreendedoras das áreas de beleza, estética, vestuário, alimentação e comércio de artigos femininos afetadas pela pandemia da covid-19. Outra iniciativa, do senador Eduardo Braga (MDB-AM), volta a atenção às mães solo, estabelecendo que elas terão prioridade de atendimento em políticas sociais e econômicas (PL 3.717/2021). 

Atuação da bancada feminina

O MDB, apesar de ser um partido do Centrão, é uma das legendas mais ativas do Senado se tratando dos interesses de gênero, ao menos através da bancada feminina. Outros partidos que se destacam são o Cidadania, o Progressistas e o PSDB, que na majoritária sequer dialogam diretamente. Há também representações da bancada que não se atentam às questões de gênero com frequência, como é o caso de Kátia Abreu, que é mais voltada às questões econômicas e ao agronegócio, além de ser mais lida como centro-direita. 

Este ano, esses espaços devem correr mais perigo. Nas pesquisas, apenas duas mulheres aparecem com expressividade, uma para primeiro mandato e outra para reeleição. São elas Rose de Freitas, que surgiu com 22% na pesquisa do IPEC para o segundo mandato pelo Espírito Santo; e Teresa Leitão (PT-PE), candidata da Frente Popular, com 12% das intenções de voto na mesma pesquisa.

Outras candidatas da ala progresissta como Bárbara Sinedino (PSTU-RJ) e Carol Vigliar (UP-SP), pontuaram apenas 2%. A primeira tem como adversário principal Romário (PL), que detém 31% das intenções de votos e é aliado bolsonarista. 

A representatividade no Senado Federal é digna de seus questionamentos, uma vez que nem toda senadora tem atividade política dedicada aos interesses das mulheres. Do princípio democrático, essa dicotomia é interessante, mas no sentido prático, há problemas na existência de uma representatividade rasa. O LeiaJá convidou a pesquisadora Luciana Santana para comentar o tema. Confira abaixo. 

 — Luciana Santana, doutora em Ciência Política e professora na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) 

LeiaJá: Qual o impacto da presença de mulheres no Senado Federal? É uma movimentação positiva, independente das pautas levadas ao Congresso? 

LS: Ter mais mulheres nos espaços legislativos, seja no Senado ou na Câmara e nas Assembleias, faz com que tenhamos mais representatividade na qualidade das políticas públicas discutidas e decidida nesses lugares. Faz com que a gente tenha menos problemas em termos de quantidade e qualidade, e maior garantia de que essas políticas públicas estarão relacionadas às demandas, de fato, da população feminina. Estudos políticos já mostram que onde a mulher está, ela consegue qualificar o debate e levá-lo a uma realidade que, muitas vezes, homens não conseguem estar. Na qual eles decidem, mas sem saber se estão adequadas às diferentes realidades. 

LeiaJá: De forma macro, a representatividade feminina na política do Brasil é um movimento existente?  

LS: Representatividade tem relação com as caraterísticas da população e aquilo que a gente tem em termos de representantes nos estados legislativos. Na prática, existe, sim, uma baixa representatividade de mulheres no âmbito dos legislativos, de forma geral, e até nos governos. Se a gente tem 53% do eleitorado feminino, o esperado é que a gente também tivesse essa mesma proporção de mulheres dentro desses lugares, buscando construir políticas públicas que tenham uma simetria com as demandas da população feminina. O mais correto é falar em representatividade. A garantia de uma equidade de gênero, equilíbrio entre homens e mulheres, tal qual temos na população brasileira. 

LeiaJá: O que o perfil divulgado pelo Senado Federal diz sobre a distribuição dos espaços e assentos políticos do país?  

LS: Quando vemos esses números, reafirmamos o que foi mencionado: há um desequilíbrio entre homens e mulheres, tanto na competição, como entre os eleitos e eleitas. Dentre essas candidatas temos perfis muito variados. Temos as mais progressistas e alguns perfis mais conservadores, o que não necessariamente significa que sejam de famílias tradicionais na política, mas por defesa mesmo, ideológica, de posicionamentos mais conservadores. 

LeiaJá: É importante que as mulheres no espaço legislativo sejam progressistas? 

LS: É extremamente necessário que as mulheres estejam no Legislativo. No mundo ideal, seria bom que tivéssemos mulheres comprometidas com causas que atingem diretamente as mulheres de diferentes de perfis. Hoje a gente sabe o que isso tem causado, especialmente em mulheres que demandam políticas públicas e de assistência social, geralmente bandeiras mais feministas ou igualitárias, que também contemplam a violência e a distribuição igualitária e social do trabalho, o que é mais defendido por partido mais à esquerda e mais progressistas. 

LeiaJá: Mulheres de perfil conservador ou fundamentalista podem representar regresso em pautas de gênero ou a representatividade não deve ter a ver com pautar gênero?

LS: Com certeza o perfil mais conservador pode apresentar retrocessos. Significa que há mulheres, mas não necessariamente que elas têm como prioridade uma agenda que defenda efetivos direitos e que garantam a equidade. Temos que considerar que há mulheres que mantém e defendem posições mais machistas e conservadoras. Essas mulheres devem representadas? Democraticamente, sim, mas pensando em termos de política, considerando o que é necessário hoje, seria um retrocesso. 

 

A deputada federal Érica Malunginho, uma das poucas mulheres negras na Câmara dos Deputados. (Reprodução/Facebook)

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Às 17h desta sexta-feira (12), a faculdade Esuda, no Centro do Recife, recebe o Encontro de Mulheres Negras do Nordeste- Enegrecendo o Parlamento. O evento é uma iniciativa da Rede de Mulheres do Nordeste e da Casa da Mulher do Nordeste, por meio do projeto Mulheres Negras Rumo aos Espaços de Poder.

O Encontro contará com a participação de 36 candidaturas da região e é apoiado pela campanhau Voto em Negra, que fortalece candidaturas femininas negras desde as eleições de 2020. A entrada é gratuita e dispensa inscrição.

“Na ocasião vamos apresentar o projeto político que queremos para o futuro do país com a assinatura de uma carta compromisso! Vamos fortalecer a participação política de mulheres negras no pleito eleitoral de 2022, estratégia que entendemos como essencial para ampliar a nossa representatividade na democracia brasileira”, afirma a coordenação do evento.

Serviço:

Dia: 12 de Agosto

Hora: 17h

Local: Auditório da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA - Rua Bispo Cardoso Ayres, s/n, Santo Amaro, Recife - PE.

 

Eita! Jessica Alba concedeu uma entrevista para a Glamour UK e surpreendeu ao criticar a Marvel. A atriz, de 41 anos de idade, interpretou a Sue Storm nos filmes de Quarteto Fantástico.

Durante a conversa, Alba criticou o grande número de atores brancos em grandes produções de entretenimento:

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Se você olhar para os filmes da Marvel – que é o maior impulsionador atual de fantasia no entretenimento, porque é quase uma coisa de família – ainda é muito caucasiano. Eu diria que fui uma das poucas [pessoas não brancas] daquela época, e foi antes da Marvel ser vendida para a Disney. Mas ainda é mais do mesmo, disse.

E, encerrou, falando sobre a importância da representatividade

Acho que, para os jovens que estão chegando, que serão nossos futuros líderes, é importante ver o mundo nas telas, nas histórias, nos sonhos que criamos como artistas. Que isso reflita o mundo em que eles vivem, encerrou.

Na sessão ordinária da Câmara dos Vereadores de Olinda desta terça-feira (5), o vereador Vinicius Castello (PT), em resposta a ‘ataques’ sofridos na Casa por ser gay, disse não se sentir acuado por ser chamado “travesti, de gay, de lésbica” e evidenciou: “Eu sou bicha mermo e não estou preocupado com isso, não”. 

“Eu não entendo essa necessidade, esse tesão, essa vontade de querer constantemente me evidenciar enquanto uma pessoa LGBT como se eu tivesse vergonha disso ou fosse algo desprezível. Isso acontece porque, eu acredito que quando a direita conservadora nota que existe um parlamentar muito comprometido com a população e o nome dele é espalhado de uma maneira boa em relação a tudo o que se é feito e os trabalhos, a única maneira de me atacar é falando sobre a minha sexualidade”, afirmou. 

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O petista é o primeiro negro LGBTQIA+ a ocupar uma vaga na Casa e, em 2021, antes de completar um ano de mandato, ele conquistou o título de parlamentar que mais aprovou leis antirracistas em Pernambuco. Vinicius também é responsável por ser autor da primeira lei no Brasil que proíbe homenagens a escravocratas e ditadores, acatado por unanimidade.

Na ocasião, ele relembrou o que disse no seu primeiro discurso na Câmara após tomar posse da cadeira de vereador de Olinda. “Não sei se vocês se recordam, mas eu cheguei a falar no dia do meu primeiro discurso, em alto e bom tom, que eu sei o que o meu corpo acarreta nesses espaços, que eu sei a quem estou defendendo e, principalmente, sei quem são as pessoas que irão se incomodar com a minha presença nesses espaços”, cravou. 

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“E volto a repetir que não devo satisfação para quem tem preconceito e acha que eu tenho que ficar acuado porque estão me chamando de travesti, de gay, de lésbica, de tudo, sabe. Eu fico rindo porque isso não me atinge. Já me atingiu quando eu tinha 16 anos e era um adolescente que não entendia sobre a vida”. 

O parlamentar afirmou que o seu mandato não se resume à sua sexualidade, mas ao seu trabalho, que é o que importa. “Se vocês quiserem me criticar, por gentileza, analisem o meu trabalho, critiquem a minha atuação”, pediu. Em seguida, ele ressaltou que “se você estiver me chamando de bicha por aí, eu vou agradecer. Eu sou bicha mermo e não estou preocupado com isso, não. Só que eu estou aqui constantemente falando de políticas públicas, e existem pessoas que normalmente não tem segurança sobre a sua sexualidade e precisa ficar reforçando que existe um vereador LGBT na Câmara de Olinda. E daí?”, questionou. 

“Superem isso, estamos em um ano e meio de mandato e ainda tem gente preso na sua ignorância, na sua prepotência, e a única coisa que eu tenho a dizer é que essa bicha vai continuar avançando, essa bicha vai continuar trabalhando e eu não estou preocupado com as caras feias, comentários e qualquer tipo de gente preconceituosa, porque vão continuar me engolindo e eu estou super tranquilo em relação a isso”, assegurou. 

Ao finalizar seu discurso, o parlamentar fez um apelo “a quem quer cuidar”. “Vá cuidar da sua vida, porque a minha está bem cuidada, consolidada e não vão ser os comentários que vão parar a minha existência e a minha luta”. 

Mais que nos outros dias, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é importante ressaltar a ausência da representatividade feminina e preta em cargos de poder, como no legislativo e no Executivo, ainda que tenha tido um avanço da ocupação dessas cadeiras após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL). Desta forma, a liderança na luta por moradia de Caranguejo Tabaiares, Sarah Marques, explicou que a mulher preta periférica teve que sair do protagonismo dentro da comunidade e ir para a rua.

"A gente precisou ir para a luta porque não tinha ninguém que nos representasse no legislativo e nem no Executivo, quando a Prefeitura se aliou ao poder imobiliário e quis tirar a nossa moradia. A comunidade de Caranguejo Tabaiares é localizada na Ilha do Retiro, Zona Oeste do Recife.

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Para Sarah, a representação de mulheres pretas e periféricas na política significa uma possível mudança de mundo. "Só sabe lutar por comida quem passa fome. Só sabe lutar por melhor distribuição de renda quem deixa os filhos com fome para ir à luta. Essa representatividade feminina é muito importante, porque nós vivemos a cidade de outro jeito, de outras formas, seja na segurança pública, na forma de andar na cidade, que é diferente da forma dos homens. As dores das mulheres negras sendo representadas no legislativo, executivo e judiciário transforma o mundo. Só nós sabemos a dor de uma cidade esquecida", salientou.

Mesmo sendo 52,5% do eleitorado, as mulheres negras têm apenas 15% das vagas no parlamento brasileiro nas eleições de 2018 e 2020. 

"Sempre estamos em duas cidades: uma pavimentada e organizada, e uma esquecida. Sejam cidades que tenham quilombolas, favelas, aldeias, que nessa parte somos as mulheres negras que chefiam as famílias com pouco dinheiro", disse. 

Marques declarou que não é de agora que as mulheres entenderam a importância e necessidade de entrar na política, "sempre tivemos nas discussões". "Mas a gente nunca era quem representava. Aqui no Brasil a última que ousou ser mais protagonista foi Marielle, e eles a mataram para calar outras vozes mas, na eleição seguinte, conseguimos eleger muito mais mulheres negras no parlamento. A gente tá ousando ser protagonista mesmo com toda ameaça. É importante que nossas meninas e meninos das comunidades vejam que as mulheres não protagonizam apenas seus lares, temos condições também de sermos protagonistas na política, nas discussões e na execução de política", ressaltou. 

Questionada se o partido político interfere na atuação política, Sarah foi direta: "as alianças dos partidos não são o que representam as mulheres negras, as faveladas". "Às vezes a formação do partido é de uma linha que não vai de encontro com as nossas pautas. Quando as mulheres têm condições de serem protagonistas da sua própria história, de bancar a sua vida de outras formas, ela consegue mexer na política sem ser apenas partidária. Mas é preciso ter mulheres dentro dos partidos, mulheres negras, que tenham firmeza, já que muitas siglas não seguem a nossa linha de defesa por sermos mulheres negras periféricas". 

Ela chamou atenção para o olhar não apenas para as mulheres intelectuais, mas para todas elas. "Os partidos precisam olhar para as mulheres negras e periféricas, não só as intelectuais, que estão nas universidades ou fizeram universidade, mas as que levantam cedo para varrer a sua casa, defender seu território. Na pandemia, por exemplo, mulheres negras fizeram a frente de combate à fome, à Covid-19, e muita gente só se alimentou na pandemia porque elas estavam de frente a essas discussões", pontuou. 

O Centro das Mulheres do Cabo (CMC) organiza, para as 15h desta terça-feira (8), um ato político com o tema “Mulheres Unidas por Mais Direitos, Poder e Representatividade na Política”. A manifestação, que marca o Dia Internacional da Mulher, acontecerá em frente à Praça da Estação, no Centro do Cabo de Santo Agostinho. 

Segundo a membra do CMC e coordenadora do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio no Território Estratégico de Suape (COMFEM), Izabel Santos, as mulheres ocupam menos do que 15% dos cargos de chefia e estão subrepresentadas na política partidária mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro.

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“Somos mais de 52,5% da população e não ocupamos de forma igualitária as câmaras, prefeituras, assembleias, congresso, senado e a presidência, pois estamos na luta incessante para nos elegermos e termos o direito de sermos eleitas e respeitadas como parlamentares, porque sofremos as diversas violências de gênero nesses espaços”, afirma Izabel.

A manifestação também celebra os 90 anos do voto feminino e cobra direitos das mulheres que ainda não foram efetivados em razão de políticas públicas de saúde, educação, segurança, trabalho e renda. O ato é apoiado por Secretaria Executiva da Mulher do Cabo, Associação Mulheres em Ação (AMA), União Brasileira de Mulheres (UBM) e o Grupo Mulheres de Negócios.

Giovanna Ewbank costuma encantar seus seguidores com clicks dos filhos, Titi, Bless e o caçula Zyan. Neste domingo (19), no entanto, o encantamento parece ter sido maior ainda pela simbologia e importância de um momento vivido pela herdeira da apresentadora. A pequena Titi finalmente realizou o sonho de conhecer sua ídola, a cantora Iza, e a mamãe emocionada compartilhou tudo pelas redes sociais com uma mensagem sobre um tema importante: representatividade.

Na postagem, Gio conta que a filha sempre sonhou em conhecer Iza, a quem tem como “referência e inspiração na vidinha de oito anos dela”. O esperado momento enfim chegou, durante a festa de aniversário do irmão, Bless, e a alegria e emoção da menina foram capturadas pelas fotos que sua mãe compartilhou com os seguidores.

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Na legenda, a apresentadora se derreteu e falou sobre a importância desse encontro na vida da menina. "Ontem ela finalmente pode abraçar forte essa mulher tão maravilhosa que inspira tantas meninas e mulheres pretas como a minha filha! Foi emocionante ver a tamanha felicidade da Títi, confesso que chorei, de amor, alegria e orgulho de ter uma mulher tão linda, generosa, poderosa e potente inspirando minha filha”.  

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Nos comentários, os fãs da família se mostraram emocionados e até os amigos mais íntimos se derreteram pelos registros. A atriz Taís Araújo revelou que Iza também é referência de sua filha, Maria, e aproveitou para deixar seus elogios à cantora. “Ela é um acontecimento. Maria também pira com ela! Que bom termos a Iza na vida das nossas meninas! Viva Iza e toda sua potência”.

Às vésperas do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, a atriz Juliana Caldas teceu duras críticas ao filme da Netflix 'Amor sem medidas', protagonizado por Leandro Hassum e Juliana Paes. Chorando, a artista disse não ter se sentido “representada” pela trama que aborda o nanismo e chamou as piadas contidas no roteiro de “capacitistas” e “ridículas”.

Juliana Caldas ficou bastante conhecida pelo grande público ao interpretar Estela, na novela ‘O Outro Lado do Paraíso”, uma jovem que era maltratada pela mãe por ser anã. No Instagram, a atriz publicou um vídeo falando sobre a nova produção da Netflix, estrelada por Hassum, e chorou a classificar o longa como “capacitista”.

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Segundo Juliana, a produção aborda o nanismo de forma pejorativa e depreciativa, trazendo muitas piadas preconceituosas. Além disso, o personagem principal da história, interpretado por Leandro Hassum, foi vivido por um ator que não é portador de nanismo, o que exigiu o uso de computação gráfica para que o artista aparecesse na tela como se o fosse. “A gente fala tanto da importância da representatividade no mundo só que, tô aqui dando minha opinião como pessoa e como artista. Eu não me senti em nenhum momento do filme representada, primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo não é uma pessoa que tem nanismo, e depois, a maior parte do filme tem piadas capacitistas e não dá pra aceitar isso”.

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A atriz disse ainda que não conseguiu ver o filme completo e chorou ao afirmar que o nanismo “não é levado a sério”. Ela também cobrou mais empatia das pessoas e mencionou o ‘Dia Internacional da Pessoa com Deficiência’ para justificar a importância de seu apelo. “Quando a gente fala, aborda no humor, sobre o nanismo a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitistas e preconceituosas. não dá mais pra aceitar hoje um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, da deficiência. Não dá pra passar batido a falta de respeito com o próximo”. 

 

Mauro Sousa, filho do cartunista Maurício de Souza, Mauro de Souza, defende a criação de um personagem homossexual na Turma da Mônica ventilada pelo seu pai. Durante entrevista, ele disse que a diversidade sempre esteve presente nas histórias do grupo e que seria um “carinho” da parte dele a criação de um personagem gay inspirado no próprio filho. 

Mauro falou sobre a possível criação do novo personagem, durante entrevista à Revista Veja.. “É uma ideia linda e um gesto de amor e carinho do meu pai. A diversidade sempre esteve presente na Mauricio de Sousa Produções. São mais de 400 personagens de várias idades, etnias, enfim, cada um do seu jeitinho. Não será diferente agora, mas, com certeza, sinto que falta um personagem gay.”

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O filho de Maurício de Souza disse também que cresceu um tanto “solitário” pela falta de representatividade LGBTQIA+ nas histórias em quadrinho, quando era criança, e afirmou que a presença do tema nos mais diversos espaços não é capaz de influenciar ninguém em suas escolhas e preferências. “É simples: a sexualidade não é influenciável, nem dá para se converter. Eu não virei gay. Eu nasci gay. Argumentos como esses não têm fundamento algum.  Uma referência bem-feita e bem pensada sobre sexualidade e suas ramificações teria feito com que eu fosse uma criança mais feliz e tranquila”. 

 

Na noite do último domingo (10), Santa Catarina conheceu a primeira mulher negra a vencer seu concurso regional do Miss Universo. Bruna da Silva Valim, de 27 anos, representante do município Otacílio Costa, foi a candidata coroada e vai representar o Estado na etapa nacional do concurso, em novembro deste ano. 

Bruna é modelo, atriz e, atualmente, trabalha em uma startup de educação financeira em Itapema, no Vale do Itajaí. Ela já havia participado de outros concursos de Miss e chegou a ficar em segundo lugar no Miss Universo Santa Catarina 2020, realizado em agosto de 2019, em Balneário Camboriú.

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Pelo Instagram, a modelo celebrou a vitória e falou sobre as dificuldades de chegar até ali. “A jornada até o Miss Universo Santa Catarina teve momentos solitários, em que me encontrava longe de quem sempre esteve perto em momentos tão importantes. Um dia antes, arrumando tudo sozinha, chorei muito sentindo o peso dos momentos solitários e de outras dificuldades. Meu coração está cheio de alegria, Deus ouviu as preces da menina Bruna, que sonhou a vida inteira com esse momento”. 

O Miss Alemanha 2021/2022 começou. Mas, o que isso tem a ver com nós brasileiros, sobretudo, os pernambucanos? Explicamos: entre as 160 candidatas que disputam uma vaga na primeira fase do concurso está Domitila Barros, modelo nascida e criada na periferia do Recife, na comunidade da Linha do Tiro, que há cerca de 15 anos vive e trabalha no país europeu. Após conseguir entrar na disputa, ela tem feito uma verdadeira campanha, através de suas redes sociais, chamando os conterrâneos para participar da votação popular do evento, que pode garantir sua passagem para a próxima etapa da seleção. 

Além de modelo, Domitila é atriz, empreendedora social, cantora, compositora e influenciadora ambiental (greenfluencer). Ela é criadora de uma marca de moda sustentável, a She Is From The Jungle (Ela é da Selva, em tradução livre) e, à distância continua a trabalhar na ONG Centro de Atendimento a Meninos e Meninas (CAMM), fundada por sua mãe há mais de 30 anos na sua comunidade, Linha do Tiro, localizada na Zona Norte do Recife. 

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O currículo da brasileira deu ‘match’ com a premissa do Miss Alemanha, que prioriza os feitos das candidatas à sua beleza física. O concurso busca mulheres que estão atuando de forma positiva na sociedade e que possam servir de inspiração para transformar a realidade a partir de suas narrativas e exemplos. Em seu Instagram, a pernambucana disse o motivo de ter entrado na disputa. “Eles estão procurando uma mulher que seja referência, uma mulher que esteja tentando mudar o mundo positivamente com atitude e diversidade. Eu super me identifiquei, me candidatei e foi tudo muito rápido”. 

Agora, Domi, como é chamada pelos amigos, está entre 160 candidatas que buscam pelo voto popular para conseguirem uma vaga na próxima etapa da seleção. “Desde que as eleições virtuais começaram, eu não durmo. É uma agonia porque eu sou atacada. Mas estou muito feliz, estou muito grata por cada um que está votando”, brincou a brasileira em um vídeo de seus stories.

Domitila já alcançou três pontos na votação popular e precisa totalizar cinco para ficar entre as 80 candidatas que seguirão na disputa. A votação ficará aberta, no site oficial do concurso, até a próxima segunda (18), às 9h (horário do Brasil). A grande final do Miss Alemanha acontece em 19 de fevereiro de 2022, quando a vencedora receberá a faixa e a coroa. 

Para votar, é preciso selecionar os cinco símbolos amarelos. Imagem: Reprodução
 

A Globo anunciou, nessa terça-feira (28), o fim de Malhação após 27 temporadas da telenovela adolescente. Ainda não se sabe que programa substituirá na programação do fim de tarde do canal. A 28ª temporada da atração já estava sendo roteirizada e por conta da pandemia seria uma versão reduzida. “Eu Quero Ser Feliz” estava sendo escrita pelos autores Eduardo Carvalho e Marcos Carvalho, gêmeos conhecidos como Irmãos Carvalho, que seriam os primeiros negros a roteirizar uma temporada da obra.

Na versão dos irmãos, o elenco ainda não havia sido decidido e o enredo se passaria na pior escola do Rio de Janeiro, que estaria fechando as portas. Durante a novela, os alunos teriam que se juntar para impedir que de fato acontecesse. Além dos autores, a ideia era ter 70% do elenco negro, fato que após o cancelamento, gerou críticas do público a emissora.

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 “Globo cancelou a Malhação, na temporada que seria roteirizada pelos Irmãos Carvalho, dois roteiristas negros... aí quer falar em representatividade”, escreveu um fã do programa no Twitter.

Maioria negra dessa vez não agradou 100% o público

A ideia da versão “Eu Quero Ser Feliz” ter 70% do elenco sendo negro agradou, mas rapidamente desagradou após verem o enredo. “Pelo enredo, está explicado porque tantos negros. A Globo não dá ponto sem nó”, escreveu um internauta nas redes sociais. “Pelo enredo foi melhor ter cancelado mesmo”, escreveu outro.

Uma internauta refletiu sobre se o enredo fosse inverso. “Engraçado que se fosse sobre a melhor escola do país, 99% do elenco seria formado por brancos, mas como é algo ruim, aí colocam 70% negros e os outros 30% professores, políticos e playboys serão brancos”, avaliou.

 

A falta de representatividade dos grupos que compõem a população brasileira na política e a diminuição da participação popular em conselhos de políticas públicas a partir de 2019 são entraves para que o Brasil reduza a desigualdade social, aponta relatório da Oxfam Brasil que será divulgado nesta segunda-feira - a entidade integra uma rede que estuda desigualdade e direitos humanos em cerca de 90 países no mundo.

O estudo - Democracia Inacabada: um retrato das desigualdades brasileiras - aponta como entraves no combate à desigualdade no País impactam na reduzida proporção de mulheres, negros e integrantes de extratos inferiores de renda entre políticos eleitos às casas legislativas e executivos no Brasil em relação à parcela desses grupos na população brasileira.

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"A desigualdade política tem impacto na desigualdade econômica, que se acentua à medida que as elites decisórias seguem não refletindo as demandas da diversidade de seus representados", diz o estudo.

Entre os fatores que contribuem para essa disparidade, segundo o relatório, estão a concentração do financiamento de campanha em candidatos tradicionais, que, na maioria, representam parte do topo da pirâmide social, e a composição hierárquica partidária controlada por esse mesmo grupo.

"O sistema político hoje desincentiva a participação dessas pessoas e tem mecanismos que dificultam a sua participação", afirma o coordenador de Pesquisa e Incidência em Justiça Social e Econômica da Oxfam, Jefferson Nascimento.

Em 2018, apesar de o País ter registrado o maior crescimento de mulheres eleitas à Câmara dos Deputados desde a redemocratização, a proporção ficou em 15% de mulheres para 85% de homens escolhidos para cadeiras do Parlamento.

Já a representatividade de negros e indígenas na Casa foi de 24,76%, ante 75,05% de brancos. Em relação à população do País, 51,8% são mulheres e 53,6%, negros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o repasse de quantidade proporcional à de candidatos de recursos dos fundos eleitoral e partidário, além da distribuição do tempo de TV e rádio equivalente.

Distorção

"Se temos um Congresso tão distorcido em relação à população, essa população vai sofrer em termos de políticas públicas e investimento e isso vai aprofundar as desigualdades já existentes. É um ciclo perfeito. Quem está decidindo são os mesmos grupos", avalia a cientista política e professora da UFRJ Hannah Maruci.

A falta de apoio partidário foi uma das maiores dificuldades que Aline Torres, de 35 anos, diz ter enfrentado quando disputou o cargo de deputada federal em 2018 e de vereadora em São Paulo em 2020.

Negra e da periferia da capital paulista, a coordenadora de políticas públicas, que participou de movimentos do PSDB desde os 18 anos, afirmou que o recurso recebido para sua campanha foi muito mais baixo do que o de outras mulheres que se elegeram, tanto na eleição geral, quando concorreu pela sigla tucana, quanto na municipal, disputada pelo MDB.

Em ambos os anos, o recurso usado por Aline nas campanhas, segundo declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi de cerca de R$ 110 mil.

Entre as deputadas federais eleitas pelo PSDB em 2018, essa quantia variou entre R$ 741 mil e R$ 2,5 milhões. E em 2020, o MDB não elegeu nenhuma mulher para a Câmara Municipal de São Paulo.

O PSDB afirma que "cumpriu integralmente" a legislação de cotas às mulheres. "O partido teve 300 candidatas em 2018. Todas receberam recursos, de acordo com critérios preestabelecidos, entre eles, participação nas atividades partidárias e exercer ou ter exercido mandato", diz a nota do partido.

Para a para a diarista Andreia Lima, de 45 anos, que tentou uma vaga na Câmara Municipal de Curitiba no ano passado em uma candidatura coletiva pelo PT, a principal dificuldade foi ter recebido o recurso do partido a três dias da eleição - isso representou cerca de 90% dos R$ 40 mil usados na campanha. O PT disse que o número de eleitas aumentou em mais de 20% na comparação entre 2020 e 2016.

Além da distribuição de recursos partidários, a disponibilidade de recursos próprios e patrocínio também cumpre papel relevante na acentuação da desigualdade de condições de competição, na avaliação do cientista social e pesquisador da FGV Marco Teixeira. "Não por acaso quase metade dos parlamentares vem do agronegócio ou de grupos econômicos bem posicionados. Não se faz política sem dinheiro", afirma.

A reforma eleitoral discutida na Câmara dos Deputados, que, entre outras medidas, propõe a instituição do modelo de eleição parlamentar do "distritão", tem o potencial de piorar a situação da representatividade, aponta o relatório da Oxfam.

Conselhos

A ONG ressalta que, além do gargalo da representação política, a diminuição da atuação direta da sociedade civil na formulação de políticas públicas por meio dos conselhos participativos também prejudica a promoção da redução da desigualdade.

Em abril de 2019, o governo Bolsonaro extinguiu, por um decreto, que foi suspenso parcialmente pelo Supremo Tribunal Federal, conselhos, comitês, comissões e colegiados da Administração Pública Federal. No mesmo ano, o número de cadeiras de representantes da sociedade civil em colegiados como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) foi reduzido.

"Esses conselhos têm uma importância grande na implementação de políticas. Com o fechamento desses espaços de participação social, acaba-se impossibilitando que políticas públicas desempenhem o seu potencial pleno de redução de desigualdades", afirma o coordenador de Pesquisa e Incidência em Justiça Social e Econômica da Oxfam. 

Para cada nova aba aberta no navegador, a extensão Something Spaces oferece uma obra de artistas negros. Entre fotos, ilustrações e colagens, o projeto idealizado pela agência britânica Something e a organização Where are the Black Designers? (“Onde estão os designers negros?” em tradução livre) apresenta ao usuário cerca de 60 criações diferentes. 

Na direção oposta do preconceito que invisibiliza artistas negros de todo o mundo, a extensão acrescenta significado inédito a um espaço virtual subutilizado, mas que faz parte do cotidiado dos internautas. Assim que as abas são abertas, os navegadores costumam exibir uma barra de pesquisa e atalhos para as páginas mais acessadas pelo usuário. É esse o espaço usado de maneira criativa pelo Something Spaces para mostrar imagens inesperadas.

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As obras divulgadas são acompanhadas pela autoria e por links que levam aos portfólios e redes sociais dos artistas. No acervo, representantes dos Estados Unidos, da África do Sul, da Inglaterra e também do Brasil, por meio de composições da artista Amanda Lobos. O plugin pode ser instalado gratuitamente no Google Chrome, Firefox e Edge.

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