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Nesta terça-feira (25), é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data que celebra as lutas por igualdade de gênero e reforça a importância do enfrentamento contra o racismo e o machismo. Sendo assim, figuras femininas da política brasileira estão dedicando o dia para fazer homenagens.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), utilizou suas redes sociais para apresentar ações e propostas do seu mandato que relembram a contribuição de importantes nomes de mulheres negras do país, como a líder quilombola Tereza de Benguela, a escritora Carolina Maria de Jesus e a jornalista Glória Maria. 

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"O nosso lugar, o lugar da mulher negra, que é 26% da população, não pode mais ser um lugar de invisibilização. Lutemos pra que seja um lugar central na formulação de políticas públicas", escreveu.

Sua colega no Congresso Nacional, a deputada federal Carol Dartora (PT-PR), explicou a história de Tereza Benguela aos seus seguidores através de um post no seu perfil oficial no Instagram.

A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) também homenageou a data. Em suas redes sociais, ela destacou o crescimento da participação feminina em espaços de poder, porém ressaltou que "ainda precisamos avançar muito" como país.

"Ao longo dos anos, as mulheres negras foram conquistando seu espaço na sociedade. Atualmente, nossa participação é maior nas universidades, no parlamento, nos espaços de poder. Entretanto, ainda precisamos avançar muito. As mulheres negras são as que mais morrem, são as que recebem as menores remunerações no mercado de trabalho e estão em uma série de situações de vulnerabilidade", pontuou.

A primeira governadora negra do Rio de Janeiro, ex-senadora da República e atual deputada federal, Benedita da Silva (PT-RJ), fez um vídeo no qual explicou o que é celebrado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

"Hoje é um dia que marca muita luta e resistência! O Julho das Pretas também inclui a celebração à Tereza de Benguela, líder quilombola e símbolo da luta contra a escravidão. Viva as mulheres negras latino-americanas e caribenhas, que diante de toda dor e opressão, pariram Nações", afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou seu Instagram para publicar uma foto ao lado da primeira vice-presidente negra da Colômbia, Francia Márquez, para homenagear a data. Ambas participam do Encontro Internacional de Mulheres Afrodescendentes, que reúne diversas lideranças políticas das Américas na cidade colombiana de Bogotá.

"Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, estou na Colômbia em uma comitiva do Ministério da Igualdade Racial e de parlamantares negras do Brasil", escreveu Anielle.

Outra ministra a celebrar a data é Luciana Santos (PCdoB-PE) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "É um momento de celebrarmos e reforçarmos a luta pela igualdade de gênero e raça, que é de muitas que vieram antes de nós e segue sendo tarefa permanente e de toda a sociedade", escreveu a ministra em suas redes sociais.

Trabalhadoras rurais do campo e da floresta realizam, nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília, a sétima edição da Marcha das Margaridas. A mobilização deste ano tem o lema Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver. 

A marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de outras entidades sindicais. Participam camponesas, quilombolas, indígenas, cirandeiras, quebradeiras de coco, pescadoras, marisqueiras, ribeirinhas e extrativistas de todo o Brasil.  Ministros e ministras do governo receberam, nesta quarta-feira (21), a pauta de reivindicações das mulheres, em cerimônia no Palácio do Planalto. 

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 “Representamos milhares de mulheres que enraízam a sua existência em uma diversidade de territórios rurais, mulheres que vêm de uma realidade bem difícil. Desempenhamos um importante papel na produção de alimentos saudáveis, aquela comida que chega, de verdade, na mesa do brasileiro. Somos fundamentais para preservação da biodiversidade e para a conservação dos nossos biomas, somos guardiões dos saberes populares que herdamos das nossas ancestralidades”, destacou a coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais. 

Apesar disso, segundo ela, essas mulheres vivem “as piores condições de acesso à terra, aos territórios, à água, a renda, aos bens da natureza, a moradia digna, saneamento básico e aos serviços e equipamentos de saúde”. “Além de vivenciarmos diversas situações de violência, somos constantemente colocadas na invisibilidade social e política”, acrescentou a trabalhadora. 

De acordo com Mazé Morais, a pauta da Marcha das Margaridas de 2023 foi construída em diversas reuniões pelo país, realizadas desde 2021, e apresenta aquilo que as mulheres consideram necessário para “combater a violência sobre os nossos corpos” e “efetivar programas, medidas e ações que contribuam para nossa autonomia econômica”. 

“Nós nos guiamos pelos princípios de um feminismo anticapitalista, antirracista, anti-patriarcal que reflete cada uma das nossas realidades; o feminismo que valoriza a vida, vinculando a defesa da agroecologia, dos territórios, dos bens comuns.” 

A pauta de reivindicações é composta por 13 eixos: Democracia participativa e soberania popular Poder e participação política das mulheres Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade

Proteção da natureza com justiça ambiental e climática

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios (territórios costeiros, influenciados pela maré) Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

Transversalidade

O diálogo com a coordenação da marcha está sendo liderado pela Secretaria-Geral da Presidência e pelos ministérios das Mulheres e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, em uma agenda transversal com os demais ministérios do governo. 

Segundo o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macedo, na próxima segunda-feira (26) já há uma reunião marcada para as equipes dos três ministérios se debruçarem sobre a pauta da marcha, “para que possam ser alcançados os sonhos, os desejos e as necessidades das margaridas, as mulheres desse país inteiro”.

O objetivo é já ter respostas para as demandas durante o evento em agosto.  A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que o governo está aberto ao diálogo e afirmou a importância da Marcha das Margaridas para democracia.

  “Nós precisamos garantir a democracia, nós precisamos garantir que homens e mulheres, que os pobres sejam incluídos em todo o processo de construção desse país. Mas também é um momento de discutir a questão da participação política das mulheres”, disse, defendendo o enfrentando à misoginia e à perseguição às lideranças femininas. 

Já o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que os estímulos do plano safra para agricultura familiar, que deve ser lançado na semana que vem, estarão centrados na agricultura que é dirigida por mulheres, na agroecologia e no desenvolvimento de máquinas menores para apoio à produção. “Vai ser um plano safra feminista”, disse.

“Dessa cartilha que vocês entregaram, praticamente todos os itens dizem respeito, também, ao nosso ministério. Nós queremos o Pronera [Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária] na zona rural, nós queremos a cobertura de internet, nós queremos a agroindústria, nós queremos programas para a sucessão rural que envolva as jovens mulheres, nós queremos atenção à saúde na zona rural e nós vamos fazer um diálogo intragovernamental”, acrescentou Teixeira. 

Machismo

Organizada a cada quatro anos desde o ano 2000, o nome do evento é uma homenagem à trabalhadora rural e líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, assassinada em 1983. Margarida é um dos maiores símbolos da luta das mulheres por reconhecimento social e político, igualdade e melhores condições de trabalho e de vida no campo e na floresta. 

O presidente da Contag, Aristides Veras dos Santos, destacou que a marcha é das mulheres, mas a luta por direitos e igualdade envolve a todos, no combate ao machismo e aos preconceitos. “Nós, os homens, temos que acabar com essa pecha de superioridade, que de superioridade nós não temos nada”, disse.

  “Nós temos que entender que esse mundo é pela igualdade, esse mundo é de respeito e o respeito tem que ser tratado com muita força. A marcha traz todo esse processo. Nós não fazemos uma marcha apenas para reivindicar, mas também para mudar a alma e o coração das pessoas e seus comportamentos. O Brasil precisa enfrentar esse debate, nós vivemos em uma sociedade dividida, uma sociedade muito violenta”, acrescentou Santos.

Existem diferentes teorias que versam sobre a criação do Dia Internacional da Mulher. A mais aceita prega que a data foi instituída após o histórico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, em Nova Iorque, em 1911. Dois anos antes, as trabalhadoras do lugar já haviam feito uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho e o voto feminino. 

Também são apontados como origem da data as primeiras etapas da Revolução Industrial, no começo do século 19, e a Revolução Russa, na qual mulheres lutaram por melhores condições de vida e pelo fim da Primeira Guerra Mundial. Por fim, só em 1975, o 8 de março foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dia para celebrar as lutas e dos direitos do gênero feminino. 

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Para entender melhor sobre a data e os motivos pelos quais ela deve ser lembrada, o LeiaJá preparou uma lista de produções audiovisuais que trazem o feminismo como mote. São filmes que podem ensinar mais sobre essas lutas e sua relevância não só para as mulheres, mas para a sociedade como um todo. 

As Sufragistas

Na Inglaterra do início do século XX, a primeira onda do movimento feminista lutava para conseguir o direitos de voto e melhores condições de vida para as mulheres. 

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Histórias Cruzadas

Nos anos 1960, nos Estados Unidos, as mulheres afrodescendentes tinham de abandonar suas famílias para trabalhar para a elite branca. O filme narra a história de uma dessas mulheres da elite que decide entrevistá-las para mostrar suas histórias. 

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Mulheres do século 20 

O filme se passa na Califórnia do ano de 1979 e acompanha três mulheres de diferentes gerações lidando com questões cotidianas em um mundo pensado por homens e feito para homens. 

Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta

Baseado no livro homônimo de Jennifer Mathieu, o filme conta a história de Vivian Carter (Hadley Robinson), uma adolescente tímida que muda e se depara com um cenário feminista na sua nova escola, na qual as estudantes não se calam perante o assédio masculino e as desigualdades geradas pelo patriarcado.

Feministas: o que elas estavam pensando

O documentário parte de um álbum de fotografias dos anos 1970, preenchido de imagens de mulheres da época que lutavam por seus direitos. O longa mergulha nos desdobramentos da segunda onda do movimento feminista, constituída por mulheres que lutavam por suas carreiras, por liberdade sexual, por autonomia financeira e por direitos reprodutivos. 

 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que neste ano de 2022 será realizado nos dias 13 a 20 de novembro, é uma prova que apresenta um caráter social predominante, de modo que, na construção da redação-argumentativa, se torna essencial para o candidato demonstrar repertório para lidar com as problemáticas presentes na sociedade.

Dessa maneira, um recurso interessante para o estudante é usar citações de personalidades marcantes na história. Assim, para ajudar você nessa missão, o Vai Cair No Enem selecionou sete mulheres que brilharam nas suas áreas de atuação e que você pode citar na sua redação. Confira: 

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Angela Davis

Um dos maiores nomes da luta pelos direitos civis da população negra e das mulheres, Angela Davis já foi encarcerada e perseguida por seu forte ativismo social. A filósofa, professora e ativista nasceu no ano de 1944, no Alabama, e vivenciou toda a violência incentivada pela segregação racial aceita na maioria dos estados do sul dos Estados Unidos.

Muito conhecida ao redor do mundo como uma destacada professora e filósofa, Angela lutou ativamente contra a discriminação racial, sendo um dos membros mais conhecidos do Partido dos Panteras Negras, movimento que aderia uma posição mais radical e combativa contra o racismo.

No caso da redação abordar temas como racismo, feminismo, encarceramento em massa e outras pautas sociais, usar algumas das frases dessa marcante pensadora será uma ótima ideia. Confira algumas:

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”

“A política não se situa no polo oposto ao de nossa vida. Desejemos ou não, ela permeia nossa existência, insinuando-se nos espaços mais íntimos.”

“Se o Estado usa a violência policial para solucionar problemas, há a mensagem de que a violência também pode ser usada para resolver problemas em outras esferas, como os relacionamentos.”

Marie Curie

Um dos nomes mais importantes da ciência, Marie Curie nasceu na Polônia em 1867. Após conquistar o diploma de física no ano de 1893 e o de matemática em 1894, a cientista se dedicou à pesquisa científica sendo a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, além de ser a única pessoa a ter ganhado a premiação duas vezes. 

Entre as contribuições de Marie, está a demonstração da existência da radioatividade natural, essencial para o desenvolvimento do raio x e da radioterapia, além da descoberta dos compostos químicos, polônio e rádio. Para usar essa cientista na sua redação, confira algumas de suas frases:

"Me ensinaram que o caminho do progresso não era rápido nem fácil."

"Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais para temer menos."

“A humanidade necessita também dos sonhadores, para quem o desenvolvimento desinteressado de um empreendimento é tão cativante que lhes torna impossível cuidar dos seus próprios interesses materiais."

Hannah Arendt 

Nascida em 1906 na Alemanha, a filósofa e teórica política, Hannah Arendt, que tem origem judia, vivenciou os tempos sombrios causados pelo nazismo. A pensadora iniciou sua vida acadêmica na Universidade de Berlim onde estudou latim, grego e teologia, e depois se tornou doutora em filosofia pela Universidade de Heidelberg.

Hannah chegou a ser presa em um campo de concentração enquanto estava refugiada na França. Diante dessa vivência em meio a ascensão do antissemitismo, a pensadora teve grandes contribuições para a pesquisa sobre o totalitarismo, a violência, os direitos políticos e os direitos humanos.

Confira frases da filosófa para usar na redação do Enem:

“Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência – ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos.” 

“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.”

“O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução.”

Rosalind Franklin

A química Rosalind Franklin deixou sua marca na ciência ao abrir caminho para a descoberta da estrutura do DNA. Nascida em Londres, no ano de 1920, ela foi responsável pelo registro de uma molécula de DNA chamada “Fotografia 51”, que posteriormente foi usada para descobrir a estrutura dupla-hélice do DNA.

Além das descobertas científicas, Rosalind se torna uma inspiração ao contrariar o desejo dos pais e decidir se tornar cientista em uma época em que a educação ainda era pouco acessível para as mulheres. Confira uma frase da química, para usar na sua redação:

“Mas a ciência e a vida cotidiana não podem ser separadas. A ciência, para mim, dá uma explicação parcial para a vida.”

Djamila Ribeiro

A redação do Enem é pautada em temas sociais que refletem principalmente a realidade da população brasileira. Neste contexto, uma boa dica é usar as ideias da filósofa, feminista, escritora e acadêmica brasileira, Djamila Ribeiro, para enriquecer sua argumentação e mostrar repertório enquanto ao contexto sócio-cultural do Brasil.

Algumas das obras de Djamila que valem a leitura e podem ajudar no Enem, são os livros 

“O que é Lugar de Fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”. Para usar pensamentos da autora, o Vai Cair No Enem listou algumas de suas frases mais marcantes:

“A invisibilidade da mulher negra dentro da pauta feminista faz com que ela não tenha seus problemas nem ao menos nomeados. E não se pensa em saídas emancipatórias para problemas que nem sequer foram ditos.”

“O feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar contra uma opressão e alimentar outra.”

“Quando discutimos identidades, estamos dizendo que o poder deslegitima umas em detrimento de outras.

Hipátia de Alexandria

A filósofa neoplatônica grega Hipátia de Alexandria nasceu no Egito, por volta do ano de 355, período final do Império Romano. Considerada a primeira mulher a ser documentada como matemática na história, a pensadora se dedicou a diversas ciências como filosofia, artes, astronomia, matemática, religião e poesia.

Mesmo vivendo em um tempo violento para as mulheres, que eram restringidas ao ambiente doméstico, Hipátia ousou se dedicar à busca pelo conhecimento e tornou-se uma respeitada professora, além de ter sido diretora da famosa escola platônica em Alexandria. 

Confira algumas frases da filósofa para usar na sua redação. 

"Defenda seu direito de pensar, porque pensar de maneira errada é melhor do que não pensar”

“De fato, as pessoas lutam tanto pela superstição quanto pela verdade, ou até mais. Como uma superstição é tão intangível que é difícil de refutá-la, a verdade é um ponto de vista e, portanto, pode ser mudada.”

Malala Yousafzai

Aos 17 anos, Malala Yousafzai tornou- se a pessoa mais jovem a ser laureada com o prêmio Nobel da paz. Nascida em 1997, a paquistanesa cresceu em um local no qual as meninas quase não possuem direitos individuais, além de vivenciar o domínio do grupo fundamentalista islâmico, Talibã, que fechou das escolas e aumentou a violência contra as mulheres.

Diante dessa realidade violenta, Malala nunca abriu mão dos estudos, apesar de ser proibida de frequentar a escola por ser mulher, se tornando uma respeitada militante pelos direitos das crianças e das mulheres. Confira frases dela para usar na sua redação:

“Só percebemos a importância da nossa voz quando somos silenciados”

“A diversidade garante que crianças possam sonhar, sem colocar fronteiras ou barreiras para o futuro e os sonhos delas.”

“A diversidade promove a tolerância. Quando você não encontra pessoas diferentes, não percebe coisas, não percebe o quanto tem em comum com elas.”

A advogada e apresentadora Gabriela Prioli foi alvo de um novo ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) às mulheres, na última quinta-feira (1º). O chefe do Executivo - que está fazendo campanha para ganhar o apoio das mulheres - ironizou um comentário da apresentadora nas suas redes sociais, onde ela explicava os motivos para não querer entrevistá-lo.

Na publicação, Bolsonaro associou Prioli ao Tabajara Futebol Clube, de um programa de humor, que recusava a contratar o jogador Neymar. Ele se autocolocou no papel do jogador recusado. Após ter recebido as críticas, ele se defendeu justificando a “liberdade de expressão” e, em seguida, afirmou que mulheres de beneficiam da “condição biológica como escudo”. 

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“Igualdade é tratar a todos sem distinções, partindo do princípio de que ninguém é inferior ou superior a ponto de ser imune a críticas. Quando se usa da condição biológica como escudo para ser desrespeitoso e se blindar de resposta à altura, a igualdade dá lugar ao oportunismo”, tweetou. 

A publicação de Bolsonaro levantou um movimento de ódio contra Prioli que, inclusive, está grávida de uma menina. Gabriela, por sua vez, reagiu ao comentário nas suas redes sociais na sexta-feira (2). 

“O ódio de Bolsonaro às mulheres é tão forte que, mesmo precisando conquistar o eleitorado feminino, ele não consegue se controlar. A resposta revela o incômodo. O título da matéria deve ter abalado o ego frágil de quem foi um rejeitado durante a vida toda. A psicanálise explica”, afirmou. 

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Luta. Avanço. Direitos Civis. Liberdade. Igualdade. Representatividade. Representatividade política. São palavras que simbolizam o Dia Internacional da Igualdade Feminina, que comemora 49 anos nesta sexta-feira (26). Apesar da importância da data, que deve ser comemorada pelo avanço e reconhecimento dos direitos e da necessidade de igualdade, ainda há muito o que se conquistar. O processo de luta não para até que se tenha todos os direitos adquiridos respeitados.

É importante lembrar que o direito ao voto feminino foi um dos grandes marcos conquistados pelas mulheres há 90 anos no Brasil. País onde a maioria do eleitorado é composto por mulheres, com 52%, mas são os homens que ocupam a maior parte dos cargos eletivos, com uma subrepresentação de 15% das mulheres no parlamento.

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A coordenadora do Centro das Mulheres do Cabo, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, Nivete Azevedo, destacou o marco de jornada de luta feminista pelos direitos das mulheres que a data representa. “A gente ainda tem uma distância muito grande, sobretudo quando falamos na realidade brasileira, que é uma distância muito grande nos direitos das mulheres serem garantidos. Mas não podemos deixar de destacar o marco dessa luta na trajetória das mulheres que não aceitam, não se dobram diante dessa desigualdade e vivem reivindicando esse direito”, observou.

Nivete enfatizou a ainda baixa representatividade feminina dentro da política brasileira. “A data tem um significado importante para mim e a gente continua nesse processo de luta. Nesse momento a gente tem o foco nesse campo que ainda é um dos mais subrepresentados pela mulher, que é a política, especialmente os lugares de poder. A gente não tem ainda no Brasil grandes conquistas, haja vista a nossa subrepresentação no parlamento, desde as câmaras municipais até a Presidência da República, onde já conseguimos chegar e tivemos um papel super importante com a representação da presidenta Dilma Rousseff (PT), mas que foi cruelmente retirada desse local pela condição de ser mulher”, lembrou. 

Trazendo para um âmbito mais local, na Câmara de Vereadores do Recife, por exemplo, dos 39 parlamentares, apenas sete são mulheres. Já na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), na casa das deputadas e deputados estaduais, dos 49 parlamentares, apenas 10 são mulheres. 

Com relação aos avanços, a coordenadora lembrou da lei 17.377/2021, aprovada na Alepe, que Cria o Estatuto da Mulher Parlamentar e Ocupante de Cargo ou Emprego Público, no âmbito do Estado de Pernambuco, com mecanismos para o enfrentamento ao assédio e a violência política contra mulheres. “A lei criminaliza o assédio, a violência, misoginia contra as mulheres no parlamento. É uma lei estadual e isso mostra o quanto a presença das mulheres nesses espaços, por menor que seja a sua representação lá dentro, tem trazido mudanças na história das mulheres. Mas as bandeiras ainda são muitas e a gente vem a passos lentos, mas vem conseguindo aumentar”, disse, sobre a quantidade de mulheres com candidaturas colocadas para estas eleições. 

“Entre os 15% de mulheres representadas no Congresso Nacional, apenas 2% são mulheres negras, a representatividade de mulheres trans não chega a 1% e as indígenas também. É um lugar muito subrepresentado e isso são barreiras que a gente enfrenta para estar nos lugares de decisão política deste País. Não teremos democracia plena enquanto as mulheres, mulheres negras, e mulheres na sua diversidade como um todo estejam ocupando esses espaços de decisão política. É fundamental para que a gente tenha uma democracia plena neste País”, cravou Nivete. 

Por sua vez, a estudante de direito Maria Suburbia salientou, como mulher preta, não se sentir representada de forma igualitária na política.“É uma data que representa a luta pela igualdade de gênero, foram conquistados vários avanços ao longo da história, mas ainda falta muito. Eu me sentiria mais representada vendo pretos e pretas periféricos se tornando vereadores, deputados, ocupando cargos políticos, incentivando e lutando para que outras pessoas negras ocupem esses mesmos espaços de poder”, disse. 

“Precisamos ver mulheres na política, no esporte, em todos os espaços. Apesar das conquistas ao longo dos anos, o machismo estrutural ainda reforça os modelos sociais existentes, como a desigualdade salarial”, pontuou Maria. 

Para Suburbia, a ausência de mulheres em cargos de poder não proporciona um debate adequado em torno das questões fundamentais, como na saúde e na segurança pública. “Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder devido à exclusão histórica das mulheres na política, o que reverbera até hoje. A presença de mulheres na política proporcionará um diálogo e um pensar mais abrangente em torno de questões relacionadas às pautas femininas”, destacou. 

Em total convergência, a empreendedora digital e estudante de psicologia Luane Cavalcanti também enfatizou que ainda há muito o que avançar, apesar da data ter uma boa representação na vida das mulheres. “Diferente de outras datas comemorativas, esse marco de igualdade ainda não é realidade para nós mulheres, percebo que estamos melhorando, mas a desigualdade ainda prevalece em todos os ambientes”. 

“Os números falam por si”, expôs, ao revelar que não se sente representada na política. “Somos minorias das câmaras de vereadores aos ministérios do estado brasileiro. Acredito que a figura feminina ainda é vista como incapaz para estar nas esferas do poder político. Quando eleitas, somos invalidadas nos mais diversos assuntos, que fogem da atuação política, no governo atual assumimos, estereotipicamente, responsabilidades em assuntos ligados à família. Nossa presença é mínima e ainda nos limitam, como me sentir representada assim?”, questionou.

Para Luane, estímulo, oportunidade e voto podem ser fatores que auxiliem a ter mais mulheres na política. “Devemos educar nossas meninas para que se vejam como pertencentes ao mundo político, precisamos de partidos que nos deem voz e espaço e que a sociedade, desde já, pesquise, vote e eleja mulheres para cargos políticos. Desde a última eleição, me comprometi a votar em uma candidata feminina, no mínimo. Creio na máxima que para termos resultados diferentes, não podemos continuar fazendo as mesmas coisas”, finalizou.

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Há 90 anos, o direito ao voto feminino no Brasil foi conquistado e serviu como modelo para modernizar as democracias na América Latina. O movimento feminista no início do século XX deu abrangência para a construção do Código Eleitoral de 1932 e permitiu que, aproximadamente 100 anos depois, 52% do eleitorado fosse composto por mulheres.

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O engajamento de figuras como a ativista Bertha Lutz estruturou a busca pelo direito fundamental de votar e poder ser votada. A pressão da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), fruto da Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, foi um dos estímulos para a formação do Partido Republicano Feminino, em 1910.

Mesária durante 15 anos, Lúcia Albuquerque relata que a presença ativa se fortaleceu em cada eleição em que participou. Ela percebeu que cada vez mais as mulheres ocupavam as filas da votação.

"O pleito tem uma boa frequência de mulheres votantes e, a cada eleição, aumentava mais o número de estreantes. [Eram] adolescentes de 16 anos na primeira vez e as veteranas também continuavam", descreve.

Antes, comentários machistas eram mais comuns nos locais de voto, segundo Lúcia, que associa a superação do preconceito ao prazer em votar.  "A mulher hoje em dia gosta de política, participa e vibra com tudo isso", assegura.

A experiência e o novo

Camila Albertim, de 18 anos, votará pela primeira vez em 2022. A estudante relata que não se interessava por política aos 16 anos, idade em que o voto é facultativo, mas o atual cenário propõe a necessidade de se posicionar.

"Eu não entendia de política na época, talvez por ser nova demais e a escola nunca havia entrado no assunto político", explica.

O espaço que as mulheres vêm conquistando na sociedade também passa pelo voto, considerado por Camila como "uma conquista muito significativa, [já que] sempre exigimos igualdade para todas".

Roberto Jayme/Ascom/TSE

Aos 83 anos, Mercês Domingos ainda trata o voto como prioridade. Mesmo sem as obrigações eleitorais, ela compreende a importância de preencher os cargos eletivos com uma maior representatividade. "Na minha época já tinha [mulheres]. Quem me levou para votar foi até uma amiga da mesma idade", recorda.

Sua primeira participação foi aos 18 anos, cerca de 25 anos após o Código Eleitoral, ainda com as cédulas de papel da década de 50. No dia de exercer, de fato, seu direito ao voto, ela é acompanhada pela sobrinha e no que enxerga como uma oportunidade de reencontrar amigos.

"Quando chegava lá para votar, encontrava muitas pessoas conhecidas. Era ótimo. Até hoje eu estou votando. Eu voto porque eu gosto", afirma.

Vitória feminina em cargos eletivos

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicam que 47,72% dos filiados a partidos no Brasil são mulheres. Contudo, elas ainda são preteridas na tomada de decisões internas e sofrem com a inexpressividade das candidaturas.

Em 2020, 15,80% dos candidatos eleitos e 11,70% dos reeleitos no Brasil foram mulheres. Foram 655 prefeituras conquistadas e 898 vereadoras. Em 2018, foram 161 deputadas estaduais (15,56% dos eleitos no país), 77 federais (15%), 6 senadoras (11,54%) e Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte, como única governadora (3,85%).

Da luta pelo voto à Presidência da República

Foto - Ricardo Stuckert/PR

Antes da eleição da presidenta Dilma Rousseff em 2010, mulheres se organizaram para alcançar e estruturar a atuação feminina na política. Entre os estados, o destaque se mantém no Rio Grande do Norte.

Em 1927, o estado foi o primeiro a permitir o voto feminino na América Latina com Celina Guimarães, na época aos 29 anos. Ela fez uma petição requerendo a inclusão na lista de votantes e, após receber parecer favorável, apelou ao Senado para que todas as mulheres pudessem votar.

No ano seguinte, Alzira Soriano foi eleita prefeita com 60% dos votos da cidade potiguar de Lajes. Seu mandato foi sacrificado pela Revolução de 30, mas ela esperou a redemocratização de 1945 para voltar ao cenário como vereadora e se tornar a presidenta da Câmara Municipal de Jardim de Angicos.

Dois anos depois do Código Eleitoral de 1932, Carlota Queirós se tornou a primeira deputada federal, com participação na constituinte entre 1934 e 1935, pela Comissão de Saúde e Educação. A parlamentar foi retirada da Câmara com o fechamento do Congresso em 1937.

Anos mais tarde, o Código Eleitoral foi atualizado e permitiu que todas as mulheres alfabetizadas pudessem votar. Antes da decisão em 1965, apenas era obrigatório o voto de mulheres em atividade pública remunerada.

“Se eu tivesse a honra de encontrá-las, eu agradeceria pela ousadia do sonho, pelo protagonismo, pelo necessário inconformismo e pelo espírito de igualdade, liberdade e justiça”, parabeniza a ministra do TSE, Maria Claudia Bucchianeri.

Eunice Michiles foi a primeira senadora do país. Ela foi levada ao cargo com a morte do titular João Bosco de Lima, em 1979. Eunice apresentou 193 emendas para a Constituição de 88 e conseguiu 54 aprovações.

A primeira governadora do Brasil foi Iolanda Fleming, pelo Acre, em 1982. Ela era vice de Nabor Júnior, que desocupou o cargo para disputar o Senado. Ao longo dos seus 300 dias de gestão, implementou a Delegacia Especializada em Atendimento da Mulher.

Em seguida, o Congresso passou a incentivar a inclusão das mulheres com a criação de cotas em partidos com a inclusão de, pelo menos, 20% de mulheres nas chapas. Em 1997, a Lei das Eleições foi criada e reservou 30% das vagas femininas na Câmara Federal e nas casas legislativas municipais.

Em 2009, os partidos e coligações foram a ter o mínimo de 30% e o máximo de 70% de candidaturas de cada sexo. Desde então, as legendas são impulsionadas a investir na imagem e nas campanhas femininas.

A Lei nº 13.165 de 2015 determinou que 20% do tempo de propaganda no rádio e na TV fosse destinado às candidatas. Em 2018, o STF decidiu destinar 30% do Fundo Partidário para campanhas femininas e o TSE determinou que os partidos reservem pelo menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para financiar as candidaturas de mulheres.

Hoje (16) é Dia Nacional do Repórter, uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre uma das precursoras da profissão no Brasil: Eugênia Álvaro Moreyra. Ela  nasceu em 1899 e era neta do Barão de Pitangui.

Foi jornalista, atriz e diretora de teatro  De caráter incomum e violador, foi uma das pioneiras do feminismo e uma das líderes da campanha eleitoral no país. Ligada ao movimento modernista brasileiro e defensora de ideias comunistas, foi perseguida pelo governo Vargas e presa, acusada de participação na Intentona Comunista.  

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Vestida de terno e gravata e chapéu de feltro, se apresentou na redação do jornal A Rua, à procura de uma vaga de jornalista. Aprovada pelo bom texto e ousadia, sua contratação provoca admiração na sociedade. Uma mulher exercer o jornalismo era tão incomum que criou até mesmo um termo para designar a função: "reportisa".

No auge da carreira, Eugênia conheceu o poeta Álvaro Moreyra, que frequentava os mesmos círculos intelectuais que ela. Casaram-se em 1914. Eugênia pôs o nome do marido como sobrenome e deixou a carreira jornalística. Participou com Álvaro da Semana de Arte Moderna de 1922, fundando com ele em 1927, o grupo Teatro de Brinquedo, cuja intenção era manifestar no teatro as ideias modernistas. 

Com a divisão do movimento modernista brasileiro, Eugênia passou a defender com Álvaro, Pagu e Oswald de Andrade posições de esquerda, participando ativamente da Alianla Nacional Libertadora, e sendo perseguida pelo governo Vargas. Por influência de Carlos Lacerda, Eugênia e Álvaro filiam-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).  

Em maio de 1935, ela integra o grupo de fundadoras da União Feminina do Brasil, organização promovida por mulheres simpatizantes do PCB. A casa dela se tornou ponto de encontro para Di Cavalcanti, Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos e Jorge Amado.

Em novembro de 1935, após a Intentona Comunista, Eugênia é detida acusada de envolvimento com o PCB e a revolta. Permaneceu quatro meses na Casa de Detenção, onde dividiu cela com Olga Benário Prestes, Maria Werneck de Castro, entre outras. Foi solta por falta de provas em fevereiro de 1936.  

Retornando ao ativismo político, exerceu, uma campanha para a libertação do bebê de Olga Benário que nascera após a deportação da companheira de Luis Carlos Prestes para um campo de concentração na Alemanha nazista de Adolf Hitler. Entre 1936 e 1938, Eugênia foi presidente da Casa dos Artistas, o sindicato da classe teatral de São Paulo.  

Eleita para um novo mandato em fevereiro de 1939, foi impedida de assumir o cargo por Filinto Muller. Se candidatou para ser deputada federal constituinte nas eleições gerais de 1945, mas nenhuma mulher conseguiu representar os interesses femininos durante a elaboração da Constituiçao de 1946.

No dia 16 de junho de 1948, Eugênia estava em sua casa jogando cartas quando se sentiu mal. Morreu no quarto, ao lado dos filhos, com derrame cerebral. Seu sepultamento foi no Cemitério de São João Batista, no bairro de Botafogo. 

No depoimento publicado no jornal ‘Correio da Manhã’ após a morte de Eugênia, o escritor Oswaldo de Andrade afirmou que "o que se deve a ela será calculado um dia". A presença de Eugênia em setores masculinos, como político e sindical, tornou-se cada vez mais subestimada e, infelizmente, permanece uma personagem nos livros.

Por Camily Maciel

O jogo entre Irã e Iraque pelas Eliminatórias da Copa do Mundo marcou o retorno das mulheres iranianas aos estádios de futebol, o que não acontece há três anos. Foram duas mil torcedoras no duelo desta quinta-feira (27).

As mulheres no Irã vivem sob forte repressão do governo e, durante décadas foram proibidas de ver um jogo de futebol in loco. Mas em 2019 houve a primeira liberação, mas a única até o duelo desta quinta.

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As duas mil mulheres presentes no estádio ficaram em uma área separada dos homens e sob constante vigilância policial. A permissão em 2019 aconteceu depois que a ativista Sahar Khodayari ateou fogo no próprio corpo do lado de fora de um tribunal de Teerã ao ser condenada a seis meses de prisão por ter tentado entrar em um estádio disfarçada de homem.

O Irã derrotou o Iraque por 1 a 0 e se classificou para a Copa do Mundo de 2022, no Catar.

Após o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, incitar a 'eliminação' da deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) com uma metralhadora, nesta quinta-feira (16), a correligionária Marília Arraes (PT-PE) prestou solidariedade à colega e afirmou em seu Twitter que "ratos assim precisam voltar pro esgoto de onde vieram".

Contrário ao Projeto de Lei (PL) de Bonavides sobre a retirada do 'vos declaro marido e mulher' ao fim dos casamentos para evitar constrangimento à comunidade LGBTQIA+, em seu programa de rádio nessa quarta (15), Ratinho afirmou que a deputada deveria ir lavar as cuecas do marido e que "tinha que eliminar esses loucos", antes de perguntar se podia pegar uma metralhadora.

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Em um movimento de repúdio ao comunicador, Marília Arraes criticou a violência, a misoginia e a falta de civilidade empregada em sua fala e garantiu que a Câmara vai reagir às declarações que ameaçam a segurança de Bonavides. 

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Mulheres se unem contra o apresentador

Representantes do Congresso e da esfera Executiva prestaram apoio à deputada. A parlamentar Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou Ratinho de "asqueroso" e lembrou que o "discurso criminoso" foi reproduzido em um aparelho de concessão pública. "Não toleraresmo a violência política de gênero", publicou. Seguiremos ocupando espaços na política para desespero daqueles que se acham no direito de dizer o lugar onde devemos estar. Iludidos!

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou que um feminicídio ocorre no Brasil a cada 6h30 e que o apresentador precisa ser responsabilizado por ameaça e incitação ao ódio e ao homicídio.

A única governadora do país, Fátima Bezerra (PT-RN), definiu a fala de Ratinho como "inconcebível" e que sequer deve existir. "Seguiremos ocupando espaços na política para desespero daqueles que se acham no direito de dizer o lugar onde devemos estar. Iludidos", apontou.

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Em agosto de 1930 surgia pela primeira vez no curta-metragem “Dizzy Dishes”, a personagem Betty Boop. Já de início, sua caracterização causou repercussão, seja pelos trajes curtos e provocantes para a época ou pela proporção de sua cabeça e corpo. Mesmo depois de décadas de existência, Betty Boop ocupa seu lugar na história da cultura pop, e permanece até os dias de hoje como uma das personagens que representam o feminismo e o cuidado com a auto imagem.

De acordo com Aline Bak, especialista em design industrial, Betty Boop sempre foi uma personagem independente. “Ela sempre está com a perna de fora com a sua fitinha da cinta liga. É uma personagem muito caricata, quebrando padrões. Ela é charmosa e encantadora, mas tem esse jeito provocativo e sedutor. É uma personagem muito forte, que tem uma representatividade muito importante”, conta a designer.

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No passado, a personagem quebrou tabus da família tradicional, e foi vista com certo receio, chegando até a ser objeto de censura, por conta dessa caracterização tão provocativa na década de 1930. “É possível ver o poder que ela tem, mesmo depois de tantos anos. Betty Boop consegue manter o legado da figura da mulher, da figura da heroína do ‘eu consigo, eu posso’, da representatividade que ela consegue trazer”.

Geralmente, o design de um personagem está atrelado diretamente à sua personalidade. Segundo Aline, com Betty Boop não é diferente. “O design traz muito para esse lado provocativo. Porém, eu vejo uma mudança significativa em relação a trazer mais a personalidade dessa mulher na cultura geek. Existe mais a construção da personagem do que só a roupa. Tudo isso no design do personagem é fundamental para ser construído”, explica a especialista.

Aline ressalta que existe todo um trabalho e um estudo para que diversos elementos da personalidade de um personagem sejam integrados à construção de seu look. “Desde a construção básica de cada forma, até os detalhes e a seleção de cores. É muito importante ter uma intenção por trás, que reflete a alma, o coração e a personalidade de cada personagem”, contextualiza Aline.

Fonte de inspiração

Para a especialista, é interessante que se tenha personagens femininas representados na cultura pop, seja em desenhos, cinema ou quadrinhos, para que jovens e crianças tenham acesso a esse conteúdo. “É importante trazer à tona a igualdade do gênero e fazer com que os homens compreendam a importância da mulher na cultura pop”. Aline completa dizendo que existe um impacto fundamental nesse processo. “Não só para as novas gerações, mas também para a sociedade se inspirar. Nós, mulheres, nos inspiramos em personagens fortes”, enfatiza.

A designer reforça que existem diversas personagens femininas dentro do mundo geek e no atual momento é possível ver como a pauta feminista está na indústria cultural. Até mesmo as princesas da Disney estão mudando, como a protagonista do filme “Valente” (2012), Merida, além da personagem Elsa, de “Frozen” (2013) e Moana, de “Moana – Um Mar de Aventuras” (2016). “O jeito dos criadores de desenho ao retratar essas mulheres está mudando. Betty Boop foi muito fundamental para isso” finaliza a designer.

 

Apesar do status conferido por suas duas estrelas Michelin, a chef de Hong Kong Vicky Lau diz que a batalha para alcançar a paridade de gênero no mundo da gastronomia profissional, dominado por homens, está longe de ser vencida. Mas algumas pequenas vitórias lhe dão esperança.

Na arena altamente competitiva de Hong Kong, poucos tiveram uma ascensão tão fulgurante como Lau, que, em pouco mais de uma década, passou de um pequeno café para administrar um dos restaurantes mais famosos da cidade.

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Meses atrás, o Tate Dining Room foi premiado com duas estrelas Michelin, um marco para as chefs asiáticas, muitas vezes menosprezadas.

E, embora muitos chefs digam em entrevistas que os prêmios não significam muito, Lau, de 40 anos, é mais direta.

"Não entrei na indústria porque queria esses reconhecimentos, mas com o tempo, eles se tornaram um objetivo", disse em entrevista à AFP.

Questionada sobre a importância da duas estrelas Michelin para as mulheres, ela respondeu: "Acho que diz algo, porque incentiva muitas pessoas em nossa indústria a continuarem".

Lau, uma ex-designer gráfica que mudou de carreira, conta que, ao entrar na profissão, não pensou "muito na questão de ser mulher e chef".

Ela recorda que muitos de seus colegas eram mulheres quando estudou na academia Cordon Bleu de Bangcoc.

Uma vez dentro do ramo, viu como os homens dominavam tudo, principalmente quando se tratava de subir em uma empresa, ou ter um negócio.

Quando começou a chamar a atenção com seus pratos, cansou-se de ser questionada sobre seu gênero, sobre o exemplo que estava dando e o modelo em que se tornara.

Mas, com o tempo, começou a aceitar a realidade de que seu sucesso poderia servir para motivar outras pessoas.

"Na verdade, tornou-se uma das minhas motivações para ir trabalhar", explica.

- Personalidades diferentes -

Lau faz parte de uma nova geração de mulheres chefs de Hong Kong, ao lado de Peggy Chan e May Chow, que se tornaram modelos de empresárias de sucesso.

Tradicionalmente, os prêmios internacionais se concentram na culinária ocidental e em chefs do sexo masculino.

Mas, aos poucos, as listas começam a refletir um pouco mais a realidade do mundo.

O movimento "Me Too" trouxe à tona o comportamento masculino que era elogiado por críticos de gastronomia e programas de televisão.

Mas o progresso pode parecer desesperadamente lento.

"A indústria gastronômica é dominada por homens, como todos sabem, mas também espera que as mulheres se comportem como homens", reclamou Peggy Chan, uma das primeiras chefs de alta cozinha vegetariana de Hong Kong.

O lento crescimento das mulheres, disse Chan, está começando a ter um impacto.

"Agora há muito mais espaço para diferentes tipos de personalidades", assegura.

Lau diz que sua cozinha é mais de 50% feminina, e as chefs com filhos são vistas como algo positivo, não uma dor de cabeça.

"Aqui não celebramos o estilo de gritar de Gordon Ramsey", garante Lau.

- Técnicas chinesas -

Os pratos de Lau combinam a gastronomia francesa e chinesa e são extremamente bonitos, cada apresentação refletindo seu passado como designer.

E ela está determinada a dar maior reconhecimento às técnicas culinárias chinesas, muita vezes desvalorizadas.

Como exemplo, cita os caldos "superiores", que passam horas no fogo e são uma marca registrada da culinária chinesa.

Seu negócio se manteve durante a pandemia do coronavírus, graças ao serviço de bufê, venda de comida para viagem e uma confeitaria.

Ela também abriu pela primeira vez para o almoço, oferecendo um menu de degustação de baixo custo.

"Fizemos arroz, tofu, chá, molho de soja", detalha a chef.

Cada prato de seu último menu é feito com as diferentes partes de uma planta: sementes, folhas, bulbos, caules, frutas, raízes e flores.

Lau diz que a pandemia a empurrou para um espaço mais criativo e pensativo.

"Acho que a covid vai colocar a globalização em pausa", prevê, afirmando que os restaurantes de alta gastronomia são obrigados a usar mais ingredientes locais.

Para ela, a alta gastronomia é uma forma de "se expressar no prato", e "muitas vezes dá para se perder um pouco".

"Por isso, é hora de fazer com que a estrela do prato sejam ingredientes mais humildes, como o molho de soja, ou o arroz", acredita.

Após encomendar uma camiseta feminista pela internet, uma jovem identificada como Marina Tarôco, de 28 anos, relata que recebeu o produto com uma frase machista escrita na embalagem: "E a louça, Lavou?".

A jovem, que trabalha como supervisora de qualidade em São João Del Rei, Minas Gerais, havia encomendado a peça em uma empresa situada em Araraquara, São Paulo. Foi a própria Marina quem compartilhou a situação em suas redes sociais, que acabou viralizando. 

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A Jadlog, empresa que fez a entrega, disse à jovem que repudia o comentário e que vai apurar se houve o envolvimento de algum funcionário. "Eles me pediram desculpas e falaram que iam entrar em contato com a matriz para poder averiguar o que aconteceu", disse Marina à EPTV. 

Délis Magalhães, que é a dona da loja de camisetas feministas, disse ter ficado chateada com a situação, mas que infelizmente não se surpreende com esse tipo de atitude.

“Me deixa extremamente chateada, principalmente pela cliente que recebe produto dessa maneira, afinal a gente compra pra difundir uma ideologia e a gente acaba recebendo o produto de uma forma dessa. Então não é nada legal”, salientou.

Agora, cliente e vendedor esperam que o responsável seja identificado e sofra as consequências pela sua atitude considerada machista. "Enquanto essas atitudes não forem punidas, isso vai continuar acontecendo", pontua Marina.

A inserção de mulheres no cenário político de Pernambuco foi potencializada pelos eleitores em 2020. Com 35 prefeitas eleitas, o estado avançou na pauta feminista em relação ao último pleito municipal, em 2016, quando apenas 26 concorrentes obtiveram êxito nas urnas.

Com destaque para a Zona da Mata, região líder em vitórias femininas com 13 eleitas, o interior do estado mostrou mais compromisso com candidaturas femininas em comparação à Região Metropolitana do Recife (RMR). Atrás do Agreste e do Sertão, apenas três concorrentes conquistaram as Prefeituras nos municípios próximos à capital e fomentaram o fenômeno da 'reeleição'.

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A condição curiosa foi percebida nas vitórias da Dra. Nadegi (Republicanos), Professora Elcione (PTB) e Célia Sales (PTB), em Camaragibe, Igarassu e Ipojuca, respectivamente. Todas as prefeitas estavam alinhadas com a atual gestão municipal ou já geriam as cidades. Em Caruaru, no Agreste, Raquel Lyra (PSDB) foi reeleita sem sustos e permanece no comando da cidade por mais quatro anos.

Apesar do crescimento, 35 prefeitas ainda não garantem a equidade política no estado, visto que o número é baixo diante das 184 Prefeituras. Neste ano, entre concorrentes a vereadores e prefeitos, elas representavam 32,6% das candidaturas em Pernambuco, equivalente a 6.868 postulantes, aponta o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, a participação foi mais restrita, com 31,4 % das candidaturas, representadas por 5.992 mulheres.

Confira a lista das prefeitas eleitas em Pernambuco:

Região Metropolitana do Recife (3)

Camaragibe

Dra Nadegi (Republicanos) - 58,22% - 45.941 votos

Igarassu

Professora Elcione (PTB) - 63,83% - 36.273 votos

Ipojuca

Célia Sales (PTB) - 46,04% - 28.837 votos



 

Zona da Mata (13)

Amaraji

Aline Gouveia (PSB) - 50,72% - 6.611 votos

Camutanga

Talita de Doda (MDB) - 60,65% - 3.614 votos

Catende

Dona Graça (PTB) - 36,91% - 6.790 votos

Cortês

Fátima Borba (Republicanos) - 40,84% - 3.567 votos

Escada

Mary Gouveia (PL) - 35,99% - 13.112 votos

Glória do Goitá

Adriana Paes (PSD) - 63,01% - 10.415 votos

Itambé

Dona Graça (MDB) - 50,54% - 8.994 votos

Jaqueira

Ridete Pellegrino (PSD)- 53,83% - 4.007 votos

Lagoa de Itaenga

Graça do Moinho (PSB) - 52,49% - 7.427 votos

Lagoa do Carro

Judite Botafogo (PSDB) - 50,07% - 5.756 votos

Primavera

Dayse Juliana (PSB) - 60,52% - 5.403 votos

Rio Formoso

Isabel Hacker (PSB) - 53,84% - 6.729 votos

Sirinhaém

Camila Machado (PP) - 45,88% - 10.009 votos





Agreste (11)

Bezerros

Lucielle (DEM) - 55,11% - 19.261 votos

Brejão

Beta Cadengue (PSB) - 77,83% - 4.979 votos

Canhotinho

Sandra Paes (DEM) - 65,68% - 8.066 votos

Caruaru

Raquel Lyra (PSDB) - 66,86% - 114.466 votos

Casinhas

Juliana de Chaparral (DEM) - 52,12% - 4.813 votos

Cumaru

Mariana Medeiros (PP) - 42,26% - 5.025 votos

Frei Miguelinho

Adriana Assunção (PSB) - 51,51% - 5.259 votos

Ibirajuba

Izalta (Republicanos) - 58,80% - 3.396 votos

Itaíba

Regina da Saúde (Pode) - 57,44% - 8.135 votos

Jataúba

Dra. Cátia (Republicanos) - 58,29% - 6.668 votos

Surubim

Ana Célia (PSB) - 43,73% - 15.389 votos



 

Sertão (8)

Cedro

Marly de Neguinho de Zé Arlindo (MDB) - 51,88% - 3.761 votos

Dormentes

Josimara Cavalcanti (PSB) - 57,80% - 7.558 votos

Floresta

Rorró Maniçoba (PSB) - 44,00% - 7.926 votos

Santa Cruz

Eliane Soares (Avante) - 78,10% - 7.496 votos

Serra Talhada

Márcia Conrado (PT) - 60,54% - 26.565 votos

Tabira

Nicinha de Dinca (MDB) - 50,65% - 8.203 votos

Terra Nova

Aline Freire (Avante) - 56,51% - 3.729 votos

Trindade

Helbinha de Rodrigues (PSL) - 63,48% - 10.869 votos

O Instagram tem servido como ferramenta de valorização e afirmação de corpos femininos, ultimamente. Na tentativa de quebrar padrões e desconstruir certos estigmas impostos pela sociedade, mulheres - famosas e anônimas - têm usado a plataforma para questionar e desmontar alguns estereótipos que aprisionam, das garotas às mais maduras, dentro e fora das redes sociais. Nesta terça (3), a atriz Jéssica Ellen colocou o seu perfil e o próprio corpo para ‘jogo’, propondo uma reflexão e o incentivo à suas iguais. 

Com uma foto em que aparece despida, a atriz começou falando sobre sua relação com a própria imagem e o corpo. “Penso que Meu corpo é morada de Orixá e por isso um templo. É Nossa primeira casa antes do endereço mundano, com números e nome de rua. Penso (e vejo) e quanto as pessoas estão perdidas dentro de suas fantasias e pensamentos. Bato vários papos sérios comigo mesmo. Amo minha companhia e amo me amar. Me acolho, me cobro, me honro, me respeito”. 

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A intérprete de Camila, na novela Amor de Mãe, também falou sobre a inconstância de sentimentos e sobre aceitar seus limites e momentos. “Somos complexos e tudo que é raso não me contempla. Haja paciência. Paciência é sem dúvidas uma das coisas que preciso desenvolver. Meu tempo é outro. Sempre foi”. Por fim, a atriz brincou: Acordei reflexiva e biscoiteira. Conselho - não se levem tão a sério”.

 

Preta Gil abriu seu banheiro para uma conversa íntima e franca com a apresentadora Sabrina Sato. No papo, a cantora falou sobre as fortes cobranças que sofreu em relação ao seu corpo, durante a carreira, e como fez para lidar com isso. Ela também arrematou se dizendo livre e demonstrando como sua postura diante do assunto a ajudou a resolver o problema. 

Participando do programa Cada um no seu banheiro, de Sabrina, Preta relembrou a verdadeira perseguição que sofreu a respeito de seu corpo, no início da carreira. "Fui perseguida durante muito tempo, e de maneira muito cruel. E as pessoas realmente não tinham noção de como aquilo mexia com o meu emocional, com o meu psicológico. Na época, eu falei: 'Sabe o que eu vou fazer para esse povo parar de me encher o saco? Vou emagrecer. Aí vai todo mundo me deixar em paz, já que é o meu corpo que é o problema'", disse.

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As soluções encontradas pela cantora para acabar com o problema foram cirurgias plásticas e "dietas malucas", no entanto, o resultado esperado não diminuiu, de fato, a patrulha em cima dela. "Fiquei magra e ninguém largou do meu pé. Porque eles arrumavam outra coisa de falar mim". Porém, Preta demonstrou ter superado as cobranças e arrematou provando estar, hoje em dia, muito segura de si. "Uma mulher livre, que se ama, incomoda muito".

As condições de trabalho se transformaram radicalmente durante a pandemia de Covid-19, sobrecarregando, principalmente, as mulheres. Metade das brasileiras passou a cuidar de alguém durante esse período, e 41% das mulheres com emprego afirmam estar trabalhando mais do que antes. Os dados são de pesquisa realizada pela organização de mídia Gênero e Número, em parceria com a SOF Sempreviva Organização Feminista. O estudo indica que a realidade não é a mesma para todas. Nos ambientes rurais, 62% das respondentes afirmaram que passaram a exercer tarefas de cuidado.

Para identificar os efeitos da pandemia sobre o trabalho, a renda das mulheres e a sustentação financeira da casa, os pesquisadores aplicaram um questionário online com mais de 2.600 mulheres brasileiras entre abril e maio. A perspectiva era de que as tarefas de cuidado e trabalho passaram a se sobrepor de forma mais intensa durante os meses de isolamento social. A análise das respostas levou em conta variáveis como raça e área de residência das respondentes, se moram em zonas rurais ou urbanas. A amostra é representativa da população brasileira.

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Os dados mostram que as mulheres residentes em áreas rurais e negras assumiram mais responsabilidades com relação ao cuidado do outro. Além disso, as mulheres negras parecem ter menos suporte nestas tarefas.

A maior parcela das mulheres que seguiu trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários é de mulheres brancas. Elas relataram estar trabalhando mais no período da quarentena, evidenciando que a ausência de funcionárias no domicílio ou de espaços como a creche/escola pesou mais para esse grupo. As mulheres que estão em casa sem renda ou com prejuízo de renda são 39%.

A pesquisa também coletou depoimentos, que mostram como é complexa a leitura da condição de vida e de trabalho neste momento. Mesmo as que seguem trabalhando, com renda, podem estar sob condições diferentes, mais precarizadas, em relação ao período anterior ao da quarentena. Para Tica Moreno, socióloga da SOF Sempreviva Organização Feminista envolvida no estudo, os dados mostram que as dinâmicas de vida e trabalho das mulheres se contrapõem ao discurso de que o trabalho e a economia pararam durante o período de isolamento social. “Os trabalhos necessários para a sustentabilidade da vida não pararam – não podem parar. Pelo contrário, foram intensificados na pandemia. A economia só funciona porque o trabalho das mulheres, quase sempre invisibilizado e precarizado, não pode parar”, comenta.

Para os pesquisadores, entender a situação do cuidado durante a pandemia é fundamental para o desenho de ações que sejam capazes de transformar essas dinâmicas de desigualdade que imbricam gênero, raça e classe. Os resultados do estudo, segundo Guilliana Bianconi, diretora da Gênero e Número, dão visibilidade para a crise do cuidado. “O cuidado está no centro da sustentabilidade da vida. Não há possibilidade de discutir o mundo pós-pandemia sem levar em consideração o quanto isso se tornou evidente no momento de crise global”.

Da Agência Bori

Xuxa Meneghel conversou com a Veja Rio, revista do Rio de Janeiro, sobre feminismo, ser aliada ao público LGBTQI+, sobre quais mudanças estéticas se arrepende e sobre o que ainda gostaria ainda de fazer em seu próprio corpo. Além disso, deu o seu ponto de vista sobre como conseguir envelhecer bem.

Primeiro, explicou porque defende, nas redes sociais, as causas LGBTQI+:

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"Meu público, meus eternos baixinhos, não tem idade, cor, sexo. Existe muito preconceito e se eu puder gritar por eles, chorar com eles, dançar com eles, falar por eles, eu farei, pois minha gratidão será eterna a essa tribo do amor. Tenho muita vergonha de quem levanta ódio, preconceito e desrespeito por eles. É vergonhoso ter que dizer que é contra a homofobia. Quem é a favor? Esse sim é doente, criminoso e tem que ser feito algo contra esse tipo de pessoa".

Falando em causas, Xuxa, que está escrevendo uma autobiografia, explicou se se considera feminista:

"Não sou militante, ativista, não vou às ruas, mas acho a luta do feminismo de extrema importância. A mulher está longe de ocupar um lugar de igualdade e tem muito caminho pela frente. Por outro lado, também acho que as primeiras a se desvalorizar são elas mesmas, coisa que eu não vejo acontecer com os homens".

E continua se explicando:

"Eu fui muito criticada pelas minhas rugas por mulheres. Eu fui muito criticada pela minha careca por mulheres. Lá atrás, fui criticada pelas minhas roupas, também por mulheres. Ou seja, nós, mulheres, queremos, exigimos respeito, mas somos as primeiras a desvalorizar, a desrespeitar a nós mesmas. É surreal você se meter, criticar o outro por sua imagem.

Por falar em criticas, Xuxa contou como lida com isso:

"Não lido, engulo. Às vezes descem fácil, às vezes demoram a descer, mas é isso. Na verdade, tenho pena das pessoas que acham que, para ter espaço, precisam falar mal de mim".

Além disso, a apresentadora da Record foi sincera ao falar sobre envelhecimento:

"Uma m***a... Ninguém aceita como deveria aceitar. Eu faço parte do imaginário, da memória afetiva, do momento mágico das pessoas. Para muita gente eu ainda sou aquela que descia da nave de chuquinhas, a intocável, a quase E.T. Rugas não combinam com isso. Deve ser horrível me ver despencando como um ser normal".

Ela também explica o seu maior arrependimento ao realizar um procedimento estético:

"Coloquei silicone no peito e estourou, depois encapsulou três vezes e ainda saiu do lugar. Estou rezando para ter tido que mexer pela última vez. Na primeira, a médica, sem minha autorização, alterou outras partes do corpo, até Botox aplicou, e eu odiei o resultado. Tenho fibrose até hoje e me arrependo muito de ter feito".

Mesmo assim, não descarta a vontade de fazer uma intervenção em específico:

"Sim, meu pescoço. Iria amar fazer algo para esticá-lo, mas tenho medo do resultado não ser bom. Deixo para mais para frente. Sabe-se lá se eu um dia acordo com vontade e entro na faca?"

Por fim, a mãe de Sasha Meneghel dá o seu ponto de vista sobre conseguir envelhecer bem:

"Primeiro se aceitar, entender que isso vem pra todos, não é pessoal. Não é só você que não tem mais colágeno, não é só você que não está se reconhecendo no espelho. E que as dores na coluna e nos joelhos vão ser seus companheiros. Depois, se quiser encontrar alguém que te ame desse jeito, que envelheça do seu lado, que venha te dizer que você está linda quando ninguém mais te acha, melhor ainda. O Ju [Junno Andrade, seu parceiro de anos] me aceita do jeito que sou: ama me ver careca, gorda ou não, simplesmente me aceita do jeito que sou. Isso me ajuda muito, me sinto amada, desejada e tudo fica mais fácil".

Desde o mês de junho a atriz Deborah Secco decidiu abrir espaço nas suas redes sociais para dar voz a mulheres negras e projetos sociais. Nesta sexta-feira (3), a conta da atriz no Instagram questionou: “O que você já deixou de fazer por ser mulher?”. A provocação recebeu diversas participações.

A ação é parte do projeto da historiadora Jamine Miranda, que tem como objetivo dar visibilidade às mulheres, na luta por uma sociedade melhor.

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Foram diversos comentários e depoimentos de mulheres em poucos minutos, contando situações vividas. “Já deixei de praticar esporte à noite na minha cidade”, “Usar roupa curta, falar palavrão, me esquivar de rodinha de homens”, comentaram algumas seguidoras sobre o que elas já deixaram de fazer.

Uma outra seguidora da atriz relatou: “Não fui estudar fora pq meu pai disse q eu era mulher, e filha dele não vai estudar fora não, pra não ficar mal falada. Meu irmão foi!”, disse ela.

No último domingo (7), uma discussão entre a brasileira Ana Catharina e o apresentador Cláudio Ramos esquentou o Big Brother Portugal. A sister se recusou a cumprir uma regra do programa, por conta de suas convicções feministas, e acabou travando uma discussão com o comandante da atração. Ana também foi parar no paredão após a confusão. 

A discussão começou depois de Ana se recusar a cumprir uma nova regra surgida no jogo. De acordo com ela, os homens da casa estariam imunizados e apenas as mulheres poderiam ser indicadas ao paredão. A brasileira não gostou nem um pouco e não abriu. “Eu não vou votar em nenhuma mulher., Eu não concordo com essa regra, então, eu prefiro sair”. Cláudio tentou dissuadi-la lembrando-lhe do contrato que ela havia assinado antes de entrar na casa, mas não teve sucesso. “As regras são iguais para todos. Jogue o jogo”, disse ele. 

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Como punição, Ana acabou emparedada. À imprensa portuguesa, Cláudio Ramos contou o quão irritado ficou com o comportamento da participante. “Fiquei muito zangado. A decisão não era minha, quem manda é o Big Brother, mas se fosse minha, ela automaticamente teria saído”.

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