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O continente americano e o Brasil estão envelhecendo mais rápido do que a média mundial, e a ampliação do acesso dos idosos à vacinação é um dos instrumentos para a garantia de uma velhice saudável e autônoma, alertam especialistas que discutiram os calendários de rotina de vacinação da terceira idade na Jornada Nacional de Imunizações. Além de hábitos saudáveis, estar vacinado evita que infecções causem estresse no organismo e desencadeiem problemas que podem até mesmo se tornar crônicos. 

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), que completou 50 anos neste mês, oferece um calendário específico para essa população. Além das vacinas contra hepatite B e difteria e tétano, que são recomendadas desde a infância e podem ser administradas também nas faixas etárias superiores, idosos acamados ou em abrigos também devem receber a vacina pneumocócica 23-valente.

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Pessoas acima de 60 anos também precisam ser avaliadas caso precisem receber vacinas como a tríplice viral e a febre amarela, que têm a tecnologia de vírus vivo atenuado. Além disso, as campanhas anuais contra a influenza e a vacinação contra a covid-19 são consideradas prioritárias para essa população. 

Do ponto de vista individual, o idoso pode ter recomendações adicionais de vacinação, no caso de condições específicas de saúde, o que inclui doenças crônicas frequentes como o diabetes. Nesse caso, deve-se procurar um médico que encaminhe o paciente para os Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE). 

Assessora de imunizações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Lely Guzman, destaca que a vacinação dos idosos estava entre as preocupações da organização ao instituir a Década do Envelhecimento Saudável entre 2021 e 2030. No fim desse período, uma em cada seis pessoas no continente americano terá mais de 60 anos. 

"Há uma baixa prioridade do envelhecimento nas políticas públicas", aponta Lely.

"Os calendários de vacinação ainda são muito pequenos perto de todo o desafio e das vacinas que podem ser úteis para os idosos".

Infecções respiratórias

A geriatra Maisa Kairalla, professora da Universidade Federal de São Paulo, destaca que as infecções respiratórias, como a influenza, o vírus sincicial respiratório e a covid-19 estão entre as maiores ameaças que podem ser prevenidas por vacinas. 

"É muito difícil um idoso ter uma doença que o leve a ficar 15 dias na UTI e sair do hospital como chegou. É preciso muito cuidado, e, com isso, há perda da qualidade de vida, da autonomia e maior chance de reinternação". 

Mesmo sendo prevenível por vacina no Brasil desde a década de 1990, o vírus Influenza faz 70% de suas vítimas entre a população idosa. Além de internação e morte, essa doença também pode descompensar doenças crônicas como cardiopatias e diabetes e causar acidentes vasculares. O risco de morte por gripe chega a ser 20 vezes maior entre pessoas que acumulam cardiopatias e doenças pulmonares, condições frequentes entre idosos que foram ou são fumantes.

Já o vírus sincicial respiratório, apesar de estar entre as maiores causas de internação por síndrome respiratórias em bebês, faz a maior parte das vítimas fatais entre os idosos. As primeiras vacinas e anticorpos monoclonais contra esse vírus só começaram recentemente a ser adotadas nos Estados Unidos, e, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa o pedido de registro da farmacêutica Pfizer.

Presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi conta que já era conhecida a importância desse vírus para a saúde da criança, mas avança cada vez mais a constatação de que ele é perigoso para os idosos.

“É algo novo. A gente já conhece muito bem a carga da doença em crianças, mas a gente não conhecia tão bem assim a importância desse agente para os adultos. E hoje os adultos mostram que ele é um agente que pode impactar na população de adultos e principalmente nos indivíduos de maior idade, principalmente acima dos 70 anos”.

Herpes Zoster

Outra doença que pode comprometer gravemente a qualidade de vida de idosos é o herpes zoster, uma manifestação do mesmo vírus da catapora, o varicela, que fica alojado no corpo ao longo da vida e volta a causar sintomas após a velhice, porém com um quadro diferente da catapora. A incidência dessa doença chega a ser de 50% entre os idosos que chegam aos 85 anos de idade, segundo o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). 

A vacinação contra a herpes zoster no Brasil só está disponível em clínicas privadas, em versões inativada e atenuada, e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda a vacina para pessoas com mais de 50 anos ou imunocomprometidos com ao menos 18 anos. 

Além de dores severas, a doença pode causar cegueira, paralisia facial e dores crônicas, que podem se estender por anos. Quanto mais idoso for o paciente acometido, maior é a chance de esse quadro crônico permanecer.

Vacinação especial

A SBIm recomenda ainda que todos os idosos busquem a vacinação contra os pneumococos, por meio das vacinas pneumocócica valente 13 e 15, também disponíveis apenas nas clínicas particulares. 

Apesar do nome, essas bactérias não provocam apenas casos de pneumonia, e estão associadas a infecções inclusive nas meninges, além de quadros de sepse.

A inclusão de vacinas que estão somente nas clínicas privadas no Programa Nacional de Imunizações depende de uma série de fatores, como o custo-benefício para a saúde pública e a garantia de que estarão disponíveis de forma contínua ao longo dos anos. Além de recursos para comprar, é preciso ter a certeza de que os fabricantes vão ter a oferta.

O diretor do Programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, explica que o cenário ideal é, a partir de uma avaliação da epidemiologia de cada doença e da viabilidade dos preços oferecidos pelo mercado, construir uma agenda de incorporação dessas tecnologias para a produção nos laboratórios públicos. 

"Estamos em uma fase de vacinas que agregam muita tecnologia e acabam tendo um custo muito alto. Consequentemente, temos um impacto orçamentário muito alto para poucas doses. Então, o processo de incorporação tecnológica precisa ser muito bem pensado. Não dá para fazer na base da correria".

*O repórter viajou para Florianópolis a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações.

O processo de envelhecimento é marcado pela diminuição da capacidade do organismo de combater os radicais livres, resultando em um aumento do estresse oxidativo nas células. Entretanto algumas espécies de plantas medicinais, como a Curcuma longa, Panax ginseng e Rhodiola rosea, apresentam propriedades antioxidantes que combatem o envelhecimento e doenças.

É o que aponta a pesquisadora Uyara Correia de Lima Costa em sua dissertação de mestrado intitulada “Atividade Antioxidante de Plantas Medicinais Utilizadas na Prevenção do Envelhecimento”. A pesquisa foi apresentada, em 2022, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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Sob a orientação da professora Elba Lúcia Cavalcanti de Amorim e coorientação de Patrícia Maria da Silva Neri Cruz, o estudo foi realizado utilizando-se extratos secos padronizados. No Laboratório de Produtos Naturais (Lapronat) da UFPE, foram executadas as análises dos antioxidantes sintetizados pelos extratos.

“Para os ensaios de atividade antioxidante, realizada por métodos consolidados, destacou-se a espécie de Curcuma longa, na maioria dos ensaios realizados, mostrando sua capacidade antioxidante superior aos demais”, relata Uyara Lima.

A evaporação das frações seguiu a metodologia desenvolvida pelo laboratório, em que os extratos foram submetidos à coluna filtrante de sílica.

“As frações foram recolhidas à evaporação, sendo colocados em dessecador para eliminação de resquícios de umidade, obtendo-se os extratos secos”, explica a pesquisadora.

Posteriormente, utilizando a técnica de Cromatografia em Camada Delgada (CCD) para identificar as principais classes metabólicas presentes nos extratos, foi constatada a presença de polifenóis, composto bioativo, em que a classe dos flavonoides obteve destaque. Os flavonoides, contidos nos três extratos, atuam na proteção contra agentes oxidantes e, consequentemente, contribuem para a redução do estresse oxidativo (excesso de radicais livres no organismo).

A Curcuma longa, também chamada de açafrão da terra ou simplesmente cúrcuma, é um alimento funcional e uma especiaria amplamente utilizada devido ao seu sabor forte e à coloração característica. Seus componentes possuem propriedades terapêuticas relacionadas a atividades antioxidantes, anti-inflamatórias, antimutagênicas e antimicrobianas.

Foto: Pixabay

Os métodos químicos utilizados durante o estudo, na quantificação e determinação da  atividade antioxidante das espécies analisadas, apontaram o açafrão da terra como aquela de maior potencial antienvelhecimento.

Outra vantagem apresentada é que a cúrcuma pode ser “utilizada na forma de chá por decocção [a planta é fervida junto com a água] ou infusão, em pó como tempero e em cápsulas como suplemento. Além disso, é usada como aditivo alimentar na indústria alimentícia”, conforme aponta a pesquisadora e também nutricionista Uyara Lima.

“É importante ressaltar algumas contraindicações, como é o caso de pacientes em uso de anticoagulantes, além de gestantes e lactantes pela falta de evidências na literatura quanto ao uso seguro nesses casos”, acrescenta.

Por sua vez, o Panax ginseng, popularmente conhecido como ginseng, é uma planta medicinal utilizada para combater fadiga física e mental. Possui uma ampla série de atividades farmacológicas, como anti-inflamatória, neuroprotetora, cardioprotetora, hepatoprotetora, antioxidante, antidiabética e antitumoral.

Foto: Pixabay

É possível consumi-lo nas formas de chá, xarope, comprimidos, cápsulas, em pó e como suplemento alimentar.De acordo com a pesquisadora, “no doseamento [método para quantificar o teor de substâncias] foi possível observar maior prevalência de compostos secundários nos extratos brutos das plantas”. Com base nisso, verificou-se um valor consideravelmente alto em relação ao teor de cumarinas presentes no extrato bruto das raízes de ginseng, comparado às demais plantas medicinais analisadas.

Com relação à Rhodiola rosea, conhecida pelos nomes raiz de ouro ou raiz dourada, a  planta apresenta propriedades voltadas para o ajuste metabólico, redução da fadiga, melhora da capacidade cognitiva e aumento da linha de defesa antioxidante. Também é utilizada para tratar depressão, ansiedade, doenças cardíacas e patologias relacionadas ao envelhecimento.

Foto: Opioła Jerzy/CC

“E pode ser utilizada em preparações farmacêuticas, aditivos alimentares e suplementos dietéticos [diet] facilmente encontrados no mercado”, explica a pesquisadora.

O uso de fitoterápicos, produtos provenientes de plantas medicinais, apresenta um caráter preventivo e terapêutico. Logo, as espécies que apresentam propriedades antioxidantes neutralizam os radicais livres, de modo a propiciar o fortalecimento do sistema imunológico e a prevenção do envelhecimento.

“É uma alternativa segura e de baixo custo para a população, principalmente para aqueles que não têm acesso à assistência médica. Assim, é amplamente utilizada como prática complementar, inclusive nos serviços públicos no Brasil”, relata Uyara Lima. “Porém vale ressaltar que alguns cuidados, como o uso, o cultivo, a colheita e a forma de preparo, devem ser considerados para manutenção da funcionalidade terapêutica das plantas medicinais”, completa.

Outras informações

Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da UFPE

(81) 2126.7515

ppgcf@ufpe.br

 

Por Raiane Andrade, da asscom da UFPE

Estudo publicado na revista eBioMedicine revela que beber água em quantidades recomendadas e manter-se hidratado ajudam a retardar o processo de envelhecimento nos seres humanos e previnem doenças crônicas.

A pesquisa foi feita pelo National Institutes of Health (NIH), dos EUA. A hipótese foi inspirada por estudos anteriores com camundongos nos quais a restrição de água ao longo da vida, aumentando o sódio sérico em 5 mmol/l, causou alterações degenerativas e encurtou a vida do roedor em seis meses, o que corresponde a cerca de 15 anos da vida humana. O levantamento atual envolveu cerca de 15,7 mil participantes entre 45 e 66 anos e acompanhamento por 25 anos.

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A avaliação demonstrou que o nível de sódio no sangue era maior entre pessoas que não se hidratavam bem. Os cientistas concluíram que pessoas cujo sódio sérico na meia-idade excede 142 mmol/l têm maior risco de serem biologicamente mais velhas que suas idades cronológicas (50%), desenvolver doenças crônicas (39%) e morrer mais jovens (21%).

"Como a diminuição da hidratação é um dos principais fatores que elevam o sódio sérico, os resultados são consistentes com a hipótese de que a diminuição da hidratação pode acelerar o envelhecimento. Pesquisas mostram que mais de 50% das pessoas não bebem as quantidades recomendadas de líquidos. O estudo, porém, não especificou qual volume de água é recomendado por dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta beber ao menos dois litros por dia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No momento em que o mundo busca formas de reduzir a emissão de poluentes no segmento de transportes e muitos países oferecem incentivos para o consumidor comprar um carro elétrico, a frota brasileira de automóveis está ainda mais velha. Composta basicamente por modelos a combustão, ela polui mais, causa mais acidentes e engarrafamentos.

Esse envelhecimento foi acelerado nos últimos dois anos de pandemia, que dificultou o acesso ao carro zero, seja pelos preços mais elevados ou pela escassez de componentes para a produção. Hoje, 23,5% dos automóveis que circulam no País têm até cinco anos de uso, os chamados seminovos. Há dez anos, essa fatia era de 43,1%.

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Os mais "velhinhos", acima de 16 anos de uso, passaram de 18,8% da frota para 19,4%. Os intermediários (de seis a 15 anos) eram 38,1%, em 2012, e hoje são 57,1%. Os dados são de estudo anual feito há mais de duas décadas pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Em 2012, um veículo, de forma geral, poluía cerca de 50% mais do que um similar atual. Em termos de consumo, o atual é 22% mais eficiente, segundo Raquel Mizoe, diretora de Emissões de Veículos Leves da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).

Desorganização

Os resultados da pesquisa mostram que, em 2021, a frota do País era formada por 38,2 milhões de automóveis, com idade média de 10 anos e cinco meses, a mais velha em 26 anos. Somando comerciais leves, caminhões e ônibus, a frota chega a 46,6 milhões de veículos com idade média de 10,3 anos, também a mais alta desde 1994.

"Desde 2013, a frota brasileira vem envelhecendo porque não estamos conseguindo uma renovação com carros novos que compense a obsolescência existente", afirma George Rugitsky, diretor de Economia do Sindipeças.

Ele ressalta que a pandemia levou a um sucateamento ainda maior da frota nacional, situação que, em dimensões diferentes, também ocorre globalmente.

Segundo ele, "no caso do Brasil, essa desorganização mundial da cadeia de abastecimento vem alinhada ao que ocorre na economia local".

Rugitsky defende programas de inspeção veicular e de renovação da frota para uma modernização mais rápida. Do contrário, avalia, as expectativas para este ano e o próximo são de continuidade do sucateamento.

Em março, o governo anunciou um programa de renovação da frota para caminhões e ônibus, que ainda não foi regulamentado. A ideia é facilitar a troca do caminhão velho por outro mais novo, criando um ciclo que em algum momento vai chegar ao veículo zero.

Segundo o Sindipeças, um caminhão Euro 6 (norma atual de controle de emissões) emite 90% menos material particulado do que um Euro 1, na faixa dos 30 anos. "Os veículos antigos, em geral, estão poluindo bastante, além de serem responsáveis por aumento de trânsito, acidentes e gastos com saúde", afirma Rugitsky.

O cálculo do Sindipeças desconta a taxa de mortalidade (carros com perda total ou desmanchados), o que diferencia seus números daqueles divulgados pelo Denatran, que considera todos os veículos registrados, independentemente de estarem ou não circulando. O objetivo do estudo é avaliar o potencial de mercado para fabricantes de peças de reposição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O elixir mais cobiçado pela indústria cosmética, capaz de deter o envelhecimento da pele, pode estar mais perto de se tornar real. A despeito das promessas milagrosas de milhares de produtos disponíveis no mercado, a ciência mostra que é praticamente impossível deter a perda do viço e da espessura da pele. Um estudo de pesquisadores brasileiros mostra, no entanto, que o segredo para a compreensão do envelhecimento pode estar no entendimento de doenças cerebrais degenerativas.

Trabalho publicado esta semana na revista científica Neurobiolgy of Aging, pelos neurocientistas Marilia Zaluar Guimarães e Stevens Rehen, da UFRJ e do Instituto D'Or de Pesquisa, revelou que a perda do viço da pele é causada pelos mesmos conglomerados anômalos de proteínas responsáveis pelo surgimento de doenças cerebrais degenerativas, como Parkinson. O trabalho abre caminho inédito e bastante promissor para a compreensão da doença e também para desvendar os segredos do envelhecimento.

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"Conseguimos reunir evidências de que os aglomerados das mesmas proteínas que causam doenças neurodegenerativas estão presentes na pele", contou a neurocientista Marília Zaluar Guimarães. "Descobrimos também que essas proteínas têm uma tendência maior a formar conglomerados anômalos nas áreas mais expostas ao Sol."

A Doença de Parkinson surge quando determinadas proteínas se aglomeram de forma anômala provocando a morte de neurônios responsáveis pelo controle motor. Esses mesmos aglomerados na pele disparam uma inflamação e deflagram um mecanismo que reduz a proliferação de células da pele, uma situação consistente com a perda do viço e o envelhecimento.

"Usamos pele humana reconstituída em laboratório para entender o que acontece quando expostas a esses aglomerados de proteína", explicou Guimarães. "Quando colocamos essas proteínas na pele, ela se tornava mais fina muito rapidamente."

Os cientistas conseguiram determinar também que todas as pessoas que sofrem de Parkinson apresentam os conglomerados anômalos não apenas no cérebro, mas também na pele. Os sinais visíveis de envelhecimento, no entanto, não funcionam para o diagnóstico da doença cerebral. Ocorre que muitas pessoas podem ter as proteínas anômalas na pele, mas não no cérebro.

"Outros estudos já tinham conseguido determinar que essas proteínas surgem inicialmente no intestino, provocando constipação", contou a neurocientista. "Depois, elas são capturadas por células que as levam ao sistema nervoso central. E é de lá que elas vão, finalmente, para a pele. Ou seja, em tese, quando chegam na pele, elas já passaram pelo cérebro. Mas muitas investigações ainda estão em curso."

Tentar entender os mecanismos que levam os aglomerados a provocar o envelhecimento pode abrir oportunidades de intervenção --- o santo graal da indústria cosmética.

Ao mesmo tempo, essa compreensão pode ajudar os cientistas a interromper, no cérebro, o processo que leva à Doença de Parkinson.

Xuxa Meneghel conversou com a Veja Rio, revista do Rio de Janeiro, sobre feminismo, ser aliada ao público LGBTQI+, sobre quais mudanças estéticas se arrepende e sobre o que ainda gostaria ainda de fazer em seu próprio corpo. Além disso, deu o seu ponto de vista sobre como conseguir envelhecer bem.

Primeiro, explicou porque defende, nas redes sociais, as causas LGBTQI+:

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"Meu público, meus eternos baixinhos, não tem idade, cor, sexo. Existe muito preconceito e se eu puder gritar por eles, chorar com eles, dançar com eles, falar por eles, eu farei, pois minha gratidão será eterna a essa tribo do amor. Tenho muita vergonha de quem levanta ódio, preconceito e desrespeito por eles. É vergonhoso ter que dizer que é contra a homofobia. Quem é a favor? Esse sim é doente, criminoso e tem que ser feito algo contra esse tipo de pessoa".

Falando em causas, Xuxa, que está escrevendo uma autobiografia, explicou se se considera feminista:

"Não sou militante, ativista, não vou às ruas, mas acho a luta do feminismo de extrema importância. A mulher está longe de ocupar um lugar de igualdade e tem muito caminho pela frente. Por outro lado, também acho que as primeiras a se desvalorizar são elas mesmas, coisa que eu não vejo acontecer com os homens".

E continua se explicando:

"Eu fui muito criticada pelas minhas rugas por mulheres. Eu fui muito criticada pela minha careca por mulheres. Lá atrás, fui criticada pelas minhas roupas, também por mulheres. Ou seja, nós, mulheres, queremos, exigimos respeito, mas somos as primeiras a desvalorizar, a desrespeitar a nós mesmas. É surreal você se meter, criticar o outro por sua imagem.

Por falar em criticas, Xuxa contou como lida com isso:

"Não lido, engulo. Às vezes descem fácil, às vezes demoram a descer, mas é isso. Na verdade, tenho pena das pessoas que acham que, para ter espaço, precisam falar mal de mim".

Além disso, a apresentadora da Record foi sincera ao falar sobre envelhecimento:

"Uma m***a... Ninguém aceita como deveria aceitar. Eu faço parte do imaginário, da memória afetiva, do momento mágico das pessoas. Para muita gente eu ainda sou aquela que descia da nave de chuquinhas, a intocável, a quase E.T. Rugas não combinam com isso. Deve ser horrível me ver despencando como um ser normal".

Ela também explica o seu maior arrependimento ao realizar um procedimento estético:

"Coloquei silicone no peito e estourou, depois encapsulou três vezes e ainda saiu do lugar. Estou rezando para ter tido que mexer pela última vez. Na primeira, a médica, sem minha autorização, alterou outras partes do corpo, até Botox aplicou, e eu odiei o resultado. Tenho fibrose até hoje e me arrependo muito de ter feito".

Mesmo assim, não descarta a vontade de fazer uma intervenção em específico:

"Sim, meu pescoço. Iria amar fazer algo para esticá-lo, mas tenho medo do resultado não ser bom. Deixo para mais para frente. Sabe-se lá se eu um dia acordo com vontade e entro na faca?"

Por fim, a mãe de Sasha Meneghel dá o seu ponto de vista sobre conseguir envelhecer bem:

"Primeiro se aceitar, entender que isso vem pra todos, não é pessoal. Não é só você que não tem mais colágeno, não é só você que não está se reconhecendo no espelho. E que as dores na coluna e nos joelhos vão ser seus companheiros. Depois, se quiser encontrar alguém que te ame desse jeito, que envelheça do seu lado, que venha te dizer que você está linda quando ninguém mais te acha, melhor ainda. O Ju [Junno Andrade, seu parceiro de anos] me aceita do jeito que sou: ama me ver careca, gorda ou não, simplesmente me aceita do jeito que sou. Isso me ajuda muito, me sinto amada, desejada e tudo fica mais fácil".

Assim como a Previdência, o sistema de saúde brasileiro também pode entrar em colapso se o País não se planejar para o envelhecimento da população. Segundo o médico argentino Rubén Torres, reitor da Universidade ISalud da Argentina e ex-consultor da Organização Panamericana de Saúde (Opas), o fenômeno assusta porque está ocorrendo de forma muito mais rápida nos países da América Latina.

Mas esse não é o único problema a ser enfrentado pelos governos da região. "Há uma grande ameaça que são as doenças mentais, que vão constituir, até 2050, provavelmente um dos três maiores grupos de enfermidade na nossa região. A demência, como Alzheimer, vai colocar em xeque os sistemas de saúde", declarou Torres ao jornal O Estado de São Paulo, após participar de um curso para jornalistas em Cartagena, na Colômbia.

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Qual é a diferença entre a transição demográfica que vivemos na América Latina da observada na Europa anos atrás?

A questão está na velocidade do processo. Na França, por exemplo, ele durou 115 anos. Quando falo em processo de transição, quero dizer o tempo que demorou para que a população maior de 60 anos dobrasse. Na maioria dos países europeus, se passaram mais de 80 anos. Na América Latina, esse processo está acontecendo com maior velocidade. Nos casos de Colômbia, Brasil, Chile, esses processos vão oscilar entre 20 e 30 anos. E isso abre dois desafios: um nos sistemas previdenciários e outro nos sistemas de saúde. Por isso eu faço a alusão de que os países europeus tiveram a possibilidade de crescer e se fortalecer economicamente e foram antes ricos e depois velhos. Já os nossos países, pelas dificuldades e a velocidade de crescimento econômico, muito provavelmente vão terminar a transição demográfica sendo velhos antes de tornarem-se ricos. E isso é um grande desafio.

Temos atualmente no Brasil o debate sobre a necessidade da reforma da Previdência. Mas não vemos o mesmo nível de discussão sobre as mudanças necessárias no sistema de saúde...

Essa situação de dar mais importância à Previdência do que aos problemas sanitários é bastante comum em nossos países, onde a saúde não está tanto na agenda política. Como a Previdência tem um impacto forte no gasto público, isso põe em alerta os países.

Quais serão os principais impactos que teremos nos sistemas de saúde com o envelhecimento da população?

Hoje são as doenças cardiovasculares e o câncer. Mas há uma grande ameaça que são as doenças mentais, que vão constituir, até 2050, provavelmente um dos três maiores grupos de enfermidades na nossa região. A demência, como Alzheimer, vai colocar em xeque os sistemas. E digo que vão pôr em xeque porque a maioria dos sistemas de saúde tem dado muito pouca importância ao tema da saúde mental. Foi sempre um tema muito marginal. A preparação é muito importante.

Como deve ser a preparação?

Primeiro, temos de mudar o modelo de atenção. Nós temos um modelo de atenção dirigido a uma população que tinha doenças agudas, que requeriam internações. O futuro é de cuidados permanentes e de acompanhamento dos pacientes. Isso vai implicar em instalações diferentes, um médico preparado de maneira diferente e um sistema diferente.

E o que podemos fazer desde agora para minimizar o impacto?

Avançar na implantação da atenção primária, gerar cuidados contínuos e aumentar fortemente a prevenção de riscos, que esquecemos por muito tempo. A maioria das doenças que hoje afeta em volume a América Latina pode ser prevenida. Muitos tipos de câncer poderiam ser evitados com controle do consumo do tabaco, álcool, gorduras trans, açúcar, que também são fator de risco para as doenças cardiovasculares. A prevenção tem um papel muito decisivo e temos uma dívida na maioria dos países.

 

QUEM É

Rubén Torres é reitor da Universidade ISalud da Argentina. Médico cirurgião, especialista em Gestão de Políticas Sociais e mestre em Sociologia, já atuou como consultor da Organização Panamericana de Saúde (Opas). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A velhice pode ser mais saudável e feliz ao lado de um animal de estimação. É o que comprova uma nova pesquisa sobre o envelhecimento feita pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e divulgada nesta quarta-feira (3). O levantamento revelou que 90% dos idosos que têm cães, gatos e pássaros dizem que o animal os ajuda a aproveitar a vida e se sentir amados. Além disso, 80% garantem que os bichos reduzem o estresse.

Para a pesquisa, os especialistas ouviram 2 mil pessoas com idades entre 50 e 80 anos - 55% dos quais tinham um animal de estimação. Cachorros foram os pets mais comuns entre os entrevistados, seguidos de gatos e outros pequenos animais, como aves e hamsters. Independentemente do animal, a grande maioria dos proprietários afirma que eles ajudam também na saúde física e mental.

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Quase 80% dos donos de cachorros garantem que o animal os ajudam a serem fisicamente ativos - porque demandam cuidados diários e, muitas vezes, passeios - , além de lhes dar um propósito na vida.

Mais de 60% das pessoas que têm um bicho dizem que eles ajudam a lidar com problemas como depressão, isolamento social e solidão.

Os benefícios dessa convivência foram uma surpresa para Francisco Palmisciano, o Franzi, de 80 anos. Ele não gostava de gatos, mas há cerca de um ano sua filha levou Mila para passar alguns dias em sua casa na Vila Constança, na zona norte de São Paulo.

Franzi logo se acostumou à gata e não deixou a filha levá-la embora. Quatro meses depois, encontrou outra gata - a Pequena - embaixo de um carro e a levou imediatamente para casa. Franzi diz que se sente menos sozinho e bem disposto.

"Antes eu chegava aqui e não tinha nada, ninguém. Agora, tem as gatinhas, então quando eu chego em casa procuro logo onde elas estão", ele conta. "Você fica mais ativo, sim, é muito bom. Quem não gosta de animal nenhum fica meio vazio, eu acho."

Ciência

A percepção dos idosos encontra respaldo na ciência. Muitos estudos já demonstraram que o convívio com animais reduz o estresse e sintomas de depressão e ansiedade, além, é claro, de incentivar as atividades físicas. Segundo especialistas, os animais de estimação também promovem uma interação social mais intensa, crucial para uma faixa etária em que a solidão é comum.

"A pessoa tende a conhecer outras pessoas, cria vínculos com outros donos de animais", afirma a veterinária Carolina Rocha, especialista em terapia assistida com animais pela Universidade de São Paulo (USP). "Isso mantém a pessoa mais ativa, participativa, menos sozinha, menos deprimida."

O levantamento mostra, no entanto, alguns aspectos negativos do convívio: dificuldades de viajar ou mesmo deixar a casa (54%) e gastos financeiros (18%). Um porcentual menor (6%) relatou quedas ou machucados, além de alergias.

A professora de veterinária Juliana Almeida, da Universidade Federal Fluminense (UFF), lista mais um: é bom ficar atento para os cuidados que um companheiro tão especial merece, como alimentação apropriada e cuidados veterinários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As visitas de cães deixam um efeito visível nos hóspedes da Apoio Casa de Repouso, na Vila Santa Catarina, que fica na zona sul de São Paulo. Neusa Garcia, de 73 anos, que mora no asilo há cerca de um ano e três meses, diz que percebe a diferença no rosto dos colegas, que aguardam ansiosos pelos sábados, quando os animais vão ao local.

"Principalmente aqueles que têm famílias que moram longe, que não veem quase ninguém, para eles é muito importante", diz Neusa. "Tem cachorros para todos os gostos, grandes e pequenos. Eles pulam no colo da gente, sobem na cama, querem brincar. E o pessoal gosta."

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As sessões de "terapia canina" são organizadas pelo Instituto Cão Terapeuta, que atende casas de repouso e hospitais há mais de 20 anos - desde 2013 como ONG, e antes disso como um projeto social de uma empresa.

Inspiradas em iniciativas similares no exterior, as atividades durante as visitas consistem em jogos e brincadeiras com os pacientes e os pets.

Os participantes do projeto - cachorros e seus donos - são escolhidos após um processo seletivo e treinamento. Para os cães, há critérios eliminatórios: se eles têm reações agressivas ou são muito ariscos, por exemplo, estão descartados.

"É basicamente um suporte emocional, um pouco de bem-estar para quem passa por um momento difícil", diz Tatiane Ichitani, coordenadora do instituto.

Pesquisa sobre envelhecimento feita pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, divulgada nesta quarta-feira, 3, revela que a velhice pode ser mais saudável e feliz ao lado de um animal de estimação. O levantamento revelou que 90% dos idosos que têm cães, gatos e pássaros dizem que o animal os ajuda a aproveitar a vida e se sentir amados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prestes a fazer 56 anos, que estarão completos na próxima quarta (27), Xuxa falou sobre como ela e o público lidam com o seu envelhecimento. A apresentadora fez um verdadeiro desabafo, em entrevista, e revelou que seus fãs não aceitam o passar do tempo em sua ídola.

Trabalhando na televisão desde os 16 anos, Xuxa Meneghel tem uma imagem forte e muito conhecida. Agora, no auge de quatro décadas de exposição na mídia, a apresentadora resolveu fazer as pazes consigo mesma e aceitar seu corpo e mente de uma mulher quase 'sessentona'. "Eu estou com rugas e bochechas caídas. Adoro pegar sol. Sou muito cobrada, meu envelhecimento choca as pessoas", disse em entrevista ao jornal O Globo.

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Por trabalhar com a imagem, Xuxa disse que se olha bastante no espelho e que bota freios em determinadas situações, como quando observou que estar com as pernas de fora na TV já não era mais tão "legal". "Com a minha idade, nem tudo me convém. Não tenho o mesmo corpo nem a voz dos 20 anos".

Mas, apesar de parecer estar muito bem consigo mesma, a apresentadora confessou se entristecer pelos fãs não seguirem pelo mesmo caminho e fez até uma espécie de pedido: "Uma parte do meu público não se conforma, quer me ver como uma menina, usando chuquinha. Até consigo entender, a memória afetiva é algo muito poderoso. Mas as pessoas precisam compreender que esse inconformismo delas atrapalha a minha evolução natural, as novas fases da minha vida, o meu crescimento e o meu envelhecimento".

 

Na próxima quarta-feira, dia 27, Xuxa Meneghel completará 56 anos de idade. A apresentadora da Record, em entrevista ao jornal O Globo, falou sobre envelhecimento, seu relacionamento com Junno Andrade e também revelou uma vontade sua - e que gostaria que se realizasse em breve: ser avó.

"Eu estou com rugas e as bochechas caídas. Adoro pegar sol. Sou muito cobrada, meu envelhecimento choca as pessoas. Trabalho com a imagem e me olho bastante no espelho. Outro dia, pus a perna de fora na TV e pensei: não está legal isso. Com a minha idade, nem tudo me convém. Não tenho o mesmo corpo nem a voz dos 20 anos. Uma parte do meu público não se conforma com isso, quer me ver como uma menina, usando chuquinha. Até consigo entender isso: a memória afetiva é algo muito poderoso. Mas as pessoas precisam compreender que esse inconformismo delas atrapalha a minha evolução natural, as novas fases da minha vida, o meu crescimento e o meu envelhecimento", disse Xuxa.

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Em seguida, explicou o que faz para se cuidar e revelou que plástica não é uma opção: "Andava meio sem memória. Minha médica me disse que estava na hora da reposição hormonal. Uso um creminho na perna e me fez bem. Sou vegana e estou cozinhando direitinho. Não quero fazer plástica, tenho medo. Quando a Sasha tinha dois anos, fiz nos seios e deu errado. A médica pôs mais silicone do que eu queria e fez uma lipoescultura na barriga. Depois, o silicone encapsulou duas vezes, tive fibrose. Tenho medo de queloide. Está dando problema até hoje: meu corpo rejeita. Não sou contra, mas para mim não funciona. Sou careteira, fiz botox uma vez, me paralisou, não gostei, demorou seis meses para sair. Existem máquinas sensacionais para uso estético, essas eu faço. Meu pescoço me incomoda, mas, pelo menos por enquanto, vai ficar assim", declarou.

Sobre sua relação com Junno, Xuxa explicou se ambos eram casados: "A gente é tudo. Somos amantes, casados, somos um casal. Ele mora em São Paulo e vem toda semana. Funciona. Fazemos muito Facetime e Skype. Nunca tive uma relação tão completa. Meu primeiro relacionamento foi com Pelé e durou seis anos. Depois, teve o Beco (o piloto Ayrton Senna), com quem fiquei dois anos. Com Luciano (Szafir, pai de Sasha) eu nunca consegui morar, a gente ia e voltava, faltava sintonia. Com o Junno é diferente. Fazemos planos para o futuro, queremos ficar velhinhos juntos".

Realizada profissionalmente e ainda sem planos para desacelerar, Xuxa ainda revelou o que mais almeja na vida, no momento: "Falta só a cerejinha do bolo: ser avó. Mas também quero ver minha filha se formando, encontrando alguém que ela ame muito e achando seu caminho profissional. Ela me pergunta quando eu quero ser avó. Digo: relaxa, comigo só aconteceu aos 35 anos. Claro que estou sonhando com isso, mas as coisas têm um curso natural. Se ela só tiver filho quando eu estiver com 80 anos, eu vou brincar, vou ajudar, mimar e atrapalhar do mesmo jeito", concluiu.

Cientistas anunciaram nesta quarta-feira a conclusão de uma missão de 20 anos para mapear a complexa enzima que se acredita previne o envelhecimento ao reparar as pontas dos cromossomos em plantas e animais, incluindo humanos.

Decodificar a arquitetura da enzima, chamada telomerase, poderia levar a remédios capazes de retardar ou bloquear o processo de envelhecimento, assim como a novos tratamentos para o câncer, relataram na revista científica Nature.

"Nossas descobertas fornecem um quadro estrutural para a compreensão das mutações" relacionadas à telomerase e representam "um passo importante para a terapêutica clínica" ligada a esta enzima, disse a pesquisadora principal, Kathleen Collins, bióloga molecular da Universidade da Califórnia em Berkley, em um comunicado.

Parte proteína e parte RNA - material genético que transmite instruções para a construção de proteínas - a telomerase atua em bainhas microscópicas, conhecidas como telômeros, que cobrem as pontas dos cromossomos encontrados dentro de todas as células.

Nos humanos, cada célula contém 23 pares de cromossomos, incluindo um par de cromossomos sexuais - o "X" e "Y" - que difere entre machos e fêmeas.

A bióloga australiana-americana Elizabeth Blackburn, que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 2009 por descobrir telômeros e sua função protetora na década de 1970, comparou-os às minúsculas capas de plástico nas pontas dos cadarços que evitam seu desgaste.

Eventualmente, no entanto, pontas de cadarço e telômeros quebram: toda vez que uma célula se divide, os telômeros se desgastam um pouco mais, até a célula parar de se dividir e morrer. Isso, concordam os biólogos, é provavelmente central para o processo natural de envelhecimento.

Mas há uma reviravolta.

Em 1985, Blackburn descobriu a telomerase e sua notável capacidade de estender o tempo de vida de uma célula, essencialmente ao reconstruir os telômeros com pedaços extras de DNA.

A telomerase, em outras palavras, revelou-se um agente-chave na longevidade.

Ela também pode estar ligada a doenças.

"As mutações genéticas herdadas que comprometem a função da telomerase causam desordens", disse Michael Stone, professor do Centro de Biologia Molecular ou RNA da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz.

Uma deficiência na enzima pode acelerar a morte celular. No outro extremo, a telomerase em excesso "apoia o crescimento celular desenfreado na maioria dos cânceres humanos", escreveu em um comentário, também na Nature.

Mas os primeiros esforços para desenvolver drogas que pudessem controlar a expressão da enzima - essencialmente ligando-a ou desligando-a - "foram dificultados por uma compreensão incompleta da estrutura e organização do complexo da telomerase", acrescentou Stone.

Para decifrar o código da telomerase, Collins e sua equipe usaram um microscópio crioeletrônico de última geração (Cryo-EM) para ver a enzima em ação com resoluções sem precedentes.

O Cryo-EM pode decifrar as estruturas moleculares de compostos que não podem ser cristalizados e fotografados com raios X. Seus desenvolvedores ganharam o Prêmio Nobel de Química em 2017.

"Quando pude ver todas as subunidades - nós tínhamos 11 proteínas no total - foi um momento 'Uau! É assim que todas se encaixam'", disse o autor principal do estudo, Thi Hoang Duong Nguyen, pós-doutorando no Instituto Miller de Pesquisa Básica em Ciências da UC Berkeley.

Um estudo de 2010 mostrou que o envelhecimento pode ser revertido em ratos que foram tratados com telomerase.

E em 2011, os cientistas descobriram uma maneira de transformar células desgastadas pela idade de pessoas com mais de 90 anos em células-tronco rejuvenescidas, indistinguíveis das encontradas em embriões.

Em experimentos de laboratório, vários marcadores críticos do envelhecimento em células foram "redefinidos", incluindo o tamanho dos telômeros.

A prática de ioga pode ajudar a prevenir problemas comuns do envelhecimento, como falhas na memória e dificuldade de atenção. É o que indica um estudo feito por pesquisadores do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein em parceria com a Universidade Federal do ABC e com a Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos.

A pesquisa avaliou o cérebro de 42 idosas com condições de saúde, idade e escolaridade semelhantes. Metade das voluntárias fazia ioga há pelo menos oito anos. A outra metade não era adepta da prática.

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Ao analisar as ressonâncias magnéticas de todas as participantes, os pesquisadores descobriram que as que faziam ioga tinham áreas do cérebro associadas à atenção e à memória mais espessas do que as que não praticavam. A espessura dessas regiões do córtex pré-frontal indicam melhor atividade dessas funções.

"Com o envelhecimento, essas áreas ficam menos espessas e sofrem algum comprometimento. Como a ioga é uma atividade que está o tempo todo cobrando atenção e memória de trabalho (instantânea), pode ser que ela ajude na manutenção dessas funções e na prevenção de perdas cognitivas", explica Rui Afonso, doutorando de neurociência do Hospital Albert Einstein e um dos autores do estudo. A pesquisa foi publicada em junho no periódico Frontiers in Aging Neuroscience.

Ele diz que mais estudos são necessários para determinar o papel da ioga na prevenção do declínio cognitivo. "Estamos planejando agora um estudo para acompanhar os participantes antes mesmo de eles iniciarem a prática da ioga."

Benefícios

Praticante de ioga há dois anos e meio, a aposentada Liria Yoneshige, de 65 anos, diz que a atividade a ajudou a melhorar sua atenção e concentração nas tarefas diárias.

"Comecei a fazer ioga, na verdade, porque sou muito ansiosa e preocupada e precisava de algo que me fizesse desestressar. Com o relaxamento que a ioga me traz, consigo ficar mais focada e atenta nas atividades que preciso fazer", conta ela.

A aposentada conta que, além de melhorar a atenção, o exercícios trouxe ainda benefícios físicos. "No início eu era muito dura e travada. Não conseguia fazer nenhum movimento que a professora passava. Hoje ainda tenho algumas dificuldades, mas estou bem melhor", diz Liria, que pratica ioga duas vezes por semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não é difícil observar que as pessoas, à medida que se tornam mais velhas, dormem menos e acordam cada vez mais durante a noite. Para entender as causas desse fenômeno, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos analisou uma série de estudos científicos e concluiu que, ao envelhecer, se perde gradualmente a capacidade de ter um sono profundo e restaurador - o que provoca consequências físicas e mentais negativas, acelerando o próprio envelhecimento.

Ter dificuldade para pegar no sono e acordar diversas vezes à noite fazem parte da rotina da aposentada Edith Avellar, de 82 anos. "Já vou dormir tarde, mas, mesmo assim, fico virando na cama e demoro para dormir. Quando durmo, o sono acaba ficando picado. Qualquer barulho já me acorda. Quando era mais jovem, parece que era mais fácil ter um sono mais profundo", comenta ela.

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A idosa diz que, com a má qualidade do sono, acaba ficando indisposta no dia seguinte. "Não consigo fazer o serviço de casa, fico sonolenta, cansada, às vezes durmo no sofá à tarde. E isso acaba desregulando ainda mais os horários porque, se eu durmo à tarde, aí é que não tenho mesmo sono à noite", diz.

O sono muda com o envelhecimento, mas o que os cientistas descobriram é que essas mudanças podem também ser ponto de partida para explicar o próprio envelhecimento, segundo Matthew Walker, um dos autores do estudo, publicado ontem na revista científica Neuron.

Diretor do Laboratório de Sono e Neuroimagem da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, Walker afirma que um dos principais problemas ligados ao envelhecimento e agravados pela perda do sono é a demência. "Cada uma das principais doenças que estão nos matando nos países desenvolvidos - como diabete, obesidade, Alzheimer e câncer -, tem uma forte relação causal com a falta de sono. À medida que ficamos mais velhos, a probabilidade de todas essas doenças aumentam consideravelmente, especialmente a demência", afirma.

Segundo Walker, a perda do sono entre as pessoas mais velhas não é causada por uma agenda cheia nem por necessidade menor de sono. O que ocorre é que, conforme o cérebro envelhece, os neurônios e os circuitos nas áreas que regulam o sono se degradam lentamente, resultando em um tempo cada vez menor nos estágios do chamado sono não-REM.

Segundo os cientistas, o sono REM (movimento ocular rápido, na sigla em inglês), que ocorre com mais frequência na segunda metade da noite de sono, é caracterizado por uma atividade cerebral rápida - quando ocorrem os sonhos - e um relaxamento total do corpo. Enquanto isso, os estágios de sono não-REM são caracterizados por uma atividade cerebral lenta, que garantem um sono restaurador. Com menos horas nesses estágios de sono profundo, os idosos sofrem sequelas.

Segundo outro dos autores, Bryce Mander, também da Universidade da Califórnia em Berkeley, o envelhecimento leva a um declínio de quase todas as medidas usadas para avaliar o sono. "Quanto mais se envelhece, a duração do seu sono é reduzida, fica mais fragmentado e o tempo gasto em cada um dos estágios é reduzido. O principal é que o tempo gasto nos estágios mais profundos - em especial no sono profundo não-REM - é reduzido dramaticamente. Mesmo a passagem de um estágio a outro se torna menos previsível e mais desorganizada", explica.

Estudos no Brasil

Estudo de cientistas do Instituto do Sono, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), publicado em 2014 na revista Sleep Medicine, chegou a conclusões semelhantes. Um dos autores, o geriatra Ronaldo Piovezan, professor de Biologia e Medicina do Sono na Unifesp, a pesquisa foi feita com mais de mil pessoas na cidade de São Paulo.

De acordo com Piovezan, o estágio mais profundo do sono não-REM é fundamental para a recuperação corporal. "Nessa fase do sono há liberação de alguns hormônios, como o do crescimento - que acreditamos ser muito importante para a regulação do funcionamento muscular. A perda do sono pode então estar ligada à perda de massa muscular na velhice, o que pode levar à dificuldade de locomoção e aumentar o risco de quedas", afirma.

A fragmentação, com o idoso acordando muito mais durante a noite, reduz a qualidade do sono. "Isso diminui a concentração e a atenção, prejudica a memória e aumenta o risco de demência", afirma o pesquisador da Unifesp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As dificuldades familiares e o estresse vividos na infância poderiam acelerar o envelhecimento na idade adulta, segundo um estudo que sugere o impacto biológico duradouro dos traumas sofridos durante os primeiros anos de vida.

Os pesquisadores mediram o comprimento dos telômeros, estruturas do DNA protetoras dos cromossomos, cujo encurtamento ao envelhecer está vinculado à maturidade celular e às doenças.

Para este estudo, publicado na segunda-feira (3) nos Anais da Academia Americana de Ciências (PNAS, em sua sigla em inglês), os autores compararam o comprimento dos telômeros das glândulas salivares de 4.598 homens e mulheres de mais de 50 anos nos Estados Unidos, que responderam entre 1992 e 2008 a perguntas sobre as experiências traumáticas vividas ao longo de suas vidas.

Para o período prévio aos 18 anos, como situações estressantes foram consideradas as dificuldades financeiras no lar, o fato de a família ter sido despejada, o pai perder seu emprego ou um dos progenitores ser alcoólico ou dependente químico.

Os participantes também informaram no questionário se apanharam, se foram agredidos sexualmente ou se tiveram problemas com a Polícia durante a adolescência.

A equipe da pesquisa, liderada por Eli Puterman, da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver (Canadá), constatou que a redução dos telômeros depois dos 50 anos aumentava 11% por cada experiência traumática vivida na infância.

Segundo os investigadores, este estudo reafirma os resultados de análises anteriores que sugeriam que uma infância difícil poderia ter um impacto no envelhecimento celular na idade adulta. Segundo estes, também é possível que as situações estressantes na infância tenham mais efeitos negativos na saúde que os fatores de estresse vividos na idade adulta.

O estudo cita como fatores traumáticos da idade adulta o fato de ser beneficiário de um seguro médico para os menos favorecidos, receber tickets de alimentação, ter estado desempregado ou estar buscando emprego.

Também estão incluídos a perda ou doença grave de um filho ou cônjuge, ter sido vítima de uma catástrofe natural ou de ferimentos de guerra. Mais de três quartos dos 4.598 participantes no estudo contaram sobre ao menos uma experiência traumática em sua vida, e mais da metade deles, de duas ou mais.

Um menino bengalês de 4 anos com aspecto de idoso devido a uma doença incomum foi hospitalizado em Daca para se submeter a exames, anunciaram os médicos e sua família. Os médicos do hospital universitário de Daca aceitaram tentar diagnosticar a doença e tratar gratuitamente Bayezid Shikdar, cujos pais são agricultores.

O menino nasceu com um excesso de pele, que pende de seus membros e de seu rosto, o que lhe confere uma imagem de idoso. Também sofre de problemas cardíacos, de audição e de vista.

A família consultou muitos médicos, mas nenhum conseguiu saber de que doença se trata, explicou nesta semana o pai, Lablu Shikdar, no hospital de Daca. "Vendemos nosso terreno para que (o menino) seja tratado nos hospitais locais. Nós o levamos a curandeiros, tentamos tratamentos com plantas naturais, mas nada mudou. Este hospital é nossa última esperança", explicou à AFP. "Esperamos que possa se parecer com todas as outras crianças", contou esperançoso.

Vários médicos consultados citaram a progéria, uma doença genética que apresenta um envelhecimento brusco, pouco tempo depois do nascimento. Esta doença inspirou o filme "O curioso caso de Benjamin Button", no qual Brad Pitt interpretava um homem que nascia velho e rejuvenescia com o tempo.

Os médicos do hospital de Daca se mostraram, no entanto, prudentes e consideraram que novos exames eram necessários.

Em caso de progéria, "o processo de envelhecimento se acelera com o tempo", explicou Abul Kalam, chefe da unidade de cirurgia reparadora. "Mas segundo os pais de Bayezid, o envelhecimento do menino parou recentemente, mostrando sinais de melhora", acrescentou.

Segundo a equipe médica do hospital, a doença também pode estar relacionada à consanguinidade. Nas zonas rurais de Bangladesh são frequentes os casamentos entre membros de uma mesma família.

Para sua mãe, Jatin, Bayezid é um menino como os demais. "Joga futebol e pique-esconde com seus primos. É um menino com muito talento. Às vezes pega livros e quer ir à escola, embora seja muito jovem", declarou à AFP.

Neste mesmo hospital foi tratado recentemente um bengalês de 26 anos apelidado de "homem-árvore" por suas impressionantes verrugas nas mãos e nos pés.

A infecção por HIV causa um envelhecimento prematuro equivalente a cinco anos em portadores do vírus, segundo um novo estudo americano publicado na quinta-feira (21) na revista científica Cell. Embora atualmente os pacientes com HIV vivam saudáveis por décadas, graças à combinação de terapias com antirretrovirais, cientistas já haviam observado, em outras pesquisas, que eles mostram sinais de envelhecimento prematuro.

Usando técnicas epigenéticas para calcular o envelhecimento biológico de 137 pacientes, pesquisadores da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, calcularam pela primeira vez que o envelhecimento precoce equivale, em média, a cinco anos.

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"As questões médicas ligadas ao tratamento de pessoas com HIV mudaram. Não estamos mais tão preocupados com as infecções causadas pelo sistema imunológico comprometido", afirmou um dos autores do estudo, Howard Fox, do Departamento de Farmacologia e Neurociência Experimental da Universidade de Nebraska, destacando que a preocupação agora está relacionada às doenças relacionadas ao envelhecimento.

A ferramenta utilizada para realizar o novo estudo tem foco nas mudanças epigenéticas das células dos pacientes. A informação epigenética está contida em parcelas do genoma que não fazem parte da sequência do DNA, mas que têm um papel importante na regulação dos genes e podem ser herdadas.

Quando ocorrem as mudanças epigenéticas nas células, elas são transmitidas para as gerações seguintes de células, influenciando a maneira como os genes são expressos. Os cientistas usaram como biomarcador uma mudança epigenética específica, a metilação, que pode ter influência na maneira como os genes são traduzidos em proteínas.

"Havíamos verificado em estudos anteriores que, à medida que envelhecemos, o processo de metilação é modificado em todo o genoma. Alguns chamam isso de entropia, ou deriva genética. Ainda não sabemos exatamente quais mecanismos dessas mudanças epigenéticas levam aos sintomas de envelhecimento, mas é uma tendência que podemos medir nas células das pessoas", disse Fox.

Grupo controle

Os 137 pacientes incluídos na análise participaram de um estudo de longo prazo que monitora indivíduos infectados com HIV em tratamento com combinações de terapias antirretrovirais. Os indivíduos escolhidos não tinham outras doenças que pudessem distorcer a análise. Também foram analisados 44 indivíduos HIV negativos, como controle.

Além de descobrir que a infecção por HIV aumenta a idade biológica do paciente em 4,9 anos, os cientistas também afirmam que essa alteração está associada a um aumento de risco de mortalidade de 19%.

"Um outro aspecto surpreendente é que não há diferença entre os padrões de metilação nos pacientes infectados recentemente (há menos de cinco anos) e os que têm infecção crônica (há mais de 12 anos)", afirmou Fox.

Os autores do estudo dizem que é possível desenvolver drogas para amenizar as mudanças epigenéticas observadas no estudo. Mas as implicações imediatas são bem mais simples: eles afirmam que as pessoas com HIV devem saber que têm riscos aumentados de doenças ligadas ao envelhecimento - e devem trabalhar para reduzi-los, fazendo escolhas saudáveis em seu estilo de vida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não ter saúde, apresentar limitações físicas e problemas de memória, solidão e preocupações financeiras estão entre os principais receios do brasileiro em relação à velhice, segundo pesquisa feita pelo Instituto Qualibest e encomendada pelo laboratório Pfizer, que constatou que 90% da população tem medo de envelhecer.

As complicações de saúde aparecem no topo das respostas dos 989 entrevistados do País: foram 77%, seguidos de 72% que afirmaram temer as limitações físicas. Os porcentuais mais altos aparecem nos grupos mais jovens entre 18 e 35 anos. Apesar disso, o levantamento mostrou que os cuidados com a saúde passam a ser adotados de forma mais intensa após a faixa dos 51 anos: 58% têm uma alimentação saudável e 41% praticam atividades físicas. Entre as pessoas de 18 a 25 anos, são 39% e 31%, respectivamente. Para 77% dos entrevistados, é nessa faixa etária que as pessoas devem começar a se preocupar com a alimentação.

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"Nunca é tarde para começar, mas se a pessoa inserir hábitos saudáveis desde jovem, ganha lá na frente. Talvez os jovens não tenham se conscientizado dessa importância", afirma a gerontologista e coordenadora executiva do Centro Internacional de Informação para o Envelhecimento Saudável (Cies), Andrea Prates.

Há cerca de 15 anos, o professor aposentado Nilson Octaviani, de 68 anos, é praticante de escalada e começou a ter hábitos mais saudáveis. "Quando era jovem, praticava esportes, mas deixei de lado por causa da minha atividade profissional. Estava caminhando para a obesidade, com risco de diabete e colesterol alto quando médicos me recomendaram uma vida mais saudável."

Octaviani diz que isso mudou sua vida. "Estou bem melhor do que antes apesar da idade, que é implacável. Sei que vou ser derrotado pelo tempo, mas vou vender caro a minha derrota."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A atividade física regular pode triplicar as chances de se envelhecer bem e em forma, de acordo com estudo divulgado nesta terça-feira (26). Depois de oito anos acompanhando um universo de 3.500 pessoas de 64 anos, em média, cientistas britânicos mostraram que aqueles que tiveram uma atividade física regular moderada, ou vigorosa, têm sete vezes mais chances, do que as pessoas sedentárias, de envelhecer em forma.

Essas possibilidades continuam a se triplicar entre os 10% de ex-sedentários que retomaram os exercícios entre 2002 e 2010, de acordo com o estudo publicado no "British Journal of Sports Medicine", editado pelo mesmo grupo do "British Medical Journal" (BMJ).

Ao término do intervalo estudado, uma em cada cinco pessoas era considerada "bem de saúde, enquanto quatro em cada dez desenvolveram uma patologia crônica, uma em cada cinco sofria de depressão, ou déficit cognitivo e um terço de uma incapacidade pelo menos parcial".

Os cientistas dirigidos pelo doutor Mark Hamer, epidemiologista da University College de Londres, levaram em conta outros fatores principais suscetíveis de influenciar o envelhecimento, como o cigarro, o álcool, o estado civil, ou os recursos financeiros.

Embora não haja consenso sobre o tema, avaliou-se que o "envelhecimento em forma" pode ser definido como a ausência de doença crônica, de déficit cognitivo "importante", ou de "limitação importante" das capacidades físicas, assim como gozar de boa saúde mental.

"Esse estudo", concluem, "apoia as políticas de saúde pública tendentes a estimular os idosos a realizar uma atividade física, mesmo em uma idade avançada".

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vai promover uma palestra com o tema Envelhecimento Saudável e Espiritualidade no dia 4 de dezembro. Os interessados em participar podem se dirigir ao auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS), na UFPE, a partir das 8h30.

O médico Daniel Kitner discutirá sobre o envelhecimento de forma saudável e Adail Arruda, sobre espiritualidade na terceira idade. O evento é promovido pelo Programa do Idoso (Proidoso) da Pró-Reitoria de Extensão (Proext) da instituição, com o apoio do laboratório La Roche Posay.

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