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Através de suas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se solidarizou com a cantora Luciane Dom, vítima de racismo no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14). Por meio do X (antigo Twitter), a ministra afirmou que a sua pasta “está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”. 

“Lamento o ocorrido com a Luciane Dom no aeroporto Santos Dumont, no RJ. Infelizmente, casos como esses não são pontuais. Nosso corpo e nosso cabelo precisam ser respeitados. A equipe do Ministério da Igualdade Racial já está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”, escreveu.

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A ministra ainda resgatou uma publicação da sua irmã Marielle Franco, assassinada em 2018, na qual ela denunciou uma situação semelhante a de Luciane. Em fevereiro de 2017, Marielle revelou aos seus seguidores que teve seu cabelo revistado no Aeroporto de Brasília. 

Constrangimento no Santos Dumont 

Luciane Dom relatou, através das suas redes sociais, que teve o cabelo revistado por uma funcionária do aeroporto, após ter passado pelo scanner corporal. “A mulher me diz: 'tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou”. 

"Tô assim... obviamente frustrada, obviamente decepcionada. Por mais que seja algo que eu já espere, porque a gente vive numa estrutura racista, é muito ruim quando acontece, porque fere algo muito profundo da nossa dignidade", declarou nos stories do Instagram.

Em nota, a Infraero declarou que a artista foi "selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual.", mas negou que Luciane teve o cabelo revistado.

"Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos", diz trecho do comunicado.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu a igualdade de direitos e oportunidades para o povo negro, bem como seu acesso à educação, saúde, emprego e salário justo. Anielle falou, na noite deste domingo (19), em cadeia nacional de rádio e televisão em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado na próxima segunda-feira (20).

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Em seu pronunciamento, ela lembrou da diversidade cultural do país e da contribuição histórica dos negros para essa diversidade. Mas, reforçou, “essas diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades e direitos”. Ela afirmou que dados comprovam que os negros são mais atingidos pela fome, pela insegurança alimentar e pela violência “como resultante do racismo que persiste em nossa sociedade”.

“Temos o mesmo direito de viver com dignidade, de ter acesso à educação da creche. Saúde, emprego, salário justo, segurança, moradia digna e alimentação de qualidade. Temos todas e todos o direito de sonhar, de realizar nossos sonhos”, acrescentou.

Anielle lembrou da luta do povo brasileiro e dos movimentos sociais na conquista dos direitos sociais. Em seguida, lembrou das ações do governo Lula, neste e nos seus mandatos anteriores, no sentido de reduzir a desigualdade. A ministra lembrou da criação da política de cotas nas universidades e também nos cargos e funções comissionadas no serviço público. Lembrou ainda da lei que equipara injúria racial ao crime de racismo, entre outras medidas.

“Continuaremos a trabalhar em nosso compromisso por memória e reparação por uma vida digna para o povo brasileiro e pelo desenvolvimento do nosso país. Seguimos juntas e juntos, construindo um Brasil pela igualdade racial. Um Brasil mais justo e mais feliz”.

A data de 20 de novembro faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, pelas mãos de tropas portuguesas. Zumbi dos Palmares comandou a resistência de milhares de negros contra a escravidão, no Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fará neste domingo, às 20h30, um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão. A transmissão será feita na véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.

Segundo informou o ministério, em seu discurso, Anielle vai prestar contas dos primeiros onze meses de gestão à frente da Pasta e falar dos avanços conquistados até então, além de destacar as políticas em andamento e o que ainda será feito.

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Amanhã, durante solenidade no Palácio do Planalto pelo Dia da Consciência Negra, a ministra e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinarão decretos e outros atos de promoção da igualdade racial.

(Equipe AE)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse, nesta quarta-feira (1º), que é preciso fazer com que os brasileiros passem a ter consciência racial. Em entrevista a emissoras de rádio, durante o programa Bom dia, Ministra, do Canal Gov, ela lembrou que apesar de ter 56% da população negra, o país continua registrando dados alarmantes de racismo.

“Costumo dizer que este é um mês em que se fala muito, assim como os meses de março (Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial) e julho (Julho das Mulheres Negras). A gente precisa entender esse ministério, o retorno do presidente Lula e o retorno da pauta da consciência racial como ferramenta para que as pessoas negras possam viver as realidades que, infelizmente, ainda as cercam.” 

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Segundo Anielle, o governo federal pretende entregar no próximo dia 20 - Dia da Consciência Negra - um segundo pacote de medidas voltadas para a população negra, incluindo a publicação de editais e a estruturação de programas.

Cotas  

Uma das políticas de destaque citadas pela ministra é a chamada Lei de Cotas nas universidades brasileiras, que recentemente passou por uma revisão. Segundo ela, antes da lei, entre 3% e 5% dos estudantes de ensino superior eram negros. O percentual, agora chega a 50%. “Sou fruto de cotas. Entrei na UERJ [Universidade do Estado do Rio de Janeiro] em terceiro lugar para fazer minha graduação como cotista”. 

Crimes 

Durante o programa, Anielle defendeu mais punição para crimes de racismo e voltou a destacar a importância de educar a população para conscientizar as pessoas sobre o preconceito racial. “É inadmissível que a gente tenha, em 2023, pessoas que cometem atos racistas, que achem que estão corretas e que ainda culpam o governo”. 

 

Considerado o mês da Consciência Negra, novembro será marcado na Assembleia Legislativa de Pernambuco em um grande ciclo de palestras sobre o racismo na 1ª Jornada Alepe Antirracista 2023, que acontecerá de 6 a 10 do próximo mês.

Além de conferências em torno do tema, haverá a exposição “Cirandar é resistir”, em homenagem à dançarina e cantora Lia de Itamaracá, performances de artistas, escritores, cantores, grupos de maracatu e afoxés, com participação de várias personalidades representativas dos movimentos negros. Para encerrar as atividades, haverá Conferência Magna com ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

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Buscando promover debates que contribuam para avançar na valorização da luta do povo negro, a Alepe lançará durante a jornada, o “Selo Alepe Antirracista”, rótulo de identidade para várias ações contra o racismo que a Casa pretende promover, permanentemente, dentro e fora da instituição.

Para o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, é importante garantir políticas capazes de promover transformações em comportamentos e crenças que alimentam ódio e preconceito. O parlamentar defende que a Jornada Antirracista se incorpore ao calendário de ações do Legislativo.

“A pauta da luta antirracista precisa estar no cotidiano da Assembleia e a realização da primeira Jornada Alepe Antirracista é uma iniciativa muito bem-vinda e necessária para a promoção do debate e a difusão da cultura de combate às práticas racistas tão presentes na estrutura da sociedade”, observou o presidente da Alepe.

Inscrições gratuitas

As inscrições para a 1ª Jornada Alepe Antirracista são gratuitas e poderão ser feitas a partir desta quinta-feira (26) pelo Sympla. A programação completa do evento está disponível na página e no site da Alepe (www.alepe.pe.gov.br).

Para o primeiro secretário da Alepe, deputado Gustavo Gouveia, a jornada é mais uma oportunidade de reflexão sobre esse crime intolerável. “Historicamente, o racismo tem matado e vulnerabilizado mais da metade da nossa população. Precisamos ter respeito a todas as formas de diversidade, sobretudo porque vivemos em um país tão plural. As diferenças são nossa maior riqueza, e o compromisso da Alepe é garantir que todas sejam respeitadas”, ressalta.

Novembro é considerado o “Mês da Consciência Negra” como forma de provocar reflexões sobre o racismo e suas consequências. A lei federal 12.519 de 10 de novembro de 2011, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, instituiu o 20 de novembro como o Dia Nacional Consciência Negra em homenagem ao líder do maior quilombo do período colonial, Zumbi dos Palmares, que faleceu nesta data.

Alepe pioneira

Parceiro da Alepe na coordenação da Jornada Antirracista, o professor e pesquisador da cultura afro, Lepê Correia, entende que a iniciativa é “uma convocação aos amantes das lutas libertárias pernambucanas e valorização dos que morreram por serem contrários à opressão”.

“Ao se apresentar como uma Casa de propostas e discussões antirracistas, a Alepe empreende um sair do campo das conversas para o campo das ações e parte na frente das várias casas legislativas, unindo forças na construção de políticas de combate ao racismo Brasil afora”.

*Da assessoria de imprensa

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, elaborou um dossiê sobre os ataques e xingamentos, ameaças e racismo que sofreu nas redes sociais desde o início da semana. O material foi encaminhado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta quinta-feira (28) para a apuração da prática de crimes, em razão das graves ameaças à sua integridade física e aos ataques de ódio recebidos.

Os crimes ocorreram por meio das redes sociais Instagram e X (antes conhecido como twitter) e através do e-mail institucional. Os textos dos ataques foram reunidos com os perfis, dias e horas dos envios/postagens, para que municiem a investigação e posterior responsabilização dos autores.

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Os ataques começaram no último domingo (24), com a repercussão da agenda de enfrentamento ao racismo nos esportes. A ministra compareceu à final da Copa do Brasil, em São Paulo, para a assinatura de um acordo entre o Ministério da Igualdade Racial, o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Anielle foi criticada por usar um voo da Força Aérea Brasileira para comparecer ao evento, uma agenda de trabalho.

Segundo o Ministério, a final da Copa do Brasil foi escolhida para a realização da ação de divulgação pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato. Segundo a pasta, a utilização do voo da FAB para uma missão institucional é praxe em deslocamentos para ações ministeriais e de governo.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) pediu nesta quarta-feira, 27, a convocação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara. Kataguiri quer que Anielle explique os gastos dela e de sua equipe com viagens - até o momento, a pasta empenhou (ou seja, reservou para gastar) ao menos R$ 6,1 milhões para esta finalidade. O valor representa quase metade do total empenhado pela pasta até o momento, de R$ 12,5 milhões.

No requerimento, Kim Kataguiri também questiona o fato de a ministra e sua equipe terem usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) neste domingo, 24, para ir de Brasília a São Paulo. A ministra, que é flamenguista, assistiu à final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no estádio do Morumbi e assinou um protocolo de intenções de combate ao racismo. Ela estava acompanhada de Silvio Almeida (Direitos Humanos) e André Fufuca (Esportes). Este último também tomou o voo da FAB.

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Como mostrou o Estadão, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) dispõe de um orçamento de R$ 109,9 milhões para 2023, mas só empenhou até o momento cerca de R$ 20,8 milhões. Destes, cerca de R$ 8 milhões são de emendas parlamentares. O restante, R$ 12,5 milhões, é de recursos próprios do ministério - que foram usados quase que totalmente para custear o funcionamento diário da pasta, sem investimentos em políticas públicas.

Já o MIR afirma ter pouco mais de R$ 30 milhões "programados" para gastar com políticas públicas de combate ao racismo. Os gastos com viagens acabam aparecendo mais por serem feitos de forma quase instantânea, diz a pasta.

Até o momento, o Ministério da Igualdade Racial está entre os que menos usou o orçamento disponível: só 18,5% da dotação orçamentária já foi empenhada (reservada para pagamentos). A título de comparação, o Ministério dos Povos Indígenas já empenhou cerca de 85% do recurso disponível para 2023.

"É absurdo que uma ministra utilize quase metade da verba discricionária do seu ministério para passear. Para fazer turismo com dinheiro público. Num momento em que o Rio Grande do Sul vive tragédias, num momento em que você tem dezenas de milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, é um absurdo que a ministra, além de ter uma assessora racista e bancar viagens internacionais de luxo para essa assessora (...), que ela abuse das suas prerrogativas de ministra", diz Kataguiri.

"É por isso que a gente vai convocar para que ela possa prestar contas pessoalmente na Comissão de Fiscalização (da Câmara) e também vamos apresentar um requerimento de auditoria para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça um escrutínio destes gastos. Porque eu não tenho a menor dúvida de que (as despesas) violam princípios básicos da administração pública, principalmente da eficiência e da moralidade", afirma.

Os gastos com viagens também são mencionados no pedido de auditoria feito pelo gabinete do deputado ao TCU. "Por meio de suas atribuições constitucionais de fiscalização e controle das contas públicas, o TCU poderá identificar eventuais irregularidades, recomendar medidas corretivas e contribuir para aprimorar a gestão dos recursos públicos", diz um trecho do ofício.

O que diz o Ministério da Igualdade Racial

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Igualdade Racial disse que "há um descompasso" entre os gastos planejados em políticas públicas e aqueles com viagens. A pasta diz ter R$ 35 milhões "programados" para suas ações, a serem executados em breve.

"Em todas as pastas do governo federal há um descompasso entre os dados orçamentários, pois existe um caminho até que ela seja empenhada e executada. As diárias e passagens tendem a ser as visíveis pois têm execução direta, sendo fundamentais para o desenho e implantação dos programas", disse o ministério.

"Na presente data, 100% da Ação Orçamentária destinada para a implementação das políticas do MIR estão programadas, representando o valor de R$35.347.175,04", diz a nota. "Na medida em que a formalização dos instrumentos de execução orçamentária avançam, os valores passam a ser empenhados e executados, sendo a partir daí inseridos no Portal da Transparência."

Marcelle Decothé da Silva, assessora especial de assuntos estratégicos do Ministério da Igualdade Racial, foi demitida da pasta nesta terça-feira, 26. No domingo, 24, enquanto acompanhava a ministra Anielle Franco em uma agenda oficial, ela debochou e ofendeu a torcida do São Paulo Futebol Clube.

"Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade... pior de tudo pauliste", escreveu a assessora nas redes sociais, usando adjetivos em linguagem neutra. As declarações repercutiram mal e a ministra telefonou para os presidentes do São Paulo e da torcida Independente para pedir desculpas. A Independente pediu a demissão da assessora.

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Em nota, a pasta disse que "as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do ministério" e que a demissão de Decothé foi para "evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional". Ela ocupava o cargo de chefe da assessoria especial do Ministério. Leia a íntegra da nota no final deste texto.

Um comitê interno foi criado para investigar a conduta de Decothé e das demais assessoras da pasta. "Recém-instalado pelo Ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização - instância interna de debate e sobre situações que envolvam temas de transparência, integridade pública, ética e questões disciplinares de caráter abrangente - vai investigar o caso", diz a nota que anuncia a demissão da assessora.

Além dela, outras funcionárias do Ministério apareceram em publicações debochando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), como mostrou o Estadão. "30 segundos de diálogo com a CBF, já viraram patriotas. Prontas pro cancelamento", escreveu a assessora demitida nas redes.

Ela também apareceu em stories de outra assessora, Luna Costa, abrindo uma camiseta do Flamengo no meio da torcida são-paulina e correndo com uma pasta com o timbre do governo federal. Dentro, estava o documento que a ministra assinou com a CBF.

"Realidade = derrota do Flamengo + saindo andando com o protocolo de intenções do Gov Federal na mão + tentando achar transporte + gás lacrimogêneo + olho e boca ardendo", escreveu Costa na imagem em que Decothé aparece com a pasta de documentos.

Parlamentares de oposição foram ao Ministério Público pedir que a entidade abra uma investigação criminal contra Decothé. Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) acusam a agora ex-assessora de ter cometido o crime de discriminação, que pode ser punido com um a três anos de reclusão.

Entenda o caso

No domingo, 24, Anielle Franco e um grupo de assessoras viajou a São Paulo usando um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para irem ao jogo da final da Copa do Brasil, no estádio do Morumbi, na capital paulista. O uso da aeronave colocou a ministra no centro de críticas por causa do alto custo da viagem, que pode ser até 70 vezes maior do que o de um voo comercial.

No evento, a ministra assinou um protocolo de ações antirracistas com a CBF. O ministro do Direitos Humanos, Silvio Almeida, também participou da cerimônia, mas foi a São Paulo em um voo comercial.

Franco disse que as críticas "configuraram violência política de gênero e raça, na tentativa de impedir o nosso trabalho". A ministra também argumentou que "não são ataques a este ministério ou a mim, mas ao povo brasileiro".

Na segunda-feira, 25, começaram a repercutir as publicações das assessoras da pasta. As primeiras imagens publicadas por elas nas redes sociais debochando da torcida são-paulina e da CBF foram exibidas pelo Estadão. Usuários do X (antigo Twitter) subiram a hashtag (símbolo que reúne publicações sobre o mesmo assunto) #ForaAnielleFranco por causa do episódio. Até o final desta terça, ela reunia 18,2 mil publicações.

Leia a íntegra da nota do Ministério da Igualdade Racial:

O Ministério da Igualdade Racial reafirma seu compromisso inegociável com a promoção de direitos e com a igualdade étnico-racial, a partir de princípios como a transparência e o cuidado.

Com nove meses de atual gestão e um legado de luta de muitas e muitos que constroem as políticas de enfrentamento ao racismo no país, reerguemos a agenda de ações afirmativas e colocamos em prática medidas fundamentais de inclusão e valorização da população negra.

Esta é uma luta que se configura como compromisso de governo e política de Estado, por isso seguiremos realizando as transformações sociais que a sociedade brasileira e os povos negros, quilombolas e ciganos almejam, prezando pela boa conduta dos servidores do nosso quadro.

De acordo com esses princípios, e para evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional, informamos que Marcelle Decothé da Silva foi exonerada do cargo de Chefe da Assessoria Especial deste Ministério na data de hoje.

As manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR.

Recém-instalado pelo Ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização - instância interna de debate e deliberação sobre situações que envolvam temas de transparência, integridade pública, ética e questões disciplinares de caráter abrangente - vai investigar o caso e atuar para prevenir ocorrências que contrariem os princípios norteadores da missão do Ministério.

O Ministério da Igualdade Racial anunciou nesta segunda-feira, 25, que vai abrir investigação para apurar a conduta de assessoras da ministra Anielle Franco a partir de publicações nas redes sociais de fotos dentro de um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) e imagens no estádio durante jogo do Flamengo contra o São Paulo pela Copa do Brasil, no último domingo

Em postagens no Instagram, às quais o Estadão teve acesso, as servidoras debocham da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), provocam a torcida do São Paulo, abrem uma camisa do Flamengo no meio da torcida adversária e ironizam a derrota do time carioca segurando uma pasta com protocolo do governo federal.

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"O Ministério da Igualdade Racial declara que recebeu a informação a respeito da postagem das servidoras em perfil privado de rede social e que, ainda que as postagens tenham sido feitas em momento de descontração, fora dos ritos institucionais e de tom informal, o caso será submetido às instâncias internas de investigação para apuração da conduta das servidoras", informou a pasta em nota enviada ao Estadão.

Nesta segunda-feira, a ministra Anielle Franco, que é flamenguista, foi alvo de críticas por ter utilizado avião da FAB para viajar de Brasília a São Paulo para acompanhar a final da Copa do Brasil. A ida ao estádio ocorreu devido à assinatura de um protocolo do governo federal em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para combater o racismo no esporte. Anielle também participou da entrega das medalhas aos jogadores de São Paulo e Flamengo após o jogo.

O Estadão apurou que funcionários do Ministério da Igualdade Racial já tinham alertado outras vezes o alto escalão da pasta a respeito da necessidade de manter a formalidade em agendas relacionadas ao órgão, por temer inclusive incertas da Controladoria-Geral da União (CGU) .

Em seus stories do Instagram, a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos da pasta, Marcelle Decothé, fez diversas publicações sobre o jogo. Em uma delas, Marcelle aparece ao lado de outra pessoa enquanto faz um gesto obsceno no meio da torcida do São Paulo, com a legenda "Disfarçadas". Depois, em outra publicação segurando a camisa do Flamengo, Marcelle critica a diretoria do clube:

"Independente da diretoria fascista, dos pau no koo que acha que merece vestir a camisa desse clube, pra sempre Flamengo. Não importa onde esteja, sempre estarei contigo!", escreveu.

A mesma foto de Marcelle com a camisa do Flamengo foi publicada pela assessora especial de comunicação estratégica da pasta, Luna Costa. Na publicação, Luna debocha do fato de Marcelle ter exposto a camisa do Flamengo na torcida do clube adversário.

"Marcelle brincando com o perigo abrindo a camisa do Flamengo no meio da torcida do São Paulo", diz a publicação.

Luna também publicou outra imagem na qual Marcelle aparece carregando uma pasta do governo federal na qual estaria o protocolo assinado pela ministra Anielle Franco para combater o racismo no esporte.

"Realidade - derrota do flamengo + saindo andando com o protocolo de intenções do Gov Federal na mão + tentando achar transporte + gás lacrimogêneo + olho e boca ardendo", escreveu na legenda.

Em outras publicações, as assessoras também brincam dentro do avião da Força Aérea Brasileira. Marcelle Decothe ironiza o fato de suas colegas vestirem camisas da seleção brasileira.

"30 segundos de dialogo com a CBF, já viraram patriotas. Prontas pro cancelamento", afirma na publicação na qual aparecem Rithyele Dantas, chefe da assessoria de comunicação de Anielle, e Luna Costa.

Em mais um post de Marcelle, Luna aparece com os braços para cima com a legenda "Depois da quinta final perdida pelo Flamengo, meu time agora é o Brasil".

O Estadão questionou a pasta sobre o comportamento das assessoras, mas não obteve resposta até o momento.

'Violência política de gênero'

Embora tenha viajado para cumprir agenda oficial, a ida da ministra Anielle Franco para a final da Copa do Brasil tem gerado críticas nas redes sociais. O ministro dos Esportes, André Fufuca, também viajou para o jogo em um avião da FAB. Como a Coluna do Estadão revelou, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, compareceu ao mesmo evento, mas foi até São Paulo em um voo comercial.

"É inacreditável que uma ministra seja questionada por ir fazer o seu trabalho de combate ao racismo e cumprir o seu dever. Vemos que as noções estão invertidas quando avançamos em um acordo histórico de enfrentamento ao racismo e somos criticados por isso. O que de fato incomoda?", questionou Anielle em uma publicação no "X", antigo Twitter.

Segundo a ministra, as ações de combate ao racismo no esporte estão sendo desenhadas desde fevereiro e classificou o caso como um episódio de desinformação e violência de gênero:

"Importante reconhecer que práticas de desinformação, manipulação da verdade e a divulgação de noticias falsas configuraram violência política de Gênero e Raça, na tentativa de impedir o nosso trabalho. Não são ataques à este ministério ou a mim, mas ao povo brasileiro", escreveu.

Plano contra racismo no esporte

No Morumbi, Anielle assinou um protocolo em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para colocar em prática ações contra o racismo no futebol. Em agosto, o governo lançou o primeiro relatório feito por um grupo técnico para desenhar o plano de ação do Governo Federal de combate ao racismo nas áreas de esporte e lazer.

O relatório de 22 páginas prevê, entre outras medidas, que seja feita formação com atletas, árbitros e familiares a respeito do tema. Também inclui a realização de seminários e publicações de cartilhas com abordagem sobre o racismo no esporte.

O plano do governo federal prevê ainda a realização de campanhas em eventos esportivos. Na final da Copa do Brasil neste domingo, 24, por exemplo, foram exibidos dizeres como "Com racismo não tem jogo". O governo também promoveu divulgação do Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos.

O projeto é organizado em eixos: Dados e estudos para diagnósticos; Entidades esportivas; Atletas; Torcida; Acesso à Justiça; Lei de Incentivo ao Esporte; Comunicação; Esporte educacional, esporte amador e lazer.

As medidas incluem oferta de tratamento psicológico para atletas, editais para fomentar a produção de mosaicos antirracistas, parceria com torcidas organizadas para ações de combate ao racismo. Outro ponto abordado é a criação de um selo e um prêmio para entidades esportivas com práticas antirracistas.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, viajou de Brasília a São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e acompanhou a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no Morumbi neste domingo (24). Anielle é flamenguista.

De acordo com a ministra, em vídeo divulgado nas redes sociais, ela foi ao estádio para assinar uma ação do governo federal que tem por objetivo combater o racismo no esporte. O uso do avião da FAB gerou críticas nas redes sociais de parlamentares da oposição.

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"Esse é mais um passo no avanço do trabalho da justiça racial em todos os esportes, que estamos construindo desde fevereiro. Com racismo não tem jogo!", disse a ministra em uma rede social.

Também estiveram presentes na ação o ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos e da Cidadania, e André Fufuca, do Esporte, e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Durante o jogo, houve também divulgação do Disque 100 para violações de Direitos Humanos no telão do estádio.

Nas redes sociais, parlamentares de oposição e bolsonaristas acusaram a ministra de ter usado um avião da FAB para ver o último jogo da Copa do Brasil. "É só coincidência ela ter ido justo no dia da final sendo ela flamenguista, gente. Ela não pôde ir em momento algum antes disso. E o brasileiro segue pagando as viagens a lazer de Lula e seus ministros", afirmou o líder da oposição na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ).

Como mostrou o Estadão, ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm usado aeronaves da FAB para passar o final de semana em seus redutos eleitorais. Há casos em que o ministro nem sequer registra agenda de trabalho para justificar viajar de jatinho e não de avião de carreira, o que exigiria embarcar pelo aeroporto como qualquer pessoa, chegar com antecedência, entrar em fila, sentar em poltronas apertadas e enfrentar muitas vezes atrasos das companhias aéreas.

O uso de avião da FAB é regulamentado por um decreto presidencial e prevê uma ordem de prioridade: primeiro, em casos de emergências médicas; segundo, quando há razões de segurança; por fim, viagens a serviço. As regras em vigor não permitem solicitar o jato para passar o final de semana em casa.

O Estadão entrou em contato com a ministra para questionar sobre a situação, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Nesta terça-feira (25), é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data que celebra as lutas por igualdade de gênero e reforça a importância do enfrentamento contra o racismo e o machismo. Sendo assim, figuras femininas da política brasileira estão dedicando o dia para fazer homenagens.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), utilizou suas redes sociais para apresentar ações e propostas do seu mandato que relembram a contribuição de importantes nomes de mulheres negras do país, como a líder quilombola Tereza de Benguela, a escritora Carolina Maria de Jesus e a jornalista Glória Maria. 

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"O nosso lugar, o lugar da mulher negra, que é 26% da população, não pode mais ser um lugar de invisibilização. Lutemos pra que seja um lugar central na formulação de políticas públicas", escreveu.

Sua colega no Congresso Nacional, a deputada federal Carol Dartora (PT-PR), explicou a história de Tereza Benguela aos seus seguidores através de um post no seu perfil oficial no Instagram.

A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) também homenageou a data. Em suas redes sociais, ela destacou o crescimento da participação feminina em espaços de poder, porém ressaltou que "ainda precisamos avançar muito" como país.

"Ao longo dos anos, as mulheres negras foram conquistando seu espaço na sociedade. Atualmente, nossa participação é maior nas universidades, no parlamento, nos espaços de poder. Entretanto, ainda precisamos avançar muito. As mulheres negras são as que mais morrem, são as que recebem as menores remunerações no mercado de trabalho e estão em uma série de situações de vulnerabilidade", pontuou.

A primeira governadora negra do Rio de Janeiro, ex-senadora da República e atual deputada federal, Benedita da Silva (PT-RJ), fez um vídeo no qual explicou o que é celebrado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

"Hoje é um dia que marca muita luta e resistência! O Julho das Pretas também inclui a celebração à Tereza de Benguela, líder quilombola e símbolo da luta contra a escravidão. Viva as mulheres negras latino-americanas e caribenhas, que diante de toda dor e opressão, pariram Nações", afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, usou seu Instagram para publicar uma foto ao lado da primeira vice-presidente negra da Colômbia, Francia Márquez, para homenagear a data. Ambas participam do Encontro Internacional de Mulheres Afrodescendentes, que reúne diversas lideranças políticas das Américas na cidade colombiana de Bogotá.

"Neste 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, estou na Colômbia em uma comitiva do Ministério da Igualdade Racial e de parlamantares negras do Brasil", escreveu Anielle.

Outra ministra a celebrar a data é Luciana Santos (PCdoB-PE) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "É um momento de celebrarmos e reforçarmos a luta pela igualdade de gênero e raça, que é de muitas que vieram antes de nós e segue sendo tarefa permanente e de toda a sociedade", escreveu a ministra em suas redes sociais.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, esteve na última segunda-feira (19) na favela da Maré, no Rio de Janeiro, participando de uma conversa com os moradores sobre direitos humanos. Durante sua visita, ela gravou um vídeo na garupa de uma moto, e publicou em suas redes sociais falando sobre sua história de vida. Ela e a condutora do veículo não usavam capacete. 

Nascida e criada na Maré, a ministra compartilhou o momento de ter chegado aonde chegou tendo vindo da periferia. “Dia histórico pra mim como a única ministra favelada da nova gestão do Governo Lula. E como ministra favelada que sou, aquele corre rapidinho de uma rua pra outra de moto”, comentou na publicação em seu perfil no Instagram. 

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O item é obrigatório, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), e a infração é considerada gravíssima, com multa, além de sete pontos na carteira de habilitação. Internautas criticaram a cena, e alguns chegaram a relembrar do hábito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de participar de motociatas sem o uso do capacete. 

Em resposta às críticas, o Ministério da Igualdade Racial, por meio de nota, esclareceu que o trajeto durou 3 minutos. O órgão explicou que a escolha pela moto se deu por ser “o modo mais útil e rápido de circular diante de uma agenda apertada”. 

“A ministra defende o cumprimento de regras de trânsito, em especial as ligadas à segurança e proteção das pessoas. Ao mesmo tempo, entende a importância de se reconhecer culturalmente o símbolo que este transporte tem na favela, facilitando o direito de ir e vir dos moradores e moradoras”, complementa a nota do Ministério. 

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou publicamente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, por declarações reprovando uma ação policial realizada na quarta-feira (5) dentro de uma escola estadual na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona norte da cidade. Castro disse que a posição de Anielle Franco é "impressionante" e "beira o absurdo".

"Sonho com um dia em que o Estado entre para arrumar a segurança pública e não venha uma ministra de Estado criticar a polícia porque entrou no Ciep (escola estadual) para tirar o bandido que tinha invadido o Ciep", disse Castro.

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Ele falava a uma plateia de empresários na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). A ação policial resultou na prisão de 21 suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas que haviam fugido para dentro da escola durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) no local.

"É a subversão completa do que eu acredito. Aprendemos desde criança que há o super-herói e o vilão. E agora, quando o super-herói prende o vilão, ele é criticado", continuou o governador. A princípio, o governador não mencionou o nome de Anielle, mas, depois, confirmou a jornalistas que rebatia precisamente suas colocações. Neste momento ele disse que a posição é impressionante e beira o absurdo".

Nesta quarta, 5, em publicação em suas redes sociais e durante evento no Palácio do Planalto, a ministra lamentou o ocorrido na comunidade carioca. "É doloroso ver as cenas de uma escola invadida por um Caveirão na Favela da Maré, no Rio de Janeiro. É inaceitável que tantas crianças tenham o ano letivo prejudicado pela violência e que tenham, ainda, suas vidas colocadas em risco em operações policiais", disse Anielle Franco.

Polícia Federal

O governador do Rio aproveitou a ocasião, também para reclamar da falta de diálogo entre a Polícia Federal e o Estado. Segundo Castro, toda vez que há mudanças na superintendência local da Polícia, autoridades do órgão buscam o Estado para abrir diálogo, o que não vem acontecendo sob o governo Lula (PT) e o ministério da Justiça de Flávio Dino (PSB).

Castro disse que deve se encontrar com o ministro Dino no próximo dia 12 e que pretende abordar o tema. O governador também reclamou da falta de foco da Polícia Federal em combater a criminalidade e disse que vai tocar neste assunto no encontro com o ministro.

"É preciso que a PF volte ao foco de combate à criminalidade. Nunca se viu tanto fuzil e droga em comunidades do Rio de Janeiro, e isso entra pelas fronteiras. O governo federal precisa entender isso e assumir a responsabilidade dele", disse Castro.

Nesta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros reunidos no Palácio do Planalto fizeram um minuto de silêncio, em memória da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada há cinco anos.

"Hoje, ao lado da companheira Anielle Franco, reforcei o compromisso já firmado pelo ministro Flávio Dino de somarmos todos os esforços para descobrirmos quem mandou matar Marielle Franco. #JustiçaPorMarielleEAnderson", escreveu o Chefe do Executivo em uma rede social ao divulgar o vídeo da homenagem.

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Anielle Franco, irmã de Marielle, é a atual ministra de Igualdade Racial e estava presente na reunião. Ao fim da homenagem, com a voz embargada, Anielle agradeceu o empenho do governo em tentar solucionar o caso.

"Muito obrigada. Eu acho que, enquanto a gente não conseguir responder quem mandou matar a minha irmã, a gente segue nessa democracia frágil e é muito importante, muito significativo para nós enquanto família, mas também enquanto governo, ter um governo que de fato se preocupa com o caso e tem, cada vez mais, mostrado estar ao lado para colaborar, para a gente descobrir quem mandou matar a minha irmã", disse a ministra.

Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, determinou em fevereiro que fosse aberto inquérito na Polícia Federal para investigar o crime.

O objetivo da reunião nesta terça, foi de organizar as metas e os resultados do governo para os primeiros 100 dias de mandato, a serem completados no próximo dia 10 de abril.

O assassinato da vereadora

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados dentro de um carro no bairro do Estácio de Sá, no Rio de Janeiro com 13 disparos. O caso, que aconteceu há cinco anos, segue sem respostas.

As investigações foram marcadas por trocas de delegados e promotores, porém as investigações não tiveram avanços. E, até hoje, ninguém esclareceu quem mandou matar Marielle e qual a motivação da execução. Uma das principais linhas de investigação é que a motivação seja política.

Apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e o Ministério Público: a que prendeu e levou ao banco de réus o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos, e o ex-policial militar, Élcio de Queiroz, que estaria dirigindo o Cobalt prata que perseguiu as vítimas. Ambos negam participação no crime.





 

Ao lado de ativistas, artistas e esportistas que contribuíram para a representatividade feminina em todo o mundo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi eleita pela revista Time como uma das 12 mulheres do ano de 2023. Sem pretensões políticas, ela começou a atuar na luta por direitos após o assassinato da irmã, a vereadora Marielle Franco, em 2018.

A postura de liderança de Anielle, ao mesmo tempo em que é reservada, foi mencionada em um perfil na publicação. Em uma história que inicia no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro e passa por 12 anos nos Estados Unidos por conta do vôlei, a ministra de 38 anos se agarrou no esporte para conseguir estudar inglês e jornalismo em duas universidades fora do país.

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Contudo, os planos mudaram com a trágica morte da irmã que lhe fez fundar o Instituto Marielle Franco e, desde então, ela vem cobrando igualdade social, racial e de gênero. 

"Eu espero que a população negra ocupe o papel de protagonista na nossa sociedade, e não apenas a capa de jornais como vítimas de um genocídio”, afirmou à Time. 

As outras mulheres do ano escolhidas para a lista da Time foram: 

  a atriz australiana Cate Blanchett; 

a atriz e cantora norte-americana Angela Bassett; 

a ambientalista paquistanesa Ayisha Siddiqa; 

a executiva japonesa Makiko Ono; 

a jornalista iraniana Masih Alinejad; 

a jogadora de futebol norte-americana Megan Rapinoe; 

a ativista ucraniana Olena Shevchenko; 

a cantora e compositora norte-americana Phoebe Bridgers; 

a escritora, produtora e atriz norte-americana Quinta Brunson; 

a boxeadora e modelo somali Ramla Ali; 

a ativista mexicana Verónica Cruz Sánchez. 

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu um "outro projeto de País" com maior acesso das políticas públicas e visibilidade da população negra . "Nos comprometemos aqui com a revogação dos atos que não reflitam a missão do Ministério da Igualdade Racial e com a promoção de políticas concretas.

"Trabalharemos nos próximos quatro anos para fortalecer a Lei de Cotas e ampliar a presença de jovens negros e pobres nas universidades públicas", disse Anielle, durante sua cerimônia de posse, realizada no Palácio do Planalto com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Entre as medidas, a ministra citou que buscará "aumentar a visibilidade" e a presença de servidores negros e negras em cargos de decisão da administração pública. "Relançaremos junto a ministérios parceiros o plano juventude negra viva, que promoverá ações que visem a redução da letalidade contra a juventude negra brasileira e a ampliação de oportunidades para jovens de nosso país. Avançaremos em uma articulação interministerial pelo fortalecimento da política nacional de saúde integral da população negra", afirmou.

A ministra garantiu ainda a retomada de programas que levem direitos para também as comunidades quilombolas e ciganas. "Incidindo para a regularização fundiária, a infraestrutura, a inclusão produtiva e o desenvolvimento local com direitos e cidadania para estes povos. Será, também, a partir da maior estruturação e fortalecimento do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial que iremos realizar ações que busquem a equidade racial em diálogo com todos os municípios, estados e órgãos da União", acrescentou, mencionando que são medidas para "recuperar o que foi destruído e fortalecer e ampliar o legado de várias gerações".

Anielle pediu também a colaboração dos outros ministérios para reconstruir "um novo Brasil" coletivamente. "O compromisso com a Igualdade Racial no Brasil não pode ser o compromisso apenas deste Ministério", defendeu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quarta-feira, 11, projeto de lei que tipifica injúria racial como crime de racismo. A proposta, aprovada pelo Congresso, aumenta de 1 a 3 anos para 2 a 5 anos a pena de prisão pelo crime.

A sanção ocorreu durante cerimônia de posse da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Indígenas, Sônia Guajajara. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

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A jornalista e escritora Anielle Franco, irmã da ex-vereadora do Psol Marielle Franco, será ministra da Igualdade Racial no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma mensagem pública, ela comentou o que a levou a aceitar o convite e mencionou a memória da irmã, assassinada em 2018, por possíveis motivos políticos. Anielle também é educadora e ativista dos direitos raciais e das mulheres. 

“Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade”, escreveu na publicação. 

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Anielle é natural do Rio de Janeiro, criada no Complexo da Maré, junto à irmã. É também bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

A futura ministra integrou a equipe do governo de transição do presidente eleito e atuou no grupo que tratou de políticas para as mulheres. 

Leia o pronunciamento completo 

“Recebi o convite do presidente Lula para ser Ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. 

Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade. 

Encaro com orgulho e responsabilidade a missão de estar na Seppir em 2023, órgão que foi pleiteado e conquistado pelo movimento negro anos atrás e construído pela gestão do presidente Lula. 

O movimento negro brasileiro há séculos vem pautando reivindicações e as principais políticas públicas de reparação e justiça neste país. 

Minha relação com o movimento se estreitou nos últimos cinco anos, mas tenho certeza que é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país. 

Não será um ministério isolado. Vamos trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo e construir o Brasil do futuro. 

O Instituto Marielle Franco seguirá lutando por justiça, defendendo a memória e regando suas sementes. Deixarei de ocupar o cargo de Diretora Executiva e o Instituto será gerido temporariamente pela equipe de gestão e apoiado pelo conselho e a família até a transição completa. 

Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas.” 

 

Educadora, jornalista, escritora, feminista preta, mãe de meninas, doutoranda, diretora do Instituto Marielle Franco e irmã de Marielle". É dessa forma que Anielle Franco se apresenta em seu perfil no Twitter. Ao já invejável currículo, ela acrescenta agora, aos 37 anos, o título de ministra da Igualdade Racial do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

O convite pegou todo mundo - e a própria Anielle - de surpresa. A "feminista preta" integrou o grupo técnico da transição sobre o tema mulheres e era cotada para assumir esta pasta. Um rearranjo nos planos ministeriais de Lula legou a Anielle um protagonismo maior na área racial. Não que a pauta fosse estranha a ela. Muito pelo contrário.

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"Cria da Maré", como gosta de dizer, se referindo ao conjunto de comunidades na zona norte do Rio onde nasceu, Anielle tornou-se uma voz importante na luta pelos direitos das mulheres negras e periféricas, sobretudo depois que assumiu a diretoria do Instituto Marielle Franco, criado logo após o assassinato da irmã vereadora, em 2018. Marielle foi brutalmente assassinada junto com o motorista Anderson Gomes, num crime político que segue sem resolução até hoje.

Quando aceitou o convite para integrar a equipe de transição do novo governo, Anielle escreveu no Twitter:

"Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências. Também é importante que nós, mulheres e pessoas negras, estejamos em todos os espaços de decisão de forma transversal. Somos qualificadas para estarmos em todos os ministérios e secretarias. Vamos construir o Brasil do futuro, da esperança para todas, todes e todos."

Nascida em 1985 no Complexo da Maré, Anielle começou a jogar vôlei com apenas oito anos de idade e acabou se tornando jogadora profissional, passando por times como Vasco e Flamengo. Por sua atuação, ela acabou por ganhar uma bolsa para estudar nos Estados Unidos, quando tinha apenas 16 anos. Com as bolsas esportivas, a jovem estudou em diversas escolas americanas, como a Navarro College, a Luisiana Tech University, a North Carolina Central University e na Florida A&M University - as duas últimas consideradas instituições historicamente negras dos EUA.

De acordo com seu perfil na Wikipedia, por conta dessa formação, "Anielle foi influenciada desde o início a pensar de maneira antirracista e a se entender mais enquanto mulher negra. Lá ela conheceu o trabalho de pensadores negros como Angela Davis, Martin Luther King e Malcolm X".

Anielle se formou em jornalismo pela Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos EUA, e em inglês e literatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela fez ainda mestrado em relações étnicos-raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ).

Em 2016, Anielle trabalhava no Rio como professora de inglês e começou a ajudar a irmã mais velha, Marielle Franco, que acabara de se eleger vereadora pelo PSOL/RJ, na elaboração dos discursos políticos. O assassinato de Marielle dois anos depois virou a vida de Anielle de cabeça para baixo. No mesmo ano do crime, ela criou o Instituto Marielle Franco, numa tentativa de dar continuidade à luta política, antirracista, feminista, pró-LGBTQIA+ e pró-direitos humanos que marcou o curto mandato da irmã.

À frente do instituto, ela já liderou iniciativas importantes, como o lançamento da Plataforma Antirracista nas Eleições, em julho de 2020, para apoiar candidaturas negras nas eleições municipais. Ela coordenou também uma pesquisa para mapear a violência política de raça e gênero no Brasil com o objetivo de fazer um retrato dos direitos políticos das mulheres negras no País.

A ativista Anielle Franco, irmã da vereadora carioca assassinada Marielle Franco, será a futura ministra da Igualdade Racial do governo do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela se reuniu nesta quarta-feira (21) com o petista para formalizar o processo de nomeação, que deve ser oficializado na manhã desta quinta-feira (22). Políticos do entorno de Lula confirmaram que Anielle ocupará a pasta a ser recriada.

Lula fará um pronunciamento na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde é esperando que ele anuncie a maioria de seus ministros, conforme antecipou o futuro chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT). Havia um impasse em torno da nomeação de Anielle para a pasta da Igualdade Racial. A ativista, que dirige o Instituto Marielle Franco, integrou o grupo temático de Mulheres na transição e demonstrava interesse em comandar essa área no ano que vem.

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O nome de Anielle, porém, teria enfrentado resistência da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, que deseja ter uma ex-colega de trabalho na estatal Itaipu Binacional no comando da pasta das Mulheres. A ativista então passou a ser cotada para assumir a Igualdade Racial e, nas últimas semanas, desbancou o sociólogo petista Marvs Chagas, que é secretário de Planejamento do território e Participação Popular da Prefeitura de Juiz de Fora (MG).

Anielle passou a contar mais recentemente com o apoio de setores dos movimentos antirracistas, como a Coalizão Negra por Direitos. No arranjo político para ocupar a pasta, a ativista deve ter Martvs como secretário de Promoção da Igualdade Racial, na SEPPIR. A equipe de Anielle deve contar ainda com Douglas Belchior (PT) na presidência da Fundação Palmares. Ele foi candidato a deputado federal por São Paulo e presidente da ONG de educação popular Uneafro.

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