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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retomar as viagens domésticas, a partir desta semana, com um roteiro pelo Nordeste. Embora o discurso oficial seja o de que eleições municipais não têm vínculo com a disputa para o governo federal, o próprio Lula deu o tom do embate ao dizer que o duelo deste ano será novamente entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Após visitar 24 países em 2023, carregando na bagagem o mote "O Brasil voltou", Lula agora percorrerá estradas nacionais recorrendo ao estilo "gente como a gente" que marcou suas últimas campanhas. A ideia de começar o périplo pelo Nordeste tem uma simbologia: foi naquela região que o petista obteve sua maior vantagem sobre Bolsonaro, com 12,5 milhões de votos à frente.

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Além de 2024 ser um ano eleitoral, no qual o governo precisa correr contra o tempo para "fazer entregas", pesquisas encomendadas para medir a avaliação do presidente, no fim do ano passado, ligaram o sinal de alerta no Palácio do Planalto. Não sem motivo: para a maioria dos entrevistados - até mesmo os que votaram no PT -, Lula deveria viajar menos para o exterior e cuidar mais dos problemas do País.

"Eu viajei demais em 2023. Mas vocês sabiam que eu ia viajar porque era preciso recuperar a imagem do Brasil", disse ele em 20 de dezembro, na última reunião ministerial do ano.

Ofensiva

A estratégia traçada pelo Executivo prevê agora uma ofensiva que inclui de inaugurações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e conjuntos habitacionais do Minha Casa, Minha Vida a novas tentativas de reaproximação com segmentos refratários ao PT, como o público evangélico.

Em dezembro, por exemplo, propagandas do Bolsa Família, reunidas na campanha "O Brasil é um só povo", usaram expressões religiosas na linha do "Glória a Deus". A iniciativa foi criticada por líderes evangélicos, que viram naquele filme um conceito estereotipado de cristão.

'Contaminado'

A portas fechadas, Lula também pediu que ministros viajem para cidades de médio porte, com mais de 100 mil eleitores, e não fiquem somente nas capitais. A ordem é apresentar os investimentos do governo em cada região e dar entrevistas para rádio e TVs locais, onde o noticiário costuma ser menos "contaminado" por escândalos de Brasília.

O Planalto e o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT fizeram um mapeamento de municípios considerados "joias da coroa", que têm grande potencial de votos e são polos irradiadores de informações.

Nesta quinta-feira, 18, Lula irá para Salvador e Paulo Afonso (BA). Na capital, ele assinará um acordo de parceria para pôr de pé o Centro Tecnológico Aeroespacial da Bahia. Na mesma viagem, o presidente vai inaugurar a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Paulo Afonso e, depois, visitará a refinaria Abreu e Lima em Ipojuca (PE).

Na sexta-feira, 19, Lula fará um aceno às Forças Armadas ao participar da cerimônia de troca do Comando Militar do Nordeste, no Recife (PE). Em seguida, embarcará para Fortaleza (CE), onde lança a pedra fundamental do campus do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

G-20

Enquanto aliados do governo montam seus palanques municipais, no Planalto auxiliares de Lula dizem que, em 2024, a agenda internacional desembarcará no Brasil por causa do G-20.

Serão mais de 120 reuniões do grupo das maiores economias do mundo. Os encontros ocorrerão em 13 cidades até a Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo no Rio de Janeiro, em novembro, mês em que o Brasil passará o bastão da presidência do bloco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já organiza as malas para começar a viajar pelo Brasil em março. Sem poder se eleger, sua missão é tentar fortalecer candidaturas de representantes do PL e da direita.

A turnê de Bolsonaro começa por cidades nos estados do Sul, Centro-Oeste e Norte do país. A estratégia é priorizar localidades em que o ex-presidente saiu vitorioso nas últimas eleições para reanimar o eleitorado bolsonarista.

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O PL almeja conquistar 1.000 prefeituras no fim do ano e conta com a popularidade do seu maior garoto propaganda. A projeção é cerca de quatro vezes maior que o resultado de 2020, quando a legenda elegeu 349 prefeitos.

A Câmara dos Deputados gastou R$ 12,9 mil para financiar a passagem e estadia de bolsonaristas na Argentina durante o primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro. De acordo com dados do Portal da Transparência, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Rodrigo Valadares (União-SE) e Marcel Van Hatten (Novo-RS) utilizaram verbas da Casa para apoiar o candidato Javier Milei.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo se empenhou pessoalmente na campanha do candidato libertário à Casa Rosada. Ele saiu de Brasília em 22 de outubro - dia do primeiro turno das eleições argentinas -, fez uma escala em Guarulhos, São Paulo, e aterrizou em Buenos Aires às 12h10. O trajeto, ao custo de R$ 1,7 mil, foi pago pelo deputado e reembolsado pela Câmara. Na volta, Eduardo gastou outros R$ 2,5 mil no mesmo percurso. Ao todo, foram gastos R$ 4.216,07 com as passagens de ida e volta. As informações foram publicadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pelo Estadão.

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Eduardo chegou à Argentina já durante o transcorrer da votação. Nas redes sociais, ele publicou uma imagem com o desenho de Milei segurando uma motosserra ao lado de Bolsonaro e do ex-presidente americano Donald Trump. "Um prazer estar bem acompanhado na terra dos irmãos!", escreveu.

Marcel Van Hattem saiu de Porto Alegre em 21 de outubro com destino a Buenos Aires. O parlamentou retornou no dia 23 pela manhã, um dia após o primeiro turno. As passagens de ida e volta custaram aos cofres da Câmara R$ 4.236,19. Van Hattem solicitou reembolso pelo valor gasto.

Já no caso do deputado Rodrigo Valadares, os gastos custeados pela Câmara foram com hospedagem. O deputado do União Brasil pediu o reembolso de R$ 4.537,66 referentes a quatro diárias, entre 19 e 23 de outubro, no Hotel Hilton, em Puerto Madero, na capital Argentina.

Valadares e Eduardo foram recebidos pela vice-presidente na chapa de Milei, Victoria Villarruel. Nas redes sociais, o parlamentar postou vídeos ao lado de Victoria e em um comício da chapa de oposição a Sergio Massa, candidato peronista.

De acordo com Valadares, o deputado viajou à convite da coalização partidária La Libertad Avanza, de Javier Milei, após "denúncias de interferência do governo brasileiro na eleição presidencial da Argentina em favor do candidato Sergio Massa". Segundo o parlamentar, as agendas foram documentadas e os valores gastos são menores do que os gastos de uma viagem entre Aracaju e Brasília.

Os deputados Eduardo Bolsonaro e Marcel Van Hattem foram procurados pelo Estadão, mas não se manifestaram até a pubicação deste texto. O espaço está aberto a manifestações.

Procurada pelo Estadão, a Câmara disse que os questionamentos sobre os gastos e autorizações de viagens oficiais deveria ser feito via Lei de Acesso à Informação (LAI), instrumento que dá 20 dias para que o órgão disponibilize as informações.

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) pediu nesta quarta-feira, 27, a convocação da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara. Kataguiri quer que Anielle explique os gastos dela e de sua equipe com viagens - até o momento, a pasta empenhou (ou seja, reservou para gastar) ao menos R$ 6,1 milhões para esta finalidade. O valor representa quase metade do total empenhado pela pasta até o momento, de R$ 12,5 milhões.

No requerimento, Kim Kataguiri também questiona o fato de a ministra e sua equipe terem usado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) neste domingo, 24, para ir de Brasília a São Paulo. A ministra, que é flamenguista, assistiu à final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo no estádio do Morumbi e assinou um protocolo de intenções de combate ao racismo. Ela estava acompanhada de Silvio Almeida (Direitos Humanos) e André Fufuca (Esportes). Este último também tomou o voo da FAB.

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Como mostrou o Estadão, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) dispõe de um orçamento de R$ 109,9 milhões para 2023, mas só empenhou até o momento cerca de R$ 20,8 milhões. Destes, cerca de R$ 8 milhões são de emendas parlamentares. O restante, R$ 12,5 milhões, é de recursos próprios do ministério - que foram usados quase que totalmente para custear o funcionamento diário da pasta, sem investimentos em políticas públicas.

Já o MIR afirma ter pouco mais de R$ 30 milhões "programados" para gastar com políticas públicas de combate ao racismo. Os gastos com viagens acabam aparecendo mais por serem feitos de forma quase instantânea, diz a pasta.

Até o momento, o Ministério da Igualdade Racial está entre os que menos usou o orçamento disponível: só 18,5% da dotação orçamentária já foi empenhada (reservada para pagamentos). A título de comparação, o Ministério dos Povos Indígenas já empenhou cerca de 85% do recurso disponível para 2023.

"É absurdo que uma ministra utilize quase metade da verba discricionária do seu ministério para passear. Para fazer turismo com dinheiro público. Num momento em que o Rio Grande do Sul vive tragédias, num momento em que você tem dezenas de milhões de pessoas vivendo em situação de pobreza, é um absurdo que a ministra, além de ter uma assessora racista e bancar viagens internacionais de luxo para essa assessora (...), que ela abuse das suas prerrogativas de ministra", diz Kataguiri.

"É por isso que a gente vai convocar para que ela possa prestar contas pessoalmente na Comissão de Fiscalização (da Câmara) e também vamos apresentar um requerimento de auditoria para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça um escrutínio destes gastos. Porque eu não tenho a menor dúvida de que (as despesas) violam princípios básicos da administração pública, principalmente da eficiência e da moralidade", afirma.

Os gastos com viagens também são mencionados no pedido de auditoria feito pelo gabinete do deputado ao TCU. "Por meio de suas atribuições constitucionais de fiscalização e controle das contas públicas, o TCU poderá identificar eventuais irregularidades, recomendar medidas corretivas e contribuir para aprimorar a gestão dos recursos públicos", diz um trecho do ofício.

O que diz o Ministério da Igualdade Racial

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Igualdade Racial disse que "há um descompasso" entre os gastos planejados em políticas públicas e aqueles com viagens. A pasta diz ter R$ 35 milhões "programados" para suas ações, a serem executados em breve.

"Em todas as pastas do governo federal há um descompasso entre os dados orçamentários, pois existe um caminho até que ela seja empenhada e executada. As diárias e passagens tendem a ser as visíveis pois têm execução direta, sendo fundamentais para o desenho e implantação dos programas", disse o ministério.

"Na presente data, 100% da Ação Orçamentária destinada para a implementação das políticas do MIR estão programadas, representando o valor de R$35.347.175,04", diz a nota. "Na medida em que a formalização dos instrumentos de execução orçamentária avançam, os valores passam a ser empenhados e executados, sendo a partir daí inseridos no Portal da Transparência."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira (26), que ficará em Brasília até o fim de novembro, quando viajará para participar da COP 28, nos Emirados Árabes, após a cirurgia que fará no quadril nesta sexta-feira (29). Apesar disso, Lula afirmou que trabalhará "normalmente" na capital federal, mas que não será visto utilizando andador.

"Só vou viajar agora dia 28 ou 29 de novembro, para os Emirados Árabes", declarou Lula durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, a Conversa com o Presidente, nesta terça-feira. "Até lá, vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião, mas vou trabalhar normalmente", disse.

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O chefe do Executivo contou que Ricardo Stuckert, fotógrafo da Presidência da República, disse que não quer fotografá-lo de andador. "Então, significa que vocês não vão me ver de andador, muleta, vocês vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado, mas vou ter que ter um pouco de cuidado", ponderou.

Lula disse estar otimista com o procedimento, mas reforçou que o que o preocupa é a anestesia. "Tenho certeza que vou voltar bem", comentou.

O presidente contou ainda que está sentindo dor na "cabeça do fêmur", como costuma dizer, desde agosto de 2022, durante a campanha eleitoral. Ele disse que queria operar logo após a vitória nas eleições, mas pensou que poderiam surgir especulações em relação à sua saúde física: "Se eu operar agora", pensou na época, "vão dizer: 'Lula está velho, ganhou as eleições e já está internado'".

A cirurgia pela qual o presidente passará na sexta-feira para eliminar as dores que sente no quadril será com anestesia geral e demandará que o ele despache do Palácio da Alvorada por pelo menos três semanas.

O procedimento é uma artroplastia total de quadril, no lado direito, pelo qual será instalada uma prótese no lugar das partes lesionadas.

Às vésperas de uma cirurgia no quadril, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mudou os hábitos de sua rotina fora do País. Nas últimas viagens ao exterior, Lula reduziu os deslocamentos, esquivou-se de compromissos externos indispensáveis e passou a receber visitantes em seu hotel.

O presidente reclamou de dores nas pernas e até os passos dele passaram a ser contados pela equipe de preparação da viagem, composta por diplomatas locais, equipe avançada e pelo cerimonial do Palácio do Planalto.

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Os cuidados passaram a ser tomados porque o presidente não reduziu o ritmo de viagens internacionais, o que deverá fazer somente depois da cirurgia no quadril, marcada para 29 de setembro.

Lula vai passar por uma artroplastia. Ele sofre com artrose na cabeça do fêmur, o que gera dores - o desgaste da cartilagem faz com que haja atrito direto entre ossos e inflamação local.

Na cirurgia, o presidente vai receber uma prótese de silicone. O presidente passou por ao menos duas infiltrações no quadril, procedimento operatório invasivo para redução de dores.

Havana

Lula viajou a Havana, Cuba, para uma reunião do G-77 com a China, que reúne países em desenvolvimento, além de uma conversa com o ditador cubano Miguel Díaz-Canel, com quem deve tratar da renegociação da dívida da ilha com o Brasil.

Em seguida, Lula seguiu para Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, além de agendas de governo com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O presidente adiou uma passagem pelo México, onde teria um prometido encontro formal com o aliado Andrés Manuel López Obrador, presidente do país.

Serão as últimas viagens de Lula antes da cirurgia. Logo após, Lula passará por tratamento fisioterápico e deverá evitar viagens ao exterior por cerca de dois meses.

Cuidados na Índia

A equipe do governo brasileiro adotou cuidados na passagem de Lula por Nova Délhi, encerrada na segunda-feira passada. Na chegada ao Bharat Mandapam, sede da cúpula de líderes, Lula foi caminhando por um tapete vermelho até o primeiro-ministro Narendra Modi, o anfitrião.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o acompanhou no trajeto. Eles deram cerca de 120 passos.

A preparação dessa chegada ao G-20 e a visita, para um tributo, ao Raj Gath, onde estão as cinzas de Mahatma Gandhi, causaram preocupação na equipe diplomática, justamente por serem momentos em que Lula precisaria caminhar mais e até descer escadas.

No hotel Taj Palace, os diplomatas escolheram um quarto que o presidente pudesse acessar sem ter de subir as escadas do hall de entrada.

Desconforto levou a adaptar cerimônias em Angola

Durante viagem à África, Lula passou por momentos de desconforto e queixou-se de dores. Em Angola, no mês passado, cerimônias foram adaptadas para minimizar o desgaste.

Os primeiros compromissos de Lula foram no Palácio Presidencial, em Luanda, onde discursou três vezes. Lula passou parte das três cerimônias iniciais sentado, também depois de se deslocar perante a tropa das Forças Armadas e de visitar o mausoléu do ex-presidente António Agostinho Neto.

Segundo a Presidência de Angola, o cerimonial típico do país foi adaptado para as necessidades de Lula.

Ele e o presidente João Lourenço assistiram sentados à cerimônia de assinatura de atos entre ministros.

Se o protocolo padrão fosse mantido, os presidentes permaneceriam de pé e fariam um breve pronunciamento.

Em seguida, responderiam, cada um, a duas perguntas da imprensa brasileira e duas da imprensa angolana.

A fase dos questionamentos de jornalistas foi cortada da programação a pedido do governo brasileiro, segundo os angolanos, para reduzir o tempo que Lula permaneceria de pé.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A agência de viagens 123Milhas terá de explicar à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) os motivos que a levaram a cancelar pacotes de viagem e a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro.

O caso já vem sendo acompanhado pelo Ministério do Turismo que, no sábado (19), informou que acionaria a Senacon para avaliar a conduta da 123Milhas.

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Por meio de sua conta no Twitter, o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, disse - nesta segunda-feira (21) - que vai notificar a empresa para que dê explicações acerca do cancelamento de pacotes flexíveis de viagem.

“Caso sejam identificadas irregularidades no ressarcimento aos consumidores, abriremos processo administrativo que poderá resultar em sanções à empresa”, tuitou o secretário.

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“A empresa não pode, por exemplo, oferecer apenas a opção de voucher para ressarcir os clientes, que têm o direito de optar pelo ressarcimento em dinheiro. Consumidores que se sintam lesados podem encaminhar reclamação através do site.

Em nota, o Ministério da Justiça lembrou que a modalidade de venda de passagens - por meio de transferência de milhas - precisa atender previsão do Código de Defesa do Consumidor.

“A cláusula contratual que permita cancelamento de forma unilateral é considerada abusiva e consequentemente nula. O reembolso deve garantir que os consumidores não tenham prejuízo e a opção por voucher não pode ser impositiva, tampouco exclusiva. A devolução deve atender os valores pagos com eventuais correções monetárias”, diz a nota do Ministério da Justiça ao enfatizar que a empresa deve informar de forma clara a modalidade de reembolso.

Resposta

As manifestações do secretário e do Ministério da Justiça respondem ao comunicado divulgado pela empresa na sexta-feira (18), quando informou que suspendeu a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e dezembro deste ano.

Na sequência, a 123Milhas disse que os valores já pagos pelos clientes serão devolvidos em vouchers para compra na plataforma da empresa. Os cancelamentos, segundo a agência de turismo, teriam ocorrido por "motivos alheios a sua vontade".

“Nós entendemos que essa mudança é inesperada e lamentamos o inconveniente que isso possa causar. Para nós, manter a sua confiança é o mais importante. Por isso, estamos fazendo o possível para minimizar as consequências deste imprevisto”, declarou a plataforma da empresa.

Também por meio de nota, o Ministério do Turismo disse que acompanhará o avanço das investigações e que manterá os consumidores informados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mantido uma agenda intensa no exterior. Em apenas seis meses de governo, já visitou 12 países em sete viagens diferentes e ficou 31 dias fora do Brasil. E esse número vai crescer em julho - Lula já tem viagens marcadas para Argentina, Colômbia e, provavelmente, Bélgica.

A primeira agenda do mês ocorre já nesta terça-feira (4), com a participação do presidente na 62ª Cúpula do Mercosul e Países Associados, em Puerto Iguazú, na Argentina. No evento, Lula vai receber a presidência temporária do Mercosul e deve ocupar o cargo por seis meses. A posição é de relevância internacional e espera-se trabalho do presidente na conclusão do acordo entre o grupo latino-americano e a União Europeia.

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Poucos dias depois, no sábado, 8, Lula deve estar em Letícia, cidade colombiana que faz fronteira com Tabatinga, município brasileiro no Amazonas, para um fórum de debates científicos sobre a Amazônia. O presidente garantiu a presença no evento durante uma reunião bilateral com Gustavo Petro, presidente da Colômbia, em maio. Petro e Lula devem voltar a se reunir durante o fórum.

Em 17 de julho, a viagem é para o outro lado do Atlântico. A União Europeia e a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac) farão uma cúpula conjunta em Bruxelas, na Bélgica. Segundo nota divulgada pela UE, o objetivo é fortalecer "a associação birregional da UE e dos países da Celac em prioridades compartilhadas como as transições digital e verde, a luta contra as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, saúde, segurança alimentar, migração, segurança, governança e a luta contra o crime transnacional". Lula deve marcar presença como liderança latino-americana.

Atuação internacional

Se as três agendas se cumprirem, Lula completará suas primeiras dez viagens ao exterior nos primeiros sete meses de mandato. Assim, ele terá feito 15 visitas a 14 países diferentes (são duas visitas à Argentina) entre janeiro e julho de 2023. Tudo isso, sem contabilizar a ida a Portugal e Egito que ocorreram depois das eleições, mas antes de ele tomar posse como presidente.

A primeira agenda internacional de Lula em seu terceiro mandato ocorreu ainda em janeiro, com roteiro latino-americano. Lula passou três dias entre Argentina e Uruguai. Na Argentina, formalizou o retorno do Brasil à Celac depois dos quatro anos de afastamento durante o governo Jair Bolsonaro.

Em fevereiro, Lula visitou os Estados Unidos, com três dias de agenda com líderes da esquerda e com o presidente Joe Biden. Segundo notas dos dois países, as principais pautas com o chefe de Estado americano foram defesa da democracia, crise climática e guerra na Ucrânia.

Na primeira metade de abril, Lula passou seis dias entre a China e os Emirados Árabes. Na China, o presidente assinou 15 acordos que envolvem cooperação, comunicação e comércio internacional. Outros 20 acordos comerciais foram assinados entre empresas e entes públicos dos dois países. Nos Emirados Árabes, o presidente também firmou acordos, além de discutir meio ambiente - os Emirados Árabes serão sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP-28.

Nessa viagem, Lula também questionou a posição do dólar como moeda internacional e chegou a responsabilizar os Estados Unidos e a Europa pela continuidade da guerra na Ucrânia. Ainda em abril, o presidente passou seis dias entre Portugal e Espanha, onde encontrou líderes e empresários dos países. Em Portugal, ainda participou da Cimeira Brasil-Portugal e da entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque.

No início de maio, Lula foi ao Reino Unido para a coroação do rei Charles III. A viagem durou dois dias. Na sequência, também em maio, foi ao Japão em uma viagem de seis dias para participar como convidado da cúpula do G-7, em Hiroshima.

Na viagem mais recente, o presidente voltou à Europa, ficando cinco dias entre Itália, Vaticano e França. Na passagem, visitou líderes dos países, encontrou-se com o papa Francisco e participou de um evento do G-20 em Paris.

Sem medo dos “fantasmas do comunismo”, o empreendedor e bibliotecário de formação Cauê Araújo e o guia de turismo e historiador Rodrigo Ianhez criaram a Estrela Vermelha, primeira e única agência de viagens socialista do Brasil. Com apenas quatro meses de existência, o empreendimento oferece destinos, em 2023, como Geórgia, Armênia e Alemanha. Para 2024, as rotas previstas são Rússia, ex-Iugoslávia e, a mais esperada, Cuba, para o mês de janeiro.

"No ano passado [2022], a gente ia (sic) para a Rússia. Não deu certo por causa da guerra. Depois, a gente iria para o Irã, mas estourou uma revolta na época. Então, o Ianhez disse que iria viajar para a Geórgia e perguntou se a gente queria ir também. Mudamos a nossa rota, fomos para a Geórgia. Fizemos Geórgia e Armênia com o Ianhez. Como ele é guia, foi uma viagem completamente diferente. Como ele é guia de turismo, jogou a ideia da agência. Passamos uns dias conversando sobre isso e decidimos fazer”, conta em entrevista ao LeiaJá.

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Diferente das agências de viagens tradicionais, a Estrela Vermelha, que funciona de forma remota, promove mais do que visitação a ex-repúblicas soviéticas, como aponta Cauê. “Não é só turismo. A gente debate, discute como funciona ou funcionava o comunismo naquele lugar”. Uma outra diferenciação é quantidade de dias nos países e de pessoas que formam o grupo para as viagens. “Geralmente, o tempo da viagem varia entre 14 e 17 dias, mais do que isso se torna cansativo. Além disso, o quantitativo de 15 pessoas por destino é um facilitador para afinar logísticas como hotelaria, van e ter um melhor acompanhamento”.

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O socialismo cresce? 

A primeira viagem da Estrela Vermelha está marcada para novembro de 2023. Geórgia e Armênia são os primeiros destinos. Este pacote, que conta com 17 dias, custa €1.549,00. O valor inclui, por exemplo, hospedagem, translado, entrada em oito museus, como o de Stálin de Gori, transporte para os passeios, entre outros. As reservas, não apenas para os lugares citados, mas todas as rotas oferecidas, são feitas por meio do site da agência de turismo

À reportagem, Cauê Araújo frisa que o valor não abarca passagens aéreas. No entanto, os interessados podem comprá-las através de uma empresa parceira. O valor total das viagens, que varia a depender do destino, pode ser pago com uma entrada de 20% e, o restante, dividido em 6x no cartão de crédito, Pix (com desconto de 5%) e boleto bancário. Porém, nessas duas últimas condições de pagamento, as parcelas não podem passar da data de início da viagem.

Por ser um negócio nichado, o público se torna bastante específico, ou seja, de camarada para camarada. Questionado sobre a procura de pessoas com posicionamentos políticos de direita ou liberais pelo serviço da agência, Cauê ressalta que a busca pela Estrela Vermelha por esses grupos vem em forma de críticas apenas. “Com a divulgação da agência em um veículo de comunicação, eu precisei privar o meu perfil no Twitter por alguns dias”, relembra.

Entretanto, para o descontentamento da parte mais conservadora do país, ao que tudo indica e segundo Cauê Araújo, o socialismo cresce. “Hoje, a gente cresce bastante nas redes sociais, os partidos comunistas estão em um momento de reconstrução. Hoje, a gente está em um cenário completamente diferente. Esse momento de reconstrução mostra que ele [socialismo] vem crescendo, mas que falta muito ainda, mas cresce. Há fatores que mostram esse crescimento, mas ainda com parcimônia”.

Depois do escândalo das joias, as viagens que Michelle Bolsonaro pelo PL foram adiadas. A ex-primeira-dama vai rodar o país para divulgar a ala feminina do partido e manter sua imagem no cenário político.

Pela exposição negativa envolvendo a esposa de Jair Bolsonaro, o PL suspendeu os eventos com Michelle e a homenagem ao Dia da Mulher, celebrado nesta quarta (8). Dentro do partido, sua atuação é incentivada como uma das principais apostas para a próxima eleição.

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Os integrantes da sigla acreditam que o escândalo das joias, avaliadas em mais de R$ 16 milhões, pode ser revertido em menos de 15 dias e esperam que Michelle tome posse como presidente do PL Mulher no próximo dia 21, com o início da caravana esperado para o próximo mês.

Sob pressão de integrantes do União Brasil, partido de Juscelino Filho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu dar sobrevida ao político maranhense no Ministério das Comunicações. Juscelino Filho foi mantido no cargo, apesar da série de acusações de uso indevido de recursos públicos. O ministro segue sendo um incômodo para o governo. A Comissão de Ética Pública informou, nessa segunda-feira (6), que vai analisar a situação do ministro e pode abrir um processo. O colegiado pode indicar ao presidente da demissão de Juscelino.

A manutenção do ministro no cargo quebra uma promessa de Lula de não manter no governo integrantes do primeiro escalão envolvidos em irregularidades. Como mostrou o Estadão, ele recebeu diárias e usou um jato da FAB para ir assistir leilões de cavalo em São Paulo no final em janeiro deste ano. Como deputado, destinou verbas do orçamento para asfaltar uma estrada que passa em fazendas de sua família no interior do Maranhão e sonegou informações sobre seu patrimônio à Justiça Eleitoral.

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O ministro foi recebido por Lula no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 6, após uma viagem de dez dias para um congresso mundial de telecomunicações na Espanha. Foi a primeira vez que o presidente recebeu na sede do governo o ministro, da cota do União Brasil. Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Relações Instituicionais, Alexandre Padilha, também participaram da conversa.

O presidente Lula orientou Juscelino a se expor publicamente e explicar as denúncias de irregularidades reveladas pelo Estadão. Interlocutores dos ministros que participaram da reunião disseram, sob reserva, que a orientação de Lula foi de que o titular das Comunicações "vá para a rua e se explique". Na quinta-feira (2), o presidente havia declarado em entrevista o ministro seria demitido caso não conseguisse se explicar. "Se ele não conseguir provar a inocência, ele não pode ficar no governo", afirmou Lula.

Os fiadores da indicação de Juscelino Filho se opuseram à troca e deixaram claro ao governo que a demissão do ministro poderia trazer prejuízos à governabilidade. Também disseram que o PT teve vários de seus quadros envolvidos em escândalos. Embora o apoio a Lula não seja integral na bancada do União Brasil, a cúpula partidária considera a legenda decisiva para aprovação de matérias de interesse do Palácio.

"A conta é simples. Sem os votos do União o governo não teria nem aprovado a PEC da Transição, que é a que garante o fôlego necessário para iniciar o governo", diz um aliado do ministro que atuou nos bastidores para manter o ministro.

Desde que Lula convocou Juscelino a se explicar, aliados dele iniciaram uma articulação para dissuadir o presidente. O primeiro movimento foi feito na quinta-feira, 2, quando o ministro rompeu o silêncio sobre o tema e, em nota oficial, admitiu ter recebido diárias para agendas privadas nos eventos de cavalos e anunciou a devolução do dinheiro aos cofres públicos.

A versão do ministro, porém, não esclareceu as denúncias e ignorou fatos apresentados em uma série de reportagens publicadas pelo Estadão. Ele disse, por exemplo que, "diferentemente do que reiteradas vezes o jornal afirma, o ministro cumpriu agenda oficial nos dias 26 e 27 de janeiro".

A reportagem não apenas mostrou que ele teve agendas públicas nesses dias como também revelou que elas duraram apenas duas horas e meia, ao todo. A maior parte do tempo, no entanto, ele dedicou a compromissos privados sobre cavalos, uma predileção pessoal. Um dos eventos aos quais ele compareceu estava marcado desde novembro.

Além disso, ele também alegou que seria "de total desconhecimento do ministério o suposto 'caráter de urgência' destacado pelo jornal" para receber diárias do governo. A informação está no Portal da Transparência, abastecido com informações da pasta.

A manutenção de Juscelino Filho no governo representa uma derrota para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Em entrevista ao site Metrópoles, na sexta-feira (3), Gleisi afirmou: "Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso impede o constrangimento de parte a parte."

Em outro movimento da articulação para salvar Juscelino Filho, o União Brasil soltou uma nota, neste domingo (5). "Será que a presidente Gleisi fará a mesma declaração caso um integrante do seu partido seja alvo de ataques?", afirma.

Veja o que pesa contra o ministro:

- Asfalto para fazenda - Juscelino Filho destinou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire (MA). A obra é feita por uma empresa investigada pela Polícia Federal por supostamente pagar propina a servidores federais para obter obras no estado. O engenheiro da Codevasf que assinou o parecer autorizando o valor orçado para a pavimentação foi indicado pelo grupo político do ministro das Comunicações e está afastado pela Justiça acusado de receber propina. Juscelino Filho admitiu o uso do orçamento secreto para a obra.

- Contratos com amigos - A Prefeitura de Vitorino Freire tem mais de R$ 36 milhões em contratos com pelo menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro das Comunicações. O Estadão apurou que o município, que é governado pela irmã de Juscelino, contratou as firmas com verbas do orçamento secreto e de emendas parlamentares destinadas por ele. Todas as companhias intensificaram os negócios a partir de 2015, quando Juscelino assumiu pela primeira vez uma cadeira de deputado - três foram abertas no início do mandato. Em duas semanas no cargo de ministro, Juscelino abriu seu gabinete ao sócio oculto de uma das empresas.

- Mentiras para o TSE - O ministro de Lula também apresentou informações falsas à Justiça Eleitoral para pagar com dinheiro público 23 viagens de helicóptero feitas durante sua campanha a deputado federal, no ano passado. Ao prestar contas, Juscelino informou que todos os voos foram feitos por "três cabos eleitorais". O Estadão identificou, porém, que os nomes apresentados por ele são de um casal e de uma filha de dez anos, que moram em São Paulo. A família disse não conhecer o político.

- Nas asas da FAB - Já como ministro das Comunicações, Juscelino Filho usou um voo da FAB para ir a São Paulo e participar de leilões de cavalos de raça. Ele viajou no dia 26 de janeiro, uma quinta-feira. Teve apenas três compromissos oficiais e, ao meio-dia de sexta-feira, passou a cuidar de seus interesses privados. O ministro assessorou compradores de cavalos; expôs um de seus equinos, que deve ser lançado em breve; e, ainda, recebeu um "Oscar" dos vaqueiros, quando prometeu trabalhar a favor dos cavalos da raça Quarto de Milha e do esporte equestre. Por tudo isso, ainda recebeu R$ 3 mil em diárias.

- Chip para Yanomami - Também no governo, o ministro enviou mil chips de celular para serem utilizados nas operações humanitárias que acontecem na terra indígena Yanomami, em Roraima, mas que não funcionam dentro da área demarcada. A limitação tecnológica deve-se a um fato simples: não há cobertura da operadora celular na terra indígena, localizada a 230 quilômetros de distância da capital Boa Vista.

- Amigo de Flávio e bolsonaristas - Juscelino escolheu para cuidar do setor de rádio e TV privadas no ministério um sócio do empresário Willer Tomaz. Parceiro e amigo do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Tomaz é dono de quatro rádios e uma televisão no Maranhão, reduto eleitoral do ministro, e agora terá seu sócio comandando a área de interesse direto dos seus negócios. Ele também recontratou bolsonaristas para cargos de chefia na pasta.

- Sócio fantasma - O emplacou o sócio do haras onde cria seus cavalos como funcionário fantasma na liderança do PDT no Senado. No local onde deveria trabalhar, ninguém conhece Gustavo Gaspar e a chefia do gabinete confirmou que o suposto funcionário não trabalha.

- Aliado nos Correios - Juscelino deu uma diretoria dos Correios a um apadrinhado do senador Weverton Rocha, um dos avalizadores da indicação do ministro para o governo Lula.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, defendeu que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), se afaste da pasta após o Estadão revelar que o político usou voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a São Paulo e participar de leilões de cavalos de raça.

Questionado pelo colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, sobre o episódio, Gleisi afirmou: "Olha, em situações como essa, eu acho que o ministro devia pedir um afastamento para poder explicar, justificar, se for justificável o que ele fez. Isso impede o constrangimento de parte a parte."

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Nessa quinta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Juscelino Filho estará fora do governo se não conseguir se explicar. "Eu tentei essa semana conversar com o Juscelino, o ministro Juscelino está viajando, está no exterior a serviço do ministério, discutindo num encontro de telecomunicações. Eu já pedi para o [ministro da Casa Civil] Rui Costa para convocar ele para segunda-feira para a gente ter uma conversa porque ele tem direito de provar sua inocência. Mas se ele não conseguir provar sua inocência, ele não pode ficar no governo. Eu garanto a todo mundo a presunção de inocência", afirmou o petista, em entrevista a Reinaldo Azevedo, da Rádio BandNews FM.

Além do uso de aeronave da FAB para participar de leilões, o Estadão revelou que o ministro das Comunicações omitiu em declaração pública um patrimônio de R$ 2 milhões em cavalos de raça, enviou verba do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que corta suas fazendas em Vitorino Freire, no interior do Maranhão, e entregou dados falsos para a Justiça Eleitoral em uma tentativa de justificar supostos voos de helicóptero que fez durante a última campanha.

O ministro recebeu, no gabinete da pasta, seu consultor para compra de cavalos e nomeou até um sócio de empresário aliado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal rival de Lula, para chefiar um departamento nas Comunicações.

Além disso, o Estadão mostrou também que Juscelino Filho abriu as portas do gabinete das Comunicações para empresários que são sócios ocultos de empresas beneficiadas por ele quando deputado, com verba da União. Ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do político ganharam mais de R$ 36 milhões em contratos com a Prefeitura de Vitorino Freire, onde a irmã dele é prefeita.

Devolução das diárias

O ministro rompeu nessa quinta-feira o silêncio sobre ter ido de FAB a São Paulo e participado de leilões de cavalos de raça. Em nota oficial, admitiu que teve apenas dois dias de agenda de trabalho no Estado, embora tenha solicitado diárias e avião da Aeronáutica para quatro dias e meio de compromisso, e informou que vai devolver o dinheiro que recebeu irregularmente, sem declinar o valor. Juscelino disse que tomou a decisão após uma "averiguação nos últimos dias acerca do que ocorreu com a viagem de SP".

Compromissos 'urgentes'

Como mostrou o Estadão, o ministro alegou ao governo que tinha compromissos "urgentes" para ter direito a R$ 3 mil de diárias e a jato particular entre os dias 26 e 30 de janeiro. Dos quatro dias de viagem, contudo, em três deles se dedicou a negócios relacionados aos seus cavalos de raça.

Juscelino foi a dois leilões, a uma festa em homenagem aos cavalos e inaugurou uma praça dedicada ao Roxão, um animal de seu sócio, na cidade de Boituva (SP). Todos os compromissos envolvendo cavalos foram omitidos da agenda oficial do ministro, embora sua presença tenha sido bancada com dinheiro público. Na inauguração da praça, Juscelino se apresentou como "integrante da equipe do presidente da República". A presença de um "ministro de Estado" também foi destacada pelos leiloeiros nos eventos equestres conforme mostram vídeos.

"Na função de ministro de Estado, agora no Poder Executivo, tenham certeza, cada um de vocês, apaixonados pelo cavalo quarto de milha, do meu compromisso, enquanto estiver com uma função pública, de poder defender cada vez mais o cavalo", disse ele ao receber uma homenagem durante sua estadia em São Paulo.

Versão

No esclarecimento, o ministro disse que "desconhece o suposto 'caráter de urgência' destacado pelo jornal" para a viagem. No entanto, documentos oficiais mostram que ele mentiu no comunicado. A urgência está registrada no Portal da Transparência, abastecido com informações do próprio ministério.

Sobre o uso da FAB na volta para Brasília na segunda-feira, 30 de janeiro, o ministro disse na nota que "retornou em voo compartilhado solicitado pelo Ministério do Trabalho" e que, portanto, não haveria "cometimento de qualquer ilegalidade". Juscelino, porém, informou ao governo que estava, nesta data, em "serviço", o que ele mesmo reconhece que não procede. A própria nota oficial e a agenda pública dele registram que o último compromisso de trabalho em São Paulo na ocasião havia sido na manhã de sexta-feira, dia 27.

Sobre os compromissos com cavalos, a nota informou que "o ministro usufruiu, sim, do seu direito de desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso, no caso em questão". Foi o próprio que pediu ao governo diárias referentes aos quatro dias que passou em São Paulo e avião da FAB para ir e voltar do Estado, o que cobre o período relacionado a todos os seus compromissos privados.

Pressão

Parlamentares do PT têm pedido a troca do ministro indicado para o cargo pelo União Brasil. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que foi líder do partido na Câmara entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, afirmou que "ninguém defende pegar avião da FAB para fazer atividade privada", expondo o constrangimento. Colegas de partido de Juscelino engrossam o coro e dizem que ele não teria o apoio hoje nem de 30 deputados. "Ele tem que responder", disse o deputado Carlos Henrique Gaguim (União Brasil-TO).

Em nota divulgada na quinta-feira, o Instituto Não Aceito Corrupção pediu a demissão do ministro por considerar que ele "violou o Código de Ética da Administração Pública e cometeu crimes".

Juscelino comanda uma das pastas mais importantes do governo, com orçamento de R$ 3 bilhões para este ano. Antes de chegar ao cargo, indicado por um consórcio do Centrão, não tinha experiência com o setor.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, informou em nota nesta quinta-feira, 02, que devolveu o dinheiro de diárias recebidas do governo irregularmente para cobrir despesas de uma viagem a São Paulo que teve como agenda principal compromissos particulares. O ministro não informou se também irá devolver as despesas com o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que o trouxe de volta a Brasília quando não estava em serviço, contrariando as regras sobre o uso das aeronaves.

A decisão ocorre três dias após o Estadão revelar que, dos quatro dias de viagem, em três deles o ministro se dedicou a negócios relacionados aos seus cavalos raça. Juscelino foi a dois leilões, a uma festa em homenagem aos cavalos e inaugurou uma praça dedicada ao Roxão, um animal de seu sócio. Todos os compromissos envolvendo cavalos foram omitidos da agenda oficial do ministro. Na inauguração da praça, ele foi anunciado como integrante da "equipe do presidente da República". A presença de um ministro de Estado também foi destacada pelos leiloeiros nos eventos equestres.

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Na nota, o ministro admitiu que sua agenda de trabalho em São Paulo se limitou a dois dia e não explicou porque informou ao governo em documentos oficiais que seu deslocamento era de quatro dias, de 26 a 30 de janeiro. No esclarecimento, o ministro disse que "desconhece o suposto "caráter de urgência" destacado pelo jornal" dado por ele à viagem para conseguir autorização do governo para viajar de jatinho. No entanto, documentos oficiais mostram que ele mentiu no comunicado. A urgência está registrada até no Portal da Transparência, abastecido com informações da própria pasta.

Sobre o uso da FAB na volta para Brasília na segunda-feira, o ministro disse na nota que "retornou em voo compartilhado solicitado pelo Ministério do Trabalho" e que portanto não haveria "cometimento de qualquer ilegalidade por parte do ministro das Comunicações como insistentemente alguns veículos de comunicação têm propagado".

Juscelino, porém, informou ao governo que estava, nesta data, em "serviço", o que ele mesmo reconhece que não é verdade. A própria nota oficial e a agenda pública dele registram que o último compromisso de trabalho em São Paulo na ocasião havia sido na manhã de sexta-feira, dia 27.

Juscelino justificou na nota que as diárias serão devolvidas aos cofres públicos, ele não informou o valor, após "averiguação nos últimos dias acerca do que ocorreu com a viagem de São Paulo". Contudo, não esclareceu o valor que será devolvido. Ele não explicou porque solicitou diárias para quatro dias quando sua agenda se limitava a dois dias de trabalho e a duas horas e meia de reuniões na capital paulista.

Sobre os compromissos com cavalos, a nota informou que "o ministro usufruiu, sim, do seu direito de praticar atividades de foro particular em São Paulo" e que é "inaceitável aventar qualquer prática ilegal, tampouco imoral da autoridade pública ao desfrutar do seu período de folga para participar de qualquer compromisso, no caso em questão". Nesse trecho da nota o ministro também mente. Foi ele próprio que pediu ao governo diárias referentes aos quatro dias que passou em São Paulo e avião da FAB para ir e voltar do estado, o que cobre todos os seus compromissos privados.

Decreto presidencial prevê que as aeronaves da FAB devem ser solicitadas obedecendo uma ordem de prioridade. Primeiro, em casos de emergências médicas, depois em razões de segurança, e, em seguida, viagens a serviço. O custo estimado de um voo privado, nos moldes do realizado por Juscelino, para ir e vir de Brasília a São Paulo, gira em torno de R$ 140 mil.

Juscelino Filho está em Barcelona, na Espanha, participando de um congresso sobre telecomunicações. Em suas redes sociais, o ministro tem feito publicações falando apenas do evento, sem mencionar a série de acusações sobre uso indevido de verbas públicas reveladas pelo Estadão. Ele tem apagado comentários de seus seguidores que o questionam sobre o tour em São Paulo que priorizou eventos relacionados a cavalos.

Omissão

O governo Lula segue em silêncio sobre a situação do ministro. Interlocutores do presidente Lula dizem nos bastidores que ele deveria substituir Juscelino, mas seguem a determinação do Planalto para que o caso não seja tratado em público por envolver o União Brasil, que tem três ministros, incluindo o das Comunicações.

A sigla tem 59 deputados (a terceira maior bancada) e nove senadores e é importante para assegurar governabilidade. Como mostrou o Estadão, contudo, metade do partido apoiou a CPI dos atos golpistas, o que contraria um pedido de Lula.

A reportagem fez contato com a Comissão de Ética Pública na segunda-feira, 27, e questionou se o órgão analisaria o caso do ministro. Não houve retorno até a noite desta quarta-feira, 1. A Controladoria-Geral da União (CGU) informou à reportagem que a análise desta questão cabe à comissão.

"A CGU avalia os atos de gestão dos agentes públicos dos ministérios e a aplicação de recursos públicos federais, porém não tem competência para responsabilizar atos de ministros de Estado. Neste caso, a competência é da Comissão de Ética Pública", explicou a Controladoria.

O Estadão questionou formalmente o Palácio do Planalto sobre o caso de Juscelino. Também não houve resposta. Em entrevista à CNN, Lula disse que consultaria a CGU em caso de malfeito de seus ministros.

Parlamentares do PT têm pedido a troca do ministro. Questionado sobre o caso Juscelino Filho nesta quinta-feira, 2, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que foi líder do partido na Câmara entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023, afirmou que o governo "quer a maior transparência possível". "Ninguém defende pegar avião da FAB para fazer atividade privada", disse o parlamentar.

Outros feitos

Numa série de reportagens, o Estadão revelou que o ministro destinou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda e à sua pista de pouso privada, em Vitorino Freire (MA). A obra é feita por uma empresa investigada pela Polícia Federal por supostamente pagar propina a servidores federais para obter obras no Maranhão. O servidor da Codevasf que autorizou a obra e é indicado do grupo do ministro está afastado por receber propina da empresa. Ele está proibido de entrar na sede da companhia.

A cidade é controlada pela irmã do ministro, a prefeita Luanna Rezende (União). A administração tem mais de R$ 36 milhões em contratos com pelo menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro das Comunicações. Todas as firmas intensificaram os negócios a partir de 2015, quando Juscelino assumiu pela primeira vez uma cadeira de deputado.

O Estadão também mostrou que, ao prestar contas da campanha à reeleição de deputado, Juscelino Filho apresentou dados falsos ao TSE. Para justificar o uso de verba pública com voos de helicóptero, ele incluiu como passageiros de 23 voos "três cabos eleitorais". O Estadão identificou, porém, que os nomes apresentados por ele são de um casal e de uma filha de dez anos. A família é de São Paulo e afirma não conhecer o político.

O ministro também tem abrigado no ministério indicações do seu grupo político. O diretor de radiodifusão não tem experiência na área, mas é apadrinhado do advogado e empresário Willer Tomaz, que tem quatro rádios e uma TV no Maranhão, reduto eleitoral do ministro. Tomaz é amigo e parceiro dos senadores Flávio Bolsonaro e Weverton Rocha. Esse último compadre do ministro e fiador de sua indicação como ministro de Lula.

Os indícios de mau uso dos recursos públicos e as condutas do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ferem princípios constitucionais e motivam seu imediato afastamento cautelar para investigações. A avaliação é do Instituto Não Aceito Corrupção (Inac), em nota pública divulgada nesta quinta-feira, 2, após reportagens publicadas pelo Estadão. No Congresso, membros da oposição e até da base do governo também pedem explicações e afastamento do ministro.

Com base na série de revelações feitas pelo jornal, a entidade considera que Juscelino Filho violou o Código de Ética da Administração Pública e cometeu crimes. "Tais comportamentos exigem investigação, pois, tal como descritos, agridem os princípios constitucionais da moralidade, da legalidade, da impessoalidade e da prevalência do interesse público, em violação ao Código de Ética da Administração Pública, à Lei de Improbidade Administrativa e ao Código Penal", diz a nota.

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O Não Aceita Corrupção afirma que o afastamento do ministro das funções é necessário. "Impõe-se, assim, o imediato afastamento cautelar do ministro de suas funções, para completa apuração, preservadas assim a ética e a moralidade administrativas", complementa o comunicado.

A nota pública da entidade cita o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias pagas pelo governo ao ministro para que ele fosse a São Paulo se dedicar principalmente a eventos relacionados a cavalos de raça, negócio de sua predileção pessoal. Apesar de ter informado uma viagem de trabalho de 4 dias, as agendas ministeriais se resumiram a duas horas e meia de reuniões em dois dias.

O instituto também cita a reportagem que mostrou que um patrimônio de ao menos R$ 2 milhões em cavalos de raça foi omitido da Justiça Eleitoral e a publicação que revelou que o ministro enviou, quando deputado, R$ 5 milhões do orçamento secreto para pavimentar uma estrada que corta fazenda dele e da família no interior do Maranhão.

Reações

No Congresso, as reações se dão tanto na oposição quanto na base do governo. Deputados do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentaram na Câmara um requerimento de convocação do ministro para que ele esclareça o uso da FAB.

Base do governo de Lula, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) vai protocolar requerimentos de informações ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e ao próprio ministro das Comunicações para explicarem o voo da FAB e as agendas particulares do político em São Paulo. A parlamentar colhe assinaturas para apresentar o documento.

Já o deputado Chico Alencar (PSOL) irá acionar o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral crimes eleitorais que Juscelino Filho está respondendo. O Estadão revelou que o ministro das Comunicações omitiu, nas eleições do ano passado, mais de R$ 2 milhões em cavalos de raça. Além disso, Juscelino apresentou dados falsos ao TSE em uma tentativa de comprovar gastos de voos de helicópteros durante a campanha.

O presidente Lula pressionava o ministro para que ele desse explicações. A situação de Juscelino provocou constrangimento no Palácio do Planalto e Lula chegou a ordenar que os demais ministros não comentem o assunto em público.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, utilizou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e recebeu diárias para participar de leilões de cavalos de raça que chegam a valer mais de R$ 1 milhão. No fim de tarde de uma quinta-feira, 26 de janeiro, Juscelino saiu de Brasília com destino a São Paulo para uma viagem que justificou como "urgente". Seus compromissos oficiais somaram duas horas e meia. Da tarde de sexta até o retorno na segunda-feira, dia 30, o ministro - que é apaixonado por cavalos - se dedicou a agenda inteiramente privada: assessorou compradores de animais, promoveu um dos seus, recebeu o "Oscar" dos criadores e inaugurou praça em homenagem a um cavalo de seu sócio.

Logo após desembarcar na capital paulista, Juscelino foi à sede da operadora Claro para uma "visita institucional", onde permaneceu por uma hora. No dia seguinte, esteve por 30 minutos no escritório da Telebrás e encerrou os encontros oficiais após uma visita de uma hora à representação da Anatel, cuja sede fica em Brasília.

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A partir daí, o ministro ficou livre para dedicar seu tempo aos eventos com cavalos no roteiro custeado com verba pública. A justificativa do deslocamento foi feita num sistema interno da pasta: "viagem urgente".

Decreto presidencial prevê que as aeronaves da FAB devem ser solicitadas obedecendo a uma ordem de prioridade. Primeiro, em casos de emergências médicas. Segundo, quando há razões de segurança. Depois, viagens a serviço. As diárias são pagas quando há necessidade de cobertura de despesas extraordinárias com o trabalho. A agenda do ministro não informa sua presença em nenhum dos eventos envolvendo animais.

Procurado, Juscelino não explicou por que usou avião da FAB na segunda-feira, quando seu compromisso oficial se encerrou ao meio dia de sexta-feira. Nem o recebimento de quatro diárias e meia no valor de R$ 3 mil quando sua agenda de trabalho justificaria uma.

Embora as atribuições de sua pasta não guardem relação direta com animais, o ministro das Comunicações tem usado o cargo para consolidar seu prestígio no mundo dos cavalos. Durante o tour, no dia 27 de janeiro, Juscelino foi um dos homenageados na festa do "Oscar do Quarto de Milha", na capital paulista, anunciada desde novembro. Ao receber a homenagem, o ministro afirmou que pretende alavancar o mercado de equinos.

"Na função de ministro de Estado, agora no Poder Executivo, mas também como deputado reeleito para o terceiro mandato, tenham certeza, cada um de vocês, apaixonados pelo cavalo Quarto de Milha, que terão sempre o meu compromisso, enquanto estiver com uma função pública, de poder defender cada vez mais o cavalo e os esportes equestres no nosso país", disse ele.

Na programação de sábado, 25, e domingo, 26, Juscelino passou por dois leilões em Boituva, a 122 quilômetros de São Paulo. Os eventos foram realizados em um rancho do empresário Jonatas Dantas - seu amigo e sócio em cavalos - e movimentaram R$ 7,5 milhões.

Os locutores não economizaram citações à principal celebridade política ali presente. "Você já 'lançou' num leilão e teve a assessoria de um ministro? O comprador 'tá' com assessoria do ministro", garantiu um leiloeiro, fazendo propaganda do negócio. "O comprador do lote 8 foi com a assessoria do nosso ministro Juscelino Rezende (sobrenome do titular das Comunicações). Vai para Serraria, no Estado da Paraíba", informou outro, no remate de um dos animais.

Um dos cavalos de Juscelino foi exibido no palco. O locutor descreveu em detalhes as características de Gunner Roxo AD para impulsionar a venda da mãe do cavalo, a égua Palooza, principal animal negociado naquele fim de semana. Os direitos sobre 50% da fêmea foram arrematados por R$ 1 milhão. A apresentação de Gunner, por sua vez, também serviu para a propaganda de um leilão futuro, quando o cavalo criado por Juscelino, em sociedade com Jonatas Dantas, será posto à venda.

Em junho de 2019, o ministro pagou R$ 500 mil por metade do potro. "Quando falaram a pessoa (que queria comprar), eu falei: 'Não posso dizer, não'", lembrou Dantas durante o leilão. "Essa pessoa, hoje ministro, (é) uma pessoa humana, um cara gestor. E eu abri mão. Foi vendida a metade por alta soma. Em breve vamos estar lançando ele. A gente está fazendo um projeto inovador. É bem provável que deve ser nos Lençóis Maranhenses, com show da Simone", completou o sócio de Juscelino. Dantas é vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e conselheiro da Associação Brasileira de Vaquejada (ABVAQ).

Praça

Além da viagem com avião da FAB para participar de leilão de cavalos, o dinheiro público também pagou despesas de Juscelino em outro evento sem qualquer relação com o Ministério das Comunicações. No sábado, 28 de janeiro, o ministro reinaugurou uma praça em Boituva, revitalizada e agora batizada com o nome do cavalo Roxão.

A reforma da "Praça do Roxão" custou R$ 195 mil, dinheiro da prefeitura. Dantas, o empresário que é sócio do ministro e foi proprietário do cavalo, doou materiais elétricos e uma escultura de metal do animal que fez história nas competições de vaquejada.

Ao discursar, Juscelino se apresentou como integrante da "equipe do presidente da República" e prometeu internet grátis naquele espaço. "Se a gente está vivendo esse momento, muito foi fruto do cavalo Roxão, que tem proporcionado bons momentos na vida de muitos aqui", disse ele. A participação do ministro na reinauguração da praça também não apareceu em sua agenda oficial nem nas redes sociais.

Consultoria

Um dia depois de voltar para Brasília do tour em São Paulo, Juscelino recebeu no ministério seu consultor de cavalos. Junior Machado acompanhou Iggor Oliveira (PSD), prefeito de Poço Verde (SE).

O encontro foi registrado no Instagram do consultor. "Tratei com prioridade o avanço tecnológico da internet 5G e TV Digital", escreveu Machado, embora não conste qualquer atividade exercida por ele que tenha relação com a pasta.

Em um leilão organizado por Juscelino, em julho do ano passado, Machado teceu vários elogios ao político e mostrou ali a influência que tem sobre decisões do ministro nos negócios com cavalos. "Sempre que vai comprar, pede orientação. 'Júnior, vamos nessa? Não vamos? 'Tá' caro?, 'Tá' barato?'. Quantas vezes eu liguei, você não estava nem assistindo (ao leilão). 'Deputado, compre esse lote'. Você foi e comprou", revelou ele.

Machado disse ao Estadão que "o ministro conhece muito mais de cavalos" do que ele e que a agenda no ministério foi para "pedir que desse atenção ao Estado de Sergipe sobre essa questão de 5G".

Alternativa ao transporte aéreo - cujas passagens subiram 23,5% em média no País no ano passado -, o rodoviário também registrou alta nos preços em 2022. Ainda que, na média brasileira, o aumento no preço das tarifas de ônibus seja mais modesto do que o do avião, o avanço foi mais do que o dobro da inflação. Enquanto as passagens rodoviárias para viagens interestaduais subiram 13,8%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 5,79%.

Em algumas cidades, a alta do transporte rodoviário foi até mais pesada do que a do aéreo. É o caso de Belém, Fortaleza, Salvador e São Luís. A maior diferença foi registrada na capital do Pará, onde a média da passagem rodoviária subiu 30,9%, e a aérea, 3%.

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O principal fator que explica o aumento do transporte rodoviário é o preço do diesel, que representava cerca de 30% dos custos do setor. No ano passado, o litro subiu 22,87% no País, segundo o IBGE.

A Expresso Itamarati - que opera em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás e Minas Gerais - se abastece em 40 pontos do País e percebeu um aumento médio de 53% no diesel no ano passado. No início de 2022, a empresa pagava R$ 4,01 no litro do combustível; em dezembro, era R$ 6,12. Com essa elevação, o peso do diesel no custo das empresas passou de 31% para 38%.

Custo

"Nas linhas longas da empresa, o diesel já ultrapassou a mão de obra e virou o principal custo", diz Gentil Zanovello Afonso, diretor-superintendente da Itamarati. Segundo ele, a alta do diesel ocorreu porque, com dificuldade de acesso ao gás natural devido à guerra na Ucrânia, a Europa passou a usar o diesel para acionar suas termoelétricas, elevando a demanda pelo combustível. Como o Brasil importa 30% do diesel que consome, o impacto foi direto.

Com operação em São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Sergipe e Pernambuco, a Viação Águia Branca viu o peso do combustível passar de 25% de seus custos para 40%. O reajuste que chegou ao consumidor, no entanto, variou de 10% a 15%, segundo o diretor comercial da empresa, Thiago Chieppe Juffo.

"É impossível fazer um repasse integral para o consumidor. A gente está em um momento desafiador na economia, e há outras alternativas de viagem que o consumidor avalia. Se você faz um repasse total, perde o cliente", diz o executivo. Diante desse cenário, a Águia Branca reduziu seus custos operacionais em 26%, desde o começo da pandemia, para conseguir fechar as contas.

Desvalorização do real eleva preço de ônibus

Além da alta do combustível, a desvalorização do real também tem pressionado o preço das passagens. Grande parte das peças usadas na fabricação dos chassis e das carrocerias vem da China e tem preços dolarizados, o que elevou o valor dos ônibus, segundo a conselheira da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati) Letícia Pineschi. "Até me surpreendi com o aumento no preço das passagens. Minha expectativa era que o reajuste fosse maior, de uns 24%, pela pressão dos custos", diz.

De acordo com diretor-superintendente da Itamarati, Gentil Zanovello Afonso, o chassi de um veículo simples, por exemplo, passou de R$ 480 mil para R$ 600 mil, um aumento de 25%. O de ônibus de linha longa subiu de R$ 1 milhão para cerca de R$ 1,3 milhão. Na Itamarati, o reajuste que chegou ao passageiro no ano passado também variou entre 10% e 15%.

O aumento no preço das passagens já tem levado consumidores a desistir de viajar. A diarista Maria de Lourdes Conceição Neto, de 47 anos, deixou de passar o Natal com o irmão no interior de Minas Gerais. Moradora de São Paulo, ela havia visto, em agosto, que a passagem custaria R$ 107. Deixou para comprar em cima da hora e o valor havia subido para R$ 500. "Eu ia com minha irmã, meu sobrinho e meu cunhado. Mas ninguém conseguiu viajar."

Letícia diz não acreditar na possibilidade de os preços continuarem avançando neste ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As famílias de hoje são multiespécies, termo que designa laços não apenas baseado em parentesco, mas no afeto – e os animais estão inclusos nessa. Segundo dados do IBGE, quase 48 milhões de domicílios no país têm cães ou gatos.  E na estação mais quente do ano, quando muita gente aproveita para fazer algumas viagens, os tutores acabam levando consigo seu pet como companhia.

Em 2021, foram transportados 121.309 pets nas cabines e nos compartimentos de cargas dos aviões “com temperatura controlada”, de acordo com a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Para que ocorra tudo bem e em segurança com seu animal de estimação durante a viagem, confira a seguir algumas providências fundamentais antes mesmo de viajar.

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De acordo com regras divulgadas pela Latam Airlines, para que haja transporte aéreo nacional do animal, é necessário que o pet tenha: bom estado de saúde; bom comportamento; pelo menos oito semanas de vida; atestado médico emitido por um veterinário até dez dias ante do voo e carteira de vacinação com vacina antirrábica tomada há 30 dias antes do embarque. 

Conforme o site da Prefeitura do Estado de São Paulo, existem outras recomendações para os tutores, que são: manter a plaqueta de identificação do pet; utilizar caixa transportadora adequada; saber quais as regras do meio do transporte e planejar as paradas, caso o meio de locomoção seja carro ou ônibus, para que o animal e o seu dono possam fazer suas necessidades.

Caso o pet tenha uma cinetose (doença causada pela movimentação durante viagens) na viagem dentro da capital, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) oferece consultas, cirurgias, exames laboratoriais e internação para os animais de estimação da população por meio de quatro hospitais veterinários públicos, nas zonas leste, norte, sul e oeste. 

Viagens de lazer da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Carlos e Jair Renan, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram bancadas pelo cartão corporativo do Palácio do Planalto. As informações foram reveladas pelo Estadão, nesta terça-feira (24), e têm como base os dados fornecidos pelo Governo Federal no balanço de gastos do cartão, que revelou informações das gestões de 2003 a 2022. As notas fiscais, porém, foram obtidas pela agência Fiquem Sabendo via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Segundo as notas, com o cartão corporativo de Bolsonaro, foram custeados R$ 16,2 mil da viagem de Michelle a São Miguel dos Milagres, no litoral alagoano. A verba, segundo a nota fiscal, foi usada para bancar uma equipe de servidores que acompanhou a ex-primeira-dama em Alagoas em abril de 2021.

Também em abril de 2021, a missionária viajou a Presidente Prudente, Araçatuba, São José do Rio Preto e São Paulo. Ela também visitou Caldas Novas, em Goiás, onde se hospedou em um hotel de águas termais. Em todos os casos, foi acompanhada de servidores que tiveram a estadia custeada pelo cartão do marido.

Ainda foram localizadas despesas de Jair Renan e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filhos do ex-presidente. Em abril de 2021, Jair Renan foi para Resende, no Rio de Janeiro, onde os custos da equipe de segurança também foram pagos com o cartão corporativo. No mesmo mês, uma equipe de segurança também foi bancada pelo cartão da Presidência quando o vereador Carlos Bolsonaro foi a Brasília.

Os servidores, informam as notas fiscais, tinham a missão de fazer a segurança dos integrantes da família Bolsonaro durante suas viagens de lazer. Só em abril daquele ano, mostra o jornal, sete viagens da família Bolsonaro tiveram parte dos custos financiados com dinheiro público.

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O ano de 2023 é o primeiro, desde o início da pandemia da Covid-19, a apresentar indicadores de saúde mais positivos e menos restrições sanitárias, no Brasil e no exterior. Assim, as procuras por viagens, especialmente as do tipo “bate-volta”, cresceram, e os brasileiros têm mostrado interesse em aproveitar os nove feriados nacionais deste ano, que vão desde os prolongados aos que têm possibilidade de emenda. Em um diagnóstico interno recente, a CVC, maior agência de viagens do país, listou os principais destinos nacionais e internacionais. 

De acordo com a operadora, a procura pelo primeiro feriado do ano, o Carnaval, teve um aumento de 45% nas buscas em relação ao ano passado, e já alcança 95% da demanda registrada em 2019, antes da pandemia. A preferência ainda é pelas viagens nacionais, que atualmente são 83% das realizadas pelos clientes CVC, e, em todos os feriados, o grande destaque fica para a região Nordeste, com destinos se revezando entre os primeiros colocados. 

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Começando pelo Carnaval, estão no pódio da preferência dos clientes os destinos de Porto Seguro, Maceió e Natal. O trio também ocupa as primeiras colocações nos feriados de abril, sendo que se mantêm na mesma posição para a Páscoa, do dia 7 ao dia 9, e invertem o primeiro e segundo lugares para o feriado de Tiradentes, do dia 21 ao 23, com Maceió passando a primeira colocada. 

Quando avaliados os destinos internacionais, Portugal - o único que aparece na preferência para todos os feriados de 2023 - e Orlando são citados para os feriados de Carnaval, fechando o pódio com a capital argentina, Buenos Aires. Para a Páscoa, os destinos internacionais se repetem, com a adição da Itália. No feriado de Tiradentes, quem acompanha os europeus Portugal e Itália é o destino caribenho de Punta Cana, na República Dominicana. 

Já para o feriado seguinte, do Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, os destinos mais procurados são Maceió, Porto Seguro e Natal. Para o feriado de Corpus Christi (8 a 11 de junho), ainda no outono, mas já bem perto do inverno, Porto Seguro e Maceió ainda ficam no pódio, respectivamente na primeira e terceira colocações, mas tem uma novidade no segundo lugar: a Serra Gaúcha, que entra na preferência de quem deseja começar a aproveitar a estação mais fria do ano. Já nos internacionais, além do destino português, dois dos vizinhos da América do Sul ocupam as seguintes posições: Santigo (Chile) e Buenos Aires, novamente. 

Segundo semestre 

Entre julho e dezembro, a notícia também é boa para quem gosta de ter períodos prolongados de descanso. De setembro a novembro, três feriados que caíram em uma quarta-feira em 2022 serão em uma quinta-feira em 2023. 

Começando pelo da Independência do Brasil, de 7 a 10 de setembro, Maceió e Porto Seguro continuam entre os três primeiros destinos nacionais mais procurados, mas dessa vez trocam posições em relação ao feriado de Corpus Christi, ocupando respectivamente o primeiro e o terceiro lugar. Entre eles, aparece pela primeira vez no pódio o destino pernambucano de Porto de Galinhas. 

Já os clientes CVC que procuram a viagem internacional no período estão focados na Europa, com as três posições ocupadas por Itália, Portugal e França. 

Indo para o feriado de Dia das Crianças, que em 2023 poderá ser aproveitado de 12 a 15 de outubro, Porto de Galinhas lidera a preferência pela primeira vez, seguida de mais um destino inédito: Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Em terceiro, ainda se mantendo no pódio, está a capital alagoana. Na viagem para o exterior, assim como no feriado anterior, Portugal e Itália se mantêm nas primeiras colocações e quem volta a aparecer é Orlando (EUA), que não figurava no top 3 desde o último feriado de abril. 

Em seguida, surge o único feriado com possibilidade de emenda em novembro, já que em 2023 o da Proclamação da República (no dia 15) cairá em uma quarta-feira. Mas o feriado de Dia de Finados, que será de 2 a 5 de novembro, também chega com novidades. Maceió continua entre os favoritos, ocupando a segunda posição, ficando entre Serra Gaúcha, como primeira colocada, e com a capital sergipana de Aracaju aparecendo pela primeira e única vez entre as preferidas dos clientes CVC. 

Para os internacionais, estão no pódio os mesmos três destinos do feriado de 7 de setembro, todos na Europa: Itália, França e Portugal. 

Natal e Réveillon  

Chegando ao fim do ano, o feriado do Natal em 2023, de 22 a 25/12, traz duas novidades no pódio. Em segundo lugar está Serra Gaúcha, que tradicionalmente é um destino muito procurado nessa época do ano por conta das festividades do Natal Luz. Já ocupando o primeiro e o terceiro lugares estão dois destinos baianos, respectivamente, Praia do Forte e a capital Salvador, ambos estreando entre as primeiras colocações.

Também tem novidade no terceiro lugar do ranking internacional. Nos dois primeiros colocados, os já bastante citados Portugal e Itália são seguidos pela inédita posição da Espanha, confirmando que a Europa lidera a preferência dos brasileiros que resgatam os planos da viagem internacional. 

As férias de verão são um período em que muitas pessoas resolvem viajar. Em viagens com mais de duas horas, é comum que os passageiros sintam desconforto, principalmente nas pernas, que tendem a ficar inchadas e com sensação de peso. O Leia Já conversou com o médico vascular Dr. Gustavo Marcatto sobre como prevenir essa condição:

“Permanecer muito tempo numa mesma posição, ou um longo período sentado, como nos casos das viagens longas, prejudica o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração. O resultado é uma circulação mais lenta e, consequentemente, o acúmulo de sangue nas pernas, provocando inchaço e sensação de peso e desconforto nos membros inferiores”, explica Marcatto.

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Além das pernas, as mãos e braços também podem apresentar problemas de circulação nas viagens, devido à imobilidade. De acordo com o especialista em saúde vascular, o ideal é realizar alongamentos como elevar os braços e abrir e fechar as mãos algumas vezes - movimentos que podem ser feitos mesmo que a pessoa esteja sentada na poltrona do ônibus, avião ou banco do carro.  

Segundo o Dr. Marcatto, é necessário que o passageiro levante, pelo menos, a cada duas horas e circule pelo corredor do ônibus ou do avião por no mínimo cinco minutos. No caso de automóveis, é recomendado que o motorista também faça paradas a cada duas horas “É preciso fazer alongamentos e se movimentar. Mover os tornozelos em círculo e para cima e para baixo, ativando, assim, os músculos das panturrilhas e auxiliando no bombeamento do sangue”, aconselha. O alongamento também é indicado para crianças. O método pode servir para entreter os menores e conter a ansiedade para a chegada ao destino.

Quanto às vestimentas, o ideal em deslocamentos de mais de duas horas é priorizar o conforto. “Nada de saltos, sapatos ou roupas apertadas [...] Com peças de roupas mais soltas e sapatos confortáveis, principalmente tênis”, completa o doutor.

Em casos específicos é necessário o uso de meias elásticas de compressão para evitar o inchaço das pernas e pés "As meias são muito importantes, principalmente para pessoas com maior predisposição à trombose como: quadros de varizes, com idade avançada, obesos, quem tem antecedentes de trombose, portadores de distúrbio de coagulação genético (a trombofilia); tabagistas, quem faz tratamentos hormonais ou aqueles que estão em tratamentos de tumores malignos”, alerta o médico. 

Além disso, algumas pessoas precisam utilizar medicação específica. “O médico vascular pode indicar o uso de anticoagulantes para a prevenção da trombose em pacientes que vão viajar longas distâncias. Por isso é essencial consultar um especialista, que indicará qual o melhor procedimento para cada paciente”, diz.

HIDRATAÇÃO

Outro ponto abordado pelo especialista é manter a hidratação durante o trajeto. Isto prque a ingestão de água ajuda a deixar o sangue mais fluido, facilitando a circulação do sangue. Ele alerta que as viagens longas de avião possuem um agravante a mais nisso. “A pressurização das cabines causa uma perda imperceptível -  mas bem significativa-  de água do nosso corpo por evaporação. Isso aumenta a viscosidade do sangue (que fica mais grosso), o que pode favorecer a trombose. Portanto, mais uma vez, a hidratação é bastante importante sempre”, finaliza.

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