Tópicos | comunismo

Sem medo dos “fantasmas do comunismo”, o empreendedor e bibliotecário de formação Cauê Araújo e o guia de turismo e historiador Rodrigo Ianhez criaram a Estrela Vermelha, primeira e única agência de viagens socialista do Brasil. Com apenas quatro meses de existência, o empreendimento oferece destinos, em 2023, como Geórgia, Armênia e Alemanha. Para 2024, as rotas previstas são Rússia, ex-Iugoslávia e, a mais esperada, Cuba, para o mês de janeiro.

"No ano passado [2022], a gente ia (sic) para a Rússia. Não deu certo por causa da guerra. Depois, a gente iria para o Irã, mas estourou uma revolta na época. Então, o Ianhez disse que iria viajar para a Geórgia e perguntou se a gente queria ir também. Mudamos a nossa rota, fomos para a Geórgia. Fizemos Geórgia e Armênia com o Ianhez. Como ele é guia, foi uma viagem completamente diferente. Como ele é guia de turismo, jogou a ideia da agência. Passamos uns dias conversando sobre isso e decidimos fazer”, conta em entrevista ao LeiaJá.

##RECOMENDA##

Diferente das agências de viagens tradicionais, a Estrela Vermelha, que funciona de forma remota, promove mais do que visitação a ex-repúblicas soviéticas, como aponta Cauê. “Não é só turismo. A gente debate, discute como funciona ou funcionava o comunismo naquele lugar”. Uma outra diferenciação é quantidade de dias nos países e de pessoas que formam o grupo para as viagens. “Geralmente, o tempo da viagem varia entre 14 e 17 dias, mais do que isso se torna cansativo. Além disso, o quantitativo de 15 pessoas por destino é um facilitador para afinar logísticas como hotelaria, van e ter um melhor acompanhamento”.

[@#galeria#@]

O socialismo cresce? 

A primeira viagem da Estrela Vermelha está marcada para novembro de 2023. Geórgia e Armênia são os primeiros destinos. Este pacote, que conta com 17 dias, custa €1.549,00. O valor inclui, por exemplo, hospedagem, translado, entrada em oito museus, como o de Stálin de Gori, transporte para os passeios, entre outros. As reservas, não apenas para os lugares citados, mas todas as rotas oferecidas, são feitas por meio do site da agência de turismo

À reportagem, Cauê Araújo frisa que o valor não abarca passagens aéreas. No entanto, os interessados podem comprá-las através de uma empresa parceira. O valor total das viagens, que varia a depender do destino, pode ser pago com uma entrada de 20% e, o restante, dividido em 6x no cartão de crédito, Pix (com desconto de 5%) e boleto bancário. Porém, nessas duas últimas condições de pagamento, as parcelas não podem passar da data de início da viagem.

Por ser um negócio nichado, o público se torna bastante específico, ou seja, de camarada para camarada. Questionado sobre a procura de pessoas com posicionamentos políticos de direita ou liberais pelo serviço da agência, Cauê ressalta que a busca pela Estrela Vermelha por esses grupos vem em forma de críticas apenas. “Com a divulgação da agência em um veículo de comunicação, eu precisei privar o meu perfil no Twitter por alguns dias”, relembra.

Entretanto, para o descontentamento da parte mais conservadora do país, ao que tudo indica e segundo Cauê Araújo, o socialismo cresce. “Hoje, a gente cresce bastante nas redes sociais, os partidos comunistas estão em um momento de reconstrução. Hoje, a gente está em um cenário completamente diferente. Esse momento de reconstrução mostra que ele [socialismo] vem crescendo, mas que falta muito ainda, mas cresce. Há fatores que mostram esse crescimento, mas ainda com parcimônia”.

Citando a eleição de governos de esquerda nos demais países da América Latina, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse há pouco que o socialismo e o comunismo levam à miséria e que a sua intenção é evitar esse destino para o Brasil. Ele foi entrevistado na Marcha para Jesus, em São Paulo.

"Vamos ver o que acontece, o que vem acontecendo, ao redor de outros dez países que fazem divisa com o Brasil. Para onde eles estão indo e por quê. E nós sabemos que o socialismo e o comunismo levam à pobreza e a miséria, levam a tudo que se possa imaginar de ruim. Não queremos isso para nossa pátria", disse o presidente.

##RECOMENDA##

Após alguns anos pendendo para o espectro da direita, os países da América Latina têm voltado a eleger presidentes de esquerda. Em 2019, o peronista Alberto Fernández venceu o liberal Mauricio Macri nas eleições argentinas. O movimento ganhou força após as vitórias de Gabriel Boric no Chile, em 2021, e de Gustavo Petro na Colômbia, no fim de junho.

Na entrevista, o presidente ainda voltou a falar da pauta de costumes, posicionando-se contrariamente à legalização do aborto e das drogas e ao que chamou de "ideologia de gênero."

A aventura espacial da China, iniciada há mais de 60 anos pelo presidente Mao Tsé-Tung, alcançou um novo feito neste sábado (16) com a chegada de três 'taikonautas' - os astronautas chineses - à sua estação espacial para iniciar a missão mais longa de Pequim até agora.

A China já investiu bilhões de dólares em seu programa espacial e tenta chegar ao mesmo nível de Europa, Estados Unidos e Rússia.

Estas são as principais etapas da conquista espacial chinesa:

- O chamado de Mao

Em 1957, a União Soviética coloca em órbita o primeiro satélite fabricado pelo homem, o Sputnik. O fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, faz então um chamado a seus cidadãos: "Nós também fabricaremos satélites!"

A primeira etapa foi concretizada em 1970. A China lança seu primeiro satélite, Dongfanghong-1 ("O Leste é Vermelho-1"), o nome de uma canção em homenagem a Mao, cuja melodia seria difundida por vários dias no espaço.

O foguete responsável por colocar o satélite em órbita se chama "Longa Marcha", um nome que recorda a caminhada do Exército Vermelho que permitiu que Mao se afirmasse como líder do Partido Comunista chinês.

- Primeiro homem

Em 2003, o gigante asiático envia o primeiro chinês ao espaço, o taikonauta Yang Liwei, que dá 14 voltas na Terra em um período de 21 horas.

Com esse voo, a China se transforma no terceiro país, depois de União Soviética e Estados Unidos, a enviar um ser humano ao espaço por seus próprios meios.

- Módulos

A China foi excluída deliberadamente do programa da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), uma cooperação envolvendo americanos, russos, europeus, japoneses e canadenses, e decide construir sua própria estação.

Para isso, o país asiático lança primeiro um pequeno módulo espacial, Tiangong-1 ("Palacio Celestial 1"), que foi colocado em órbita em setembro de 2011, para realizar o treinamento dos taikonautas e também experimentos médicos.

O Tiangong-1 deixa de funcionar em março de 2016. O laboratório era considerado uma etapa preliminar para a construção de uma estação espacial.

Em 2016, a China lança seu segundo módulo espacial, Tiangong-2, onde os taikonautas realizaram acoplamentos técnicos.

- Coelho lunar

Em 2013, o pequeno robô controlado remotamente, batizado de "Coelho de Jade", chega à Lua. Inicialmente, o equipamento teve problema técnicos, mas foi reativado e explorou a superfície lunar durante 31 meses.

O gigante asiático prevê enviar taikonautas à Lua em 2030 e pretende construir uma base na superfície do satélite natural em colaboração com a Rússia.

- Lua e 'GPS' chinês

O programa espacial chinês sofre um revés em 2017 com o fracasso do lançamento do Longa Marcha 5, um equipamento crucial que permite propulsar as pesadas cargas necessárias para algumas missões.

Este contratempo leva a um atraso de três anos para a missão Chang'e 5. Executada apenas em 2020, a missão permite que os chineses enviem para a Terra amostras da superfície lunar, algo que não acontecia há 40 anos.

Em janeiro de 2019, a China obtém outro sucesso com um feito inédito em escala mundial: a alunissagem de um robô, o "Coelho de Jade 2", na face oculta da Lua.

Já em junho de 2020, o país asiático lança o último satélite para concluir seu sistema de navegação Beidou, que compete com o GPS norte-americano.

- Marte... e Júpiter

Em julho de 2020, a China envia a Marte a sonda "Tianwen-1", transportando um robô com rodas e comandado remotamente chamado Zhurong, que pousa na superfície de Marte em maio de 2021.

Os cientistas também mencionam o sonho de enviar pessoas para Marte em um horizonte não muito distante. Além disso, o responsável pela agência espacial, Xu Honglian, menciona a possibilidade de realizar uma missão para Júpiter até 2030.

- Estação espacial

Neste sábado, três taikonautas chegaram à primeira Estação Espacial da China, cuja montagem começou em abril, com a colocação em órbita de seu módulo central.

A missão deve durar seis meses, a mais longa prevista para uma tripulação chinesa, como o dobro do tempo da missão anterior, lançada em abril, que durou 90 dias.

Para terminar a montagem da estação, batizada de Tiangong (Palácio Celestial, em chinês), serão necessárias onze missões.

Uma vez concluída, a estação deverá orbitar a entre 400 e 450 quilômetros de distância da superfície terrestre por um período de dez anos, com a ambição de manter a presença humana no espaço por um longo período.

Em princípio, a China não planeja usar sua estação espacial para a cooperação internacional, mas suas autoridades já disseram que estão abertas a colaborar com outros países.

Em uma atitude desesperada às vésperas da abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, na manhã desta segunda-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retomou o tom de campanha e fez suposições de como estaria a situação do país caso seus dois principais adversários em 2018 tivessem vencido as eleições.

A CPI que vai investigar eventuais omissões do Governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia deve ser instaurada nesta terça-feira (13) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Bolsonaro pressiona o Congresso para que prefeitos e governadores também sejam investigados por mau uso dos recursos federais destinados à Covid-19.

##RECOMENDA##

O chefe do Planalto se apoiou mais em uma vez em uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção de si. No seu perfil do Facebook, ele voltou ressaltar uma suposta ameaça comunista e indicou que a situação do país estaria pior caso Ciro Gomes (PDT) ou Fernando Haddad (PT) tivessem sido eleitos.

"Se a facada tivesse sido fatal, hoje você teria como Presidente Haddad ou Ciro. Sua liberdade, certamente, não mais existiria", sugere Bolsonaro, que classificou como 'protótipos de ditadores' os gestores que tomaram as medidas restritivas para conter o avanço do vírus. Ele uniu sua opinião a um compilado em vídeo de trechos da sua carreira política.

[@#video#@]

Durante a missa do "Domingo da Misericórdia" hoje (11), o papa Francisco pediu para os fiéis não viverem "uma meia-crença" e ajudarem o próximo, porque a partilha dos bens "não é comunismo, é cristianismo na sua forma mais pura".

O Pontífice alertou que em uma fé "estéril" não existe compartilhamento nem atenção ao sofrimento dos outros.

##RECOMENDA##

"Se o amor acaba em nós mesmos, a fé evapora-se num intimismo estéril. Sem os outros, torna-se desencarnada. Sem as obras de misericórdia, morre", declarou, na homilia da celebração na igreja do Espírito Santo, em Sassia, junto à Praça São Pedro.

A declaração recordou a passagem dos Atos dos Apóstolos que fala sobre a vida da primeira comunidade cristã, após a ressurreição de Jesus, indicando que "ninguém chamava seu ao que lhe pertencia", mas tudo era "comum" e "não havia ninguém necessitado".

Segundo Jorge Bergoglio, os discípulos tornaram-se misericordiosos e compartilhar os bens parecia uma "consequência natural". "Não é comunismo, mas Cristianismo no seu estado puro", ressaltou.

O líder da Igreja Católica convidou os católicos a superar a indiferença perante os outros, para que não vivam uma fé "pela metade, que recebe mas não dá, que acolhe o dom mas não se faz dom".

"Hoje é o dia de nos perguntarmos: 'Eu, que tantas vezes recebi a paz de Deus, o seu perdão, a sua misericórdia, sou misericordioso com os outros? Eu, que tantas vezes me alimentei do seu Corpo, faço alguma coisa para matar a fome a quem é pobre?".

Por fim, o Papa defendeu que os católicos devem ser "testemunhas de misericórdia", a partir da experiência de receber a misericórdia de Deus, para quem cada pessoa é "insubstituível".

"Deus acredita em nós mais do que nós acreditamos em nós mesmos", afirmou. "Para Deus, ninguém é falho, ninguém é inútil, ninguém é excluído".

O argentino ainda recordou a experiência dos discípulos de Jesus, que recuperaram a paz após o encontro com Cristo ressuscitado, passando "do remorso à missão". Com este exemplo, ele disse que todos devem "abrir o coração para se deixar perdoar" e recomendou a Confissão, como sacramento da "ressurreição, misericórdia pura".

Da Ansa

Há 31 anos, em 9 de novembro de 1989, o mundo assitiu à Queda do Muro de Berlim, que acabou com o comunismo na Europa Ocidental e reunificou a Alemanha, que vivia dividida em dois blocos. A cortina de ferro que separava o país europeu surgiu em 1961, durante a Guerra Fria (1947-1991). Após ser derrotada na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Alemanha havia sido ocupada por tropas de quatro países. França, Reino Unido e Estados Unidos representavam o lado capitalista do país, e a União Soviética ficou responsável pela parte socialista.

As ocupações fizeram com que a Alemanha fosse dividida em duas nações: a República Federal da Alemanha (RFA), conhecida como Alemanha Ocidental, aliada aos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), nomeada de Alemanha Oriental, aliada da União Soviética.

##RECOMENDA##

O rompimento dessa barreira não representou apenas o fim da União Soviética, mas também o término de uma ditadura comunista e um símbolo de liberdade para o mundo. "Sem contar que o pós-Guerra Fria é marcado por várias características, entre as quais se destacam a nova divisão com a questão multipolar, o neoliberalismo, a globalização e os blocos econômicos", explica a historiadora Tânia Ferreira.

De acordo com Tânia, a Queda do Muro de Berlim representa o ápice da crise do socialismo e o estabelecimento da nova ordem mundial. A partir do momento em que houve a unificação das Alemanhas e a dissolução da União Soviética, o capitalismo se expandiu por todo o mundo, junto a grandes avanços tecnológicos.

Após a destruição do muro, o Brasil também rompeu as relações diretas com a União Soviética, o que gerou maior dependência com os Estados Unidos. "Além disso, durante esse período, ocorria em nosso país a Ditadura Militar [1964-1985]. Esse clima de tensão contribuiu para a perseguição de comunistas em solo brasileiro. Além disso, os EUA financiaram fortemente o avanço dos militares em nosso país", explica a historiadora.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 foi concebida antes da queda do Muro de Berlim e do fim do regime comunista da União Soviética. Por conta disso, carregava influências socialistas. "Com as mudanças, viabilizou-se importantes reformas estruturais e a modernização do Estado brasileiro, com a transformação do papel do setor público de produtor de bens e serviços para regulador da atividade econômica, que muito contribuiu para o sucesso do Plano Real", afirma Tânia.

A historiadora destaca que o fim da muralha de ferro contribuiu para que o Brasil pudesse reconquistar sua liberdade política, que criou profundas raízes nas instituições nacionais, após o fim da Ditadura Militar, a morte do presidente eleito Tancredo Neves (1910-1985) e o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.

Imagine se a União Soviética (URSS) não tivesse caído e o mundo entrasse em um regime socialista e espacial. Esse é o cenário que se passa o game Kosmokrats, que une humor, aventura e desafios em forma de quebra-cabeça colonizar o sistema solar em um arco-íris vermelho e amarelo.

No game, desenvolvido por um estúdio de jogos independente da Polônia chamado Pixel Delusion, você controla um descascador de batatas num universo alternativo que, de repente é convocado para largar os tubérculos e pilotar um drone de montagem, além de construir naves espaciais numa série de missões. Cada ação realizada pelo personagem pode levar a matar acidentalmente cosmonautas em “incidentes no local de trabalho” ou não conseguir montar espaçonaves corretamente.

##RECOMENDA##

[@#video#@] 

Além disso, é possível tornar-se um cidadão das estrelas ganhando medalhas para exibir em seu gabinete de prêmios,  ler o jornal oficial do Partido e até ter um console de jogos chamado Я-Box de última geração. O jogo já está disponível na Steam desde a última quinta-feira (5), com preço sugerido de R$ 28,99. 

O bispo Dom José Ruy Gonçalves Lopes, da Diocese de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, emitiu uma nota sobre as eleições de 2020 orientando os fiéis a votarem contra o comunismo. "A Igreja Católica possui grande simpatia pela Democracia e grande aversão ao comunismo,  diz a sua doutrina (DSI, 160). Por isso o voto consciente é a melhor forma não apenas de reivindicar, mas de determinar o futuro da sociedade", diz a nota pública.

Apesar de o bispo justificar o posicionamento em um documento católico, o tópico 160 da Doutrina Social da Igreja, citado por ele, não trata do comunismo ou tem qualquer relação com posicionamento ideológico. Ainda na nota, o bispo diz que a Igreja Católica não possui partidos políticos e não apoia candidatos.

##RECOMENDA##

A nota pública gerou críticas de setores mais progressistas da igreja. Na publicação do texto no Facebook pela Diocese, um internauta que se identifica como padre de Minas Gerais criticou a parcialidade da mensagem. "O número dois dessa nota omite que a igreja também combate o liberalismo. Está bastante parcial nesse quesito, dando a entender que se deve votar em partidos de direita", ele escreveu.

Dom José Ruy tomou posse como quinto bispo da Diocese de Caruaru em setembro de 2019. Em 2014, quando estava à frente da Diocese de Jequié, na Bahia, publicou um texto criticando o PT por projeto da "questão de gênero". No artigo, o bispo diz que "vem se manifestar peremptoriamente contrária a esta ideologia do partido que governa a nação que deseja ‘impor’ pela maioria de sua base aliada um projeto que quer eliminar a ideia de que os seres humanos se dividem em dois sexos, afirmando que as diferenças entre homem e mulher não correspondem a uma natureza fixa, mas são produtos da cultura de um país, de uma época. Algo convencional, não natural, atribuído pela sociedade, de modo que cada um pode inventar-se a si mesmo e o seu sexo". 

O religioso diz que a tal 'ideologia de gênero' é baseada na análise marxista da história como luta de classes, dos opressores contra os oprimidos, "sendo o primeiro antagonismo aquele que existe entre o homem e a mulher no casamento monogâmico". Ele diz que as pessoas devem se atribuir o real valor que possuem, mesmo que seja politicamente incorreto e contrarie o "modismo imposto pela mídia e pelo governo". Também em 2014, Dom José Ruy voltou a dizer que a Igreja Católica restringe e censura o marxismo, citando dessa vez a encíclica Centesimus annus, escrita por João Paulo II um ano e meio após a queda do Muro de Berlim.

Desde o último domingo (31), quando grupos antifascistas ligados a torcidas organizadas de times de futebol organizaram atos pela democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em várias cidades, têm surgido postagens nas redes sociais com imagens de uma bandeira associada ao movimento antifascista, com usuários se identificando com esse posicionamento político. O LeiaJá ouviu professores e uma ativista para explicar o conceito de antifascismo e o que significa a bandeira antifa, como o movimento também é chamado. 

O que é o fascismo?

##RECOMENDA##

Karl Schuster é historiador e professor há 17 anos, fez pós-doutorado em História Contemporânea pela Universidade Livre de Berlim e atualmente é livre docente da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele explica que: “entende-se por fascismo o conjunto de movimentos políticos que pavimentaram a chegada da extrema-direita ao poder na Europa durante a década de 1920”, mas também as manifestações contemporâneas que se dão dentro de sistemas democráticos e tentam destruir o estado democrático de direito aos poucos. 

“O modo de atuar no novo fascismo promove uma erosão do ambiente democrático. A erosão é gradual, cria inimigos internos, produz isolamento, enfim, ameaça o sistema como um todo. Daí a importância do uso do plural, fascismos. O nazismo foi, em verdade, um tipo de fascismo. Esses movimentos são aquilo que o historiador alemão Ernst Nolte chamou de Anti, são antiliberais, anticomunistas, antimarxistas. O alimento da política e do discurso fascista é a eterna sensação de que o país vai de mal a pior e que apenas eles, os fascistas, seriam capazes de restituir o que a sociedade perdeu, seja por defender um ultra fanatismo em costumes, retomando pautas já superadas, ou com o discurso de que são a própria renovação de uma política carcomida pela corrupção”, explicou o professor. 

No Brasil, de acordo com o professor de história José Carlos Mardock, o fascismo teve uma relação forte com o governo de Getúlio Vargas no período ditatorial do Estado Novo, perseguindo seus opositores. “O escritor alagoano Graciliano Ramos, que era membro do Partido Comunista Brasileiro, foi um dos presos políticos do Estado Novo a transitar pelos calabouços da repressão. Toda a sua experiência está relatada no livro Memórias do Cárcere”, contou Mardock.

Jones Manoel tem 30 anos, é historiador, mestre em serviço social, educador e comunicador popular, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do movimento negro. Ele explica uma das manifestações do fascismo no Brasil se deu por meio do Integralismo, liderado por Plínio Salgado, num grande partido que chegou a ter mais de 80 mil militantes. 

“Basicamente defendia resgatar uma ideia de brasilidade dentro de um programa nacionalista conservador, violentamente anti comunista, anti sindicatos, anti militância que misturava positivismo com fascismo e supostas tradições reais do Brasil. O Brasil desde os anos 1930 para cá nunca teve movimentos de massa fascistas, mas sempre teve pequenos grupos que reivindicam o nazismo, o nazifascismo, via de regra agindo numa perspectiva de gangue, fazendo ataques contra mendigos, homossexuais, pessoas em situação de rua e por aí vai”, disse Jones.  

Movimento e bandeira antifascista

Os movimentos de resistência aos diferentes tipos de fascismo surgem porque, como explica o professor Karl, “O fascismo não morreu com Hitler ou com o fim da segunda guerra mundial. Da mesma forma que os fascistas e as condições sociais para sua existência continuaram existindo, a resistência também. Sempre existirão [ameaças fascistas] enquanto continuarmos com as condições sociais do fascismo. Para mim, fascismo é a negação do outro. É um forte problema de alteridade e de entendimento de existência do outro como inimigo a ser aniquilado”, explicou o professor. 

Ele também conta que o enfrentamento ao fascismo nem sempre nasce de grupos necessariamente denominados antifascistas ou em momentos em que a ameaça é iminente e muito forte, mas também de pautas de movimentos da sociedade civil em busca de mais democracia. 

“[Há movimentos que] não são necessariamente antifascismo, eles abraçam essa pauta por serem movimentos que vigiam, garantem o mínimo de manutenção do estado democrático. Eles são fundamentais para a democracia e existem mesmo sem o fascismo como perigo eminente. Eles nascem da sociedade civil organizada. Nascem da natureza desigual do estado e se fundam numa luta constante por reconhecimento e autonomia das minorias ou de pautas de inclusão, de direitos humanos ou mesmo de reforma agrária, no caso do passado recente do Brasil”, disse o professor Karl Schuster. 

Os movimentos conhecidos como “antifas” surgiram, segundo o professor Mardock, da união entre os partidos Comunista Alemão (KPD) e o socialista alemão (SPD) da luta contra o fortalecimento nazista na década de 1930. “Os partidos KPD E SPD, juntos, venceram Hitler nas eleições de 1933, daí a justificativa para as bandeiras”, explicou ele.

Já o professor Karl conta que a imagem das duas bandeiras, que também aparecem em vermelho e preto, representam uma ideia da criação de uma frente única contra o fascismo e também representam o anarquismo. “Essa bandeira representa a ideia de frente única, a ideia de que todos que são antifascistas estariam unidos, ao menos naquele momento, contra a avalanche fascistizante. As cores representam o anarquismo, o socialismo libertário. Liberdade de quaisquer tipos de hierarquia e coerção são fundamentais nessas duas correntes, que têm rejeitam o socialismo clássico por não aceitarem a hierarquia. Para ambos, o controle centralizado deve ser destruído e abolir o controle autoritário sobre os meios de produção é a ideia central”, contou ele.

De acordo com o historiador, educador e mestre em serviço social, Jones Manoel, havia uma disputa entre anarquistas e comunistas pela “cabeça” do movimento operário, mas diante da ameaça de um grande inimigo maior, foi necessário unir forças. “Como o fascismo tem a característica de montar suas tropas de choque, suas milícias armadas, o antifascismo se dava a partir de ações de massa, debates, ações culturais, mas também ações de rua para tentar intimidar os fascistas e não deixar que eles tomassem conta da arena pública. Aqui no Brasil teve um famoso evento antifascista, a batalha da Praça da Sé, quando antifascistas de variadas matizes se uniram para expulsar os integralistas numa batalha que envolveu muita porrada, agressões físicas e alguns tiros, num episódio em que os comunistas colocaram os fascistas para correr no episódio que ficou conhecido como a ‘revoada das galinhas verdes’. Basicamente os grupos antifas surgem da percepção do movimento operário do perigo que o fascismo representa”, explicou ele.

Reunião de grupo da Juventude Integralista, grupo fascista brasileiro/Domínio Público

Militância on-line e nas ruas

A advogada Ana Cristina Rossi, de 28 anos, é natural de Florianópolis mas mora em São Paulo desde 2013, ano em que começou a participar de manifestações de rua. Em 2016, junto com outros dois amigos, ela fundou o Coletivo Pela Democracia, com o objetivo de promover atos e impedir o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Recentemente, em decisão conjunta com os demais administradores do coletivo, o grupo mudou de nome e passou a se chamar “Coletivo Democrático Antifascista M14”. 

“Com o avanço dos retrocessos e os absurdos que o Presidente vinha propagando dia a dia, a ineficiência desse governo no combate ao Covid-19, foi gerando uma revolta muito grande, então sugeri um novo nome. Sempre tivemos esse posicionamento antifascismo, contra a extrema-direita, racismo, xenofobia. Nossa ideologia é completamente voltada ao socialismo, comunismo, de forma que a gente era a oposição da oposição para esse governo. O discurso desse governo é fascista, nossa principal pauta é a democracia”, contou ela. 

Questionada sobre a razão para, em sua opinião, ter crescido o volume de pessoas nas redes sociais se identificando como antifascistas, Cristina aponta uma conexão entre os atos contra a violência policial que têm ocorrido nos Estados Unidos e a realidade violenta que também é fortemente enfrentada nas periferias do Brasil. 

“Eu acredito que tenha relação em primeiro lugar com o movimento #blacklivesmatter. Esse movimento se alinhou muito com o que está acontecendo aqui no Brasil, o número de mortos nas periferias do Brasil, a forma como a polícia atira indiscriminadamente no povo preto. Dois coletivos se reuniram para combater esse fascismo crescente na América: Democracia Corinthians e Palmeiras antifascista, se eu não me engano, estavam na [Avenida] Paulista com uma pauta muito bacana, Anti Bolsonarista, e houve confronto com a polícia. Isso tudo foi uma das razões para deixar bem claro o que eu já sei desde sempre sofremos com a ação da PM do governo de SP, mas agora eles se sentem legitimados”, afirmou a advogada. 

Jones Manoel, de 30 anos, nasceu na favela da Borborema, zona sul do Recife. Negro, filho de empregada doméstica e órfão de pai aos 11 anos, precisou trabalhar ainda na adolescência e conta que aos 19 anos um amigo lhe apresentou a universidade. A partir desse momento, ele começou a se empenhar para o vestibular e conseguiu a aprovação, montando depois um cursinho popular ao descobrir que junto a outros dois amigos de sua comunidade, eles eram os primeiros daquela região a entrar na universidade. O projeto durou dois anos e ajudou 30 jovens a serem aprovados. 

Durante sua vida de militância, além do PCB e do movimento negro, Jones participou de outros espaços de luta política, como o movimento estudantil, movimento passe livre e jornadas de junho, entre outras atividades. Questionado sobre as razões pelas quais acredita que as imagens da bandeira antifascista passaram a ter um compartilhamento massivo nas redes sociais desde o último final de semana, Jones aponta tanto para o perfil autoritário do projeto bolsonarista de governo quanto para os atos pró-democracia e antifascistas realizados no domingo (31). 

“Os atos de domingo abertamente se colocando em defesa da democracia numa perspectiva popular e antifascista, deram um gás, renovaram esperança e chamaram atenção. Eu acho que é por isso que se colocou essa ideia do antifascismo, porque não existe mais dúvidas que o projeto bolsonarista é fascista. O governo não é fascista, o Estado não é fascista, o fascismo enquanto regime político não está implantado no Brasil e nem eu acho que vai, espero estar certo, mas Weintraub, Ricardo Salles, Bolsonaro, são ideologicamente fascistas, têm uma simbologia fascista e vários grupos fascistas os apoiam”, diz.

LeiaJá também

--> Manifestos pró-democracia ganham força e unem rivais

--> A história alerta: o nazismo não deve ser saudado

--> Bolsonaro republica tuíte de Trump contra movimento antifa

Em mais postura acusada de flerte com a ideologia nazista, o Governo Federal, segundo internautas, teria parafraseado o lema cravado na entrada do campo de extermínio de Auschwitz para apresentar as ações propostas para reduzir os impactos da Covid-19 no Brasil. A campanha, lançada neste domingo (11), foi criticada nas redes sociais.

Enquanto caminhavam para a morte, judeus, poloneses, ciganos e prisioneiros soviéticos olhavam para o céu pela última vez e se deparavam com a frase: "arbeit macht frei", posta no portal de onde seria o local da sua execução. Traduzido, o lema nazista significa "o trabalho liberta".

##RECOMENDA##

"'O Trabalho Liberta', em alemão 'Arbeit macht frei'. Lema encontrado nos portões de entrada do campo de extermínio de Auschwitz durante o nazismo, e também na campanha da SECOM do governo brasileiro para incentivar o cidadão a se expor ao covid. Psicopatas", criticou um internauta.

"'O trabalho liberta', frase encravada no mais famoso campo de concentração do mundo, onde milhares de seres humanos foram exterminados pelos nazistas em Auschwitz. Essa frase é utilizada novamente pelo presidente fascista e genocida em sua propaganda para matar mais brasileiros", postou Leonel Radde, policial civil do Rio Grande do Sul.

Para mostrar o trabalho durante a pandemia, a assessoria do Governo fez uma publicação atacando jornalistas e a imprensa, e postou um vídeo compilado com ações para estimular a retomada das atividades normais, mesmo com a crescente no número de casos e óbitos da doença. Aos 10 segundos finais, a peça publicitária expõe a frase: "o trabalho, a união e a verdade nos libertarão". Para usuários das redes sociais, uma referência à frase difundida durante o regime totalitarista imposto por Adolf Hitler.

Texto de ideologia nazista

Essa não é a primeira vez que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) repercute textos acusados de alusão ao nazismo. Após a recente polêmica protagonizada pela secretária da Cultura, Regina Duarte, que minimizou as atrocidades cometidas por Hitler durante uma entrevista, seu antecessor, Roberto Alvim, foi demitido em janeiro justamente por fazer um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda da Alemanha Nazista.

No vídeo que culminou em sua saída, Alvim divulgou um concurso nacional de artes afirmando que “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada".

Já Joseph Goebbels, o líder de propaganda e idealizador do regime, declarou que “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", aponta o livro "Joseph Goebbels: Uma biografia", escrito pelo historiador Peter Longerich.

Nazismo de esquerda

Embora reassuma seus supostos valores cristãos exaltando Israel, Bolsonaro parece não conhecer a história do Estado. Em uma visita ao Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, ele foi duramente criticado pelos próprios israelenses ao afirmar que não tinha dúvidas que o nazismo era comunista. O discurso foi endossado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que explicou em entrevista que o nazismo era de esquerda.

No entanto, o ponto de virada da Segunda Guerra Mundial iniciou com a tentativa alemã de expandir pela União Soviética. A Batalha de Stalingrado, na qual o Exército Vermelho se opôs à frente de Hitler, foi um episódio chave para a derrocada do terceiro Reich.

Após a infeliz comparação, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República respondeu às acusações de que estaria se baseando no nazismo para promover o fim do isolamento social no Brasil. “Repudiamos veementemente qualquer associação desta postagem com quaisquer ideologias totalitárias e genocidas. O Estado Brasileiro sempre foi um grande parceiro da comunidade judaica, bem como do Estado de Israel, como provam os fatos, para além das ilações forçadas e maldosas”, publicou.

[@#video#@]

O presidente chinês, Xi Jinping, prestou homenagem nesta segunda-feira a Mao Tsé-Tung, na véspera das celebrações do 70º aniversário do regime comunista.

Ao lado de outras autoridades do governo, Xi, que em alguns momentos é apresentado como o dirigente chinês com mais poder desde Mao (à frente do país no período 1949-1976), visitou o mausoléu em que fica o corpo embalsamado do fundador da China comunista na imensa praça Tiananmen (Paz Celestial), no centro de Pequim.

Xi se inclinou em três ocasiões diante da estátua de Mao, informou a agência oficial Xinhua. Também prestou homenagem aos restos mortais de Mao, que são conservados em uma área de vidro no memorial.

Xi Jinping havia se inclinado diante do corpo de Mao pela última vez em 2013, para recordar o 120º aniversário de seu nascimento.

O presidente chinês comandará na terça-feira as celebrações do 70º aniversário da China comunista na praça Tiananmen, onde Mao proclamou a República Popular no dia 1 de outubro de 1949, ao final de uma guerra civil. O governo programou um enorme desfile militar e civil.

Após a morte de Mao, o Partido Comunista Chinês (PCC) iniciou uma política de reformas econômicas para superar o coletivismo imposto até então.

O PCC resumiu o balanço do maoismo com a fórmula "dois terços positivos, um terço negativo".

As críticas públicas a esta época não são comuns na China.

Após a visita ao mausoléu, Xi Jinping depositou flores diante do Monumento aos Heróis do Povo, uma coluna no centro da praça Tiananmen, a mesma na qual se refugiaram os últimos manifestantes da "Primavera de Pequim" durante a sangrenta repressão militar de 1989.

Direita e esquerda. Comunismo e socialismo. Esses são alguns termos históricos cujos conceitos podem ser cobrados em questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para além do contexto educacional, o entendimento dessas definições é essencial para o nosso convívio em sociedade, evitando debates sem argumentos e com discursos distorcidos sobre cada significado.

Os conceitos históricos são os destaques do programa especial do Vai Cair No Enem desta terça-feira (27). A influenciadora digital Thaliane Pereira recebe a professora de história Paula Carvalho que, didaticamente, explica os principais conceitos. Veja o vídeo a seguir:

##RECOMENDA##

O Vai Cair No Enem é um projeto multimídia que, em parceria com o LeiaJá, compartilha, de maneira gratuita, conteúdos educativos direcionados à prova do Exame Nacional do Ensino Médio. No nosso Instagram, os candidatos podem acompanhar dicas curtas, questões, desafios, aula exclusivas, notícias, entre outras informações.

Todas as terças-feiras, às 16h30, Thaliane Pereira recebe professores em entrevistas exclusivas sobre assuntos do Exame que se relacionam com o cotidiano. Confira, a seguir, os programas especiais já exibidos:

--> No ritmo do passinho, veja uma aula de física para o Enem

--> Vídeo: matemática para o Enem pode ser fácil, sim

O plano do governo brasileiro de vender oito refinarias da Petrobras está atraindo petroleiras e tradings sauditas e chinesas, segundo agência.

Segundo reportagem da agência Reuters, com base no depoimento de duas fontes que não tiveram seus nomes revelados, que entre os potenciais interessados está a PetroChina Co e Sinopec, que já tem uma joint venture no Brasil com a espanhola Repsol.

##RECOMENDA##

A empresa saudita Saudi Aramco, está planejando propor uma das maiores ofertas públicas (IPO, sigla em inglês) do mundo e está analisando os números das refinarias.

Cerca de 20 empresas assinaram termos de confidencialidade para garantir o acesso aos dados das refinarias e sinalizam que estão considerando em apresentar uma oferta.

Além da chinesa e da saudita, as outras companhias interessadas incluem as tradings Vitol, Glencore e Trafigura. E as empresas brasileiras Ultrapar Participações e Raízen, uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Shell.

A venda das refinarias da Petrobras pode arrecadas até US$ 18 bilhões, cerca de R$ 74 bilhões. As refinarias terão que ser vendidas uma por uma e o mesmo comprador não poderá adquirir duas refinarias na mesma região, no Nordeste ou no Sul.

Da Sputnik Brasil

O governo de Cuba promulgou nesta quarta-feira (10) a nova Constituição do país, aprovada em referendo popular em fevereiro passado e que abre a ilha para o mercado privado.

O ato de promulgação foi presidido pelo primeiro-secretário do Comitê Central do Partido Comunista, Raúl Castro, em uma cerimônia solene na Assembleia Nacional. Em seu discurso, o ex-presidente disse que a Carta Magna "garante a continuidade da Revolução e o caráter irrevogável do socialismo".

##RECOMENDA##

A nova Constituição foi aprovada em um referendo popular em 24 de fevereiro, com 86,85% dos votos. Entre outras coisas, o texto reconhece a propriedade privada, o enriquecimento individual, a liberdade de imprensa e o Estado laico.

Além disso, a Constituição garante a presunção de inocência em processos, proíbe a discriminação de pessoas LGBT, cria o cargo de primeiro-ministro como chefe de governo - o presidente permanecerá como chefe de Estado - e prevê um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O projeto também fixa em cinco anos o mandato do presidente, com direito a uma reeleição, e impõe 60 anos como idade máxima para se candidatar - dessa forma, o atual mandatário do país, Miguel Díaz-Canel, 58, não poderia tentar a reeleição.

Por outro lado, a nova Constituição não muda a regra de partido único e mantém o monopólio do Estado na posse de terras. Os conceitos de economia planificada e de país comunista também foram mantidos. "Apenas no socialismo e no comunismo o ser humano alcança sua dignidade plena", diz a Carta Magna.

Da Ansa

Antes com uma postura mais discreta a psicóloga Heloisa Wolf, mulher do deputado federal mais votado da história do Brasil, Eduardo Bolsonaro (PSL), decidiu por se manifestar de forma direta em relação à política. Ela publicou uma foto no qual aparece com um vestido vermelho que teria sido usado no dia da sua formatura para falar sobre o tradicional vermelho que até então era usado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). 

“É melhor JAIR avisando que a esquerda não possui exclusividade da cor vermelha, talkei? Graças a Deus essa cor deixará de ser sinônimo de comunismo no Brasil e afastaremos esse fantasma. Ufa, sou colorada”, alfinetou por meio das redes sociais. 

##RECOMENDA##

Heloisa também comentou o resultado da eleição presidencial. Ela definiu a data como “histórica”. “A emoção e a festa na rua era de vitória como se o Brasil tivesse sido campeão da Copa do Mundo. Pessoas cantando o Hino Nacional e vestidas de verde e amarelo com muito orgulho. De fato, que orgulho. Jair Bolsonaro representa a esperança de um futuro melhor e esse sentimento é inexplicável”, elogiou.

Está formado um cenário de debates intensos, muitas vezes violentos. De um lado, políticos com ideologias divergentes se preparam para a disputar as urnas, aguerridos de propostas ou discursos que têm como alvo o eleitor brasileiro. Do outro, o povo, que tem nas redes sociais o seu campo de batalha e se travestem de soldados, saem a defender suas ideologias usando as palavras como arma.

No embate virtual, assim como no feito verbalmente, é possível observar a utilização de termos como Fascismo, Comunismo, Socialismo e até Nazismo em discursos polarizados pela política. Porém, ao se munir de expressões que evocam essas palavras, muitas pessoas esquecem, ou simplesmente não sabem, que elas vêm de movimentos políticos que surgiram ao longo da história mundial e que suas características reverberam até os dias de hoje.

##RECOMENDA##

Para evitar mais tiros no escuro e te ajudar a entender mais sobre cada onda governamental, conversamos como a historiadora e mestra em história política Elza Mariana de Mendonça, que explica em detalhes cada termo. Confira:

Fascismo

Criando em 1914, por Benito Mussolini, o Fascismo foi fundado na Itália e seu nome veio da palavra fascio. “O fascio era um instrumento, um machado revestido de muitas varas de madeira, que era utilizado para punições corporais. Quando nomearam o movimento de Fascismo, pensaram na autoridade e no medo que o fascio causava”, explica Elza.

Ela conta que o criador do Partido Nacional Fascista, Mussolini, era um líder autoritário. “A Itália passava por uma grave crise política fruto dos problemas de sua unificação tardia e com as consequências da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Em 1919, foi publicado o primeiro manifesto fascista. O Fascismo surgiu, então, como o regime que iria resolver todos os problemas econômicos pós guerra, era por base um movimento nacionalista (de maneira exacerbada), imperialista (baseado na supremacia da nação italiana sobre os outros países), antiliberal e antidemocrático”, afirma.

Nazismo

O Nazismo despontou na Alemanha sobre o comando de Adolf Hitler e trouxe com ele algumas bases do movimento fascista italiano. A diferença entre os dois é que, no Nazismo, foi acrescentada uma conotação de raça baseada no darwinismo social e na pureza e superioridade da raça ariana.

“Em 1920, Hitler fundou o Partido Nazista e em 1924 escreveu o livro que é a única base teórica para estudar esse pensamento (Mein Kampf). Nesse livro, ele elege o Comunismo como verdadeiro inimigo a ser combatido”, diz a historiadora. Ela reforça que tanto o Fascismo, quanto o Nazismo, são regimes que desprezam a democracia. “Eles baseiam-se em uma política autoritária de massas com forte apelo emocional e apesar de fundarem-se no discurso da união para o crescimento e desenvolvimento das nações, representam pensamentos desagregadores”, destaca.

Comunismo

Há muitas lendas relacionadas ao Comunismo, principalmente durante a Ditadura Militar brasileira. Muito se temia que comunistas comessem criancinhas ou instaurassem um regime que cercearia liberdades individuais. Mas não era bem assim.

“No Manifesto Comunista, escrito em 1848, Marx defendia que a história de todas as sociedades existentes até então era a luta de classes. Para ele, esse era o motor da história. Essa trajetória de lutas e impasses só teria um fim quando os trabalhadores criassem consciência de classe, se reconhecessem como geradores de riquezas, estabelecendo uma luta política para coletivizar os meios de produção, sejam as máquinas ou as terras”, explica Elza. Porém, apesar das ideias amplamente difundidas, o Comunismo nunca foi implementado em nenhum lugar do mundo.

“Nas tentativas que existiram, o autoritarismo político e o personalismo partidário foram a marca dos que detinham a liderança das classes trabalhadoras e é preciso que a classe trabalhadora seja sua própria liderança”, assevera.

Socialismo

Existem vários tipos de Socialismo, que passam longe de ter ideias totalitários ou extremistas. De acordo com a historiadora, “o que norteia a ideia de uma regime socialista é tornar viável a igualdade de oportunidades e de produção". 

"Nesse sentido, o que adquire mais peso para nós hoje é a social democracia, adotada por muitos países da Europa”, explica a pesquisadora. Para ela, como a ideia de uma revolução comunista e do fim do capitalismo passa longe da nossa realidade, a população deve-se preocupar em lutar por justiça social. “O Socialismo como teoria, estudado e ancorado por estudiosos, é um fenômeno contemporâneo a revolução francesa, podemos considerá-lo um caminho reformista dentro do Comunismo”, completa.

Para os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também é muito importante entender cada termo. Professor de história e sociologia, João Pedro Holanda traz um resumo sobre os significados. Confira no vídeo a seguir:

[@#video#@]

*Conteúdo publicado originalmente no site institucional da UNINASSAU

A existência de um centro de estudos sobre comunismo na Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) motivou a instauração de um inquérito policial aberto a pedido do Ministério Público Federal.

O argumento é de que o Centro de Difusão do Comunismo (CDC) está "utilizando recursos públicos da Ufop para divulgação e realização de eventos de cunho comunista, contrariando ordem judicial."

##RECOMENDA##

O CDC foi criado no câmpus de Mariana (MG) da Ufop em 2012. Um ano depois, um advogado de São Luís (MA), Pedro Leonel Pinto, acionou a Justiça afirmando que o CDC usaria "recursos públicos para custeio de atividades de seguimentos restritos, em afronta aos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, intrínsecos à administração pública, conforme o Constituição".

O advogado argumentou ainda que a legislação brasileira "proíbe a utilização do serviço de repartição pública para benefício de partido ou organização de caráter político".

O professor do curso de Serviço Social da Ufop André Mayer será ouvido pela Polícia Federal. Ele é suspeito de desobediência por supostamente não ter seguido a determinação judicial, de 2003, de encerrar o funcionamento de um centro de estudos. Mayer, que leciona teoria social, afirma tratar-se de "perseguição política e ideológica".

Atividade

Segundo ele, em agosto de 2013, assim que a decisão foi tomada na primeira instância, o centro teve suas atividades encerradas. "O que nós continuamos até hoje é um grupo de pesquisas, chamado Liga dos Comunistas, que existia desde 2009", afirma. A Liga estuda temas relacionados ao comunismo. "Pode ser um autor, um livro. Esse ano, por exemplo, tratamos exclusivamente dos 100 anos da Revolução Russa", diz o professor.

A reportagem tentou contato com o autor da ação de 2013, mas não teve resposta até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os saudosistas da antiga União Soviética (URSS), jovens comunistas e neobolcheviques, continuam sonhando com uma Rússia de futuro radiante, sem ricos, nem pobres, comprometidos com a Revolução de Outubro, que completa 100 anos.

Alguns se encontram no Parlamento e não criticam em nada o Kremlin. Outros, muito mais radicais, atuam à margem da vida política e são alvo de processos judiciais.

"A revolução abriu caminho para uma nova vida com conquistas sociais, como o direito à educação e ao atendimento médico gratuitos", afirmou à AFP Vladimir Issakov, chefe do Komsomol, organização da juventude do Partido Comunista.

"Sem a revolução, não teria havido o primeiro homem no espaço nem a vitória na Segunda Guerra Mundial, e a Rússia não teria se convertido numa das duas grandes potências mundiais", acrescentou.

Vladimir, de 30 anos, conta que entrou para o Partido Comunista quando era estudante de História, atraído pelas ideias socialistas.

Segundo ele, os que entram hoje para o Komsomol têm um pouco mais de 20 anos e "já sentiram a injustiça da sociedade".

- O olho do Kremlin -

Partido único na URSS, o Partido Comunista da União Soviética (PCUS), no poder há décadas, começou a perder sua influência nos anos 1970 e 1980. Seus dirigentes septuagenários, como Leonid Brézhnev, eram visto com ironia pelos soviéticos.

Mas a adesão ao PC era obrigatória para fazer carreira e, em 1991, um pouco antes da queda da URSS, o partido contava com 16,5 milhões de membros (6% da população).

O primeiro presidente russo, Boris Yeltsin, proibiu o partido depois do golpe frustrado de agosto de 1991, organizado por dirigentes do PC para tentar impedir o desmantelamento da URSS.

Um ano mais tarde, a Corte Constitucional russa autorizou de novo sua atividade e, em 1993, um novo PC aparecia no cenário político. Conduzido por Guenadi Ziuganov, ex-funcionário do partido, se declara herdeiro do PC soviético, mas tem cem vezes menos membros.

Depois de um período de popularidade no final dos anos 1990, quando as reformas colocaram milhares de russos no limite da pobreza, o PC é hoje o segundo partido da Duma, câmara baixa do Parlamento, com 42 cadeiras entre as 448 existentes, muito longe do partido governista Rússia Unida.

Os movimentos de esquerda radicais o acusam de ter período sua independência e de atuar sob tutela do Kremlin.

O Partido Comunista de Ziuganov critica cada vez menos Vladimir Putin, especialmente depois da anexação, por parte da Rússia, da península ucraniana da Crimeia, em 2014, o que apoiou com entusiasmo.

Concentra seus ataques, muito comedidos, na política econômica do governo, entre liberalismo e capitalismo de Estado.

"O PC é solidário ao poder em sua política externa, mas se opõe a sua política social e econômica", assegura Vladimir Isakov. "Seguimos fiéis às ideias de Marx e Lênin. Queremos uma nacionalização do setor de hidrocarbonetos", explicou.

A ideologia do Partido Comunista é atualmente uma mistura surpreendente: o ateísmo militante em vigor na época soviética desapareceu e Guenadi Ziuganov não perde a oportunidade de fazer o elogio da ortodoxia. Ziuganov reavivou o culto a Stalin, apesar da denúncia ao culto à personalidade do ex-ditador pelas autoridades soviéticas em meados dos anos 10950.

- Extremismo nos porões -

Enquanto o PC se integrou à vida política dominada pelo Kremlin, os movimentos de esquerda radical, ativos no início dos anos 2000, como o Partido Nacional Bolchevique (NBP), do escritor Eduard Limonov, e a Frente de Esquerda, de Serguei, Udaltsov, foram praticamente liquidados pelo poder.

O NBP foi proibido em 2007 como "organização extremista" depois de uma série de ações espetaculares, entre elas o ataque a um escritório da administração presidencial de Moscou. Mais de 150 de seus militantes foram para a prisão.

Serguei Udaltsov, por sua parte, acaba de passar quatro anos em um campo por organização de distúrbios em massa em 2012. Seu movimento se uniu aos liberais, que se manifestavam para protestar contra o retorno de Putin ao Kremlin.

Em um obscuro porão de um prédio de Moscou, Alexandre Averin, ex-membro do NBP, hoje um dos chefes do partido de extrema-esquerda Drugaia Rossia (A Outra Rússia), reconhece que a oposição está em crise.

O militante de 36 anos vê nisso o resultado das divisões que se seguiram à anexação da Crimeia: a esquerda apoiou o Kremlin e os liberais a denunciaram.

"Hoje, o objetivo da oposição russa é realizar uma virada para a esquerda reivindicada em todo o mundo", afirmou Udaltsov depois de sua saída da prisão, em agosto.

Pediu que a oposição de esquerda se una por ocasião do centenário da Revolução. Mas cada um tem seus próprios projetos de comemoração.

A extrema-esquerda se prepara para as manifestações. "Seremos certamente detidos", afirmou, com um sorriso, Alexandre Averin.

Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre os 100 anos da Revolução Russa. A convidada é a professora Maíra Maia, graduada em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA), especialista em História Social da Amazônia, com mestrado e doutorado em História também pela UFPA. Atualmente é professora da Universidade da Amazônia (Unama).

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

##RECOMENDA##

[@#podcast#@]

Cerca de 70 mil cubanos prestaram neste domingo (8) uma homenagem ao guerrilheiro argentino Ernesto 'Che' Guevara, em celebração aos 50 anos de sua morte. Neste ano, será a primeira vez que a cerimônia não contará com a presença do ex-presidente de Cuba Fidel Castro, seu amigo e líder durante a Revolução Cubana morto em novembro de 2016, que instituiu o dia 8 de outubro como dia do "Guerrilheiro Heroico", apesar de Che ter morrido um dia depois.

A celebração ocorre em Santa Clara, a 300 quilômetros de Havana, e teve a presença do chefe de Estado cubano, Raúl Castro. Ele participou do evento vestido com uniforme militar.

##RECOMENDA##

Na Bolívia, onde Che morreu, uma comitiva oficial cubana foi enviada neste sábado (7) para participar de uma série de atos comemorativos que estão sendo realizados com apoio do presidente Evo Morales.

O argentino Ernesto Guevara, ao lado de Castro, liderou a revolução que destituiu o ditador Fulgencio Batista do poder em Cuba. Che faleceu em 1967, aos 39 anos, quando foi capturado e morto pelo Exército boliviano.

Mostra na Itália Do dia 6 de dezembro até abril de 2018, a cidade de Milão receberá uma exposição sobre a vida do guerrilheiro, que contará com mais de dois mil documentos, entre fotos, cartas e discursos.

O objetivo da mostra é relembrar a história do comandante que simbolizou a Revolução Cubana.

Da Ansa

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando