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A húngara Eva Fahidi, sobrevivente dos campos de concentração de Auschwitz e de Buchenwald, morreu nesta segunda-feira (11) aos 97 anos.

"Com grande tristeza, soubemos da morte esta manhã, em Budapeste, de Eva Fahidi-Pusztai, uma combatente comprometida com a democracia e com os direitos humanos", anunciou a Fundação dos memoriais de Buchenwald e de Mittelbau-Dora, em um comunicado.

"Sua voz cheia de sabedoria e calor nos fará muita falta", diz a nota, que também lamenta uma grande perda "para o trabalho de memória na Europa".

Nascida em 22 de outubro de 1925 em Debrecen (leste da Hungria), Eva Fahidi estava no Ensino Médio aos 18 anos, quando foi deportada na primavera de 1944, junto com 440.000 judeus húngaros, para os campos de extermínio.

Perdeu 49 membros de sua família, incluindo seus pais. Conservava na memória a última visão de sua mãe e de sua irmã caçula de 11 anos na rampa de seleção de Birkenau.

Libertada em março de 1945 pelas tropas americanas, voltou para a Hungria, onde desistiu do sonho de se tornar pianista pelas fortes sequelas das duras condições de trabalho.

Durante décadas, foi reticente a evocar os anos de cativeiro, mas depois de uma visita a Auschwitz em 2003, sentiu necessidade de escrever suas memórias.

Sua obra, "The Soul of Things: Memoir of a Youth Interrupted" ("A alma das coisas: memórias de uma juventude interrompida", em tradução livre), foi publicada primeiro em alemão, em 2004, e depois, traduzida para o húngaro.

Ao lado da então chanceler alemã, Angela Merkel, participou de uma cerimônia em Berlim pelo 70º aniversário da libertação de Auschwitz, em janeiro de 2015. Depois, prestou depoimento no julgamento, na Alemanha, do ex-contador do campo de concentração Oskar Gröning.

"Me dei conta de que minha vocação era falar sobre Auschwitz ao maior número possível de pessoas. Era o mínimo que podia fazer", disse ela em uma entrevista à AFP em 2016.

"Descobri que o ódio é um peso. O que aconteceu, aconteceu. Estou viva e amo a vida", completou.

Hoje (27) é celebrado o Dia Internacional em Memórias às Vítimas do Holocausto, conforme a Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada em 2005. A data escolhida marca a libertação dos prisioneiros do maior campo de concentração nazista, Auschwitz, na Polônia. Porta-vozes da ONG destacaram que a data é observada no contexto de um “aumento alarmante de antissemitismo” e consideram que o mundo assiste à tentativa de reescrever a história e de distorcer os fatos do Holocausto.

Alguns filmes retratam sobre a perseguição aos judeus, que viviam em condições de vida deploráveis, escravizados até a morte nos campos de extermínio ou em constante fuga, como “A lista de Schindler” (1993), “O Menino do Pijama Listrado” (2008) e “O Diário de Anne Frank” (1959), que retraram esses horrores. Mas há outros longas que também abordam o tema. Confira:

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A amarga sinfonia de Auschwitz (1980) - Capturada pelos nazistas e enviada para Auschwitz, uma musicista é responsável pela tarefa terrível de amenizar a caminhada dos condenados à câmara de gás. O drama ganhou o Prêmio Emmy do Primetime de Melhor Atriz Coadjuvante em Filme, Melhor Roteiro em Filme ou Especial Dramático e Melhor Especial de Drama. Disponível no YouTube. 

A Vida é Bela (1997) - Durante a Segunda Guerra Mundial na Itália, o judeu Guido e seu filho Giosué são levados para um campo de concentração nazista. Afastado da mulher, ele precisa usar sua imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência ao redor. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem. Disponível no YouTube e Apple TV. 

Noite e Neblina (1955) - Dez anos após o Holocausto, Alain Resnais (1922-2014) documenta os locais abandonados de Auschwitz enquanto reflete sobre a ascensão da ideologia nazista e as vidas angustiantes dos prisioneiros do campo usando imagens assustadoras de guerra. Disponível na Amazon Prime Video.  

O Fotógrafo de Mauthausen (2018) - Um prisioneiro em campo de concentração, o fotógrafo espanhol Francisco Boix (1920-1951), que conseguiu guardar, esconder e depois mostrar ao mundo uma imensa série de negativos de fotos das atrocidades cometidas no campo de concentração de Mauthausen, na Áustria. O filme recebeu indicações ao Prêmio Goya de Melhor Direção de Produção, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem e Cabelo e Melhor Direção Artística. Disponível na Netflix. 

O Pianista (2002) - Um pianista judeu polonês vê Varsóvia mudar gradualmente à medida que a Segunda Guerra Mundial começa. Szpilman (1911-2000) é forçado a ir para o Gueto de Varsóvia, mas depois é separado de sua família durante a operação Reinhard. A partir desse momento, até que os prisioneiros dos campos de concentração sejam liberados, Szpilman se esconde em vários locais entre as ruínas de Varsóvia. O drama recebeu indicações ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Figurino e Melhor Montagem. Disponível no YouTube. 

 

Eles se arrumaram para sair bem na foto, mas não houve sorrisos entre os recém-casados. O motivo, óbvio: a união de uma espanhola e um austríaco foi o único casamento celebrado no campo de concentração nazista de Auschwitz.

A foto amarelada do detento Rudolf Friemel e sua esposa Margarita Ferrer Rey foi doada por seu neto, junto com outros documentos, à cidade de Viena, que os expõe pela primeira vez em sua biblioteca até 30 de setembro.

A recordação de um doce intervalo no meio da escuridão: o casamento autorizado pelos nazistas desses dois amantes, que foi registrado no dia 18 de março às 11 da manhã pelo serviço de registro civil do campo.

"Como aconteceu um evento tão singular?", pergunta o prefeito social-democrata de Viena, Michael Ludwig, no preâmbulo do catálogo da exposição.

"Rudolf Friemel, designado para a manutenção dos veículos da SS, tinha melhores condições de detenção do que os demais presos", explica o prefeito.

"Mas o privilégio excepcional de poder se casar permanece inexplicável até hoje", acrescenta.

O anúncio da cerimônia foi um raro momento de alegria para muitos presos, que enviaram aos noivos cartões comoventes, que agora são mostrados ao público.

- Noite de núpcias -

Margarita Ferrer Rey, que morava na Áustria com o filho do casal, então com três anos, o pai e o irmão do detido foram notificados por telegrama e autorizados a viajar para Auschwitz.

Rudolf Friemel, um resistente enviado ao campo de extermínio em 1942, foi autorizado a deixar o cabelo crescer e usar um traje civil para a ocasião.

Um recinto, localizado no bordel do campo, foi disponibilizado ao casal para a noite de núpcias.

Mas o feliz hiato durou pouco. Por ter ajudado a organizar uma tentativa de fuga, Rudolf Friemel foi enforcado em dezembro, deixando cartas e poemas angustiantes para sua esposa e filho, que foram morar na França após a guerra.

Esses documentos de grande valor histórico foram doados em 2017 por um neto, Rodolphe Friemel, de 48 anos, que leva o nome do avô e concordou em entregá-los para garantir sua preservação.

"Administrativamente, este casamento é importante porque sem ele não teríamos todos esses arquivos", explica à AFP por telefone do sul da França, onde mora.

Mas "o mais interessante", continua ele, "é que você vê que pode haver amor em meio ao horror".

"Talvez meus avós tenham feito tudo isso com o único propósito de se verem novamente", pondera, décadas após a morte de Margarita em 1987.

Em mais postura acusada de flerte com a ideologia nazista, o Governo Federal, segundo internautas, teria parafraseado o lema cravado na entrada do campo de extermínio de Auschwitz para apresentar as ações propostas para reduzir os impactos da Covid-19 no Brasil. A campanha, lançada neste domingo (11), foi criticada nas redes sociais.

Enquanto caminhavam para a morte, judeus, poloneses, ciganos e prisioneiros soviéticos olhavam para o céu pela última vez e se deparavam com a frase: "arbeit macht frei", posta no portal de onde seria o local da sua execução. Traduzido, o lema nazista significa "o trabalho liberta".

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"'O Trabalho Liberta', em alemão 'Arbeit macht frei'. Lema encontrado nos portões de entrada do campo de extermínio de Auschwitz durante o nazismo, e também na campanha da SECOM do governo brasileiro para incentivar o cidadão a se expor ao covid. Psicopatas", criticou um internauta.

"'O trabalho liberta', frase encravada no mais famoso campo de concentração do mundo, onde milhares de seres humanos foram exterminados pelos nazistas em Auschwitz. Essa frase é utilizada novamente pelo presidente fascista e genocida em sua propaganda para matar mais brasileiros", postou Leonel Radde, policial civil do Rio Grande do Sul.

Para mostrar o trabalho durante a pandemia, a assessoria do Governo fez uma publicação atacando jornalistas e a imprensa, e postou um vídeo compilado com ações para estimular a retomada das atividades normais, mesmo com a crescente no número de casos e óbitos da doença. Aos 10 segundos finais, a peça publicitária expõe a frase: "o trabalho, a união e a verdade nos libertarão". Para usuários das redes sociais, uma referência à frase difundida durante o regime totalitarista imposto por Adolf Hitler.

Texto de ideologia nazista

Essa não é a primeira vez que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) repercute textos acusados de alusão ao nazismo. Após a recente polêmica protagonizada pela secretária da Cultura, Regina Duarte, que minimizou as atrocidades cometidas por Hitler durante uma entrevista, seu antecessor, Roberto Alvim, foi demitido em janeiro justamente por fazer um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda da Alemanha Nazista.

No vídeo que culminou em sua saída, Alvim divulgou um concurso nacional de artes afirmando que “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada".

Já Joseph Goebbels, o líder de propaganda e idealizador do regime, declarou que “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", aponta o livro "Joseph Goebbels: Uma biografia", escrito pelo historiador Peter Longerich.

Nazismo de esquerda

Embora reassuma seus supostos valores cristãos exaltando Israel, Bolsonaro parece não conhecer a história do Estado. Em uma visita ao Museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, ele foi duramente criticado pelos próprios israelenses ao afirmar que não tinha dúvidas que o nazismo era comunista. O discurso foi endossado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que explicou em entrevista que o nazismo era de esquerda.

No entanto, o ponto de virada da Segunda Guerra Mundial iniciou com a tentativa alemã de expandir pela União Soviética. A Batalha de Stalingrado, na qual o Exército Vermelho se opôs à frente de Hitler, foi um episódio chave para a derrocada do terceiro Reich.

Após a infeliz comparação, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República respondeu às acusações de que estaria se baseando no nazismo para promover o fim do isolamento social no Brasil. “Repudiamos veementemente qualquer associação desta postagem com quaisquer ideologias totalitárias e genocidas. O Estado Brasileiro sempre foi um grande parceiro da comunidade judaica, bem como do Estado de Israel, como provam os fatos, para além das ilações forçadas e maldosas”, publicou.

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Passados 75 anos da libertação de Auschwitz, sobreviventes do Holocausto, hoje menos numerosos, reúnem-se no local, nesta segunda-feira (27), para honrar a memória de mais de 1,1 milhão de vítimas - principalmente judeus - e lançar um alerta ao mundo frente ao ressurgente antissemitismo.

Procedentes do mundo inteiro, são mais de 200 sobreviventes neste antigo campo de concentração nazista de Auschwitz, situado no sul da Polônia. Lá, compartilharão seus testemunhos no intuito de chamar atenção para a recente onda de ataques antissemitas dos dois lados do Atlântico - alguns letais.

Com gorros e lenços listrados de azul e branco, simbolizando os uniformes destes prisioneiros no campo, atravessaram, com tristeza, o célebre portal de ferro com a inscrição "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta", em tradução livre do alemão para o português). Acompanhados do presidente polonês, Andrzej Duda, depositaram coroas de flores perto do "muro da morte", onde os nazistas mataram milhares de pessoas.

"Queremos que a próxima geração saiba o que nós vivemos e que isso não aconteça nunca mais", declarou com a voz embargada pela emoção o sobrevivente de Auschwitz David Marks, de 93 anos, antes de uma cerimônia no domingo de manhã.

Marks perdeu 35 membros de sua família próxima e distante de judeus romenos em Auschwitz, o maior dos campos da morte instalados pela Alemanha nazista, que se tornou símbolo dos seis milhões de judeus europeus mortos no Holocausto.

A partir de meados de 1942, os nazistas deportaram sistematicamente judeus de toda Europa para seis grandes campos de extermínio: Auschwitz-Birkenau, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor e Treblinka.

- 'Sem política' -

Os organizadores insistem no fato de que a cerimônia comemorativa de hoje deve se concentrar no que os sobreviventes têm a dizer, e não nas divergências políticas que marcaram os preparativos da data.

"Trata-se dos sobreviventes, não se trata de política", declarou Ronald Lauder, presidente do Congresso Judaico Mundial, neste ex-campo de concentração hoje transformado em memorial e museu, administrados pela Polônia.

"Observamos o impulso do antissemitismo, e não queremos que seu passado (o dos sobreviventes) seja o futuro de seus filhos, ou o futuro de seus netos", completou.

Chefes de Estado e de governo de quase 60 países assistirão à cerimônia de hoje, que contará com a ausência dos líderes das grandes potências mundiais. Estes últimos participaram, na última quinta-feira, de uma cerimônia semelhante em Jerusalém.

O presidente polonês, Andrzej Duda, recusou-se a ir a Jerusalém, depois de saber que não poderia fazer um pronunciamento junto com as demais autoridades. Já o presidente russo, Vladimir Putin, teve um papel de protagonismo.

Em dezembro, Putin causou indignação na Polônia e no Ocidente após afirmar que este país foi conivente com o ditador nazista Adolf Hitler e contribuiu para a deflagração da Segunda Guerra Mundial.

Duda deve discursar nesta segunda-feira.

Quando o Exército soviético chegou a Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945, o mundo recebeu em choque a confirmação de que os nazistas mantinham um gigantesco campo de concentração na Polônia. Em operação desde 1940, Auschwitz fazia parte de uma rede de extermínio lançada como parte da "solução final" de Adolf Hitler, que abriu caminho para o genocídio de 6 milhões de judeus.

Na verdade, os Aliados já haviam recebido informações sobre o genocídio de judeus. Em dezembro de 1942, o governo da Polônia no exílio, em Londres, apresentou um documento intitulado O extermínio em massa de judeus na Polônia ocupada pela Alemanha, incluindo relatos detalhados de membros da resistência polonesa. Mas o texto despertou suspeitas.

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"Os Aliados simplesmente não acreditaram em muitos desses relatórios", disse o professor Norman Davies, historiador britânico da Universidade de Oxford. "Eles foram considerados exagerados ou como parte da propaganda de guerra polonesa."

"Apesar dos pedidos de poloneses e judeus, de Londres e Washington, para bombardear as ferrovias que levavam a Auschwitz e a outros campos de extermínio, os comandantes aliados preferiam se concentrar em objetivos militares, não em questões civis", contou Davies.

"Um dos alvos que o Exército britânico bombardeou foi uma fábrica de combustível sintético perto de Auschwitz, em 1943 e 1944", disse o historiador. "Embora aviões de combate britânicos tenham sobrevoado o campo de extermínio, nenhuma ordem de bombardeio foi dada."

O professor polonês Dariusz Stola, especialista em história dos judeus da Polônia, também relata o desinteresse do comando aliado. "Os chefes militares não gostavam que os civis interferissem em seus assuntos", disse. "Para os comandantes aliados, bombardear Auschwitz ou suas linhas de suprimento parecia uma operação humanitária. E eles não queriam."

Para alguns sobreviventes, o pesadelo dos campos de concentração ainda está vivo. "Os soldados alemães nem precisavam mais apontar o dedo para enviar alguém para a câmara de gás", lembra Bronislawa Horowitz-Karakulska, de 88 anos, polonesa que ficou presa em Auschwitz aos 12 anos com sua mãe. "Quem parecia fraco, magro e ossudo era escolhido para morrer." Ela sobreviveu porque sua mãe subornou os guardas alemães com um diamante que ela conseguiu levar para o campo. "Havia muitos soldados, cães latindo, agitação, medo. Auschwitz foi um horror."

Encontro

Nesta segunda-feira (27) muitos outros sobreviventes se reunirão em Auschwitz para lembrar a libertação do campo de extermínio, onde a Alemanha nazista matou mais de um milhão de pessoas, a maioria judeus. Chefes de Estado e de governo de 60 países e representantes de várias casas reais estarão no sul da Polônia para assistir às cerimônias, marcadas por disputas políticas e pela ausência de líderes das grandes potências.

Um dos principais ausentes será Israel, que realizou seu próprio fórum do Holocausto em Jerusalém, na semana passada, com a participação do vice-presidente dos EUA Mike Pence, do presidente francês, Emmanuel Macron, e do líder russo, Vladimir Putin. Nenhum deles estará nesta segunda em Auschwitz.

No mês passado, o presidente russo causou indignação ao afirmar que a Polônia agiu em conluio com Adolf Hitler e contribuiu para o início da 2.ª Guerra. Na verdade, o conflito começou quando a Alemanha e a União Soviética invadiram a Polônia, em setembro de 1939, sob a proteção secreta do Pacto Molotov-Ribbentrop - acordo de não agressão entre Berlim e Moscou.

Indignado, o presidente polonês, Andrzej Duda, acusou Putin de tentar reescrever a história e não compareceu aos eventos em Jerusalém, já que os israelenses não lhe deram a possibilidade de responder. Nesta segunda, ele fará um discurso em homenagem aos 6 milhões de judeus mortos no Holocausto. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Onze homens e mulheres, com idades entre 20 e 27 anos, foram presos depois de se despirem e se acorrentarem nesta sexta-feira no portão com a inscrição "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta) do antigo campo nazista polonês de Auschwitz, informou a Polícia polonesa.

Os jovens, cujas motivações não foram reveladas, acorrentaram-se um ao outro depois de matarem uma ovelha. De acordo com a imprensa local, toda a ação foi filmada por um drone. Eles também amarraram uma bandeira branca com a inscrição em vermelho "Love" (amor) na parte superior do portal, de acordo com imagens da imprensa local.

A intenção seria chamar a atenção para a guerra na Ucrânia, segundo um meio de comunicação de Cracóvia. Os guardas do museu intervieram imediatamente, de acordo com um comunicado do museu publicado no Twitter.

A polícia prendeu onze pessoas, sete homens e quatro mulheres. As quatro mulheres são polonesas. Entre os homens, dois são poloneses, quatro bielorrussos e um alemão, indicou à AFP um porta-voz da polícia regional, Sebastian Glen.

A porta-voz da polícia local, Malgorzata Jurecka, declarou que "essas pessoas foram transferidas para uma delegacia em Oswiecim (nome polonês de Auschwitz) para interrogatório". "Vamos informar o Ministério Público, e eles provavelmente serão acusados de ultraje a monumento ou lugar simbólico", informou.

"Estamos chocados e indignados com essa tentativa de utilizar este local de memória para qualquer tipo de manifestação que afronte a memória das milhares de vítimas. Esta é uma ação repreensível", afirmou à AFP um porta-voz do museu, Bartosz Bartyzel.

"Este incidente é totalmente inédito em Auschwitz", afirmou por sua vez à AFP o diretor do museu, Piotr Cywinski. "Não sei nada sobre seus motivos".

Entre 1940 e início de 1945, a Alemanha nazista exterminou em Auschwitz-Birkenau cerca de 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus de vários países europeus. O campo, onde cerca de 80.000 poloneses não judeus, 25.000 ciganos e 20.000 soldados soviéticos também morreram, foi libertado pelo Exército Vermelho em janeiro de 1945.

A justiça alemã confirmou a pena de quatro anos de prisão para o contador de Auschwitz Oskar Groning, 95 anos, condenado por "cumplicidade" no assassinato de 300.000 judeus. A Corte Federal de Karlsruhe rejeitou em 20 de setembro um recurso apresentado pelo nonagenário após a condenação em julho de 2015 pelo tribunal de Luneburgo, informou à AFP o advogado Hans Holtermann. A Corte também recusou os recursos apresentados por vários demandantes que não concordavam com a primeira sentença.

A decisão, muito aguardada pelos juristas da Alemanha, valida um conceito mais amplo da noção de responsabilidade no Holocausto, ao acusar alguém de "cumplicidade" com o extermínio, sem provas de participação direta nos assassinatos.

Em 2011, o ex-guarda do campo de Sobibor John Demjanjuk, condenado por cumplicidade, também apresentou um recurso. Mas o réu faleceu enquanto a Corte Federal examinava seu caso e o tribunal não pôde validar ou invalidar o conceito ampliado de responsabilidade.

"Esta decisão afirma, finalmente, de forma clara que todos aqueles que participaram no processo de extermínio compartilham a responsabilidade e a culpabilidade", afirmou em um comunicado Christoph Heubner, do Comitê Internacional de Auschwitz.

"Isto enviará uma mensagem duradoura para os próximos julgamentos relacionados com o genocídio", completou.

Oskar Groning está em liberdade, já que o recurso de cassação é suspensivo. O Ministério Público determinará se o seu estado de saúde é compatível com a detenção, o que parece pouco provável.

Em 15 de julho de 2015, Groning foi condenado a quatro anos de prisão por, segundo ele, ter aceitado "um trabalho de escritório seguro" no campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia.

Durante o julgamento ele admitiu ter cometido uma "falta moral" e pediu desculpas.

A Alemanha julgou nos últimos anos vários nazistas em processos que ilustram o crescente, embora tardia, rigor da justiça em relação ao grupo.

Quase 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus, morreram entre 1940 e 1945 no campo de Auschwitz-Birkenau, libertado pelos soviéticos em janeiro de 1945.

Uma estatueta de porcelana de Mickey Mouse, que pode ter pertencido a uma criança deportada ao campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, foi descoberta recentemente, mais de 70 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, informou à AFP uma fundação local.

"É um objeto muito triste, pois recorda uma criança que sem dúvida morreu no campo. Foi encontrado pouco depois da guerra, às margens do Vístula, a mais de um quilômetro do campo pelos moradores de uma granja, que o colocaram ao lado de outros pequenos objetos e nos entregaram recentemente", afirmou Agnieszka Molenda, presidente de uma fundação que reúne peças vinculadas à história do campo.

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A organização, que colabora com o museu Auschwitz-Birkenau, reuniu milhares de objetos que eram preservados pelos moradores da região.

"Não sabemos nada e talvez nunca saberemos a quem pertencia a estatueta", disse.

"Sabemos apenas, após examiná-la, que foi fabricada na Alemanha nos anos 1930 sem direitos autorais da Disney. É um modelo que esteve à venda na Alemanha entre 1929 e 1932 e foi exportado para países europeus vizinhos", explicou Molenda.

"O homem que nos entregou a peça, e que pediu anonimato, contou que seu avô, ao trabalhar nos campos depois da guerra, desenterrou a estatueta junto com moedas do gueto de Lodz (centro da Polônia) e escovas pequenas. Ele guardou os objetos em casa".

Quase 1,1 milhão de pessoas, principalmente judeus de vários países europeus, morreram no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Quase 80.000 poloneses, 25.000 ciganos e 20.000 soldados soviéticos também foram assassinados. O campo foi libertado pelo Exército Vermelho em janeiro de 1945.

Historiadores calculam que 232.000 crianças morreram no campo de extermínio.

O Papa Francisco prestou uma emocionada homenagem às vítimas do nazismo com uma visita, nesta sexta-feira (29), ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, onde percorreu em silêncio o local onde mais de 1 milhão de pessoas, em sua imensa maioria judeus, foram assassinadas.

Durante a visita de quase duas horas, o Papa não pronunciará discursos e se encontrará com dez sobreviventes destes campos e 25 "Justos das Nações", as pessoas que salvaram judeus. Trata-se do terceiro pontífice que visita Auschwitz depois do polonês João Paulo II em 1979 e do alemão Bento XVI em 2006.

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Francisco chegou de helicóptero a Auschwitz procedente da Cracóvia, cidade onde pernoita desde que chegou na quarta-feira à Polônia para uma visita de cinco dias.

O Papa argentino entrou a pé e atravessou sozinho e em silêncio a placa da entrada, tristemente famosa pelo lema "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta), com o qual os nazistas recebiam os deportados. Entre os presentes figurava o violinista Henela Niwiska, de 101 anos, sobrevivente do extermínio.

Francisco rezará na cela subterrânea onde morreu o santo polonês Maximiliano Kolbe, franciscano como ele, e assinará posteriormente o livro de homenagem. Serão suas únicas palavras no campo, informou o porta-voz papal.

O pontífice latino-americano também visitará o campo de extermínio de Birkenau-Auschwitz II, onde a maior parte das vítimas morreu em quarto fornos crematórios e onde as mulheres estavam localizadas.

Com um canto em hebraico e polonês será concluída a visita, que deverá durar duas horas e que conta com a participação de uma delegação da comunidade judaica polonesa de 30 pessoas, assim como com a primeira-ministra polonesa Beata Szydlo.

Um ex-guarda de Auschwitz, Reinhold Hanning, 94 anos, foi condenado nesta sexta-feira pela justiça alemã a cinco anos de prisão por "colaboração" na morte de 170.000 judeus.

"O acusado foi condenado a cinco anos de prisão por sua colaboração na morte de 170.000 pessoas", anunciou o tribunal de Detmold, no oeste da Alemanha. "Ele sabia que em Auschwitz pessoas inocentes eram assassinadas diariamente nas câmaras de gás", afirmou o tribunal.

O Papa Francisco, que viaja à Polônia no fim de julho, vai se reunir com um grupo de sobreviventes de Auschwitz durante a visita ao antigo campo nazista, paralelamente à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), objetivo essencial de sua visita.

Francisco irá a Auschwitz em 29 de julho, dois dias depois de sua chegada a Cracóvia, segundo o programa oficial.

Sua visita coincide com o 75o. aniversário da morte de São Maximiliano Kolbe, um franciscano polonês que voluntariamente se ofereceu para morrer no lugar de um pai de família. O papa rezará na cela onde o santo morreu em função de uma injeção letal.

Entre 1940 e 1945, a Alemanha nazista exterminou em Auschwitz-Birkenau 1,1 milhão de pessoas.

O Papa Francisco, que irá presidir a Jornada Mundial da Juventude na Polônia no fim de julho, aproveitará a ocasião para visitar o antigo campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. O anúncio foi feito neste sábado (12), pelos organizadores do evento.

Francisco irá a Auschwitz, sul da Polônia, no dia 29 de julho - terceiro dia de sua visita ao país, segundo a programação preliminar, anunciou o presidente da agência de notícias católica KAI, Marcin Przeciszewski. Esta não será a primeira visita de um chefe da Igreja Católica a Auschwitz. João Paulo Segundo esteve no campo, símbolo do Holocausto, em 1979; e Bento XVI, em 2006.

O Papa Francisco ficará cinco dias na Polônia, de 27 a 31 de julho. Ele antecipou em um dia o calendário da visita.

Um tribunal de Novo Brandeburgo, leste da Alemanha, começou a julgar nesta segunda-feira, à revelia, o ex-enfermeiro de Auschwitz Hubert Zafke, 95 anos, que estava no campo de extermínio quando o comboio de Anne Frank chegou.

A audiência começou na ausência de Zafke. Um especialista médico concluiu no domingo que ele "tinha pensamentos suicidas" e advertiu para possíveis "reações de estresse e hipertensão", razão pela qual não estava em condições de comparecer ao tribunal.

A acusação pediu uma nova avaliação de seu estado de saúde e a audiência foi suspensa pouco depois, após um diálogo tenso com o presidente do tribunal, acusado pela parte civil de parcialidade.

A principal incógnita do julgamento é a saúde do acusado. Em um primeiro momento o tribunal considerou que não podia ser julgado, mas a decisão foi anulada em apelação.

Zafke, um antigo membro das SS, é acusado de cumplicidade no extermínio de ao menos 3.681 homens, mulheres e crianças judeus que morreram nas câmaras de gás ao chegar a Auschwitz, entre 15 de agosto e 14 de setembro. Enfrenta uma pena de entre 3 e 15 anos de prisão, uma condenação principalmente simbólica levando-se em conta sua idade avançada.

A acusação compreende a chegada de 14 comboios de deportados que desembarcaram em Auschwitz procedentes de Lyon, Rodas, Trieste, Mauthausen, Viena e Westerbork, um campo de trânsito na Holanda onde estavam Anne Frank, seus pais Otto e Edith e sua irmã Margot.

A família da adolescente - que passou dois anos trancada em uma casa de Amsterdã para se esconder dos nazistas e cujo diário é famoso em todo o mundo - sobreviveu à "seleção" de Auschwitz entre deportados aptos para trabalhar e os que iam diretamente à câmara de gás.

No entanto, a mãe de Anne, Edith, morreu de cansaço na enfermaria em janeiro de 1945 e suas duas filhas pouco depois, antes da chegada das tropas britânicas.

Saúde precária

O julgamento de Zafke, filho de um agricultor que se alistou nas Waffen SS, um corpo de elite dos nazistas, se focará na questão da saúde do acusado e se está em condições de ser julgado. Zafke chegou a Auschwitz em outubro de 1943 depois de ter combatido no front do Leste em 1941. Em 1942 recebeu uma formação para se unir à unidade de saúde das SS.

Em junho de 2015, o tribunal decidiu que não poderia ser julgado devido ao seu estado de saúde, mas a decisão foi rejeitada em apelação após o relatório de um especialista que afirmou que o acusado tem "fracas capacidades físicas e cognitivas", mas não é "totalmente incapaz".

No entanto, nesta segunda-feira o tribunal presidido pelo juiz Klaus Kabisch quer examinar novamente a questão. A acusação civil acusa de parcialidade o juiz e pediu sua suspeição, assim como a promotoria, algo excepcional. Finalmente, a demanda de recusa do juiz e de seus dois assistentes foi rejeitada em 18 de fevereiro.

O caso Zafke forma parte da dezena de julgamentos ainda em andamento contra antigos membros da SS. Há alguns meses Oskar Groning, ex-contador de Auschwitz, foi condenado a quatro anos de prisão. Desde 11 de fevereiro, Reinhold Hanning, um ex-guarda do mesmo campo de 94 anos, está sendo julgado em Detmold (oeste).

"Este julgamento demonstra que a justiça às vezes precisa de muito tempo para encontrar seu caminho", disse à AFP Christoph Heubner, vice-presidente executivo do Comitê Internacional de Auschwitz.

"O julgamento chega com décadas de atraso porque durante décadas a justiça alemã não perseguiu o suficiente os crimes de Auschwitz", acrescentou.

Hubert Zafke, defendido por Peter-Michael Diestel, o último ministro do Interior da RDA, que agora se tornou advogado, vive desde 1951 perto de Novo Brandeburgo, onde teve quatro filhos.

O julgamento de Reinhold Hanning, 94 anos, ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz e acusado de cumplicidade na morte de milhares de pessoas, começou nesta quinta-feira (11) em Detmold, oeste da Alemanha.

Devido à enorme atenção midiática que o caso gera, e ao número de partes civis - 40, procedentes de vários países (Canadá, Israel, Hungria) - o julgamento não é realizado na sede do tribunal e foi transferido à sede da Câmara de Comércio e Indústria, afastada do centro da cidade.

Uma hora antes da abertura do julgamento, 50 pessoas esperavam ante o edifício para poder entrar na sala. Vários carros da polícia, assim como dois agentes a cavalo, estavam presentes no local, constatou um jornalista da AFP. O início da audiência será dedicado à ata de acusação contra Reinhold Hanning, cujo julgamento durará ao menos até 20 de maio.

O ex-guarda do campo de concentração, cujo estado de saúde lhe permite apenas duas horas de audiência por dia, é acusado de cumplicidade na morte de ao menos 170.000 pessoas entre janeiro de 1943 e julho de 1944.

É passível de três a 15 anos de prisão, uma pena essencialmente simbólica, dada sua idade.

É o terceiro acusado de uma onda de julgamentos tardios, iniciada com a condenação em 2011 de John Demjanjuk, ex-guarda de Sobibor, condenado a cinco anos de prisão. Este julgamento, que levantou grande interesse, relançou a busca dos últimos nazistas, em uma tentativa de recuperar o tempo perdido após décadas de letargia judicial.

No ano passado, também foi realizado o julgamento de Oskar Groning, ex-contador de Auschwitz. Outros dois antigos membros das SS serão processados no fim de fevereiro em Neubrandenburg (nordeste) e posteriormente em abril em Hanau (oeste).

"A idade não tem nenhuma importância", estimou na imprensa o procurador Andreas Brendel, responsável pela acusação contra Hanning. A justiça alemã "deve às vítimas e aos seus familiares" julgar os crimes do III Reich.

Nunca é tarde

Também se trata de reparar in extremis as "carências da justiça alemã", lembra Christoph Heubner, vice-presidente do Comitê Internacional Auschwitz. Dos 6.500 SS do campo que sobreviveram à guerra, menos de 50 foram condenados, em um ambiente caracterizado na Alemanha pelo desejo de virar a página, e também devido à forte presença de ex-nazistas na magistratura.

"Este julgamento deveria ter sido realizado há 40 ou 50 anos. Mas nunca é tarde para reviver o que ocorreu", afirmou na véspera do julgamento Justin Sonder, de 90 anos, que perdeu 22 membros de sua família sob o regime nazista e foi deportado aos 17 anos.

Um total de quarenta sobreviventes da Shoah e descendentes destes últimos, que farão a viagem a partir de Israel, Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, se constituíram em parte civil. Mais de 70 acompanharam no ano passado o julgamento de Groning, que foi condenado a quatro anos de prisão.

Angela Orosz, aposentada canadense de origem húngara de 71 anos, foi um dos dois bebês que sobreviveu a Auschwitz e testemunhará para manter viva a memória das vítimas do Holocausto, e porque acredita que todos os funcionários do campo "contribuíam para a maquinaria de morte".

Não existe nenhuma prova contra Hanning de que tenha cometido um ato criminoso preciso. Ele é acusado de ter feito parte do "funcionamento interno" do campo de Auschwitz, no qual 1,1 milhão de pessoas foram exterminadas, a grande maioria judeus.

Hanning, um jovem funcionário que entrou nas Waffen SS em julho de 1940, foi transferido no início de 1942 a Auschwitz. Foi membro das Totenkopf, uma unidade das SS cuja insígnia era um crânio, trabalhou no campo de base Auschwitz-I e supervisionava às vezes a chegada de prisioneiros ao campo de Birkenau.

Ainda que tenha a palavra nesta quinta-feira, nada indica que falará. Diferentemente de Oskar Groning, que testemunhou em um texto distribuído aos meios de comunicação para "lutar contra o negacionismo", antes de pedir perdão no julgamento às vítimas, Hanning jamais se referiu em público ao seu passado.

Um ex-enfermeiro do campo de concentração nazista de Auschwitz, de 95 anos de idade, foi considerado apto a comparecer a um tribunal, apesar de suas dificuldades motoras e cognitivas - anunciou nesta terça-feira a justiça alemã, abrindo caminho para um julgamento.

O acusado, identificado como Hubert Z. segundo a imprensa alemã, deve responder por "cumplicidade" no extermínio de pelo menos 3.681 judeus que foram levados ao emblemático campo de concentração do Holocausto, no final do verão (do hemisfério norte) de 1944.

O tribunal de apelação de Rostock (nordeste da Alemanha), invalidou uma decisão em primeira instância de junho passado, que estimava que Hubert Z. é "totalmente inapto" para ser julgado.

Os magistrados apontam em um comunicado os "transtornos cognitivos" e as "fracas capacidades físicas" do ex-nazista, mas consideram que podem ser compensados com certos acondicionamentos durante a audiência.

Assistido de "três defensores", o idoso poderá se beneficiar de "pausas, interrupções, atenção médica", assim como da repetição das perguntas do tribunal e a solicitação de explicações, detalha o comunicado.

Uma data para a audiência ainda não foi marcada e vários outros processos similares, inclusive mais adiantados, fracassaram nestes últimos anos por conta do estado de saúde dos suspeitos.

Segundo a promotoria, a acusação se refere a 14 comboios de deportados que chegaram a Auschwitz entre 15 de agosto e 14 de setembro de 1944, provenientes de Lyon, Rodas, Trieste, Mauthausen, Viena e Westerbork.

Neste trem, o último comboio que partiu desde este campo de trânsito em território holandês, se encontravam Anne Frank, seus pais Otto e Edith, e sua irmã mais velha, Margot, lembra a promotoria.

Uma dúzia de investigações continuam em curso na Alemanha contra ex-membros da SS, alguns meses após a condenação a quatro anos de prisão de Oskar Gröning, ex-contador de Auschwitz.

Estes julgamentos tardios ilustram a vontade da Alemanha de julgar "até o último" dos criminosos do III Reich - sinal de retratação por um passado de condenações leves e incoerentes com a grave natureza dos crimes.

Dois jovens britânicos em uma viagem da classe à Polônia admitiram nesta terça-feira a culpa pelo roubo de objetos do campo de concentração de Auschwitz, disse um promotor. Os adolescentes foram vistos na segunda-feira retirando objetos do local onde ficava um depósito do campo, onde os nazistas mantinham pertences das vítimas durante a Segunda Guerra (1939-45), segundo Mateusz Ciarka, porta-voz da polícia.

Parte de uma antiga máquina de cortar cabelos, duas peças de vidro reforçado dos depósitos e alguns botões foram encontrados com os jovens, disse o porta-voz. Os garotos de 17 anos, de Hertfordshire, no sul da Inglaterra, foram questionados na presença de um advogado e acusados de roubo de objetos de valor histórico especial, disse o vice-promotor regional Mariusz Slomka. Caso culpados, podem pegar até dez anos de prisão e pagar multas pesadas.

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Os jovens foram libertados pela polícia e estão livres para voltar para casa. Eles buscam um acordo que inclua uma pena com liberdade condicional e uma multa, segundo Slomka. Um tribunal deve levar algumas semanas para decidir sobre a proposta de acordo ou a necessidade de um julgamento.

Os jovens estavam em uma viagem da escola privada Perse School, de Cambridge. Entre 1940 e 1945, os nazistas alemães mataram mais de 1,1 milhão de pessoas no campo, em em sua maioria judeus europeus, mas também prisioneiros de guerra russos, poloneses, ciganos e outros. Fonte: Associated Press.

Quando o exército soviético entrou em Auschwitz, há exatos 70 anos, um soldado russo segurou entre seus braços, lágrimas correndo de seus olhos, uma pequena e faminta garota de 11 anos. A garota, que atende pelo nome de Paula Lebovics e tem hoje 81 anos, não sabe o nome do soldado, mas sente uma enorme gratidão por ele e pelos outros soldados russos que libertaram o campo de extermínio, no dia 27 de janeiro de 1945.

Para ele, é uma pena que o presidente Vladimir Putin não está entre os líderes europeus presentes na celebração de 70 anos de libertação de Auschwitz. "Ele deveria estar lá", diz Lebovics, que viajou da Califórnia até a Polônia para o evento.

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Alemanha, Áustria e França enviaram seus presidentes ao evento, que também contou com a participação do secretário do Tesouro norte-americano. Jack Lew. A Rússia será representada pelo chefe de gabinete de Putin, Sergei Ivanov.

O país tem relações estremecidas com o Ocidente desde o começo da crise ucraniana. Putin aparentemente foi esnobado pela Polônia, embora seus oficiais não admitam. Ele poderia ter vindo se quisesse, afirmou o ministro de Relações Exteriores polonês.

Nas Nações Unidas, em Nova York, as comemorações dos 70 anos foram canceladas por causa da tempestade de neve que se abate sobre a região. Fonte: Associated Press.

Antoni Dobrowolski, o mais velho ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz de que se tinha notícia, morreu ontem aos 108 anos. Ele morava em Debno, no noroeste da Polônia. A notícia da morte Dobrowolski foi divulgada nesta segunda-feira por Jaroslaw Mensfelt, porta-voz do Museu de Auschwitz-Birkenau.

Dobrowolski trabalhava como professor quando foi preso pela Gestapo e enviado a Auschwitz em 1942. Ele foi detido por lecionar clandestinamente.

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Depois da invasão da Polônia pelos nazistas, em 1939, o regime de Adolf Hitler limitou a educação local a quatro anos de ensino fundamental, em uma tentativa de suprimir a cultura e a identidade polonesas.

Posteriormente, Dobrowolski foi transferido para os campos de concentração de Gross-Rosen e Sachsenhausen, do qual foi libertado em 1945.

Calcula-se que os nazistas tenham matado pelo menos 1,1 milhão de pessoas somente em Auschwitz. A maior das vítimas era de origem judaica. As informações são da Associated Press.

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