Na próxima quinta-feira (25), mulheres transexuais e travestis protestam contra o extermínio desse grupo social em Pernambuco. O ato acontecerá às 16h, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, na área Central do Recife, e será marcado pela entrega de uma carta com propostas de combate à violência contra pessoas transgêneras. O documento foi redigido coletivamente por representantes de entidades da sociedade civil atuantes nos campos dos Direitos Humanos e LGBTQIA+.
“Pernambuco desponta como um dos estados mais violentos para esta população. Desde 2017, quando a Associação Nacional de Travestis e Transexuais/ANTRA iniciou uma série de levantamentos anuais sobre os registros e casos identificados de assassinato de pessoas trans em todo o Brasil, o estado ostenta o triste status de ser uma das Unidades Federativas da União mais letais para esta população. Sendo o 6º/2017 em números absolutos (13 assassinatos), 10º/2018 (7 assassinatos), 4º/2019 (8 assassinatos), e 7º/2020 (7 assassinatos), em números totais de 2017 a 2020, encontra-se em 6º mais letal segundo dados da ANTRA. Em 2021, o estado pernambucano atingiu a triste marca de 7 assassinatos em 9 meses (segundo a Rede de Observatórios da Segurança/2021), considerando os assassinatos ocorridos tanto na Região Metropolitana de Recife (RMR), quanto no interior do estado”, diz trecho da carta que será entregue ao governador.
##RECOMENDA##Movimentos
Dentre os movimentos que integram a mobilização estão Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans), Grupo de Trabalho Positivo (GTP+), Rede de Pessoas Trans Vivendo com HIV e Aids (RNTTHP), Leões do Norte e Nova Associação de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Natrape). Juntas, essas organizações formam a Rede Autônoma de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Ratts).
Tanto a carta quanto a coalizão foram criadas a partir de um encontro com o Secretário Estadual de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes. “Durante a reunião, o secretário nos pediu para apresentar propostas de mitigação ao extermínio das travestis e transexuais de Pernambuco, para podermos, assim, nos encontrar com o governador e chamá-lo à responsabilização pela garantia de direitos humanos fundamentais, que têm sido sistematicamente negados ou precarizados no nosso estado, como saúde educação, trabalho e segurança pública”, afirma Caia Coelho, integrante da Ratts e articuladora política da Natrape.