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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou, nessa terça-feira (5), a advogada Marcelise de Miranda Azevedo para o cargo de conselheira da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP). Primeira mulher negra a ocupar o cargo, ela exercerá mandato de três anos no colegiado. A nomeação dela foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União. 

O CEP é responsável por investigar denúncias de membros do governo e aplicar advertências, censuras éticas e até sugerir exonerações a presidentes. Ao todo, são sete integrantes. Marcelise tem 49 anos e integra o Conselho Executivo da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), o grupo Prerrogativas, o Coletivo Nacional de Advogados de Servidores Públicos (Cnasp), o Coletivo de Juristas Negras, a Coalizão Nacional de Mulheres e a Rede Lado de escritórios de advocacia social.  

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Destes, o Prerrogativas obteve um destaque pontual após sua criação, em 2014, com o objetivo de discutir o avanço da Lava Jato, que foi deflagrada naquele ano e teve Lula como um de seus principais alvos. 

A nomeada é natural do Maranhão e se formou em Direito em 1997 pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Uniceb). Segundo seu currículo, tem atuação em tribunais superiores e é pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho e em Direito Previdenciário. A escalação da jurista para o CEP surge após uma pressão interna da base de Lula, que cobrou representações negras no alto escalão no governo. 

A polícia de Ohio, nos Estados Unidos, revelou as imagens da ação que terminou com a morte de Ta’Kiya Young, de 21 anos, uma jovem negra que estava grávida. A divulgação dos vídeos capturados pelas câmeras dos uniformes cerca de uma semana depois de ela ter sido baleada revoltou familiares e amigos, que pedem a prisão dos policiais.

Young estava dentro do próprio carro no estacionamento de um supermercado quando foi abordada e acusada de furto. A jovem então protestou. Um dos agentes, que estava ao lado da janela do motorista, começou a gritar e a bater no vidro. Nesse momento dá para ouvi-la questionar: "Vocês vão atirar em mim?" Segundos depois, ela tenta sair com o carro e o policial, que estava parado na frente do veículo com a arma em punho, dispara.

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Para o advogado Sean Walton, que representa a família, o vídeo mostra que a morte foi injustificável. "A família está inconsolável", disse à AP. "É de partir o coração que a vida dela tenha sido tirada em circunstâncias tão ridículas."

O advogado também negou a acusação de furto de bebidas e afirmou que, segundo uma testemunha, Ta’Kiya Young teria deixado as garrafas no supermercado antes de sair. "Ela não cometeu nenhum furto, então esses policiais não tinham o direito sequer de prendê-la e muito menos de tirar sua vida", enfatizou. Revoltada, a família cobra que os policias sejam punidos.

Em nota, o chefe da polícia diz que o tiro foi uma tragédia. "Os familiares de Young estão compreensivelmente de luto e muito chateados", diz o texto.

O sindicato dos policiais, por sua vez, afirma que é prematuro acusá-los antes que a investigação seja concluída. O agente que atirou na jovem está de licença remunerada enquanto o caso é apurado, e o segundo policial que aparece nas imagens segue trabalhando normalmente.

O caso segue uma série de mortes de jovens negros nos EUA que tem aumentado o escrutínio sobre as práticas da polícia americana nos últimos anos. Em Ohio, Donovan Lewis estava deitado em sua cama quando foi baleado por um oficial que cumpria um mandado, em agosto do ano passado. Casey Goodson Jr. foi baleado cinco vezes nas costas por um vice-xerife em 2020.

Naquele mesmo ano, em Minneapolis, George Floyd morreu depois que o policial Derek Chauvin pressionou o joelho em seu pescoço por mais de nove minutos. Os vídeos em que ele implora pela vida e diz que não consegue respirar enquanto é sufocado desencadeou uma onda global de protestos em 2020.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira (4), da cerimônia de promoção de oficiais-generais das Forças Armadas, no Palácio do Planalto. O evento tradicional foi o primeiro de 2023, e costuma ocorrer algumas vezes por ano.

No total, foram 56 novos militares promovidos aos mais altos cargos nas três Forças: general (Exército), almirante (Marinha) e brigadeiro (Força Aérea Brasileira). A promoção foi publicada no último dia 31 de março.

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Entre os militares promovidos, estava Maria Cecilia Barbosa, que alcançou o posto de contra-almirante da Marinha, a primeira mulher negra oficial-general da Marinha. "Me sinto bastante orgulhosa e feliz por estar representando uma parcela grande da tripulação da Marinha, que é a parcela feminina", declarou em uma postagem publicada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

O evento contou com as presenças do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, além dos comandantes das três Forças: general Tomás Ribeiro Paiva (Exército), almirante Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (Força Aérea).

As primeiras deputadas negras eleitas no Rio Grande do Sul, Laura Sito (PT) e Bruna Rodrigues (PCdoB), e o primeiro deputado estadual negro eleito Matheus Gomes (PT), aproveitaram a cerimônia de diplomação para protestar contra trecho do hino do Estado considerado racista. Durante a entoação do hino gaúcho, Laura, Bruna e Matheus sentaram e se recusaram a cantar o trecho que fala que "povo que não tem virtude acaba por ser escravo". 

A deputada eleita e vereadora afirmou, ao Uol, que o verso "dialoga com uma ideia que justifica a desumanização das pessoas escravizadas no Brasil", e lamentou que o Estado ainda mantém a estrofe no hino. "Manter a estrofe é, de fato, não ter a sensibilidade de ter um hino que possa representar o conjunto da sociedade gaúcha, que também é composta pelos povos negros, que descente de pessoas que foram escravizadas no Estado e no País. Nós fazemos parte da história do nosso Estado com suor e sangue", salientou. 

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"Não é estranho que hoje, com o avanço do debate racial que nós temos na sociedade, nós também possamos fazer alteração no nosso hino, que tem uma melodia tão bonita, para que ele possa, de fato, representar a totalidade do povo gaúcho", pontuou Sito. 

Por sua vez, o deputado eleito e vereador Matheus Gomes, publicou no Twitter que "pessoas brancas que se dizem antirracistas devem agir: não vai ter mudança no hino do RS enquanto só a Bancada Negra protestar". "Quando me formei, quase 50 estudantes brancos ficaram sentados. Meses depois, o hino parou de tocar na UFRGS. Quais deputados brancos farão o mesmo?", questionou. 

Já a vereadora Bruna Rodrigues salientou que "aqui tem resistência contra as tradições que perpetuam o racismo sim". 

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Pantera Negra: Wakanda Para Sempre segue liderando as bilheterias dos cinemas brasileiros mesmo após duas semanas de seu lançamento, de acordo com dados divulgados pelo Comscore.

O mais recente lançamento da Marvel apareceu mais uma vez na primeira posição da lista, seguido do relançamento de Harry Potter e a Câmara Secreta, que retornou aos cinemas recentemente, e Mundo Estranho, nova animação da Disney.

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Em termos de bilheteria mundial, a continuação de Pantera Negra (2018) já arrecadou mais de 675 milhões de dólares ao redor do mundo, segundo dados do Box Office Mojo. Vale a pena lembrar que o filme arrecadou R$35 milhões no primeiro fim de semana de lançamento no Brasil, incluindo sessões de pré-estreia.

Com a direção de Ryan Coogler, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre segue em cartaz nos cinemas brasileiros. O filme também conta com Angela Basset, Martin Freeman, Danai Gurira e Lupita Nyong’o no elenco.

Os Estados Unidos escreveram novamente uma página memorável em sua história nesta quinta-feira (30), quando Ketanji Brown Jackson foi empossada como a primeira mulher negra a servir na Suprema Corte.

A nomeação desta mulher de 51 anos pelo presidente democrata Joe Biden significa que os homens brancos não são mais maioria na mais alta corte do país pela primeira vez em 233 anos.

Embora sua confirmação seja um marco, isso não mudará a maioria conservadora de 6 magistrados contra 3 de tom progressista na Corte, formada durante o governo do magnata republicano Donald Trump (2017-2021).

A Corte foi duramente criticada por suas últimas decisões, que ampliam o direito dos civis de portar armas, eliminam o direito federal ao aborto e limitam o poder do governo de conter os gases de efeito estufa.

“Enquanto a juíza Ketanji Brown Jackson toma seu assento na Suprema Corte, nossa nação dá um passo histórico em direção à realização de nossos mais altos ideais”, disse Nancy Pelosi, líder da bancada democrata na Câmara dos Representantes (baixa) do Congresso.

"Em meio ao ataque cruel deste tribunal à saúde, liberdade e segurança dos americanos, ela será uma força muito necessária para a igualdade de justiça para todos", disse ele.

Jackson assume o cargo conquistando o apoio de três republicanos do Senado durante um processo de confirmação extenuante, dando a Biden uma aprovação bipartidária de 53 a 47 para sua primeira candidata à Suprema Corte.

A nomeação apresenta uma oportunidade para o governo Biden se recuperar de uma série de más notícias nos últimos meses, com as pesquisas apontando uma aprovação abaixo de 40% em meio à inflação descontrolada às vésperas da eleição de meio de mandato em novembro.

Também permitiu que Biden mostrasse aos eleitores negros, que salvaram sua cambaleante campanha nas primárias de 2020, que podem contar com ele.

O presidente americano, Joe Biden, confirmou nesta quinta-feira (27) que vai nomear, pela primeira vez na história, uma mulher negra para a Suprema Corte dos Estados Unidos, para substituir o juiz Stephen Breyer, que se aposentará.

Biden, que fez esta promessa durante a campanha presidencial, esclareceu, em discurso na Casa Branca, que ainda não tinha feito uma escolha e que a fará "no fim de fevereiro".

Mas disse ter duas coisas claras: "A pessoa que vou nomear terá qualificações, uma personalidade, uma experiência e uma integridade extraordinárias. E será a primeira mulher negra nomeada para a Suprema Corte".

O juiz negro Clarence Thomas já faz parte da Suprema Corte, que tem nove membros nomeados em caráter vitalício.

Dos 115 juízes que a integraram desde a sua criação, só houve cinco mulheres (quatro brancas e uma hispânica) e dois homens negros.

Desde que chegou à Casa Branca, Joe Biden, eleito com o apoio dos eleitores negros, tem tentado aumentar a diversidade nos tribunais federais de todo o país.

Nesta quinta-feira, ele homenageou o juiz Breyer, de 83 anos, 28 dos quais como membro da máxima corte americana.

"É um juiz exemplar, justo com as partes, cortês com seus colegas, prudente em seus raciocínios" e que "trabalhou incansavelmente para tornar realidade a noção de que o Direito existe para ajudar as pessoas", disse o presidente.

O juiz progressista, que deixará o cargo no próximo verão no hemisfério norte, fez uma declaração a favor do Estado de Direito.

"Nosso país é complicado", com seus 330 milhões de habitantes de origens, religiões e opiniões diversas, afirmou. "No entanto, decidiram resolver suas principais diferenças mediante a lei".

Na tarde desta quarta-feira (20), durante uma confusão entre um grupo antivacina e vereadores de Porto Alegre, que debatiam sobre a exigência do passaporte vacinal, a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) e outras colegas foram chamadas de empregadas por uma das manifestantes, branca, que ainda não foi identificada.

Revoltada com a atitude racista da mulher que integrava o grupo antivacina, Bruna compartilhou a situação em sua rede social. 

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Não bastasse esse absurdo, se valeram de símbolos nazistas e ofenderam de maneira racista a mim e as vereadoras Daiana Santos e Laura Sito, afirmando que somos empregadas! Temos muito orgulho de sermos mulheres negras que ocuparam a Câmara! E diremos mais: da política não sairemos, na política resistiremos", assevera Bruna.

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A primeira bailarina negra do Staatsballett de Berlim, Chloé Lopes Gomes, afirma ter sofrido racismo dentro da companhia, uma acusação que levou a direção a ordenar uma investigação interna.

Um dia, a professora de balé da renomada companhia distribuiu um véu branco para as bailarinas usarem em uma cena de "La Bayadera", uma obra do repertório clássico do século XIX.

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Quando chegou a vez da francesa de 29 anos, a professora "soltou, rindo: 'Me recuso a te dar, porque este véu é branco e você é negra'", conta a bailarina à AFP.

Uma outra dançarina da companhia, que pediu anonimato, confirmou: a professora de balé "disse isso como se fosse uma piada (...). Fiquei muito chocada".

'Assédio moral'

Chloé Lopes Gomes, formada na escola de Bolshoi, sentiu-se humilhada, mas não surpresa. Desde que chegou em Berlim em 2018, ela afirma ser vítima de "assédio moral" por parte dessa professora.

"Durante o primeiro ensaio do 'Lago dos Cisnes', éramos seis novas bailarinas, mas todas as correções eram direcionadas a mim", insiste.

Os comentários duraram meses. "Ela me dizia: 'quando você não está na fila, só você é vista porque você é negra'". A outra bailarina também confirmou esse comentário.

A jovem, de mãe francesa e pai do Cabo Verde, seguiu em frente porque é uma "batalhadora" que quer provar "que merece seu lugar".

Mas o estresse cobrou seu preço. Ela acabou machucando o pé, o que provocou oito meses de descanso e um tratamento com antidepressivos.

Quando voltou, em fevereiro passado, a professora quis forçá-la a usar maquiagem branca mesmo depois de um co-diretor se opor a esta prática e ir embora.

"Branquear a minha pele era como renunciar à minha identidade", protesta a ex-bailarina da Ópera de Nice e do Béjart Ballet de Lausana.

Quando tomou ciência dos acontecimentos no outono, a direção da Staatsballett, que emprega pessoas de 30 nacionalidades diferentes, ficou atônita.

"Pela nossa diversidade simplesmente não pensávamos que pudéssemos ser afetados pelo racismo no dia a dia. Realmente nunca pensamos nisso. Mas estávamos equivocados", reconheceu a diretora interina, Christiane Theobald, em uma entrevista por telefone na qual se opôs a forçar os artistas negros a usar maquiagem branca.

Em dezembro, a Staatsballett criou uma célula de investigação interna. "Todos os funcionários podem apontar anonimamente todos os eventos de discriminação", afirmou Theobald.

A professora de balé se recusa a comentar o ocorrido e, por motivos legais, a direção não quis se pronunciar sobre possíveis medidas disciplinares.

Apesar de tudo, Chloé Lopes Gomes deixará a Staatsballett em julho porque seu contrato não foi estendido.

Neste ambiente "muito elitista e fechado", ela sabe que há vários obstáculos pelo caminho. Mesmo assim, quer acabar com o racismo sofrido por bailarinos pardos ou negros no balé clássico, quase exclusivamente branco.

Ela não é a única. Bailarinos da Ópera de Paris, incluindo seu irmão Isaac Lopes Gomes, reivindicam mais diversidade.

'Kirikú'

"Não conheço uma pessoa que não tenha que aguentar comentários racistas como: 'você tinha que alisar o cabelo porque tem uma juba de leão, tem que colocar sua bunda de negra para dentro, você pula como Kirikú (menino africano de um filme de desenho animado)".

Desde que calçou as primeiras sapatilhas de balé quando era pequena em Nice, Chloé Lopes Gomes sentiu que era diferente.

"Nunca tinha maquiagem adaptada para o meu tom de pele, eu tinha que levar a minha", explica. "Também era a única que tinha que fazer meus próprios penteados" porque as cabeleireiras não gostam de cabelos crespos.

Ela queria tanto se encaixar, que aceitava. "Mas são os detalhes que te fazem se sentir excluída", continua.

É uma batalha difícil. O balé romântico é regido por regras estritas que datam do século XIX e que foram projetadas para dar uma impressão de homogeneidade.

Chloé Lopes Gomes é contra isso. "Estou cansada de ouvir que não se pode contratar negros porque não temos os corpos para a dança clássica. É só um pretexto".

Em uma série de publicações feitas no fim dessa sexta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou o preconceito racial no Brasil e tentou equiparar o sofrimento entre as raças que compõem o povo brasileiro. Um dia antes, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour, no Rio Grande do Sul.

Nos últimos minutos do Dia Nacional da Consciência Negra, o presidente - que já deu declarações racistas e atacou quilombolas - mostrou que, além de não saber sobre a disparidade social sofrida pelo negro brasileiro, não detém conhecimento sobre o Daltonismo, distúrbio que interfere na percepção das cores primárias, nem sempre em todas, e atinge cerca de oito mil brasileiros. "Sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras", escreveu.

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Mesmo diante de repetidos casos envolvendo racismo estrutural no país, que geralmente acabam com negros mortos ou amontoados em presídio, ele indica que a violência é vivenciada igualmente no Brasil. "Não adianta dividir o sofrimento do povo brasileiro em grupos. Problemas como o da violência são vivenciados por todos, de todas as formas, seja um pai ou uma mãe que perde o filho, seja um caso de violência doméstica, seja um morador de uma área dominada pelo crime organizado", comparou.

Na visão do presidente, a "luta por igualdade" e a "justiça social" são métodos "mascarados" para dividir a população, em troca de poder. "Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nosso próprio povo [...] e há quem se beneficie politicamente", acusa.

No entendimento de Bolsonaro, o lugar da luta por representatividade e avanços na pauta antirracista, por meio de manifestaçõesé no lixo. "Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso, está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!", afirmou.

Em uma postagem que devia exaltar o negro e criticar os impactos que o preconceito gera aos brasileiros, Bolsonaro optou em distanciar o holofote da questão racial. "Temos, sim, os nossos problemas, problemas esses muito mais complexos e que vão além de questões raciais. O grande mal do país continua sendo a corrução moral, política e econômica. Os que negam este fato ajudam a perpetuá-lo", complementou.

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Pela primeira vez, São Paulo elegeu duas pessoas trans entre as mais votadas da cidade. Em sexto lugar, Erika Hilton (PSOL), uma mulher trans e preta, recebeu mais de 50.508 votos. Thammy Miranda (PL), homem trans e filho da cantora Gretchen, ficou em nono lugar entre os mais votados com 43.231.

Vale salientar que Erika foi a mulher mais votada nas eleições 2020 da cidade de São Paulo. Através de sua conta no Twitter, a vereadora eleita (2021 a 2024) festejou: "Mulher preta e trans eleita a vereadora mais votada da cidade. Primeira da história".

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Thammy postou um vídeo agradecendo. "Eu sabia que o desafio era grande e um caminho longo para conquistar as pessoas, que querem um representante na câmara municipal com garra e coragem. Hoje eu posso dizer que tudo valeu a pena", disse.

A economista Rebeca da Silva Mello, 28 anos, foi rejeitada no sistema de cotas de um concurso público do Ministério Público da União (MPU). Por isso, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) determinou que a profissional seja readmitida, o quanto antes, na vaga para a qual foi admitida em 2018. As informações são do Uol.

Na compreensão do desembargador Teófilo Caetano, responsável pelo caso, a candidata negra foi eliminada porque a banca avaliadora teria considerado que a mulher não sofreu discriminação por ser "bonita" e que há ausência de características físicas associadas pessoas negras de forma evidente.

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Ainda de acordo com o magistrado, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca organizadora do concurso público da MPU, adotou um critério “subjetivo” e que vai na contramão do objetivo do sistema de cotas voltados para “eliminar e reparar desigualdades históricas”.

Durante processo judicial aberto pela economista, o Cebraspe respondeu que para ser admitido por cotas é necessário que a pessoa seja considerada parda e possuir "características fenotípicas de pessoas negras". Rebeca prestou concurso em 2018, para o cargo de técnico administrativo do MPU, com salário inicial de R$ 7 mil, e comprovou ser descendente de quilombolas.

Aprovada nas etapas da seletiva, a candidata passou por uma entrevista de verificação das suas características negróides, na qual foi desclassificada por três avaliadores que consideraram que a economista não tinha direito ao sistema de cotas. Diante disso, Rebeca entrou com uma ação na Justiça e ganhou.

O Cebraspe recorreu da decisão. E mesmo com a tentativa, agora, julgado na segunda instância, Rebeca ganhou por três votos a dois, e aguarda a nomeação no cargo em que foi aprovada, após a pandemia do novo coronavírus (SARS Covid-19).

O Cebraspe ainda diz a Justiça, em sua defesa, que "o fato de uma pessoa ser não branca não significa reconhecer compulsoriamente que seja negra". Dentre as declarações, o advogado do Cebraspe, Daniel Barbosa Santos, disse é levado em consideração pessoas pretas ou pardas com “características fenotípicas de pessoas negras, as quais serviram ao longo de sua vida como obstáculo, colocando-o à margem da sociedade”.

No entanto, a legislação brasileira não prevê a legitimidade do uso do sistema de cotas, em razão do quanto candidatos negros tenham sofrido ou sofrem com a discriminação. Conforme explica o Estatuto da Igualdade Racial, as pessoas negras brasileiras são formadas por pessoas autodeclaradas pretas e pardas - definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)-, e tal critério apresentado pelo Cebraspe, não é considerado válido.

Para a aprovada no concurso, não há sentido na afirmação feita pela banca organizadora. O desembargador Teófilo disse que viu preconceito nas afirmações e que a avaliação foi tratada como uma “análise estética”. Segundo publicado pelo Uol, este processo não cabe outros recursos. O Cebraspe negou ter agido com preconceito.

Considerada branca

Apesar de ter ganhado o processo e comemorar a vitória, Rebeca ainda enfrenta outro processo judicial relacionado a um concurso em que foi considerada negra e, depois, branca. E desde de 2017, o caso está em curso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A profissional foi aprovada no concurso público do Itamaraty, com salários de R$ 17 mil.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inaugurou neste sábado (26) um parque na capital francesa onde colocará a primeira estátua de uma heroína negra que lutou contra a escravidão na ilha francesa de Guadalupe no Caribe, no início do século XIX.

A mulher, chamada Solitude, foi uma "histórica heroína dos escravos de Guadalupe (...), nascida em 1772" e "filha de uma escrava africana e de um marinheiro branco", segundo indica a Cidade de Paris em um comunicado.

Hidalgo afirmou que a estátua será colocada no jardim inaugurado em Paris, chamado Solitude em homenagem à "mulher que, por sua valentia e seu compromisso com a justiça e a dignidade, abriu junto com outros o caminho para uma abolição definitiva da escravidão na França".

"Em breve, uma estátua desta heroína, a primeira de uma mulher negra em Paris, será colocada aqui" neste parque, disse a prefeita.

Em maio de 1802, uma expedição francesa desembarcou em Guadalupe, seguindo ordens de Bonaparte, para restabelecer a escravidão abolida em 1794.

Diante das tropas francesas, a resistência se organizou, apoiada por ex-escravos, entre eles várias mulheres e a própria Solitude, que se juntou aos combates mesmo grávida.

Solitude foi presa e condenada à morte. Em 29 de novembro de 1802, no dia seguinte a dar à luz, foi executada por enforcamento.

A família de Pamela Turner, uma mulher afro-americana morta a tiros por um policial no estado do Texas, no sul do país, comemorou na quinta-feira (17) que o homem uniformizado foi finalmente acusado, 16 meses após a tragédia.

O policial Juan Delacruz, que atuava em Baytown, um subúrbio de Houston, foi acusado no início desta semana do crime de agressão seguida de morte de Pamela Turner, de 44 anos.

"Este é mais um passo para obter a Justiça que minha mãe merece e para que ela possa descansar respeitosamente, como deveria ser, porque ela não merecia morrer", ressaltou a filha de Turner, Chelsea Rubin, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

O caso de Turner é o mais recente de uma série de brutalidade policial contra cidadãos americanos negros que geram indignação e protestos em massa nos Estados Unidos.

Turner, cuja família afirma que sofria de uma doença mental, morreu em durante uma discussão com Delacruz em 13 de maio de 2019, que tentava prendê-la por pequenas acusações.

Um vídeo filmado por um transeunte os mostra lutando: o homem uniformizado tenta algemá-la enquanto ela gritava que ele a assediava. O policial então tentou usar sua arma de choque contra a mulher, que supostamente tentou agarrar enquanto gritava estar grávida.

Então, com Delacruz fora de cena no vídeo, cinco tiros são ouvidos. O policial, que alegou legítima defesa, só foi colocado em licença administrativa por uma semana enquanto as autoridades investigavam o caso.

A polícia disse que a vítima não estava grávida no momento da morte. No momento, Delacruz irá a julgamento em 28 de outubro e enfrenta uma sentença na qual pode ser condenado à prisão perpétua.

As acusações são "um passo significativo para a Justiça e uma validação de que sua vida importa, que a vida das mulheres negras importam", ressaltou o advogado Ben Crump, especialista em direitos civis, que representa a família.

Crump também representa a família de Breonna Taylor, uma outra mulher negra morta pela polícia em sua própria casa no início deste ano em Louisville, Kentucky.

Após meses de manifestações, Louisville anunciou na terça-feira um acordo de US$ 12 milhões referente ao processo por homicídio culposo movido pela família de Taylor.

A Accenture está ofertando 24 oportunidades de estágio para universitários negros e negras de todas as regiões do Brasil trabalharem, remotamente, em um desafio de inovação. Na proposta da empresa, serão criados quatros grupos que trabalharão no formato de Start-Up para criar novas soluções de negócios desenvolvidas no setor de Ventures da empresa, responsável pela integração da área de startups e de novos negócios no Brasil.

Podem se candidatar os estudantes que se autodeclararem negros e pardos, cursando ensino superior, comprovando conhecimento e se identificando com pelo menos um dos três perfis exigidos: tecnologia, design e negócios. Os discentes das áreas citadas podem se inscrever por meio do site de seleção.

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O programa AddVentures2Go está à procura de uma equipe de novos talentos negros em situação de vulnerabilidade social. "As inovações surgem quando conseguimos olhar para os problemas em diferentes ângulos para desenvolver novas soluções, e para nosso time, a diversidade é um elemento fundamental", pontua a diretora de Recursos Humanos da Accenture, Beatriz Sairafi, de acordo com a assessoria da instituição.

O diretor-executivo da Accenture Ventures, Vinícius Fontes, diz que o programa está procurando pessoas com diferentes realidades e novas opiniões para agregar aos projetos da empresa. "Estamos em busca de pessoas com diferentes histórias e novas perspectivas para enriquecer nossos projetos com seus olhares e inovar conosco. Além de abrir espaço para negros e negras, a interseccionalidade também conta pontos", afirma Fontes, de acordo com a assessoria da Accenture.

O estágio - que tem duração de um ano, no formato remoto, sendo seis meses dedicados à aceleração da startup – inicia em novembro. "O sucesso do programa será a taxa de empregabilidade dos candidatos. A Accenture espera que mais da metade dos estagiários sejam efetivados, na Accenture ou nos parceiros do programa", acrescenta o diretor-executivo, de acordo com a assessoria da empresa.

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O rapper Diddy, o apresentador de rádio Charlamagne tha God e diversas figuras religiosas e do esporte estão entre os 100 afro-americanos que pediram nesta segunda-feira (10) ao candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, que escolha uma mulher negra para compor sua chapa nas eleições presidenciais de novembro.

"Não optar por uma mulher negra em 2020 significa que você perderá a eleição", disseram em uma carta aberta publicada na mídia norte-americana. Entre os signatários está também o astro da NBA Chris Paul.

Segundo o grupo, eles não querem "ter que escolher o menor dos males" entre Joe Biden e o republicano Donald Trump. O candidato democrata disse que anunciará nos próximos dias o nome de quem irá às urnas com ele contra a tentativa de reeleição do atual presidente.

“Por tempo demais, foi pedido às mulheres negras que fizessem de tudo, desde mobilizar tropas até arriscar suas vidas pelo Partido Democrata, sem reconhecimento, respeito ou visibilidade, e certamente sem apoio suficiente”, afirmaram os signatários. "E nós, homens negros, nos solidarizamos com elas."

Biden, o ex-vice-presidente de Barack Obama, que foi o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e antecessor de Trump, prometeu em março escolher uma mulher como sua companheira de chapa, que em caso de vitória se tornaria a primeira vice-presidente do país.

Biden deve muito de sua vitória nas primárias democratas aos eleitores negros, que lhe deram uma enorme vantagem sobre os rivais no final de fevereiro na Carolina do Sul, após três derrotas humilhantes em outros estados. A mobilização dessa importante minoria será crucial para a conquista da Casa Branca.

Os apelos para que Biden tenha um candidato a vice-presidente negro ao seu lado se multiplicaram desde que um histórico movimento de protesto contra o racismo e a violência policial tomou conta dos EUA após a morte de George Floyd, um homem negro sufocado por um policial branco em Minneapolis, em maio.

Biden deve revelar sua decisão antes da convenção nacional democrata, que será realizada de 17 a 20 de agosto e vai oficializar a candidatura. O evento está previsto para acontecer em Milwaukee, Wisconsin, mas será transmitido pela internet devido à pandemia de coronavírus.

Um dos principais ícones da dramaturgia brasileira, a atriz Chica Xavier morreu, aos 88 anos, na madrugada deste sábado (8). Ela ganhou destaque nacional por atuar em novelas da TV Globo, como Sinhá Moça e Renascer.

Chica lutava contra um câncer e estava internada no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Natural de Salvador, na Bahia, Francisca Xavier Queiroz de Jesus também estava fora das telinhas há cerca de oito anos, quando participou da novela Cheias de Charme.

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Com participação em produções cinematográficas, o maior legado da atriz é traduzido pela representatividade que seu trabalho carrega. Ela participou da montagem de Orfeu da Conceição, que abriu as portas para atores negros no Theatro Municipal do Rio.

O policial militar que pisou no pescoço e arrastou a dona de um bar, de 51 anos, no fim de maio, no bairro de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, chegou a voltar às ruas. O soldado João Paulo Servato, 34, foi afastado pela agressão, mas quatro dias depois foi transferido e retomou os patrulhamentos. A atitude do PM ocorreu cinco dias após um policial americano assassinar George Floyd, que impulsionou protestos contra o racismo ao redor do mundo.

João Paulo chegou a ser afastado no dia 14 de junho, mas foi lotado em outro batalhão no dia 18 do mesmo mês, onde foi autorizado a realizar o serviço operacional por um "erro de processo", segundo a secretaria de Segurança do estado. A entidade ainda informou que constatou o "equívoco" e o soldado foi novamente afastado.

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A vítima relata que desmaiou durante as agressões. Ela conta que foi empurrada, levou três socos e quebrou a tíbia ao levar uma rasteira. O soldado informou ao Fantástico que um colega foi agredido pela mulher com uma barra de ferro, por isso a ação violenta “foi um meio necessário”.

Em entrevista à Época, ela revelou que teme pela vida dos familiares. "Não me sinto segura. Eu tenho filhos e netos, como vai ser minha vida daqui pra frente? Será que esse policial não vai aparecer no meu bairro um dia? Mas, ao mesmo tempo, eu me julgo corajosa. Alguém tinha que fazer alguma coisa", afirmou.

A cantora Gospel Isadora Pompeo foi criticada na web na última terça-feira (7), após uma foto publicada nas suas redes sociais. No post, ela aparece com tranças e uma maquiagem extremamente bronzeada, que deixou seu rosto bem escuro.

A cantora foi acusada nas redes sociais de apropriação cultural e de fazer ‘blackface’, que é quando uma pessoa se utiliza de traços negros de forma caricata, apenas para chamar atenção, atitude considerada racista.

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Nas redes sociais, internautas fizeram comparativos com as fotos normalmente publicadas por Isadora, para ressaltar a diferença em seu tom de pele. Após a repercussão negativa do caso, a cantora se pronunciou e acabou privando sua conta no Instagram para evitar comentários negativos em suas postagens.

Isadora, usou suas redes sociais para se desculpar pelo ocorrido e falou: “Sei da luta, sei da história e peço perdão se em algum momento fez parecer que eu não sei disso”.

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As americanas Takelia Hill e a sua filha Makayla Green se viram sobre a mira de uma arma de fogo por 40 segundos durante uma discussão com uma mulher branca, que não teve o seu nome revelado, no estacionamento de uma lanchonete localizada na cidade de Orion Chater Township, em Michigan, nos Estados Unidos.

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Tudo começou quando Makayla saia da lanchonete e a mulher branca esbarrou nela. "Eu disse: 'Com licença e então ela começou a me xingar e dizer coisas como se eu estivesse invadindo o seu espaço pessoal", revelou a jovem através do twitter. 

Neste momento, Makayla chamou a sua mãe, que pediu para a mulher se desculpar, mas ela se negou. Mãe e filha começaram a chamar a mulher de racista e ignorante. "Você não pode simplesmente andar por aí chamando os brancos de racistas. Este não é esse tipo de mundo. Os brancos não são racistas, ninguém é racista", respondeu a mulher.

Em seguida ela entrou no carro e quando tentava sair do estacionamento Hill bateu com as mãos no vidro. Ao jornal Detrit News, Hill disse que pensou que a mulher iria atropelar ela e a sua filha, por isso a reação.

Isso foi o ponto para que a mulher branca saísse do carro, com a arma em mãos, apontando para mãe e filha por 40 segundos antes de entrar no carro e ir embora.

Essa situação de brancos apontando armas de fogo contra negros nos EUA já se tornou comum, já que há três dias, um casal apontou uma espingarda contra manifestantes que protestavam contra o racismo e estavam passando em frente à casa deles.

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