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O Dia da Bandeira, símbolo criado para marcar o fim do Império e o início da República brasileira, é celebrado neste sábado, dia 19 de novembro. A data é comemorada quatro dias após a Proclamação da República, ocorrida no dia 15 de novembro de 1889. 

A bandeira do Brasil é um dos principais símbolos nacionais, além do Hino, das armas e do Selo Nacional. Segundo o historiador e cientista político Ricardo Andrade, a atual bandeira remete à bandeira do Brasil Império, onde o verde representava a Casa Bragança da família de Dom Pedro I, e o amarelo, a casa Habsburgo-Lorena da sua esposa, a Imperatriz Leopoldina. 

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“Suas cores, sobretudo o verde, o amarelo e o azul, simbolizam nossas riquezas naturais e material (a natureza, o ouro, o céu e o mar). Mesmo assim, com o passar do tempo, a bandeira passou a simbolizar um fator de unidade, identidade e pertencimento nacional, nos representando, enquanto povo, nação, território”, explicou. 

O cientista político da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Augusto Teixeira, complementou que, historicamente, a bandeira do Brasil tem uma representatividade muito sólida por ser um símbolo nacional. “Se nós pensarmos, ela foi importante em momentos de união nacional, como na Segunda Guerra Mundial, nos protestos que levaram ao golpe militar de 1964, no processo de redemocratização, na derrubada do presidente Collor, no impeachment da presidente Dilma”, relembrou. 

No entanto, apesar de todo o simbolismo e representação que a bandeira brasileira carrega, ela passou a ser utilizada como uma “bandeira política” desde 2018, ainda na campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República e associada ao bolsonarismo e à extrema direita. “A bandeira nacional como símbolo de unidade nacional tem sido usada ideologicamente por grupos, ideologias ou questões que se colocam dentro do debate político. Entretanto, ela é um símbolo importante da coesão nacional, que busca de espraiar independente da posição político-ideológica”, afirmou Augusto Teixeira. 

Para Ricardo Andrade, a utilização e tentativa de apropriação da bandeira e do verde e amarelo do Brasil demonstram outras narrativas que causam a intensificação da ruptura da identidade cultural brasileira. “Essa narrativa faz com que as pessoas com outras concepções político-ideológicas passem a evitar o uso, não apenas da bandeira, mas até mesmo de camisas da seleção brasileira de futebol, mesmo num ano de Copa do Mundo”. 

Ele disse que essa dissociação potencializa, inclusive, o acirramento das contradições regionais entre sul/sudeste, norte/nordeste "mesmo sabendo a existência e da convivência de nossas múltiplas identidades e Brasís”. 

Além da tentativa de captura da bandeira do Brasil, o bolsonarismo também tenta levar para ele as Forças Armadas, em especial o Exército Brasileiro, e o Hino Nacional, como detalhou o cientista político Augusto Teixeira. “Ocorre uma clara ruptura de símbolos nacionais, dentre os quais a própria bandeira e identificadores de uma ideologia política, algo que não se viu em momentos anteriores com essa intensidade. Agora, a bandeira passa a se tornar um símbolo de uma determinada ideologia política que se coloca quase que como um fenômeno novo em virtude de sua grandiosidade”. 

Desuso do patriotismo 

A captura dos símbolos de identificação nacional realizada por Bolsonaro e pelo bolsonarismo desde 2018 fez e faz com que a parte da sociedade brasileira que não concorda com a ideologia bolsonarista, não utilize nada relacionado ao patriotismo. “Essa identificação com uma ideologia política particular gera respostas dos lados políticos opostos, como a esquerda. Ocorre a recusa da utilização desses mesmos símbolos como forma de demarcação do campo de luta política, mas também simbólica”, disse Teixeira. 

Segundo o especialista, a estratégia da esquerda e do campo oposto ao bolsonarismo de não utilizar símbolos de identificação nacional é um erro. “Ao fazer isso, cede espaços para a extrema direita no seu processo de captura dos símbolos nacionais. É por isso que, já no contexto das eleições de 2022, se observou por parte do PT e do presidente Lula uma tentativa de recuperação desses símbolos, especificamente da bandeira e do Hino Nacional como unificadores da nação”, explicou.  

Augusto chamou atenção para a importância da reconstrução da sociedade política brasileira a partir de 2023, sobretudo a partir dos símbolos nacionais e que será um processo gradual. “A partir do próximo ano a sociedade vai viver um processo lento da reinserção dos símbolos nacionais, não só como elementos de identificação de uma ideologia política particular, mas como símbolo de identidade nacional. Por isso, a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passa por uma campanha publicitária de despolitização do símbolo da camisa da seleção como um símbolo nacional apolítico”, enfatizou. 

“Nessa perspectiva, a estratégia de trazer a bandeira nacional como símbolo de representação de uma nacionalidade brasileira, não da direita e nem da esquerda, é um passo importantíssimo para a construção da nacionalidade, mas também para o usufruto total desse símbolo que nos caracteriza como brasileiros”, complementou. 

A cantora Gospel Isadora Pompeo foi criticada na web na última terça-feira (7), após uma foto publicada nas suas redes sociais. No post, ela aparece com tranças e uma maquiagem extremamente bronzeada, que deixou seu rosto bem escuro.

A cantora foi acusada nas redes sociais de apropriação cultural e de fazer ‘blackface’, que é quando uma pessoa se utiliza de traços negros de forma caricata, apenas para chamar atenção, atitude considerada racista.

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Nas redes sociais, internautas fizeram comparativos com as fotos normalmente publicadas por Isadora, para ressaltar a diferença em seu tom de pele. Após a repercussão negativa do caso, a cantora se pronunciou e acabou privando sua conta no Instagram para evitar comentários negativos em suas postagens.

Isadora, usou suas redes sociais para se desculpar pelo ocorrido e falou: “Sei da luta, sei da história e peço perdão se em algum momento fez parecer que eu não sei disso”.

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Os pais de Jonatas, um menino de um ano portador de doença rara, se posicionaram no programa Fantástico do último domingo (18). Após pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a Justiça bloqueou o valor arrecadado pela campanha AME Jonatas, além de um veículo de R$ 140 mil em nome dos pais do menino. A campanha foi criada para custear os remédios necessários para o filho do casal.

O MPSC suspeita que o dinheiro possa estar sendo usado para custear turismo e compra de veículo em detrimento do tratamento do menino em Joinville. A Polícia Civil também investiga o crime de apropriação de rendimentos de pessoa com deficiência.

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A denúncia ao Ministério Público foi feita por Camila Clemente, irmã de Aline Openkoski, que é mãe da criança. Ela conta que o casal comprou dois celulares com o dinheiro da doação. Além disso, chamou a atenção uma viagem feita pelos pais do garoto ao Réveillon do Arquipélago de Fernando de Noronha, com passagem de R$ 8 mil.

Às acusações da tia de Jonatas, Renato Openkoski, o pai, disse que os gastos foram feitos pensando no garoto. "A mudança do padrão de vida não foi para benefício meu, benefício da Aline, foi necessária a mudança de padrão de vida para benefício do Jônatas", disse ao Fantástico.

O casal também afirmou ter comprado os celulares para benefício do filho. "O que a gente fez: a gente vai comprar o celular porque a gente precisa pra campanha, pra bater foto do Jonatas, porque a foto saía horrível e não tinha como postar aquele tipo de foto nas redes sociais", resumiu Aline.

Sobre a viagem, Renato disse ter comprado com seu dinheiro. Ele é palestrante em igrejas evangélicas e vende camisetas com o nome do filho.

Em outubro de 2017, Renato e Aline estiveram no Fórum de Joinville, onde assumiram o compromisso de depositar todo o dinheiro arrecadado na campanha em uma conta judicial. Entretanto, não fizeram o depósito e não prestaram conta. "Nós, como responsáveis pelo Jonatas, temos todo direito de responder por ele", justificou o pai. Foram reunidos quase R$ 4 milhões.

A criança de um ano sofre do tipo mais grave de Atrofia Muscular Espinhal (AME). A doença afeta o sistema nervoso e gradativamente reduz os movimentos do corpo. A campanha contou com a participação de famosos, como o ator André Gonçalves e a atriz Danielle Winits.

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