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Fazer terapia contribui para a saúde humana, para o autoconhecimento, e auxilia na busca de caminhos e maneiras de lidar com os problemas que surgem no dia a dia. Até mesmo quem não passa por dificuldades pode usufruir dos recursos terapêuticos associados a expressões artísticas.
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De acordo com a psicóloga e arteterapeuta Tássila Albuquerque Alves, a arteterapia é uma prática integrativa e complementar do Sistema Único de Saúde (SUS) que utiliza a arte como uma das formas de expressão humana, através de linguagens artísticas, como a dança, pintura, colagem, teatro, escrita criativa, entre outros.
Segundo a arteterapeuta, cada linguagem tem uma função terapêutica e a escolha de uma delas depende do cliente, da demanda e da proposta do atendimento. “Tradicionalmente, as linguagens ligadas às artes plásticas são as mais utilizadas”, diz.
A Casa Azul Ateliê, inaugurada em fevereiro de 2017, é um espaço terapêutico fundado por Tássila e que surgiu a partir de um processo pessoal de ressignificação vivenciado pela arteterapeuta após duas perdas gestacionais. “Como o sonho de ser mãe não pôde ser realizado naquele momento e precisou ser interrompido, eu resolvi investir essa energia e esse amor no espaço terapêutico, que é a Casa Azul”, relembra.
Tássila esclarece que, para ser arteterapia, é necessário o acompanhamento de um profissional habilitado e que tenha uma formação seguindo os parâmetros da União Brasileira de Associações de Arteterapia (Ubaat). Ela acrescenta que a diferença entre esse estilo e outros modelos terapêuticos está no olhar do profissional, pois ele conhece tanto a arte e suas linguagens quanto a função terapêutica delas e como utilizá-las.
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A arteterapeuta relata que observa a interação do cliente com o papel, as falas que surgem quando ele termina de fazer um desenho, e os símbolos emergentes do processo arteterapêutico, que não tem como objetivo a estética e o resultado final. “O mais importante é que a pessoa se sinta à vontade e livre para criar, para se expressar”, afirma.
Os benefícios de realizar arteterapia são vários e Tássila destaca o desenvolvimento do potencial criativo como um deles. Pessoas criativas e que conseguem se expressar melhor também desenvolvem uma postura mais flexível diante da vida. Outras vantagens observadas estão relacionadas à autoestima e isso se explica porque algumas pessoas que passam pelo processo arteterapêutico se surpreendem com o resultado.
A arteterapia também funciona como um canal de expressão para pessoas que são mais introvertidas, tímidas, e que têm dificuldade de se comunicar. Tássila diz que às vezes, para o cliente falar de um ponto de dor na psicoterapia, demora mais tempo. “Na arteterapia, eu peço para ele fazer um desenho. Aparentemente é só um desenho, mas quando ele começa a falar daquilo, ele naturalmente toca naquele pontinho”, diz.
Tássila conta que, atualmente, tem crescido a procura de adolescentes pelo processo arteterapêutico e que são feitas sessões iniciais para compreender os motivos da busca, em que momento da vida eles estão, conhecer a história deles. “A partir dessas sessões iniciais, a gente inicia o processo de fato. Então, a gente vem para o espaço, falar do ateliê, e vivencia a prática da arteterapia”, explica.
A psicóloga clínica Larissa Soares conheceu a arteterapia a partir de Tássila Alves, em grupos e palestras, e foi estagiária do ateliê por um tempo. Para ela, a partir dessa abordagem, a pessoa cria algo que nem imaginava que poderia criar. “Foi esse movimento que eu fiz e me encantei pela arteterapia”, relata.
Desde que Larissa passou a acompanhar o processo de outras pessoas como estagiária e a vivenciar suas próprias experiências, percebeu que a arteterapia não tem ligação com o não saber desenhar ou não saber pintar, indo além disso. “Pensava que eu ia só fazer alguns rabiscos, mas eu consegui me expressar muito além do que só a fala”, diz.
A psicóloga se envolveu com a escrita e desenhos, mas afirma que também gosta e tem relação com a música e dança. Para ela, a arte está em tudo. “Quando eu estou triste, eu escuto uma música que me remete àquilo; quando eu estou alegre, eu vou e escuto uma música, eu danço, escrevo alguma coisa. A arte está em tudo na minha vida”, complementa.
Larissa Soares diz que, como estagiária, aprendeu muitas coisas e que a experiência foi incrível. A psicóloga finaliza recomendando a arteterapia para as pessoas. “Muitas coisas a gente demora muito para falar, tocar naquele assunto e através da arte vem, de uma forma tanto consciente quanto inconsciente”, conclui.
Serviço
Casa Azul Ateliê – casaazulatelier@gmail.com
Endereço: Alameda Anésia Meira – Avenida Magalhães Barata, 1150, São Brás.
Telefone: (91) 99205-6107 / Instagram: @casaazulatelier
Por Isabella Cordeiro, com apoio de Juliana Maia (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).