Tópicos | Andrés Manuel López Obrador

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump e do México, Andrés Manuel López Obrador, se elogiaram mutuamente nesta quarta-feira (8) e destacaram a "excepcional" relação entre os dois países em seu primeiro encontro presencial.

"A relação entre Estados Unidos e México nunca foi tão boa como é agora", disse Trump. "Nunca esteve tão forte, nunca esteve mais próxima".

"Somos apreciados amigos, sócios e vizinhos", afirmou o presidente americano, eleito em 2016, após uma campanha na qual classificou os mexicanos como "estupradores" e "criminosos" e fez a promessa de erguer um muro entre os dois países.

O republicano chamou o líder esquerdista mexicano de "meu bom amigo" e descreveu a relação entre os dois como "excepcional".

"Estamos muito comovidos por ele ter escolhido em sua primeira visita ao exterior... Estar conosco na Casa Branca", disse Trump durante uma cerimônia no Jardim das Rosas, após um discurso no Salão Oval seguido por uma reunião com as duas delegações.

Em sua primeira viagem ao exterior em 18 meses de governo, AMLO, como o mexicano é conhecido por suas iniciais, mencionou o "debate" no México sobre a conveniência de sua viagem, em meio à pandemia que atingiu fortemente os dois países e às vésperas das eleições nas quais Trump busca um segundo mandato, mas está atrás nas pesquisas.

No entanto, afirmou que a visita era necessária não apenas para celebrar o T-MEC, o novo acordo de livre comércio da América do Norte que substitui o NAFTA em vigor desde 1994, mas para agradecer a Trump pelo tratamento "respeitoso" ao México.

Além disso, destacou o "apoio pessoal" de Trump para a aquisição de equipamentos médicos que o México precisava "urgentemente" para tratar pacientes com COVID-19.

"Mas o que eu mais aprecio é que você nunca tentou nos impor algo que viole ou enfraqueça nossa soberania", disse a Trump.

Obrador também o agradeceu por não ter seguido a Doutrina Monroe com o México, que muitas vezes serviu de base para mais de um século de Intervenções dos EUA na América Latina.

"Você não pretendeu nos tratar como uma colônia, ao contrário, honrou nossa condição de nação independente", disse López Obrador.

"Ele nos tratou como somos, um país e um povo digno, livre, democrático e soberano. Viva a amizade de nossas duas nações!"

"Isso é fantástico. Lindo. Muito obrigado, senhor presidente", respondeu Trump sob aplausos.

O candidato presidencial democrata Joe Biden reagiu no Twitter, lembrando que Trump "disseminou o racismo contra" a "comunidade latina" nos Estados Unidos desde a campanha de 2016.

"Precisamos trabalhar em parceria com o México. Precisamos restaurar a dignidade e a humanidade em nosso sistema de imigração. É isso que farei como presidente", prometeu Biden.

A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse a jornalistas que o desejo de Trump de fazer com que o México pague pelo muro na fronteira para conter a imigração ilegal e o tráfico de drogas não foi mencionado na reunião entre os dois líderes enquanto ela estava presente.

O presidente do México disse hoje que o crescimento econômico de um país não garante o bem-estar de sua população, e, sendo assim, pouco importa o quanto uma economia cresceu se as riquezas estiverem concentradas em poucas mãos.

Em coletiva de imprensa sobre os dados da economia mexicana do ano passado, revelados nesta quinta-feira, Andrés Manuel López Obrador afirmou não se importar muito com o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), mas, sim, com a melhoria da qualidade de vida dos mexicanos. Segundo ele, durante o período neoliberal, o pouco crescimento registrado no México só serviu para que os ricos acumulassem mais dinheiro. E, agora, é hora de se preocupar com outros parâmetros.

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"Posso dizer que há bem-estar. Pode não haver crescimento, mas há desenvolvimento e bem-estar, que são diferentes", disse ele, respondendo a uma pergunta sobre os dados oficiais publicados neste 30 de janeiro.

Mais cedo, o Instituto Nacional de Estatística e Geografia informou que a economia mexicana sofreu uma contração de 0,1% em 2019 em relação ao ano anterior, depois de crescer cerca de 2% em 2018. No entanto, de acordo com Obrador, mais importante do que medir o PIB seria concentrar os esforços em uma melhor distribuição de renda e garantir que os benefícios cheguem a todos os mexicanos. 

"Não é fácil, depois de 36 anos de predomínio de um modelo econômico, que, por sinal, fracassou, medir de outra forma, levando mais em conta o bem-estar e o desenvolvimento", enfatizou o presidente. "É isso que me acalma, porque, abaixo, há mais poder de compra, não há crise de consumo", acrescentou.

Da Sputnik Brasil

O candidato a presidente do México pelo maior partido de esquerda nas últimas eleições presidenciais do país, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira que disputará novamente a presidência mexicana nas eleições de 2012, após uma pesquisa de intenção de voto interna mostrá-lo na frente para a corrida presidencial no Partido da Revolução Democrática (PRD). Seis mil eleitores partidários da esquerda foram entrevistados na pesquisa, encomendada pelo partido de Obrador, o PRD. Ex-prefeito da Cidade do México, Obrador tem 58 anos. Obrador deverá enfrentar o ressurgimento do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México durante décadas no século passado e voltou a crescer com o desgaste do governo conservador.

O atual prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, é um possível rival de Obrador dentro do PRD. Mas Ebrard disse que poderá desistir de uma possível candidatura para que Obrador, que perdeu por pouco as eleições de 2006 para o presidente Felipe Calderón, possa se candidatar. Calderón é do Partido de Ação Nacional (PAN), de direita. As próximas eleições presidenciais acontecerão em julho de 2012.

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"Uma esquerda dividida, como tem ocorrido até agora no país, levará o México para o precipício", disse Ebrard.

A eleição de Calderón foi contestada pela esquerda mexicana, que não se conformou com a derrota, por estreita margem, de Obrador. No final de 2006, partidário de Obrador ocuparam o Zocalo, principal praça da capital mexicana, e interromperam o tráfego na elegante avenida reforma durante semana.

Pesquisas mais amplas, contudo, mostram que quem está na frente na corrida presidencial é Enrique Peña Nieto, ex-governador do Estado do México e candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o qual governou o México desde o final da revolução, na década de 1920, até o ano 2000. Pesquisas indicam que o PRI também retoma lentamente o poder no interior do México, em parte devido ao desgaste dos 11 anos de governo do Pan e também à escalada da violência acelerada pela guerra ao narcotráfico, que Calderón lançou no final de 2006 e que já deixou cerca de 40 mil mortos desde aquele ano ao redor do país.

Mas o Partido da Revolução Democrática também perdeu força desde 2006, quando os simpatizantes de López Obrador contestaram a eleição de Calderón. O partido ficou dividido e perdeu eleitores mesmo nos Estados onde tinha votação mais expressiva. Pesquisas recentes mostram que o PRI pode derrotar o PAN e o PRD até mesmo na Cidade do México. O PRD governa a capital mexicana desde 1997.

A maioria dos mexicanos, mostram pesquisas recentes, são hoje centristas cujas maiores preocupações são a escalada da criminalidade e a situação da economia.

As informações são da Associated Press.

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