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Em nota publicada na última quinta-feira (14), a operadora Infraero se pronunciou sobre o caso da cantora carioca Luciane Dom e alegou que a artista não teve o cabelo revistado durante a inspeção no aeroporto Santos Dumont, na cidade do Rio. O caso de Luciane ficou conhecido após uma denúncia feita por ela, nas redes sociais, de que havia sido vítima de racismo durante uma ponte aérea para São Paulo. A mulher contou que, depois de passar no scanner corporal e de ter a mala inspecionada, uma funcionária do aeroporto informou que tinha que "olhar" o cabelo dela. 

"A cantora Luciane Dom foi selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual. Após averiguação interna, foi constatado por imagens de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos. De acordo com a Instrução Suplementar IS 107.000-J, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as gravações feitas por essas câmeras de segurança só podem ser compartilhadas com a Polícia Federal, mediante solicitação de representantes do órgão", informou a Infraero. 

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A empresa também disse que a realização de inspeção de segurança aleatória é prevista na resolução Anac nº 515, de 8 de maio de 2019, e é um dos procedimentos para garantir a segurança do passageiro e demais usuários.  

"Destaca-se que os pórticos detectores de metais de aeroporto têm a capacidade de gerar alarmes aleatórios, com acionamento de forma automática ou sob ação do passageiro, para fins de controle de execução da inspeção aleatória. Importante ressaltar que a inspeção de segurança aleatória é independente de origem, raça, sexo, idade, profissão, cargo, orientação sexual, orientação religiosa ou qualquer outra característica do passageiro", acrescentou. 

"A Infraero reitera que repudia quaisquer formas de discriminação, que comportamentos como injúria racial e racismo não são tolerados nos aeroportos sob sua administração e está à disposição das autoridades competentes para os esclarecimentos que façam necessários", finaliza o informe.

Cantora rebateu versão da Infraero

Após o posicionamento da empresa, Luciane Dom apagou a publicação em que relatava a inspeção nos cabelos e publicou uma nova mensagem na rede social X (antigo Twitter) dizendo que o racismo não se vê nas câmeras de segurança. 

"Eu sei o que ouvi hoje no scan. Foi tudo muito rápido e sutil, o racismo de todo dia não se vê nas câmeras de segurança. Peço que parem o assédio e a reprodução dessa violência. Vamos seguir", escreveu. 

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Através de suas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se solidarizou com a cantora Luciane Dom, vítima de racismo no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14). Por meio do X (antigo Twitter), a ministra afirmou que a sua pasta “está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”. 

“Lamento o ocorrido com a Luciane Dom no aeroporto Santos Dumont, no RJ. Infelizmente, casos como esses não são pontuais. Nosso corpo e nosso cabelo precisam ser respeitados. A equipe do Ministério da Igualdade Racial já está se mobilizando para entender e acompanhar o caso”, escreveu.

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A ministra ainda resgatou uma publicação da sua irmã Marielle Franco, assassinada em 2018, na qual ela denunciou uma situação semelhante a de Luciane. Em fevereiro de 2017, Marielle revelou aos seus seguidores que teve seu cabelo revistado no Aeroporto de Brasília. 

Constrangimento no Santos Dumont 

Luciane Dom relatou, através das suas redes sociais, que teve o cabelo revistado por uma funcionária do aeroporto, após ter passado pelo scanner corporal. “A mulher me diz: 'tenho que olhar seu cabelo'. Eu olho pra ela aterrorizada com a violência desse ato. Ela chama o superior. Meu dia acabou”. 

"Tô assim... obviamente frustrada, obviamente decepcionada. Por mais que seja algo que eu já espere, porque a gente vive numa estrutura racista, é muito ruim quando acontece, porque fere algo muito profundo da nossa dignidade", declarou nos stories do Instagram.

Em nota, a Infraero declarou que a artista foi "selecionada aleatoriamente para uma inspeção manual.", mas negou que Luciane teve o cabelo revistado.

"Após averiguação interna, foi constatado por imagens de câmeras de segurança que não houve uma inspeção nos cabelos", diz trecho do comunicado.

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