Pró-aliança PT-PSB, Paulo e Gleisi focam nas convergências

A presidente nacional do PT disse estar 'confiante e esperançosa' com a aliança entre os partidos. O governador Paulo Câmara observou que vai defender o alinhamento pró-candidatura de Lula dentro do PSB até o fim do processo pré-eleitoral

por Giselly Santos qui, 12/07/2018 - 11:36
Hélia Scheppa/SEI Senadora esteve em Pernambuco para conversar com Paulo Hélia Scheppa/SEI

O alinhamento do PSB para as eleições presidenciais foi o mote principal do encontro entre o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), nesta quinta-feira (12) no Recife. Paulo defende que a legenda pessebista marche rumo a uma aliança em prol da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A postura o beneficiaria diretamente na busca pela reeleição ao comando do Palácio do Campo das Princesas, uma vez que a legenda petista em troca do apoio a Lula retiraria a candidatura da vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), ao governo. 

Apesar do argumento de que o trajeto seria o melhor para o PSB, Paulo vem esbarrando em algumas resistências. Dentro da legenda, por exemplo, tem quem acredite que seria melhor concorrer ao pleito presidencial com uma aliança formal com Ciro Gomes (PDT), que tem ofertado a vaga de vice aos pessebistas, e ainda outro movimento que prega a liberação para que cada Estado defina em que palanque subirá na disputa pela Presidência da República.

A eventual abertura do PSB para que os Estados definam qual presidenciável vão apoiar não agrada ao PT. “Temos uma decisão de uma aliança nacional, temos conversado com nosso partido internamente sobre isso, assim como o governador também tem nos dito que tem conversado com o PSB”, observou Gleisi, lembrando do que chamou de “postura firme” de Paulo Câmara tanto a favor da aliança quanto para defender o ex-presidente diante da sua prisão. 

Gleisi acredita que Lula é o “condutor” principal do projeto que “pode tirar o país da crise” e pontua que é preciso fazer um “esforço para formatar um campo muito firme para resgatar o Brasil” e esse campo, segundo ela, passa por uma aliança do PT com o PSB. 

“O que estamos vendo no Brasil hoje é uma tragédia para o nosso povo. O gás de cozinha, que é essencial para a vida das pessoas, já consome 40% da vida da renda dos mais pobres. Aqui temos casos do aumento do número de queimados porque as pessoas estão tendo que cozinhar com lenha, com álcool. Isso é injustificável. O Brasil está entrando novamente no mapa da fome, não é esse o país que nós queremos. Então temos que unir os esforços daqueles que querem devolver o Brasil aos brasileiros para que a gente possa ter um resultado positivo”, disse a dirigente petista.

A disposição de Gleisi em conquistar o PSB para o palanque de Lula também foi refletida pelo discurso de Paulo Câmara.  “Vamos defender o apoio formal, se a neutralidade for majoritária vamos entender isso. Agora nosso posicionamento é de apoio a Lula”, frisou o governador. 

“O pernambucano tem uma gratidão e solidariedade ao presidente Lula, por tudo que ele fez por Pernambuco e o nosso partido já se manifestou sobre a aliança em favor da candidatura do ex-presidente Lula. Isso é o que defendemos e vamos continuar a defender. Vamos fazer todos os esforços para que essa aliança se concretize. O PSB é um partido que tem candidaturas em todos os estados, mas no âmbito das discussões estaduais e nacionais vamos levar ao Congresso a defesa da aliança nacional com o PT”, completou o governador. 

Além de Gleisi, também estiveram na sede do governo estadual para a reunião com Paulo Câmara o vice-presidente nacional do PT, Márcio Macedo, o deputado federal Paulo Pimenta e o presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro. Entre os pessebistas, o ex-secretário de Administração Milton Coelho e o presidente da legenda no Estado, Sileno Guedes. 

A conversa da senadora com o vice-presidente nacional do PSB acontece dois dias depois dela encontrar com o líder nacional, Carlos Siqueira, e um dia depois de se reunir com a cúpula petista local para tentar aferir o clima interno diante da iminência de voltar a fazer parte da Frente Popular de Pernambuco.

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