PT-PE quer punir prefeito que declarou apoio a Armando
Prefeito de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, Luciano Duque (PT) vai ser alvo de um processo disciplinar e pode até ser expulso do partido
A Executiva Estadual do PT abriu um processo disciplinar contra o prefeito de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, Luciano Duque (PT) por infidelidade partidária ao declarar dissidência do alinhamento eleitoral da legenda na disputa pelo Governo de Pernambuco. Duque declarou apoio ao candidato Armando Monteiro (PTB), mas o PT faz parte da Frente Popular de Pernambuco, que busca a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB).
Na resolução em que define iniciar um processo para punir internamente o prefeito, a direção estadual diz que Luciano tomou uma decisão individual e sem conversar com a cúpula do partido. “Cometeu uma grave indisciplina estatutária e política, caracterizadora de infidelidade partidária a um partido que o acolheu, com respeito, solidariedade e apoio, e pelo qual se elegeu e se reelegeu prefeito da importante cidade de Serra Talhada”, afirma a resolução.
Além disso, pontua que o prefeito resolveu se unir a “uma chapa com líderes adotaram posições claras e asseguraram os seus votos para a aprovação de todas as medidas propostas por Michel Temer, de forte conteúdo antipovo e contra a soberania brasileira, como a brutal supressão dos direitos fundamentais do trabalhador (a reforma trabalhista); como a PEC da Morte, congelando os investimentos em Educação e Saúde e em outros gastos sociais; como a entrega do pré-sal aos interesses internacionais, dentre outras medidas lesivas ao País e ao nosso Povo. Forças políticas que defenderam e apenas não aprovaram a Reforma da Previdência e a privatização da Chesf e do rio São Francisco em razão da forte reação da sociedade brasileira, do PT e dos partidos a nós aliados, em especial o PCdoB e o PSB em Pernambuco”.
O processo pode levar a punições de advertência, mas também gerar a expulsão de Luciano Duque. Em 2014, o PT chegou a expulsar prefeitos pernambucanos que, na ocasião, declararam dissidência ao palanque da legenda, aliada de Armando Monteiro na época, para subir ao do governador Paulo Câmara.
Já prevendo a possibilidade de retaliações, no ato em que anunciou apoio a Armando nessa segunda-feira (3), Luciano Duque disse que estava pronto para qualquer punição. “Na política não podemos ter medo, mas coragem de ousar”, declarou.