Empresário se retrata após pedir votos a Bolsonaro
Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, tinha ameaçado demitir funcionários que não votassem no candidato do PSL
O dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang, terá que se retratar após ter ameaçado demitir funcionários que não votassem no candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL). A Justiça do Trabalho determinou que o empresário divulgue um novo vídeo afirmando que seus funcionários são livres para votarem em qualquer presidenciável.
Na gravação que foi anteriormente divulgada, o empresário chegou a perguntar aos funcionários se estavam preparados para sair da Havan. “Você que sonha em ser líder, gerente, crescer com a Havan já imaginou que tudo isso pode mudar no dia 7 de outubro? E a Havan pode fechar as portas e demitir os 15 mil colaboradores”, indaga em tom ameaçador em um trecho do vídeo.
De acordo com a Promotoria, a atitude de Hang foi configurada como assédio moral, discriminação, violação da intimidade ou abuso de poder diretivo, coação e intimação. “Não cabe ao empregador no ambiente de trabalho de seus empregados, promover atos políticos em favor ou desfavor de candidatos ou agremiações, fazendo-os de 'claque'", salientou o juiz do caso.
O empresário deve publicar no Twitter e no Facebook, até esta sexta-feira (5), uma mensagem com teor semelhante a este:
“Atenção: A Havan e seu proprietário, Luciano Hang, em cumprimento à decisão judicial (...), vêm a público afirmar o direito de seus empregados livremente escolherem seus candidatos nas eleições que ocorrerão neste domingo, independente do partido ou ideologia política, garantindo a todos os seus funcionários que não serão tomadas medidas de caráter retaliatório, como a perda de empregos, caso manifestem escolhas diversas das professadas pelo proprietário da empresa”.
Apesar de ter que se retratar, Luciano Hang não parece ter se arrependido de fazer o pedido de votos a Bolsonaro. “Inversão de valores no Tribunal Superior Eleitoral. Presidiário pode pedir votos, mas empresário não”, criticou por meio do Twitter.
Em outra publicação, ele fala que não quer ir embora do país. “Recente pesquisa agora [revela] que 62% dos jovens brasileiros querem mudar de país porque não tem mais educação, não tem mais saúde e principalmente não tem segurança. Vamos mudar o país agora”, pediu.