Ato pró-Bolsonaro no Recife é marcado pelo 'ódio ao PT'

Frases agressivas dos líderes da manifestação deste sábado (27) remetem a uma onda de provocação aos petistas que deve gerar ainda mais ódio

sab, 27/10/2018 - 19:31

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As manifestações realizadas a favor do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do presidenciável Fernando Haddad (PT) possuem características bastante distintas. Se é verdade que muitos dos atos petistas é marcado por uma “veneração” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora de uma forma hoje mais discreta que anteriormente, e por um discurso “em defesa dos direitos do povo”, também é fato que os eventos em apoio ao capitão da reserva é nitidamente distinguido por uma crítica massiva ao Partido dos Trabalhadores. 

Notificados pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) de promoverem um ato na Praça do Diario por ser configurado como um comício, o que é proibido pela legislação eleitoral um dia antes do pleito, os líderes do Movimento Brasil Livre (MBL) optaram por uma caminhada pelo centro da cidade. Em cima do trio elétrico, os coordenadores do movimento se revezaram em pronunciamentos que se resumiam em atacar a legenda petista. 

Em uma das frases mais repetidas, os apoiadores de Bolsonaro reafirmavam que os presentes no ato foram “de graça” em uma referência de que a militância do adversário era paga para estarem nas atividades. “Nunca o PT conseguiu colocar tanta gente na rua sem colocar um grão de mortadela”, provocaram no microfone. 

Além do “eu vim de graça“ e “a nossa bandeira jamais será vermelha”, por diversas vezes foi tocado o tema da corrupção. “A roubalheira do PT está acabando, sua conduta é imoral”, entoaram os militantes de Bolsonaro, que em sua maioria se vestiram de verde e amarelo.

 Em mais alfinetadas ao PT em cima do trio, mais um apoiador do capitão da reserva falou que a legenda deveria ter “vergonha na cara” e pedir perdão aos 14 milhões de desempregados e para todas as mulheres que foram estupradas. “PT nunca mais”, repetiam de forma insistente. Em mais outra provocação, um deles sugeriu que os petistas são ladrões. A declaração aconteceu no momento em que anunciou no microfone que um celular foi achado e que seria devolvido. “Aqui não tem ladrão não, se fosse o outro lado teria”, afirmou. 

O clima também pesou bastante na Praça do Diario, onde fica localizado a ocupação Marielle Franco, onde vivem cerca de 400 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). No local, muitos apoiadores do militar fizeram gestos simulando armas em direção aos ocupantes do edifício. Houve reações com o “L”, que significa Lula Livre e outros gestos agressivos. Outro momento de tensão foi ao passarem por um comitê em apoio a Haddad, onde houve mais momentos de confronto. 

Confira outras frases proferidas pelos líderes do MBL:

- “Chorem, petistas”

- “Vamos fazer um ato sem destruir o patrimônio porque somos do bem”

- “Libertem o país. Os nossos irmãos venezuelanos estão sofrendo”

- “Uma salva de palmas para o estado de Israel. Uma ilha de civilização”

- “O povo judeu é um povo guerreiro”

- "Lula é um ladrão" 

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