Para Zema (Novo), violência contra mulher é "instinto"
Em evento de lançamento de programa voltado às mulheres vítimas de violência, Romeu Zema (NOVO) declarou que prática de opressão contra a mulher é "instinto natural do ser humano"
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) causou polêmica ao declarar que a prática de violência contra a mulher é "natural do ser humano". A fala foi dita nesta segunda-feira (9) durante o lançamento do programa MG Mulher, em Belo Horizonte. A iniciativa tem o propósito de ajudar mulheres vítimas de opressão.
”A questão da opressão contra a mulher está dentro desse contexto e ela extrapola classes sociais, mas nós temos de ter ferramentas que inibam, né? Isso que a gente poderia chamar meio que instinto natural do ser humano”, disse.
A repercussão negativa do discurso de Zema fez o político se justificar nas redes sociais no começo da tarde desta quarta-feira (11). Segundo o político, a violência contra a mulher é tratada por ele como um crime e ao ter se referido como algo "instintivo", é porque “o agressor enxerga a violência, seja física ou verbal, como algo natural”. Confira a justificativa na íntegra:
"Quero deixar claro que trato a violência contra a mulher como um crime, uma conduta covarde, abominável, que precisa de punição exemplar. Ao dizer instinto natural do ser humano fiz menção ao fato absurdo do agressor enxergar a violência, seja física ou verbal, como algo natural. Desde o início da minha gestão, determinei maior atenção às vítimas de violência e o reforço das ações para combater o crime. O lançamento do MG Mulher, é mais uma prova disso. Quero incentivar as mulheres a se defenderem e garantir o monitoramento efetivo do agressor. Também criamos o Núcleo Especializado de Investigação de Feminicídios, com objetivo de dar mais agilidade e eficiência às apurações da Polícia Civil em relação aos crimes de feminicídio consumado. Jamais desrespeitaria as mulheres".
MG Mulher
Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), juntamente com a Polícia Civil, a ferramenta, lançada em forma de aplicativo pretende monitorar 24 horas por dia homens investigados pela lei Maria da Penha que façam uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, o programa visa fortalecer e ampliar a rede de apoio às vítimas.