Prefeito de Tamandaré é alvo de operação da Polícia Civil

Em nota, defesa de Sérgio Hacker informou que ele recebeu a operação com surpresa e perplexidade

sex, 17/07/2020 - 12:23
Reprodução/Facebook Hacker é acusado de registrar empregadas domésticas como funcionárias públicas da prefeitura Reprodução/Facebook

A Polícia Civil desencadeou, na manhã desta sexta-feira (17), a Operação Espectro, que tem como alvo o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). Ele é acusado de registrar empregadas domésticas como funcionárias públicas da prefeitura. O caso veio a público após a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que morreu após ser deixado sozinho em elevador pela esposa do prefeito, Sarí Corte Real. A mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana, e a avó, Marta Maria Santana, eram empregadas de Sérgio e constavam como servidoras municipais.

A operação é liderada pelo delegado Rodolfo Bacelar, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão no Recife e em Tamandaré.

Os crimes investigados são desvio de serviços públicos e associação criminosa. A Operação Espectro conta com a participação de 45 policiais civis. As investigações seguem em segredo de justiça. 

Por nota, a defesa do prefeito Sérgio Hacker disse que ele recebeu a operação com surpresa e perplexidade, pois sempre se colocou à disposição da autoridade policial, peticionou por diversas vezes nos autos do inquérito, habilitou advogados em colaboração à apuração empreendida, requereu o acesso e extração de cópias, produziu provas e respondeu prontamente a todas as solicitações feitas. O gestor informou que ainda não teve acesso ao teor da decisão judicial.

Segundo o advogado de Hacker, Gervásio Lacerda, a medida policial "se afigura completamente desnecessária, pois, em nenhum instante, ele empreendeu qualquer embaraço ou dificultou as investigações; como também está convicto que não cometeu crime, conforme será devidamente demonstrado no momento próprio." Ele destacou que a Prefeitura Municipal de Tamandaré não foi objeto da operação. 

O Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Pernambuco também investigam o prefeito. A Justiça autorizou o bloqueio de parte dos bens de Hacker após pedido do Ministério Público, para assegurar o pagamento de multas previstas na Lei de Improbidade Administrativa em uma eventual condenação. O TJPE ainda determinou a indisponibilidade dos bens da secretária de Educação de Tamandaré, Maria Conceição do Nascimento, acusada de omissão por haver servidora fantasma em sua pasta.

COMENTÁRIOS dos leitores