MP adverte prefeito que sugeriu uso de ozônio no ânus
O órgão disse que o prefeito de Itajaí tinha 24 horas para comprovar que não adotaria o tratamento na cidade
O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) emitiu uma recomendação ao prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), para que ele não distribua ozônio para aplicação retal no tratamento contra a Covid-19.
"Considerando notas técnicas e estudos que apontam os riscos à saúde e a falta de comprovação de eficácia no tratamento contra o novo coronavírus, a 13ª Promotoria de Justiça de Itajaí recomendou ao Prefeito Municipal que não disponibilize o ozônio para tratar os pacientes com Covid-19 na rede pública do município", diz o documento assinado pelo promotor de Justiça Maury Roberto Viviani. O prazo dado para acatar a recomendação foi de 24 horas.
O promotor argumenta ainda que, além dos possíveis riscos à saúde dos pacientes, a distribuição do medicamento sem comprovação de eficácia pela rede pública do município "poderá caracterizar violação da Lei de Improbidade Administrativa". E ressalta o fato de que o uso desse tratamento foi autorizado apenas como procedimento experimental, pois concluiu que há "evidência de dano aos pacientes submetidos à ozonioterapia, podendo inclusive colocar em risco a saúde desses indivíduos".
Em live na última segunda-feira (3), Morastoni anunciou que pretendia adotar a aplicação de ozônio por via retal para os pacientes diagnosticados com a Covid-19. "É uma aplicação simples, rápida, de dois ou três minutinhos por dia, provavelmente vai ser uma aplicação via retal. É uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima de dois minutos com cateter fino, e isso dá um resultado excelente", chegou a dizer o gestor, que também é médico.